Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 01 – 1º Trimestre 2011 (26 de março a 02 de abril)



Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 01 – 1º Trimestre 2011 (26 de março a 02 de abril)

Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 26 DE MARÇO
No tear do Céu
(Rm 4:7)

            “Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!” (Rm 4:7).

            Após o retorno de Cristo em glória e majestade, ao estarmos no céu desfrutando de juventude eterna e de todos os benefícios providos pela redenção, não teremos outra coisa maior para vislumbrar do que a profunda impressão do quanto significou a cruz do calvário para nossas vidas. Para o resto da eternidade louvaremos, adoraremos, amaremos e glorificaremos a Cristo. Nada trará maior beleza aos nossos olhos e maior encanto ao coração do que o verdadeiro motivo que nos possibilitou estarmos ali. Por decisão própria, não gizaremos do direito de permanecer com a coroa da vitória em nossas cabeças. Imediatamente as lançaremos aos pés de Jesus por sentirmos imerecedores do prêmio. Aliás, não haverá nada que nos venha convencer de que tenhamos algum mérito por estarmos no céu, como de fato não há. A única razão clara e racional de nossa vitória contra a morte eterna se encontra  unicamente em  Cristo.
            Durante este trimestre aprenderemos um pouco mais do papel da graça e da certeza da vitória em Cristo. Perceberemos que, embora estejamos perdidos para sempre, a cruz do calvário através do sangue de Jesus, nos garantirá a vitória contra as fortíssimas algemas do pecado. A salvação é possível, mas, somente a podemos encontrar no ato de Cristo por nós. Sua justiça é tudo para nós.

Leitura Adicional

            “Aquele que deseja tornar-se filho de Deus tem de receber a verdade de que o arrependimento e o perdão devem ser obtidos por meio de nada menos que a expiação de Cristo. Certo disto, o pecador tem de fazer um esforço em harmonia com a obra feita em seu favor, e com súplicas incansáveis recorrer ao trono da graça, para que o poder renovador de Deus possa vir a sua alma. Cristo não perdoa a ninguém senão ao penitente, mas àquele a quem Ele perdoa, primeiro faz penitente. A providência tomada é completa, e a eterna justiça de Cristo é colocada ao crédito de toda alma crente. As vestes, preciosas e sem mácula, tecidas nos teares do Céu, foram providas para o pecador arrependido e crente, e ele poderá dizer: "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o manto de justiça, como o noivo que se adorna com atavios, e como noiva que se enfeita com as suas jóias." (Isa. 61:10 – Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 393-394).
           
           
DOMINGO, 27 DE MARÇO
Olhando-se no espelho
(Is 64; Rm 3)

            Certa feita alguém se indignou devido uma ilustração usada por um pregador. Ele não concordou com as ilustrações que fazem de nós totalmente indignos e cheios de imundícies diante de Deus. A verdade é que, embora sejamos bons e cheios de virtudes e de boas vontades, nossas emoções, desejos, aspirações e até nossa sinceridade estão permeadas de egoísmos, rancor, orgulho, vaidade e desejos motivados muitas das vezes por sentimentos de grandeza e de falsa humildade.
            Por menor que seja, todos nós temos algum motivo que nos torna indignos diante de Deus. Se você não concorda com este ponto de vista, reflita nesta pergunta: “A que ponto você se assemelha ao caráter de Jesus? Resposta: (a) Totalmente, (b) Quase totalmente; (c) Bastante; (d) pouco (e) quase pouco; (f) quase nada.
            Quando Deus nos revelou em Isaias que nossa justiça é como trapo de imundície o que você acha que Ele tinha em mente?
            Trapo de imundície poderia ser um pano de chão usado muitas vezes; ou então um pano que fora usado muitas vezes para limpar vômitos de pessoas; ou, como sugeriu o autor, um pano sujo com sangue sujo. No entanto, o sentido bíblico vai um pouco mais além de um mero pano de chão em estado precário devido aos tantos anos de uso. Nosso sangue, ou nossa justiça é como o pior trapo de imundície que possa existir. Observe que é Deus concedendo tal revelação. O objetivo do Senhor não é nos depreciar, mas mostrar que não adianta agarrarmos a nossa própria maneira de salvação. Nossas obras, nossa obediência, nossas virtudes e purezas, por melhores que sejam, não serão elas que nos darão o direito à Cidade Santa. Nossa condição diante da justiça divina não pode ser melhorada nem se atingíssemos a perfeição que aprovamos como padrão. Até nossa visão de perfeição é estritamente equivocada e não é capaz de suprir as exigências da lei divina. Nosso sangue está contaminado e todo o nosso ser se encontra em plena maculação. Deus pretende, com esta declaração fascinante, nos impressionar com este fato e nos fazer cair aos pés da cruz sem nenhuma resistência. Somente a graça, pelos méritos de Jesus, é capaz de nos colocar diante de Deus e receber Dele aprovação e salvação. Sem a graça, ninguém poderá fazer absolutamente nada por nós. Muito menos as nossas obras. Isto não significa que podemos viver de qualquer jeito ignorando a vontade de Deus. A justiça que a lei divina requer, ser humano nenhum é capaz de produzi-la. É ai que entra a graça para limpar a sujeira que nós não somos capazes de limpar.

