Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 13 – 4º Trimestre
2011 (17 a 24 de Dezembro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 17 DE DEZEMBRO
O
evangelho e a igreja
(Gl 6:10)
O sistema atual em que
todos nós fazemos parte nos ensina sermos egoístas e centralizados em nós
mesmos. O capitalismo desenfreado e a luta pela sobrevivência em detrimento das
necessidades dos menos afortunados tem sido um imperativo para as conquistas e
vitórias antes que outro chegue à frente. A vida no sistema atual é cruel e
parece seguir as pegadas da lei de Darwin – da seleção natural, onde sobrevive
apenas os mais fortes e espertos. As pessoas são educadas a não terem compaixão
dos mais fracos e a demonstrar amor somente quando isto, de alguma forma os
beneficia.
Bom, é neste contexto
que a igreja de Deus está tentando
sobreviver. Nós, desde crianças somos formatados a agir apenas por nós mesmos e
viver apenas em prol de nossos desejos pessoais. A única coisa emotiva nesta
história que somos moldados a ter pelos outros é em sentir pena. Somos capazes
de ajudar alguém quando, de alguma forma somos promovidos. Somos capazes de nos
sacrificar por alguém quando, de alguma forma também somos beneficiados. Somos
capazes de amar somente quando primeiro somos amados. Somos capazes de oferecer
o perdão quando, de alguma forma também somos afetados por ele. Fora disto,
cada um tenta viver em sua própria ilha voltada unicamente nos seus próprios
ideais. Tudo na vida hoje é um negócio baseado em lucros. Lucro financeiro,
lucro no prazer, lucro emotivo, lucro na luxuria, lucro... lucro... lucro...
seja onde for o lucro é o alvo e a ambição. O emprego, os estudos, a família, o
casamento, enfim, tudo virou negócio. Se nos é oferecido alguma espécie de
lucro material ou imaterial, emocional ou racional, concreto ou abstrato para satisfazer as ambições e desejos egoístas, estamos dentro, caso contrário,
estamos fora. Tudo isto acontece de forma muito velada, pois na maioria dos
casos nem nos apercebemos de tais atitudes. O que chamamos de amor, emoção,
paixão, compaixão, misericórdia, sentimento ou qualquer outra coisa desta
natureza, dentro do sistema que vivemos, estão prontos a agir de maneira
imperceptível nesta direção. Talvez este tipo de falsa compaixão esteja
inserido na declaração do profeta Jeremias ao afirmar que “enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jr
17:9).
No entanto, Deus deseja
contrariar a maré e fazer de nós condutos de bênçãos para a vida e para as
pessoas. Somente quem conhece a Deus é que pode amar verdadeiramente a ponto de
viver uma vida em prol de outras pessoas. “Ninguém tem maior amor do que este,
o de dar a vida aos seus amigos” (Jo 15:13). Mas, para isto, somente sob a
influência poderosa do Espírito Santo. Somente uma vida que foi genuinamente
transformada pela Espírito será capaz de viver os inabaláveis princípios do
caráter de Deus. Este é o poder do envangelho.
Leitura Adicional
“Se Cristo está em vós,
a "esperança da glória" (Col. 1:27), não estareis dispostos a
observar os outros, a expor-lhes os erros. Em lugar de procurar acusar e
condenar, tereis como objetivo ajudar, beneficiar, salvar. Ao lidar com os que
se encontram em erro, atendereis à recomendação: Olha "por ti mesmo, para
que não sejas também tentado". Gál. 6:1. Procurareis lembrar as muitas
vezes que tendes errado, e quão difícil vos foi achar o caminho certo uma vez
que dele vos havíeis apartado. Não impelireis vosso irmão para mais densas
trevas mas, coração cheio de piedade, falar-lhe-eis do perigo em que está.
Aquele que olha muitas vezes para a
cruz do Calvário, lembrando-se de que seus pecados para ali levaram o Salvador,
nunca buscará calcular a extensão de sua culpa em comparação com a de outros.
