Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 13 – 4º Trimestre 2011 (17 a 24 de Dezembro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 13 – 4º Trimestre 2011 (17 a 24 de Dezembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 17 DE DEZEMBRO
                                                     O evangelho e a igreja
(Gl 6:10)

            O sistema atual em que todos nós fazemos parte nos ensina sermos egoístas e centralizados em nós mesmos. O capitalismo desenfreado e a luta pela sobrevivência em detrimento das necessidades dos menos afortunados tem sido um imperativo para as conquistas e vitórias antes que outro chegue à frente. A vida no sistema atual é cruel e parece seguir as pegadas da lei de Darwin – da seleção natural, onde sobrevive apenas os mais fortes e espertos. As pessoas são educadas a não terem compaixão dos mais fracos e a demonstrar amor somente quando isto, de alguma forma os beneficia.
            Bom, é neste contexto que a igreja de Deus está  tentando sobreviver. Nós, desde crianças somos formatados a agir apenas por nós mesmos e viver apenas em prol de nossos desejos pessoais. A única coisa emotiva nesta história que somos moldados a ter pelos outros é em sentir pena. Somos capazes de ajudar alguém quando, de alguma forma somos promovidos. Somos capazes de nos sacrificar por alguém quando, de alguma forma também somos beneficiados. Somos capazes de amar somente quando primeiro somos amados. Somos capazes de oferecer o perdão quando, de alguma forma também somos afetados por ele. Fora disto, cada um tenta viver em sua própria ilha voltada unicamente nos seus próprios ideais. Tudo na vida hoje é um negócio baseado em lucros. Lucro financeiro, lucro no prazer, lucro emotivo, lucro na luxuria, lucro... lucro... lucro... seja onde for o lucro é o alvo e a ambição. O emprego, os estudos, a família, o casamento, enfim, tudo virou negócio. Se nos é oferecido alguma espécie de lucro material ou imaterial, emocional ou racional, concreto ou abstrato para satisfazer as ambições e desejos egoístas, estamos dentro, caso contrário, estamos fora. Tudo isto acontece de forma muito velada, pois na maioria dos casos nem nos apercebemos de tais atitudes. O que chamamos de amor, emoção, paixão, compaixão, misericórdia, sentimento ou qualquer outra coisa desta natureza, dentro do sistema que vivemos, estão prontos a agir de maneira imperceptível nesta direção. Talvez este tipo de falsa compaixão esteja inserido na declaração do profeta Jeremias ao afirmar que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jr 17:9).
            No entanto, Deus deseja contrariar a maré e fazer de nós condutos de bênçãos para a vida e para as pessoas. Somente quem conhece a Deus é que pode amar verdadeiramente a ponto de viver uma vida em prol de outras pessoas. “Ninguém tem maior amor do que este, o de dar a vida aos seus amigos” (Jo 15:13). Mas, para isto, somente sob a influência poderosa do Espírito Santo. Somente uma vida que foi genuinamente transformada pela Espírito será capaz de viver os inabaláveis princípios do caráter de Deus. Este é o poder do envangelho.

Leitura Adicional

            “Se Cristo está em vós, a "esperança da glória" (Col. 1:27), não estareis dispostos a observar os outros, a expor-lhes os erros. Em lugar de procurar acusar e condenar, tereis como objetivo ajudar, beneficiar, salvar. Ao lidar com os que se encontram em erro, atendereis à recomendação: Olha "por ti mesmo, para que não sejas também tentado". Gál. 6:1. Procurareis lembrar as muitas vezes que tendes errado, e quão difícil vos foi achar o caminho certo uma vez que dele vos havíeis apartado. Não impelireis vosso irmão para mais densas trevas mas, coração cheio de piedade, falar-lhe-eis do perigo em que está.
Aquele que olha muitas vezes para a cruz do Calvário, lembrando-se de que seus pecados para ali levaram o Salvador, nunca buscará calcular a extensão de sua culpa em comparação com a de outros. Não se considerará como juiz para acusar a outros. Não haverá espírito de crítica ou exaltação do próprio eu por parte daqueles que andam à sombra da cruz do Calvário.
Enquanto não vos sentirdes dispostos a sacrificar o amor-próprio e mesmo dar a própria vida para salvar um irmão em erro, não tirastes a trave do próprio olho de maneira a estar preparados para ajudar a um irmão. Quando assim fizerdes, podeis aproximar-vos dele, e tocar-lhe o coração. Pessoa alguma já foi conquistada de um caminho errado por meio de censura e acusações; mas muitos têm sido afastados de Cristo, e levados a cerrar o coração contra a convicção da culpa. Um espírito brando, uma suave e cativante atitude, pode salvar o errado, e cobrir uma multidão de pecados. A revelação de Cristo em vosso caráter terá um poder transformador sobre todos com quem entrardes em contato. Seja Cristo diariamente manifestado em vós e Ele revelará por vosso intermédio a energia criadora de Sua palavra - uma delicada, persuasiva e todavia poderosa influência para regenerar outras almas segundo a beleza do Senhor nosso Deus.” (O Maior Discurso de Cristo, p. 128, 129).
           

DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO
Restaurando os caídos
(Gl 6:1; Mt 18:15-17)

            Existe, na igreja, dos tipos de pecadores. Aquele que erra, no entanto, reconhece seu erro e diante de Deus chora por seu pecado buscando perdão e força para se reestabelecer. Outro tipo de pecador é o que erra com o queixo erguido como se não estivesse cometendo nenhum tipo de pecado. Além de quebrar o mandamento de Deus de cabeça erguida, ainda arrasta outros consigo na transgressão. O primeiro exemplo de pecador é o que precisa de amparo, compaixão e amor. Este, assim como qualquer outro necessitado, precisa ser tratado amavelmente para ser restaurado. Deus um dia perguntou a Caim onde estava seu irmão. Caim, por sua vez perguntou se por ventura ele era tutor de seu irmão. Bom, a mesma pergunta Deus nos faz hoje e a resposta clara é que, na verdade, todos nós somos tutores de nossos irmãos. Infelizmente, os cristãos de modo geral têm sido muito falhos nesta questão. Ao invés de dar amparo e oferecer cuidados especiais são os primeiros a acusar e desamparar. Este sofredores que erram, mas são desejosos em ser vitoriosos, recebem de Deus a mais terna compaixão e amparo. Da mesma forma, todos nós devemos entender que, hoje é o irmão que errou, mas amanhã poderá ser qualquer um de nós. A pergunta que surge seria: “Se cometermos uma falha grave diante de Deus e dos homens, de que forma gostaríamos de ser tratados?” Deus deseja que vivamos no amor e no cuidado uns aos outros. Não temos o direito de punir as pessoas quando na verdade elas carecem de força para dar a volta por cima. Lembre-se que, isto é evangelho prático.
            No segundo exemplo de pecador, este não aceitará que errou e muito menos necessitará de nosso amparo. Este deve ser advertido e todo cuidado necessário deve ser dado para que não arraste as pessoas em seu estilo de vida inconsequente. Mas, mesmo neste caso, o amor e o amparo nunca será demais.

Leitura Adicional

            “"Acima de tudo, porém", escreve o apóstolo, "tende amor intenso uns para com os outros." I Ped. 4:8. Não deis ouvido a relatos contra um irmão ou irmã. Sede muito cautelosos quanto a como recebeis um relato contra vosso próximo. Perguntai ao que apresenta a acusação se ele obedeceu à Palavra de Deus acerca da questão. Cristo deixou orientações explícitas quanto ao que deve ser feito. Ide a vosso irmão e, entre ele e vós tão-somente, dizei-lhe a falta. Não vos negueis disso, dizendo: Não há ofensa pessoal entre mim e o acusado. As regras dadas por Cristo são tão definidas, tão explícitas, que essa desculpa não é válida.
Quer a ofensa seja, quer não seja entre vós e a pessoa acusada, a ordem de Cristo é a mesma. Vosso irmão carece de auxílio. Dizei-lhe a ele, e não a qualquer outra pessoa, que circulam boatos a seu respeito. Dai-lhe oportunidade para explicar-se. É possível que os rumores sejam falsos, e que as dificuldades possam ser ajustadas mediante alguma explicação bem simples. Este trato é devido a toda pessoa que se suponha estar em erro.
Diz Paulo: "Se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando para ti mesmo, para que não sejas também tentado." Gál. 6:1. ... Estas palavras são a ordem do Céu, e devem ser introduzidas na prática diária. Se alguém estiver em falta, em vez de isso dizer a algum outro, ide àquele que julgais estar em erro, e terna e respeitosamente, como desejaríeis ser tratados se estivésseis em seu lugar, falai-lhe de seu erro. Se não for avisado de sua falta, mas em vez disso se levantarem suspeitas entre outros, e nenhum esforço se fizer para salvar o que está errado, abrindo-lhe os olhos quanto ao perigo em que está, como considerará então Deus os que fazem essa obra cruel?
Deus declara: "Não há um justo, nem um sequer." Rom. 3:10. Todos têm a mesma natureza pecaminosa. Todos são suscetíveis de cometer erros. Ninguém é perfeito. O Senhor Jesus morreu pelos que erram, a fim de que fossem perdoados. Não é nossa obra condenar. Cristo não veio para condenar, mas para salvar.” (Manuscrito 31, 1911).

