A história de Jó se apresenta como uma
das narrativas mais estranhas de toda a Bíblia e uma das mais difíceis de ser
explicada. A aflitiva situação do patriarca parece se chocar com a crença de um
Deus de amor sublime e incondicional. Aparentemente Deus agiu por conveniência
e usou Jó por motivos egoístas, mas, se examinarmos com criterioso cuidado,
perceberemos que poucas histórias na literatura da experiência humana têm
tamanho poder de alargar a mente, cobrar a consciência e alargar a visão como
Jó. O objetivo principal deste artigo é mostrar que Deus não foi o único
afetado pelas acusações de Satanás e que Jó precisou tanto quanto Deus desta
oportunidade de contestação e defesa.
Certa feita, um ateu, tentando provar a
incoerência da fé e da Bíblia, apresentou-me a história de Jó como uma das
narrativas bíblicas mais estranhas e sem sentido. Usando estas citações, me
indagou: Como você me provaria o amor, compaixão e misericórdia de Deus usando
a história de Jó? Como me provaria que este Deus que vocês servem não é
egoísta, oportunista e mau já que fez de Jó um joguete ou objeto em suas mãos?
Se Ele realmente é tudo que vocês dizem, por que foi capaz de conceder
permissão para que Satanás o castigasse tanto por algo que não fez? E que
certeza pode me dar que Ele não continua fazendo o mesmo com outros por ai só
para evidenciar o seu caráter?
Esta indagação não é exclusiva dos que
não acreditam na Bíblia, mas também tem sido a dúvida e questionamento de
muitos cristãos sinceros[1].
Já fui abordado por vários irmãos me solicitando uma resposta mais plausível
sobre a atitude de Deus para com Jó por não conseguirem identificar o amor dEle
nesta narrativa. Como bem ilustrou William Lasor “Desde os primórdios da
literatura, as pessoas se assombram com os caminhos de Deus, especialmente
quando implicam sofrimento humano”.[2]
Será que, com Jó, o Senhor realmente agiu mais como um tirano do que como um Deus de amor? Será que Jó realmente foi um joguete nas mãos do Senhor simplesmente para sair vitorioso do embate com Satanás?
Aparentemente Deus foi um oportunista e usou Jó por motivos egoístas[3], mas se examinarmos com muita atenção, perceberemos que “poucas histórias na literatura da experiência humana têm tamanho poder de alargar a mente, cobrar a consciência e expandir a visão como Jó”.[4] Perceberemos também, de forma especial, que Jó precisou tanto quanto Deus desta oportunidade de contestação e defesa. Observe:
“Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?” (Jó 1:8). Por esta citação, percebemos que, quando Satanás esteve perante o Senhor em uma assembléia universal, Deus fez questão de apresentar a todos os presentes e de maneira especial a Satanás, que na Terra, mesmo com toda a dificuldade, opressão, maldade e fragilidades causadas pelo pecado, havia alguém que vivia sobre o manto da fidelidade a Ele (Deus). Em outras palavras, Jó, por seu amor, devoção, entrega, integridade e temor ao Senhor foi lembrado por Deus e apresentado perante esta assembléia.
Será que, com Jó, o Senhor realmente agiu mais como um tirano do que como um Deus de amor? Será que Jó realmente foi um joguete nas mãos do Senhor simplesmente para sair vitorioso do embate com Satanás?
Aparentemente Deus foi um oportunista e usou Jó por motivos egoístas[3], mas se examinarmos com muita atenção, perceberemos que “poucas histórias na literatura da experiência humana têm tamanho poder de alargar a mente, cobrar a consciência e expandir a visão como Jó”.[4] Perceberemos também, de forma especial, que Jó precisou tanto quanto Deus desta oportunidade de contestação e defesa. Observe:
“Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?” (Jó 1:8). Por esta citação, percebemos que, quando Satanás esteve perante o Senhor em uma assembléia universal, Deus fez questão de apresentar a todos os presentes e de maneira especial a Satanás, que na Terra, mesmo com toda a dificuldade, opressão, maldade e fragilidades causadas pelo pecado, havia alguém que vivia sobre o manto da fidelidade a Ele (Deus). Em outras palavras, Jó, por seu amor, devoção, entrega, integridade e temor ao Senhor foi lembrado por Deus e apresentado perante esta assembléia.
Este servo foi um exemplo tanto para os
mundos não caídos quanto para as criaturas que se rebelaram. Principalmente
para Satanás e seus anjos, o exemplo de Jó deve ter trazido grande vexame, pois
o “patriarca”[5] possuía excessivamente menos do que
eles possuíam no Céu antes do pecado e mesmo assim preferiram se rebelar pela
ingratidão e desejo de maiores coisas e grandezas. Além do mais, a fidelidade
de Jó a Deus era um testemunho contrário à reivindicação de domínio de Satanás.