Não se considerará como juiz para acusar a outros. Não haverá espírito de
crítica ou exaltação do próprio eu por parte daqueles que andam à sombra da
cruz do Calvário.
Enquanto não vos sentirdes dispostos a
sacrificar o amor-próprio e mesmo dar a própria vida para salvar um irmão em
erro, não tirastes a trave do próprio olho de maneira a estar preparados para
ajudar a um irmão. Quando assim fizerdes, podeis aproximar-vos dele, e
tocar-lhe o coração. Pessoa alguma já foi conquistada de um caminho errado por
meio de censura e acusações; mas muitos têm sido afastados de Cristo, e levados
a cerrar o coração contra a convicção da culpa. Um espírito brando, uma suave e
cativante atitude, pode salvar o errado, e cobrir uma multidão de pecados. A
revelação de Cristo em vosso caráter terá um poder transformador sobre todos
com quem entrardes em contato. Seja Cristo diariamente manifestado em vós e Ele
revelará por vosso intermédio a energia criadora de Sua palavra - uma delicada,
persuasiva e todavia poderosa influência para regenerar outras almas segundo a
beleza do Senhor nosso Deus.” (O Maior
Discurso de Cristo, p. 128, 129).
DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO
Restaurando os caídos
(Gl 6:1; Mt 18:15-17)
Existe,
na igreja, dos tipos de pecadores. Aquele que erra, no entanto, reconhece seu
erro e diante de Deus chora por seu pecado buscando perdão e força para se
reestabelecer. Outro tipo de pecador é o que erra com o queixo erguido como se
não estivesse cometendo nenhum tipo de pecado. Além de quebrar o mandamento de
Deus de cabeça erguida, ainda arrasta outros consigo na transgressão. O
primeiro exemplo de pecador é o que precisa de amparo, compaixão e amor. Este,
assim como qualquer outro necessitado, precisa ser tratado amavelmente para ser
restaurado. Deus um dia perguntou a Caim onde estava seu irmão. Caim, por sua
vez perguntou se por ventura ele era tutor de seu irmão. Bom, a mesma pergunta
Deus nos faz hoje e a resposta clara é que, na verdade, todos nós somos tutores
de nossos irmãos. Infelizmente, os cristãos de modo geral têm sido muito falhos
nesta questão. Ao invés de dar amparo e oferecer cuidados especiais são os
primeiros a acusar e desamparar. Este sofredores que erram, mas são desejosos
em ser vitoriosos, recebem de Deus a mais terna compaixão e amparo. Da mesma
forma, todos nós devemos entender que, hoje é o irmão que errou, mas amanhã
poderá ser qualquer um de nós. A pergunta que surge seria: “Se cometermos uma
falha grave diante de Deus e dos homens, de que forma gostaríamos de ser
tratados?” Deus deseja que vivamos no amor e no cuidado uns aos outros. Não
temos o direito de punir as pessoas quando na verdade elas carecem de força
para dar a volta por cima. Lembre-se que, isto é evangelho prático.
No
segundo exemplo de pecador, este não aceitará que errou e muito menos
necessitará de nosso amparo. Este deve ser advertido e todo cuidado necessário
deve ser dado para que não arraste as pessoas em seu estilo de vida
inconsequente. Mas, mesmo neste caso, o amor e o amparo nunca será demais.
Leitura
Adicional
“"Acima
de tudo, porém", escreve o apóstolo, "tende amor intenso uns para com
os outros." I Ped. 4:8. Não deis ouvido a relatos contra um irmão ou irmã.
Sede muito cautelosos quanto a como recebeis um relato contra vosso próximo.
Perguntai ao que apresenta a acusação se ele obedeceu à Palavra de Deus acerca
da questão. Cristo deixou orientações explícitas quanto ao que deve ser feito.