                                           SEGUNDA, 19 DE DEZEMBRO
Cuidado com a tentação
 (2Sm 12:7; I Co 10:12; Mt 26:34)

            As palavras de Paulo são duras para os que acreditam na graça barata que leva-nos direto aos comportamentos inconsequentes. Embora não possamos vencer o pecado, podemos, pelo poder de Deus nos desviar dele. Não podemos vencer o pecado, pois, qualquer um que resolva enfrenta-lo de frente, com certeza sairá derrotado. Assim foi com Eva e assim foi com Davi. O pecado é infinitamente mais poderosos do que nós e Deus não se propõe nos proteger se resolvemos andar pelo terreno encantado dele. A expressão de Paulo “guardar a vida para que nós também não entremos em tentação” deve ser levada a sério. “Guardar a vida” significa necessariamente estar atento, vigiar, proteger-se, desviar-se do perigo. Qualquer um que não siga estes sábios conselhos, fatalmente será enredado e acorrentado pelo pecado. A tentação é hipnotizante, e se não ficarmos distantes da possibilidade de ser tentados, seremos arrastados por seu poder cativador. O pecado está por todos os lados e por este motivo, devemos observar bem os passos que damos e os lugares em que estamos pisando, pois todo o solo foi minado por Satanás. O sentimento de fragilidade, neste momento, pode ser benéfico a todos nós, pois o sentimento de orgulho e incapacidade para pecar, pode facilmente nos colocar muitas vezes em sérios perigos. Imagine por exemplo o excesso confiança que um motorista poderia ter ao estar dirigindo na estrada. Ele deve ter em mente que, a mesma velocidade que empolga, é a mesma que mata. Usando esta ilustração, o excesso de confiança em nós mesmos inevitavelmente nos colocará algumas vezes em situações embaraçosas e repletas de perigos. Esta foi a ruína de Eva. Embora perfeita, seu excesso de confiança não impediu que se aproximasse do perigo.

Leitura Adicional

            “Perante o crente é apresentada a maravilhosa possibilidade de ser semelhante a Cristo, obediente a todos os princípios da lei. Mas por si mesmo é o homem absolutamente incapaz de alcançar esta condição. A santidade que a Palavra de Deus declara dever ele possuir antes que possa ser salvo, é o resultado da operação da divina graça, ao submeter-se à disciplina e restritoras influências do Espírito de verdade. A obediência do homem só pode ser aperfeiçoada pelo incenso da justiça de Cristo, o qual enche com a divina fragrância cada ato de obediência. A parte do cristão é perseverar em vencer cada falta. Constantemente deve orar para que o Salvador sare os distúrbios de sua alma enferma do pecado. Ele não tem sabedoria ou a força para vencer; isso pertence ao Senhor, e Ele os outorga a todos os que em humildade e contrição dEle buscam auxílio.
A obra de transformação da impiedade para a santidade é contínua. Dia a dia Deus opera para a santificação do homem, e o homem deve cooperar com Ele, desenvolvendo perseverantes esforços para o cultivo de hábitos corretos. Deve acrescentar graça à graça; e assim procedendo num plano de adição, Deus opera por ele num plano de multiplicação. Nosso Salvador está sempre pronto a ouvir e responder à oração do coração contrito, e graça e paz são multiplicadas a Seus fiéis seguidores. Alegremente lhes concede as bênçãos de que necessitam em sua luta contra os males que os cercam.
Há os que buscam galgar a escada do progresso cristão mas, ao avançarem, começam a pôr a confiança na capacidade humana, e logo perdem de vista a Jesus, Autor e Consumador de sua fé. O resultado é fracasso e perda de tudo o que foi ganho. Verdadeiramente lamentável é a condição dos que, perdendo-se no caminho, permitem que o inimigo das almas lhes roube as graças cristãs que lhes estiveram em formação no coração e na vida. "Aquele em quem não há estas coisas", declara o apóstolo, "é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação de seus antigos pecados." II Ped. 1:9.” (Atos dos Apóstolos, p. 533, 534).