Talvez a resposta do anjo caído tenha
sido motivada pelo sentimento de humilhação que passou pelo exemplo de Jó.
Embora Deus também tenha sido o alvo do ataque, percebe-se que a acusação de
Satanás se vira mais contra o patriarca do que contra Deus propriamente dito.
Aliás, nas Escrituras, não é de se admirar que ele apareça muitas vezes como
acusador de nossos irmãos (Ap 12:10).
A censura do inimigo contra Jó assim está narrada: “Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura Jó teme a Deus debalde? Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra. Mas estende agora a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de ti na tua face”! (Jó 1:9-11).
O anjo rebelde foi enfático ao afirmar que o servo de Deus somente era íntegro e temente a Ele porque o enchia de dádivas e de proteção. “Satanás não tinha dúvidas da bondade” dele, “o que ele questiona é se Jó” éra “justo por amor à justiça ou por almejar a recompensa advinda da conduta justa”.[6] Embora o patriarca não soubesse[7], devido a esta séria acusação, tanto Deus quanto Jó tiveram suas integridades manchadas perante a assembléia. O fato de o Senhor permitir a prova sobre Jó pode nos revelar que havia a necessidade de resolver este impasse inserido agora na mente de todos ali presentes[8].
A censura do inimigo contra Jó assim está narrada: “Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura Jó teme a Deus debalde? Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra. Mas estende agora a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de ti na tua face”! (Jó 1:9-11).
O anjo rebelde foi enfático ao afirmar que o servo de Deus somente era íntegro e temente a Ele porque o enchia de dádivas e de proteção. “Satanás não tinha dúvidas da bondade” dele, “o que ele questiona é se Jó” éra “justo por amor à justiça ou por almejar a recompensa advinda da conduta justa”.[6] Embora o patriarca não soubesse[7], devido a esta séria acusação, tanto Deus quanto Jó tiveram suas integridades manchadas perante a assembléia. O fato de o Senhor permitir a prova sobre Jó pode nos revelar que havia a necessidade de resolver este impasse inserido agora na mente de todos ali presentes[8].
É deste ponto em diante que nasce o
incômodo e a dificuldade de se entender a reação e o caráter de Deus. Na
verdade, o grande problema se concentra no fato de focalizarmos nossas atenções
apenas na disputa entre Deus e Satanás em detrimento do bem estar de Jó. No
entanto, analisando com mais cuidado a dimensão do conflito, poderemos perceber
algo que possivelmente solucionará muitas de nossas dúvidas quanto à natureza
do sofrimento neste livro.
Entendendo a reação de Deus
Então, porque o Onipotente agiu desta forma permitindo o sofrimento de seu servo? Qual a real finalidade desta angústia?
Entendendo a reação de Deus
Então, porque o Onipotente agiu desta forma permitindo o sofrimento de seu servo? Qual a real finalidade desta angústia?
Observe que, como lembrado
anteriormente, não foi somente o caráter de Deus que fora questionado. O
caráter de Jó e sua integridade foram maculados tanto quanto o de Deus. Quando
o Senhor permitiu que Satanás o provasse retirando sua proteção e bens, estava
na verdade, concedendo a Jó uma oportunidade de se defender e de provar que seu
amor e fidelidade ao Senhor não eram fingidos e nem motivados pelo interesse.
Portanto, além de Deus, ele também precisava provar que as acusações de Satanás
eram falsas. Note que, o patriarca não foi acusado apenas diante de poucas
pessoas, mas diante de uma assembléia universal de seres identificados como
filhos de Deus e de anjos (Jó 38:7)[9].
Imagine que você tenha recebido uma convocação para uma assembléia especial na escola de seu filho. Ali, vários pais se pronunciam em favor deles. Você, como os demais, se levanta e diz: “Meu filho, é um exemplo, pois além de ser obediente a mim, aqui na escola sempre tira boas notas sendo caprichoso e íntegro com as exigências estudantis”. Suas palavras ressaltaram muito bem o caráter do filho como sendo obediente em casa e integro nos estudos. Entretanto, de repente, alguém muito invejoso se levanta das trevas perante todos os pais para dizer: “Amigos, gostaria de dizer-vos que o filho deste senhor que acabou de falar, somente é obediente e estudioso porque o pai dele sempre o enche de presentes e cuidados especiais. Por esta razão, para não perder estas dádivas que lhe são oferecidas, ele se submete ao pai e aos compromissos estudantis. Portanto esse garoto não passa de um oportunista e interesseiro. Faça um teste e retire dele as dádivas, bênçãos e cuidados especiais para ver se ele continua agindo assim!”.