Ide a vosso irmão e, entre ele e vós tão-somente, dizei-lhe a falta. Não vos
negueis disso, dizendo: Não há ofensa pessoal entre mim e o acusado. As regras
dadas por Cristo são tão definidas, tão explícitas, que essa desculpa não é
válida.
Quer a ofensa seja, quer não seja
entre vós e a pessoa acusada, a ordem de Cristo é a mesma. Vosso irmão carece
de auxílio. Dizei-lhe a ele, e não a qualquer outra pessoa, que circulam boatos
a seu respeito. Dai-lhe oportunidade para explicar-se. É possível que os
rumores sejam falsos, e que as dificuldades possam ser ajustadas mediante
alguma explicação bem simples. Este trato é devido a toda pessoa que se suponha
estar em erro.
Diz Paulo: "Se algum homem chegar
a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal
com espírito de mansidão, olhando para ti mesmo, para que não sejas também
tentado." Gál. 6:1. ... Estas palavras são a ordem do Céu, e devem ser introduzidas
na prática diária. Se alguém estiver em falta, em vez de isso dizer a algum
outro, ide àquele que julgais estar em erro, e terna e respeitosamente, como
desejaríeis ser tratados se estivésseis em seu lugar, falai-lhe de seu erro. Se
não for avisado de sua falta, mas em vez disso se levantarem suspeitas entre
outros, e nenhum esforço se fizer para salvar o que está errado, abrindo-lhe os
olhos quanto ao perigo em que está, como considerará então Deus os que fazem
essa obra cruel?
Deus declara: "Não há um justo,
nem um sequer." Rom. 3:10. Todos têm a mesma natureza pecaminosa. Todos
são suscetíveis de cometer erros. Ninguém é perfeito. O Senhor Jesus morreu
pelos que erram, a fim de que fossem perdoados. Não é nossa obra condenar.
Cristo não veio para condenar, mas para salvar.” (Manuscrito 31, 1911).
SEGUNDA, 19 DE DEZEMBRO
Cuidado
com a tentação
(2Sm 12:7; I Co 10:12; Mt 26:34)
As
palavras de Paulo são duras para os que acreditam na graça barata que leva-nos
direto aos comportamentos inconsequentes. Embora não possamos vencer o pecado,
podemos, pelo poder de Deus nos desviar dele. Não podemos vencer o pecado,
pois, qualquer um que resolva enfrenta-lo de frente, com certeza sairá
derrotado. Assim foi com Eva e assim foi com Davi. O pecado é infinitamente
mais poderosos do que nós e Deus não se propõe nos proteger se resolvemos andar
pelo terreno encantado dele. A expressão de Paulo “guardar a vida para que nós
também não entremos em tentação” deve ser levada a sério. “Guardar a vida” significa
necessariamente estar atento, vigiar, proteger-se, desviar-se do perigo.
Qualquer um que não siga estes sábios conselhos, fatalmente será enredado e
acorrentado pelo pecado. A tentação é hipnotizante, e se não ficarmos distantes
da possibilidade de ser tentados, seremos arrastados por seu poder cativador. O
pecado está por todos os lados e por este motivo, devemos observar bem os
passos que damos e os lugares em que estamos pisando, pois todo o solo foi
minado por Satanás. O sentimento de fragilidade, neste momento, pode ser
benéfico a todos nós, pois o sentimento de orgulho e incapacidade para pecar,
pode facilmente nos colocar muitas vezes em sérios perigos. Imagine por exemplo
o excesso confiança que um motorista poderia ter ao estar dirigindo na estrada.
Ele deve ter em mente que, a mesma velocidade que empolga, é a mesma que mata.
Usando esta ilustração, o excesso de confiança em nós mesmos inevitavelmente
nos colocará algumas vezes em situações embaraçosas e repletas de perigos. Esta
foi a ruína de Eva. Embora perfeita, seu excesso de confiança não impediu que
se aproximasse do perigo.