                       
TERÇA, 20  DE DEZEMBRO
Levando os fardos dos outros
(Gl 6:2-5; Rm 15:1; Mt 7:12)

            Alguns estudos revelam que, todos nós, para conseguirmos viver bem, precisamos de pelo menos 3 amigos bem chegados. No contexto da amizade profunda e verdadeira, os estudos demonstram que, o amparo, cuidado e desejo pelo bem estar uns dos outros neste circulo é o que pode proporcionar conforto e refrigério. No entanto, Deus deseja que todos nós sejamos amigos uns dos outros no sentido mais sério da palavra. Carregar os fardos na menção de Paulo vai além de meras amizades e nos condiciona a oferecer alívio às pessoas que estão a nossa volta sem restrição. Levar os fardos, ou as cargas na descrição do grego baros é fazer pelo outro exatamente aquilo que gostaríamos que fizessem por nós em momentos de infortúnio, desespero e problemas. Todos os que professam ser seguidores de Cristo devem possuir, pela ação do Espírito de Deus, o dom desta dádiva de relacionamento e interesse pelo sucesso e felicidade dos outros. A comunidade cristã deve ser permeada pelos braços que acolhem e repleta do amor que beneficia os outros dos recursos que temos mesmo em detrimento de nossa própria satisfação e conforto. Sobre este aspecto, do pretendido por Paulo, todos nós carecemos de ser ajudados e fortalecidos. Seja em sentido espiritual, moral ou material, todos nós necessitamos sair de nossa ilha ou sermos visitados nela. Embora tenhamos, algumas vezes, facilidade em sair de nossa ilha para ajudar alguém, temos dificuldades para aceitar que alguém entre em nossa própria ilha para nos ajudar. O orgulho é traiçoeira e nos priva das dádivas mais abençoadas que podemos receber. Talvez seja este o motivo da necessidade que temos de as vezes ser humilhados, seja pelo pecado, para mostrar que somos frágeis; seja pelos erros pra mostrar que não somos melhores do que os demais; ou até mesmo pelas consequências da própria soberba para mostrar que o caminho da humildade é sempre o melhor. Querendo ou não, todos nós somos dependentes uns dos outros. Aceitando ou não, todos nós ligados uns aos outros como uma criança no ventre de uma mãe.

Leitura Adicional

            “Qualquer negligência do dever para com os necessitados e doentes é negligência do dever para com Cristo, na pessoa de Seus santos. Quando perante Deus se passarem em revista os casos de todos, não se fará a pergunta: Que professaram? mas sim: Que fizeram eles? foram praticantes da Palavra? Viveram apenas para si mesmos? ou se tornaram hábeis em obras de beneficência, em atos de bondade, em amor, preferindo os outros a si mesmos e negando-se a si próprios a fim de que fossem uma bênção aos outros? Se o registro mostrar que essa foi sua vida, que seu caráter foi assinalado pela ternura, renúncia e beneficência, receberão então de Cristo a bendita declaração: "Bem está." "Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo." Mat. 25:23 e 34.
Nossa força e bênção espirituais serão proporcionais ao trabalho de amor e boas obras que fazemos. A ordem do apóstolo é: "Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo." Gál. 6:2. A observância dos mandamentos de Deus requer de nós boas obras, renúncia, sacrifício e dedicação ao bem dos outros; não que as nossas boas obras, sozinhas, nos possam salvar, mas certamente não nos poderemos salvar sem boas obras. Depois de termos feito tudo que fomos capazes de fazer, devemos dizer: Não fizemos mais que o nosso dever, e na melhor das hipóteses somos apenas servos inúteis, indignos do menor favor de Deus. Cristo tem de ser nossa justiça e nossa coroa de glória. ...
Em todo o nosso redor há os que têm fome de alma, e que anseiam uma expressão de amor, em palavras e atos. Amistosa simpatia e sinceros sentimentos de terno interesse nos outros, trariam à pessoa bênçãos nunca experimentadas ainda, levando-nos a íntima relação com o nosso Redentor, cuja vinda ao mundo foi com o propósito de fazer o bem, e cuja vida devemos copiar. Que estamos nós fazendo por Cristo?” (Review and Herald, 13 de julho de 1886).
           