E agora, como resolver este impasse? Como provar que as acusações deste individuo são incoerentes? Como revelar que o garoto tem sido obediente ao pai e íntegro nos estudos independente dos presentes e cuidados? Como você já deve ter percebido, só existe um modo de resolver este impasse e evidenciar que os elogios do pai não foram infundados e que o filho jamais fora um interesseiro. Este modo seria, pelo menos por um tempo, não conceder benefícios ao filho. Assim o garoto também teria a oportunidade de provar que nunca foi fingido e interesseiro e que sua fidelidade e integridade sempre foram por amor ao pai. Atente que, embora esta ilustração não seja perfeita para esclarecer a essência do drama vivido por Jó, ela pode nos ajudar a compreender melhor o significado das afrontas de Satanás contra Deus e seu servo.
Assemelhadamente foi o que aconteceu no Céu. Deus precisava provar que seus elogios a Jó não eram infundados, mas também o seu servo precisava provar que sempre ficou ao lado de Deus não pelos benefícios recebidos, mas por genuíno e profundo amor. Ele precisava tanto quanto Deus desta oportunidade de se defender perante o universo. Isto nos leva a pensar que o Senhor, ao contrário do que muitos pensam, não foi egoísta, pois não pensou somente em Si, mas também em Jó. A oportunidade ou o sofrimento dele serviu para demonstrar que seu caráter era idôneo e que as palavras do inimigo não podiam ser sustentadas. Ellen White foi enfática ao dizer que “Jó foi destituído de suas posses terrestres e ferido no corpo de tal maneira que o desprezaram os próprios parentes e amigos; contudo manteve sua integridade”[10] Também afirma que “Por sua paciente persistência reivindicou seu caráter, e bem assim o dAquele de quem ele era representante”.[11] Ao final, quando restaurado por Deus, Jó demonstrou compreender parcialmente o propósito de sua angústia e sua resposta justifica sua aceitação, reconhecimento do poder e sabedoria divino (42:1-6)[12].
Conclusão
Se lermos esta história, sobre esta perspectiva, possivelmente nos encantaremos mais ainda com Deus, pois seremos conduzidos a refletir com mais profundidade no amor e sabedoria do Senhor. É difícil não ficar pasmo quando vemos um ser humano falho como Jó ser lembrado e defendido numa assembléia universal. Isto significa que, se for preciso, Deus será capaz de citar nosso nome e de nos defender diante do universo! Isto não é impressionante? Ellen White também pondera que “A história de Jó mostrara que o sofrimento é infligido por Satanás, mas Deus predomina sobre ele para fins misericordiosos”[13]. A misericórdia de Deus é revelada quando Ele mesmo nos defende e mantém os seus soldados celestiais a nossa volta, pois “exposto ao poder enganador e vigilante malignidade do príncipe das trevas, e em conflito com todas as forças do mal, é assegurada a incessante guarda dos seres celestiais”[14].
Imagine que você tenha recebido uma convocação para uma assembléia especial na escola de seu filho. Ali, vários pais se pronunciam em favor deles. Você, como os demais, se levanta e diz: “Meu filho, é um exemplo, pois além de ser obediente a mim, aqui na escola sempre tira boas notas sendo caprichoso e íntegro com as exigências estudantis”. Suas palavras ressaltaram muito bem o caráter do filho como sendo obediente em casa e integro nos estudos. Entretanto, de repente, alguém muito invejoso se levanta das trevas perante todos os pais para dizer: “Amigos, gostaria de dizer-vos que o filho deste senhor que acabou de falar, somente é obediente e estudioso porque o pai dele sempre o enche de presentes e cuidados especiais. Por esta razão, para não perder estas dádivas que lhe são oferecidas, ele se submete ao pai e aos compromissos estudantis. Portanto esse garoto não passa de um oportunista e interesseiro. Faça um teste e retire dele as dádivas, bênçãos e cuidados especiais para ver se ele continua agindo assim!”.
E agora, como resolver este impasse? Como provar que as acusações deste individuo são incoerentes? Como revelar que o garoto tem sido obediente ao pai e íntegro nos estudos independente dos presentes e cuidados? Como você já deve ter percebido, só existe um modo de resolver este impasse e evidenciar que os elogios do pai não foram infundados e que o filho jamais fora um interesseiro. Este modo seria, pelo menos por um tempo, não conceder benefícios ao filho. Assim o garoto também teria a oportunidade de provar que nunca foi fingido e interesseiro e que sua fidelidade e integridade sempre foram por amor ao pai. Atente que, embora esta ilustração não seja perfeita para esclarecer a essência do drama vivido por Jó, ela pode nos ajudar a compreender melhor o significado das afrontas de Satanás contra Deus e seu servo.