Leitura
Adicional
“Perante
o crente é apresentada a maravilhosa possibilidade de ser semelhante a Cristo,
obediente a todos os princípios da lei. Mas por si mesmo é o homem
absolutamente incapaz de alcançar esta condição. A santidade que a Palavra de
Deus declara dever ele possuir antes que possa ser salvo, é o resultado da
operação da divina graça, ao submeter-se à disciplina e restritoras influências
do Espírito de verdade. A obediência do homem só pode ser aperfeiçoada pelo
incenso da justiça de Cristo, o qual enche com a divina fragrância cada ato de
obediência. A parte do cristão é perseverar em vencer cada falta.
Constantemente deve orar para que o Salvador sare os distúrbios de sua alma
enferma do pecado. Ele não tem sabedoria ou a força para vencer; isso pertence
ao Senhor, e Ele os outorga a todos os que em humildade e contrição dEle buscam
auxílio.
A obra de transformação da impiedade
para a santidade é contínua. Dia a dia Deus opera para a santificação do homem,
e o homem deve cooperar com Ele, desenvolvendo perseverantes esforços para o
cultivo de hábitos corretos. Deve acrescentar graça à graça; e assim procedendo
num plano de adição, Deus opera por ele num plano de multiplicação. Nosso
Salvador está sempre pronto a ouvir e responder à oração do coração contrito, e
graça e paz são multiplicadas a Seus fiéis seguidores. Alegremente lhes concede
as bênçãos de que necessitam em sua luta contra os males que os cercam.
Há os que buscam galgar a escada do
progresso cristão mas, ao avançarem, começam a pôr a confiança na capacidade
humana, e logo perdem de vista a Jesus, Autor e Consumador de sua fé. O
resultado é fracasso e perda de tudo o que foi ganho. Verdadeiramente
lamentável é a condição dos que, perdendo-se no caminho, permitem que o inimigo
das almas lhes roube as graças cristãs que lhes estiveram em formação no
coração e na vida. "Aquele em quem não há estas coisas", declara o
apóstolo, "é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da
purificação de seus antigos pecados." II Ped. 1:9.” (Atos dos Apóstolos, p. 533, 534).
TERÇA, 20 DE DEZEMBRO
Levando os fardos dos
outros
(Gl 6:2-5; Rm 15:1; Mt 7:12)
Alguns
estudos revelam que, todos nós, para conseguirmos viver bem, precisamos de pelo
menos 3 amigos bem chegados. No contexto da amizade profunda e verdadeira, os
estudos demonstram que, o amparo, cuidado e desejo pelo bem estar uns dos
outros neste circulo é o que pode proporcionar conforto e refrigério. No
entanto, Deus deseja que todos nós sejamos amigos uns dos outros no sentido
mais sério da palavra. Carregar os fardos na menção de Paulo vai além de meras
amizades e nos condiciona a oferecer alívio às pessoas que estão a nossa volta
sem restrição. Levar os fardos, ou as cargas na descrição do grego baros é fazer pelo outro exatamente
aquilo que gostaríamos que fizessem por nós em momentos de infortúnio,
desespero e problemas. Todos os que professam ser seguidores de Cristo devem
possuir, pela ação do Espírito de Deus, o dom desta dádiva de relacionamento e
interesse pelo sucesso e felicidade dos outros. A comunidade cristã deve ser
permeada pelos braços que acolhem e repleta do amor que beneficia os outros dos
recursos que temos mesmo em detrimento de nossa própria satisfação e conforto.