QUARTA, 21 DE DEZEMBRO
A lei de Cristo
(Gl 6:2-5; Gl 5:14; Jo 13:34; Mt 22:34-40)

            Inúmeras vezes fui abordado por evangélicos que pretendiam fazer da lei de Cristo a norma que substituía a lei dos dez mandamentos. Na compreensão atual, a lei foi abolida quando Jesus deu Seu último suspiro na cruz cumprindo-a, no sentido de encerrar ou dar fim, e assim, inserindo no lugar  a lei de Cristo como uma espécie de norma do “geral”.  No entanto, o contexto é explícito e não favorece este tipo de interpretação. Paulo foi enfático no combate ao legalismo que permeava a mentalidade de alguns cristãos judaizantes, mas, o problema não estava com a lei e sim com as interpretações equivocadas dos homens. A lei de Deus, na visão do mesmo Paulo, era “justa, santa e boa” (Rm 7:12); e ele mesmo tinha prazer em cumprir tal lei (Rm 7:22). Entretanto, o cumprimento da lei não podia ser para salvar-se, mas para cumprir a excelência do amor (Rm 13:10). A lei de Cristo não pode ser outra coisa a não ser a essência do cumprimento dos deveres cristãos. Amor, compaixão, misericórdia e  sacrifício pelo bem do próximo são no mais pleno sentido a norma mais elevada em favor do poder do evangelho. Como bem expressou João, “aquele que diz que permanece nele, também deve andar como Ele andou” (I Jo 2:6). Outra referência importante e que contextualiza as palavras de Paulo é João 15:13 que diz: “Ninguém tem maior amor do que este, o de dar a vida a seus amigos”. A lei de Cristo deve ser a norma em que todos nós depositamos a essência de nossa obediência a Deus. Não por meras palavras ou porque deve ser assim, mas por fazer parte de nós, uma vez que temos sido transformados pela presença do poder de Deus em nossa vida.

Leitura Adicional

            “Os que são colocados em posições de responsabilidade devem ter a autoridade da ação, mas jamais devem usar essa autoridade como poder para recusar prestar ajuda aos necessitados e desamparados. Ela nunca deve ser usada para desalentar ou deprimir uma pessoa que luta com dificuldades. Aqueles aos quais foram conferidas posições de influência sempre devem lembrar-se de que Deus deseja que cumpram o propósito de Cristo, O qual, pela criação e redenção, é o dono de todos os homens. ...
A verdadeira piedade é avaliada pela obra realizada. A profissão não é nada; a posição também não; um caráter como o caráter de Cristo é a evidência que devemos apresentar de que Deus enviou Seu Filho ao mundo. Os que professam ser cristãos, mas não agem como Cristo agiria se estivesse em lugar deles, prejudicam grandemente a causa de Deus. Não representam devidamente a seu Salvador e ostentam um falso colorido.
O verdadeiro discípulo, em cujo coração Cristo habita, revela ao mundo o amor de Cristo pela humanidade. É a mão auxiliadora de Deus. O fulgor da saúde espiritual faz vibrar todo o seu ser, ao receber ele do Salvador graça a ser comunicada a outros. ...
A religião pura e sem mácula não é um sentimento, mas a prática de obras de amor e misericórdia. Esta religião é necessária à saúde e à felicidade. Penetra no poluído templo da alma e, com um açoite, expulsa o intruso pecaminoso. Assumindo o trono, tudo consagra com sua presença, iluminando o coração com os brilhantes raios do Sol da justiça. Abre as janelas da alma em direção ao Céu, deixando entrar o esplendor do amor de Deus. Com ela há serenidade e compostura. Aumenta o vigor físico, mental e moral, porque a atmosfera do Céu, como influência viva e atuante, inunda a alma. Cristo é formado no íntimo, a esperança da glória. ...
Quando os cristãos não revelam a Cristo, de que valor são eles? Não acontece com eles o mesmo que com o sal insípido: "Para nada mais presta"? Mat. 5:13. Mas quando revelam em sua vida as propriedades salvadoras da verdade, pobres pessoas endurecidas pelo pecado não são deixadas a perecer na corrupção. As boas obras são manifestas; pois os vivos princípios da justiça não podem ser ocultados. O evangelho posto em prática assemelha-se ao sal que contém todo o seu sabor. É poderoso na salvação de pessoas. ...” (Carta 7, 1901).