Assemelhadamente foi o que aconteceu no Céu. Deus precisava provar que seus elogios a Jó não eram infundados, mas também o seu servo precisava provar que sempre ficou ao lado de Deus não pelos benefícios recebidos, mas por genuíno e profundo amor. Ele precisava tanto quanto Deus desta oportunidade de se defender perante o universo. Isto nos leva a pensar que o Senhor, ao contrário do que muitos pensam, não foi egoísta, pois não pensou somente em Si, mas também em Jó. A oportunidade ou o sofrimento dele serviu para demonstrar que seu caráter era idôneo e que as palavras do inimigo não podiam ser sustentadas. Ellen White foi enfática ao dizer que “Jó foi destituído de suas posses terrestres e ferido no corpo de tal maneira que o desprezaram os próprios parentes e amigos; contudo manteve sua integridade”[10] Também afirma que “Por sua paciente persistência reivindicou seu caráter, e bem assim o dAquele de quem ele era representante”.[11] Ao final, quando restaurado por Deus, Jó demonstrou compreender parcialmente o propósito de sua angústia e sua resposta justifica sua aceitação, reconhecimento do poder e sabedoria divino (42:1-6)[12].
Conclusão
Se lermos esta história, sobre esta perspectiva, possivelmente nos encantaremos mais ainda com Deus, pois seremos conduzidos a refletir com mais profundidade no amor e sabedoria do Senhor. É difícil não ficar pasmo quando vemos um ser humano falho como Jó ser lembrado e defendido numa assembléia universal. Isto significa que, se for preciso, Deus será capaz de citar nosso nome e de nos defender diante do universo! Isto não é impressionante? Ellen White também pondera que “A história de Jó mostrara que o sofrimento é infligido por Satanás, mas Deus predomina sobre ele para fins misericordiosos”[13]. A misericórdia de Deus é revelada quando Ele mesmo nos defende e mantém os seus soldados celestiais a nossa volta, pois “exposto ao poder enganador e vigilante malignidade do príncipe das trevas, e em conflito com todas as forças do mal, é assegurada a incessante guarda dos seres celestiais”[14].
Sua misericórdia também pode ser vista
quando permite as provas que nos advêm, para que nós tenhamos nossa própria
oportunidade de mostrar que nosso amor, fé e temor a Deus são puros e
verdadeiros. Na verdade, nós somos os mais beneficiados com a provação. Ellen
White confirma que “as mais difíceis experiências na vida do cristão talvez
sejam as mais abençoadas”, e esclarece ainda que “as providências especiais das
horas sombrias podem animar a alma nos futuros ataques de Satanás, e aparelhar
o servo de Deus para resistir às ardentes provas”[15].
Segundo a ponderação de Lasor,Tiago 5:11, apresenta Jó como exemplo dos que
aprendem a felicidade na escola do sofrimento.[16]
Alguns comentaristas bíblicos
reconhecem que, nem sempre o sofrimento está vinculado ao fracasso e pode
ser útil para o crescimento e amadurecimento.[17] A experiência de Jó é específica e
exige uma resposta peculiar. No entanto, embora existam muitos mistérios
inexplicáveis na vida, a história deste livro nos ensina a exercer fé de tal
maneira em Deus a ponto de nos ajudar a permanecer confiantes diante de
situações inexplicáveis, sem sentido ou aparentemente injustas.
Neste caso, os cristãos precisam entender que, assim como fez com o patriarca, Deus irá nos defender a qualquer custo, mas, algumas vezes, nós mesmos precisaremos nos defender através de algumas provas que nos advêm. Necessitamos hoje buscar as virtudes que fizeram de Jó um homem temente a Deus e íntegro. Como ele, por amor ao Senhor e por tudo o que Ele foi e é capaz de fazer por nós, precisamos aprender a confiar plenamente Nele. “O patriarca Jó, na noite de sua aflição, exclamou com inabalável confiança: "Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra. ... Ainda em minha carne verei a Deus. Vê-Lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, O verão." (Jó 19:25-27)[18].