Sobre este aspecto, do pretendido por Paulo, todos nós carecemos de ser
ajudados e fortalecidos. Seja em sentido espiritual, moral ou material, todos
nós necessitamos sair de nossa ilha ou sermos visitados nela. Embora tenhamos,
algumas vezes, facilidade em sair de nossa ilha para ajudar alguém, temos
dificuldades para aceitar que alguém entre em nossa própria ilha para nos
ajudar. O orgulho é traiçoeira e nos priva das dádivas mais abençoadas que
podemos receber. Talvez seja este o motivo da necessidade que temos de as vezes
ser humilhados, seja pelo pecado, para mostrar que somos frágeis; seja pelos
erros pra mostrar que não somos melhores do que os demais; ou até mesmo pelas
consequências da própria soberba para mostrar que o caminho da humildade é
sempre o melhor. Querendo ou não, todos nós somos dependentes uns dos outros.
Aceitando ou não, todos nós ligados uns aos outros como uma criança no ventre
de uma mãe.
Leitura
Adicional
“Qualquer
negligência do dever para com os necessitados e doentes é negligência do dever
para com Cristo, na pessoa de Seus santos. Quando perante Deus se passarem em
revista os casos de todos, não se fará a pergunta: Que professaram? mas sim:
Que fizeram eles? foram praticantes da Palavra? Viveram apenas para si mesmos?
ou se tornaram hábeis em obras de beneficência, em atos de bondade, em amor,
preferindo os outros a si mesmos e negando-se a si próprios a fim de que fossem
uma bênção aos outros? Se o registro mostrar que essa foi sua vida, que seu
caráter foi assinalado pela ternura, renúncia e beneficência, receberão então
de Cristo a bendita declaração: "Bem está." "Vinde, benditos de
Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo." Mat. 25:23 e 34.
Nossa força e
bênção espirituais serão proporcionais ao trabalho de amor e boas obras que
fazemos. A ordem do apóstolo é: "Levai as cargas uns dos outros e assim
cumprireis a lei de Cristo." Gál. 6:2. A observância dos mandamentos de
Deus requer de nós boas obras, renúncia, sacrifício e dedicação ao bem dos
outros; não que as nossas boas obras, sozinhas, nos possam salvar, mas
certamente não nos poderemos salvar sem boas obras. Depois de termos feito tudo
que fomos capazes de fazer, devemos dizer: Não fizemos mais que o nosso dever,
e na melhor das hipóteses somos apenas servos inúteis, indignos do menor favor
de Deus. Cristo tem de ser nossa justiça e nossa coroa de glória. ...
Em todo o nosso
redor há os que têm fome de alma, e que anseiam uma expressão de amor, em
palavras e atos. Amistosa simpatia e sinceros sentimentos de terno interesse
nos outros, trariam à pessoa bênçãos nunca experimentadas ainda, levando-nos a
íntima relação com o nosso Redentor, cuja vinda ao mundo foi com o propósito de
fazer o bem, e cuja vida devemos copiar. Que estamos nós fazendo por Cristo?” (Review and Herald, 13 de julho de 1886).
QUARTA, 21 DE DEZEMBRO
A lei de Cristo
(Gl 6:2-5; Gl 5:14; Jo 13:34; Mt
22:34-40)
Inúmeras
vezes fui abordado por evangélicos que pretendiam fazer da lei de Cristo a
norma que substituía a lei dos dez mandamentos. Na compreensão atual, a lei foi
abolida quando Jesus deu Seu último suspiro na cruz cumprindo-a, no sentido de
encerrar ou dar fim, e assim, inserindo no lugar a lei de Cristo como uma espécie de norma do “geral”.
