O sangue e a crueldade, todos os dias, estão estampados nos
jornais do mundo todo. A violência que vemos estampadas nos jornais dessa semana é apenas a pequenina ponta do gigantesco e
imensurável iceberg. É difícil dizer se houve, em algum momento da história, uma
indiferença e crueldade tão imensuravelmente maior contra a vida. O que sabemos
é que, pelas notícias diárias de criminalidade, nada mais parece chocar,
assustar, assombrar, surpreender ou aterrorizar a sociedade de uma maneira tão
impactante, marcante e perturbadora. Parece estranho, mas o que fica evidente é que um surto de
espanto e pavor de ontem não é muito diferente do surto de hoje e, claro, não
será diferente do surto de amanhã.
A diferença está na intensidade, pois
na medida em que o tempo passa, a selvageria, desumanidade, truculência e
improbidade se tornam maiores, intensas e, infelizmente, cada vez mais comuns.
O que desejo dizer é que nos assustamos não tanto mais pela
hediondez do crime, mas pela onda ou intensidade em que essas coisas têm se
tornado corriqueiras. Paulo, o Apóstolo, ao contemplar o futuro, não observou
nada diferente quanto a realidade da natureza moral e racional do que vemos
hoje. Não fomos pegos de surpresa porque a Palavra de Deus já havia nos
alertado do aumento da maldade humana. O apóstolo afirmou o que
“os homens maus e impostores irão de mal a pior, enganando
e sendo enganados.” (II Timóteo 3:13).
Esta tônica da profecia de Paulo é desconcertante e
temerosa, pois, segundo sua perspectiva, melhor dizendo, segundo a perspectiva
de Deus, no mundo não haverá dias melhores. Jesus também não foi otimista
quando, ao descrever os dias finais da história, com ênfase em Sua segunda
vinda, retratou o mundo como se parecendo com os dias de Ló e com os dias de
Noé (Lucas 17).
Nos dias de Ló, o pecado mais agravante, além de outras, era
a promiscuidade sexual em todo seu viés e, nos dias de Noé, o pecado mais
agravante, além de outras, era a violência em todo seu viés. As duas ideias se
unificam no discurso de Jesus para ilustrar que o fim dos tempos, ou dias que
antecedem a segunda vinda de Cristo, poderia, quem sabe, se tornar tão
vigorosamente mais degradante, promíscuo e insano quanto as duas situações
citadas por Ele juntas.
Se isto for inconcebível para você, então, eu diria, no
mínimo semelhante, mas com a diferença de que a força do pecado de Sodoma e dos
dias de Noé estariam fazendo parceria para atuar com força em nossos dias. Ou
seja, é como se o passado de Sodoma e dos dias de Noé estivessem sendo
transportados para o século XXI. É assustador imaginar assim, mas por outro
lado, pode se tornar confortante se tivermos em mente que o mesmo juízo que
recaiu sobre Sodoma e sobre a geração de Noé, será o mesmo juízo que recairá
sobre o mundo impenitente de hoje. Deus agirá hoje assim como agiu no
passado. A qualquer momento Ele fará a Sua visitação extraordinária.
Não há dúvidas de que estamos todos chocados com o terror em
cada esquina. A vida se tornou tão insignificante que muitos torturam e matam como se a vida humana fosse um mero inseto. Jesus havia predito que, por causa
da multiplicação da iniquidade, o amor de muitos se esfriaria (Mateus 24:12).
Amor, sentimento, dor, sofrimento humano ser tornaram profundamente banais para
muitos. Mas, o que conforta é saber que a justiça honrará a todos os que foram
humilhados e pisoteados pelo pecado. Uma certeza bem gratificante é que o mal,
na agenda de Deus, está com data marcada para acabar.
Por mais que pareça tardia, a justiça de Deus não tarda e
não falha. Na verdade, ela ocorre no tempo oportuno e certeiro. Viva confiante
e com a certeza da providência divina. Olhe para sua sombra e contemple a
presença do anjo do Senhor ao seu lado. Viva com os olhos no céu com a
convicção da justiça de Deus.
Jamais deixe de orar antes de inserir os seus pés para fora
de casa. Sempre peça a Deus que conserve ao seu lado a presença do anjo
protetor. Lembre-se que todos os que confessam o nome de Deus e vivem ao Seu
lado podem, mesmo em meio a tanta tribulação, viver na paz de espírito. Ele
está atento a todas as desordens que tem trazido dor e medo e fará justiça por
cada uma delas. Alegre-se, porque a nossa estadia nesta terra está chegando ao
fim. Lembre-se:
“Porque Deus conduzirá a Juízo tudo quanto foi realizado e
até mesmo o que ainda está escondido; quer seja bem, quer seja mal.”
(Eclesiastes 12:14)
“Porque determinou um dia em que julgará o mundo com o rigor
de sua justiça, por meio do homem que para isso estabeleceu. E, quanto a isso,
Ele deu provas a todos, ao ressuscitá-lo dentre os mortos!” Uns debocham,
outros crêem.” (Atos 17:31)
“Porquanto, todos nós deveremos comparecer diante do
tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba o que merece em retribuição
pelas obras praticadas por meio do corpo, quer seja o bem, quer seja o mal.
Perfeita reconciliação com Deus.” (II Coríntios 5:10)
Pr. Gilberto Theiss