Neste caso, os cristãos precisam entender que, assim como fez com o patriarca, Deus irá nos defender a qualquer custo, mas, algumas vezes, nós mesmos precisaremos nos defender através de algumas provas que nos advêm. Necessitamos hoje buscar as virtudes que fizeram de Jó um homem temente a Deus e íntegro. Como ele, por amor ao Senhor e por tudo o que Ele foi e é capaz de fazer por nós, precisamos aprender a confiar plenamente Nele. “O patriarca Jó, na noite de sua aflição, exclamou com inabalável confiança: "Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra. ... Ainda em minha carne verei a Deus. Vê-Lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, O verão." (Jó 19:25-27)[18].
O servo do Senhor, em toda essa prova e
com inabalável confiança, pôde contemplar a “misericórdia e poder salvador de
Deus. Triunfantemente declarou: ‘Ainda que Ele me mate, nEle esperarei’ (Jó
13:15)[19].
Não será diferente com todo àquele que permanecer em Cristo destemidamente.
Jó, após ter perdido tudo, precisou confiar incondicionalmente em Deus vivendo unicamente pela fé aguardando com esperança o dia da bonança. Lembremo-nos que, um dia à semelhança deste patriarca, perderemos tudo e teremos que viver também unicamente pela fé aguardando o grande dia do galardão que a nós está conferido (Hb 10:38; Is 33:16; Ap 13:16-18; Dn 12:1; Mt 24:29-31)[20]. Um dia, ao lado de Jó, gozaremos juventude e glórias eternas. Ali, perceberemos que todo sofrimento foi pequeno diante de tão grandiosa salvação. A despeito do cântico dos remidos, Ellen White lembra que “nada se diz do que fizeram ou sofreram; antes, o motivo de cada cântico, a nota fundamental de toda antífona, é – Salvação ao nosso Deus, e ao Cordeiro”[21].
Jó, após ter perdido tudo, precisou confiar incondicionalmente em Deus vivendo unicamente pela fé aguardando com esperança o dia da bonança. Lembremo-nos que, um dia à semelhança deste patriarca, perderemos tudo e teremos que viver também unicamente pela fé aguardando o grande dia do galardão que a nós está conferido (Hb 10:38; Is 33:16; Ap 13:16-18; Dn 12:1; Mt 24:29-31)[20]. Um dia, ao lado de Jó, gozaremos juventude e glórias eternas. Ali, perceberemos que todo sofrimento foi pequeno diante de tão grandiosa salvação. A despeito do cântico dos remidos, Ellen White lembra que “nada se diz do que fizeram ou sofreram; antes, o motivo de cada cântico, a nota fundamental de toda antífona, é – Salvação ao nosso Deus, e ao Cordeiro”[21].
Por Gilberto G. Theiss
- Graduado em Filosofia e Teologia, Mestrando em Teologia, Pós-Graduado em Ensino de Filosofia, Ciência da
Religião, História e Antropologia. Atualmente é pastor no
Estado do Ceará .
REFERÊNCIAS
[1] A dificuldade para entender o sofrimento no livro de Jó é
reconhecida mesmo entre os renomados comentaristas bíblicos. Ver Exemplos em :
Bruce, F. F. Comentário
Bíblico NVI, p. 711; Novo
Comentário Bíblico São Jerônimo, p. 921-925, Dockery, David, S. Manual Bíblico Vida Nova, p.
353, e Carson, D. A. Comentário
Bíblico Vida Nova, p. 696-698.
[3] Alguns autores compartilham a ideia de que Deus usou Jó
para reivindicar seu caráter. Ver: Comentário
Bíblico Vida Nova, p. 711. Este fato não reivindica o caráter de Deus,
apenas lhe traz mais comprometimento. Deus reivindica seu caráter, no entanto
não o faz sem permitir que Jó também faça sua própria reivindicação.
[5] White, Ellen G. “Patriarca” – Expressão usada por Ellen White em
várias citações. Ex: O
Grande Conflito, p. 299.
[9] Ver: Seventh
Day Adventist Bible Commentary, v.3, p. 500; Desejado de Todas as Nações, p.
758-761; Testemunhos Para a
Igreja, v. 6, p. 456.
[12] Segundo o Manual Bíblico Unger , neste caso específico, “a
resposta de Jó resolve o problema do sofrimento” (42:1-6). Ver: Unger,
Merril Frederick. Manual
Bíblico Unger, p. 220. No entanto, outros comentaristas apresentam que o
livro não é capaz de conceder uma resposta satisfatória para o sofrimento de
Jó. Ver: Carson, D. A. Comentário
Bíblico Vida Nova, P. 696.
[20] Idem. Ver: O
Grande Conflito, Cap. “Aproxima-se o Tempo de Angústia”, p. 613-634; Cap.
“O livramento dos Justos”, p. 635-652; Cap. “O final e Glorioso Triunfo”, p.
662- 678.