No entanto, o contexto é explícito e não
favorece este tipo de interpretação. Paulo foi enfático no combate ao legalismo
que permeava a mentalidade de alguns cristãos judaizantes, mas, o problema não
estava com a lei e sim com as interpretações equivocadas dos homens. A lei de
Deus, na visão do mesmo Paulo, era “justa, santa e boa” (Rm 7:12); e ele mesmo
tinha prazer em cumprir tal lei (Rm 7:22). Entretanto, o cumprimento da lei não
podia ser para salvar-se, mas para cumprir a excelência do amor (Rm 13:10). A
lei de Cristo não pode ser outra coisa a não ser a essência do cumprimento dos
deveres cristãos. Amor, compaixão, misericórdia e sacrifício pelo bem do próximo são no mais
pleno sentido a norma mais elevada em favor do poder do evangelho. Como bem
expressou João, “aquele que diz que permanece nele, também deve andar como Ele
andou” (I Jo 2:6). Outra referência importante e que contextualiza as palavras
de Paulo é João 15:13 que diz: “Ninguém tem maior amor do que este, o de dar a
vida a seus amigos”. A lei de Cristo deve ser a norma em que todos nós depositamos
a essência de nossa obediência a Deus. Não por meras palavras ou porque deve
ser assim, mas por fazer parte de nós, uma vez que temos sido transformados
pela presença do poder de Deus em nossa vida.
Leitura
Adicional
“Os
que são colocados em posições de responsabilidade devem ter a autoridade da
ação, mas jamais devem usar essa autoridade como poder para recusar prestar
ajuda aos necessitados e desamparados. Ela nunca deve ser usada para desalentar
ou deprimir uma pessoa que luta com dificuldades. Aqueles aos quais foram
conferidas posições de influência sempre devem lembrar-se de que Deus deseja
que cumpram o propósito de Cristo, O qual, pela criação e redenção, é o dono de
todos os homens. ...
A verdadeira piedade é avaliada pela
obra realizada. A profissão não é nada; a posição também não; um caráter como o
caráter de Cristo é a evidência que devemos apresentar de que Deus enviou Seu
Filho ao mundo. Os que professam ser cristãos, mas não agem como Cristo agiria
se estivesse em lugar deles, prejudicam grandemente a causa de Deus. Não
representam devidamente a seu Salvador e ostentam um falso colorido.
O verdadeiro discípulo, em cujo
coração Cristo habita, revela ao mundo o amor de Cristo pela humanidade. É a
mão auxiliadora de Deus. O fulgor da saúde espiritual faz vibrar todo o seu
ser, ao receber ele do Salvador graça a ser comunicada a outros. ...
A religião pura e sem mácula não é um
sentimento, mas a prática de obras de amor e misericórdia. Esta religião é
necessária à saúde e à felicidade. Penetra no poluído templo da alma e, com um
açoite, expulsa o intruso pecaminoso. Assumindo o trono, tudo consagra com sua presença,
iluminando o coração com os brilhantes raios do Sol da justiça. Abre as janelas
da alma em direção ao Céu, deixando entrar o esplendor do amor de Deus. Com ela
há serenidade e compostura. Aumenta o vigor físico, mental e moral, porque a
atmosfera do Céu, como influência viva e atuante, inunda a alma. Cristo é
formado no íntimo, a esperança da glória. ...
Quando os cristãos não revelam a
Cristo, de que valor são eles? Não acontece com eles o mesmo que com o sal
insípido: "Para nada mais presta"? Mat. 5:13. Mas quando revelam em
sua vida as propriedades salvadoras da verdade, pobres pessoas endurecidas pelo
pecado não são deixadas a perecer na corrupção. As boas obras são manifestas;
pois os vivos princípios da justiça não podem ser ocultados. O evangelho posto
em prática assemelha-se ao sal que contém todo o seu sabor. É poderoso na
salvação de pessoas. ...” (Carta 7, 1901).