QUINTA E SEXTA, 15 e 16  DE DEZEMBRO
Semear e collher
(Gl 6:6-10; At 5:1-5; Lc 22:3; Dn 1:8; Mt 4:1)

            A lei da causa e efeito é universal e sintetiza bem os resultados de todas as escolhas e atos que fazemos. Querendo ou não, aceitando ou não, estando preparado para isto ou não, as escolhas, decisões e atos que semearmos materializará sua devida colheita. Para o bem ou para o mal elas virão. Vale a pena repetir as palavras de de James D. G. Dunn: “Um equivalente moderno é que somos livres para escolher, mas não somos livres para escolher as consequências de nossa escolha” (Galatians, p. 330). A pergunta que surge neste epílogo frustrante é: “Que tipo de escolhas temos feito rotineiramente?” O mundo está repleto de desgraças causadas pelas decisões e comportamentos inconsequentes dos seres humanos. Os homens são frequentemente assolados pelas suas mãos ações e o sofrimento somado a uma morte prematura podem ser uma das sequelas do que eles têm semeado. No entanto, não é por falta de conhecimento que os homens são destruídos por aquilo que plantam, pois o conhecimento existe em abundância. É a negligência por ele que torna os homens susceptíveis à assolação e angústia. Por outro lado, muito até possuem o conhecimento necessário para viver, mas não possuem poder moral ou domínio próprio para plantar o que lhe dará boas colheitas para vida. Ellen White observa que: “O Espirito de Deus mantém o mal sob o controle da consciência. Quando o homem se coloca acima da influência do Espírito, ele obtém uma colheita de iniquidade. Sobre esse homem, o Espírito tem uma influência cada vez menor para impedi-lo de semear as sementes da desobediência. As advertências têm cada vez menos poder sobre ele. Essa pessoa perde gradualmente seu temor de Deus. Ele semeia para a carne, ele colherá corrupção. A colheita da semente que ele próprio tem semeado está amadurecendo. Ele despreza os santos mandamentos de Deus. Seu coração de carne se torna um coração de pedra. A resistência à verdade o confirma na iniquidade. Visto que os homens semearam as sementes do mal, a ilegalidade, o crime e a violência prevaleceram no mundo antediluviano.” (SDA Bible Commentary, v.6; p. 1112).

Leitura Adicional

            “A consciência é a voz de Deus, ouvida por entre o conflito das paixões humanas; quando a ela se resiste, o Espírito de Deus é entristecido.” (Testimonies, vol. 5, pág. 120).

“Os homens têm o poder de extinguir o Espírito de Deus; é-lhes deixada a faculdade de escolher. É-lhes permitida liberdade de ação. Podem ser obedientes mediante o nome e a graça de nosso Redentor, ou desobedientes, e sofrer as consequências”. (Obreiros Evangélicos, pág. 174).

“O pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo não consiste em qualquer palavra ou ato repentino; é a firme, determinada resistência à verdade e evidência”. (SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1.093).

“Não é que Deus mande um decreto para que o homem não se salve. Não lança trevas perante os olhos, de modo a não poderem ser penetradas. Mas o homem resiste a princípio a um movimento do Espírito de Deus e, havendo uma vez resistido, é menos difícil assim fazer pela segunda vez, menos a terceira, e muito menos a quarta. Então vem a colheita a ser ceifada, da semente de incredulidade e resistência. Oh, que frutos de pecaminosas condescendências se está preparando para a foice! ...
Por outro lado, todo raio de luz acariciado produzirá uma colheita de luz. A tentação uma vez resistida, dará poder para resistir mais firmemente a segunda vez; cada vitória obtida sobre o próprio eu, facilitará o caminho para mais altos e nobres triunfos. Toda vitória é uma semente semeada para a vida eterna.
Deus não destrói a ninguém. O pecador destrói-se a si mesmo por sua própria impenitência.” (Testimonies, vol. 5, pág. 120).

“Ninguém precisa considerar o pecado contra o Espírito Santo como coisa misteriosa e indefinível. O pecado contra o Espírito Santo é o pecado de persistente recusa de atender aos convites para arrependimento”. (E Recebereis Poder - Meditações Matinais, 1999, pág. 35).

“Não há ... esperança da vida mais elevada, senão pela submissão da alma a Cristo”. (Caminho a Cristo, pág. 32).
           

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br