QUINTA E SEXTA, 15 e 16 DE DEZEMBRO
Semear e collher
(Gl 6:6-10; At 5:1-5; Lc 22:3; Dn 1:8;
Mt 4:1)
A
lei da causa e efeito é universal e sintetiza bem os resultados de todas as
escolhas e atos que fazemos. Querendo ou não, aceitando ou não, estando
preparado para isto ou não, as escolhas, decisões e atos que semearmos
materializará sua devida colheita. Para o bem ou para o mal elas virão. Vale a
pena repetir as palavras de de James D. G. Dunn: “Um equivalente moderno é que
somos livres para escolher, mas não somos livres para escolher as consequências
de nossa escolha” (Galatians, p. 330). A pergunta que surge neste epílogo frustrante
é: “Que tipo de escolhas temos feito rotineiramente?” O mundo está repleto de
desgraças causadas pelas decisões e comportamentos inconsequentes dos seres
humanos. Os homens são frequentemente assolados pelas suas mãos ações e o
sofrimento somado a uma morte prematura podem ser uma das sequelas do que eles
têm semeado. No entanto, não é por falta de conhecimento que os homens são
destruídos por aquilo que plantam, pois o conhecimento existe em abundância. É
a negligência por ele que torna os homens susceptíveis à assolação e angústia.
Por outro lado, muito até possuem o conhecimento necessário para viver, mas não
possuem poder moral ou domínio próprio para plantar o que lhe dará boas
colheitas para vida. Ellen White observa que: “O Espirito de Deus mantém o mal
sob o controle da consciência. Quando o homem se coloca acima da influência do
Espírito, ele obtém uma colheita de iniquidade. Sobre esse homem, o Espírito
tem uma influência cada vez menor para impedi-lo de semear as sementes da
desobediência. As advertências têm cada vez menos poder sobre ele. Essa pessoa
perde gradualmente seu temor de Deus. Ele semeia para a carne, ele colherá
corrupção. A colheita da semente que ele próprio tem semeado está amadurecendo.
Ele despreza os santos mandamentos de Deus. Seu coração de carne se torna um
coração de pedra. A resistência à verdade o confirma na iniquidade. Visto que
os homens semearam as sementes do mal, a ilegalidade, o crime e a violência
prevaleceram no mundo antediluviano.” (SDA
Bible Commentary, v.6; p. 1112).
Leitura Adicional
“A
consciência é a voz de Deus, ouvida por entre o conflito das paixões humanas;
quando a ela se resiste, o Espírito de Deus é entristecido.” (Testimonies, vol.
5, pág. 120).
“Os homens têm
o poder de extinguir o Espírito de Deus; é-lhes deixada a faculdade de
escolher. É-lhes permitida liberdade de ação. Podem ser obedientes mediante o
nome e a graça de nosso Redentor, ou desobedientes, e sofrer as consequências”.
(Obreiros Evangélicos, pág. 174).
“O pecado de
blasfêmia contra o Espírito Santo não consiste em qualquer palavra ou ato
repentino; é a firme, determinada resistência à verdade e evidência”. (SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1.093).
“Não é que
Deus mande um decreto para que o homem não se salve. Não lança trevas perante
os olhos, de modo a não poderem ser penetradas. Mas o homem resiste a princípio
a um movimento do Espírito de Deus e, havendo uma vez resistido, é menos
difícil assim fazer pela segunda vez, menos a terceira, e muito menos a quarta.
Então vem a colheita a ser ceifada, da semente de incredulidade e resistência.
Oh, que frutos de pecaminosas condescendências se está preparando para a foice!
...
Por outro
lado, todo raio de luz acariciado produzirá uma colheita de luz. A tentação uma
vez resistida, dará poder para resistir mais firmemente a segunda vez; cada
vitória obtida sobre o próprio eu, facilitará o caminho para mais altos e
nobres triunfos. Toda vitória é uma semente semeada para a vida eterna.
Deus não
destrói a ninguém. O pecador destrói-se a si mesmo por sua própria
impenitência.” (Testimonies, vol. 5, pág.
120).
“Ninguém
precisa considerar o pecado contra o Espírito Santo como coisa misteriosa e
indefinível. O pecado contra o Espírito Santo é o pecado de persistente recusa
de atender aos convites para arrependimento”. (E Recebereis Poder - Meditações Matinais, 1999, pág. 35).
“Não há ...
esperança da vida mais elevada, senão pela submissão da alma a Cristo”. (Caminho a Cristo, pág. 32).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é
inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus
superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem
falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br