Leitura Adicional

            “Tornem os pastores as ações de cada dia assunto de cuidadosa reflexão e deliberado exame, com o fim de conhecerem melhor os próprios hábitos de vida. Mediante profundo exame de cada circunstância da vida diária, haveriam de conhecer melhor os próprios motivos e os princípios que os regem. Essa revisão diária de nossos atos, a ver onde a consciência aprova ou condena, é necessária a todos quantos desejam atingir a perfeição no caráter cristão. Muitos atos que passam por boas obras, mesmo atos de generosidade, quando intimamente examinados, verificar-se-á haverem sido suscitados por motivos errôneos.
Muitos recebem aplausos por virtudes que não possuem. O Perscrutador dos corações pesa os motivos, e muitas vezes ações altamente louvadas por homens são por Ele registradas como partindo de egoísmo e baixa hipocrisia. Cada ato de nossa vida, seja excelente e digno de louvor ou merecedor de censura, é julgado pelo Perscrutador dos corações segundo os motivos que o determinaram.
Muitos negligenciam contemplar-se no espelho que revela os defeitos do caráter; por isso existem deformidade e pecados, e são aparentes aos outros, se não compreendidos pelos que se acham em falta. O aborrecível pecado do egoísmo existe em alto grau, mesmo em alguns que professam ser devotados à causa de Deus. Se eles comparassem seu caráter com os requisitos dEle, especialmente com a grande norma, a santa lei de Deus, verificariam, sendo estudantes sinceros e honestos, que estão terrivelmente em falta. Mas muitos não estão dispostos a olhar interiormente para perceberem a depravação do próprio coração. Acham-se em falta em muitos, muitos aspectos, e todavia permanecem em voluntária ignorância de sua culpa.
            Aquele que compreende bem o próprio caráter, que conhece de perto o pecado que mais facilmente o assalta, e as tentações mais capazes de o vencer, não se deve expor desnecessariamente, e convidar a tentação, colocando-se em terreno inimigo. Se o dever o chama a um lugar onde as circunstâncias não são muito favoráveis, ele terá especial auxílio de Deus, e assim poderá ir plenamente protegido para um combate com o inimigo. O conhecer-se a si mesmo salvará a muitos de cair em graves tentações, e evitará muitas inglórias derrotas. Para nos conhecermos bem a nós mesmos, é essencial analisarmos fielmente os motivos e princípios de nossa conduta, comparando nossas ações com a norma de dever revelada na Palavra de Deus” (Obreiros Evangélicos, p. 275-276).
           
SEGUNDA, 28 DE MARÇO
Justiça imputada
 (Rm 4:1-7)
           
            Estamos diante de um tribunal, onde o réu é acusado por vários crimes dos mais bárbaros e negros que se possa imaginar. Os crimes foram tão hediondos que o juiz resolve dar a sentença de morte na câmara de gás ou tortura na cadeira elétrica. No entanto, o juiz olha para a plateia presente e diz que existe uma maneira deste criminoso sair ileso da condenação. O juiz se levanta e diz para a plateia presente: “Alguém aqui estaria disposto em libertar este condenado de tal condenação colocando-se no lugar dele?” Dentre os presentes, ninguém se levantou para substituí-lo.
            Observe que, nós somos o criminoso da narrativa e Deus é o juiz. Nesta história fictícia ninguém dentre os presentes se levantou para substituir o réu libertando-o da condenação. No entanto, na história da vida real, Jesus se levantou para nos substituir livrando-nos da morte eterna. Quando somos perdoados por Deus, nossa culpa é creditada em Cristo, pois Ele morreu a morte eterna que nos era merecida. Isto é, no mais alto grau da palavra, substituição ou justiça imputada.
            Infelizmente, ainda existem pessoas por ai ensinando que chegaremos ao céu por algum mérito pessoal. É bem verdade que a verdadeira fé e salvação são evidenciadas com obras, mas é bem mentira que serão essas obras que nos darão por direito a redenção. Aquela cruz, independente de eu ser bom ou não, perfeito ou não, santo ou não, era para ser minha e sua. Eu posso ter recebido a melhor educação e vivido toda minha vida sem praticar nenhum pecado, mas, ainda seria culpado e com o destino selado para a morte eterna. O que me garante o passaporte para a eternidade é unicamente e exclusivamente a justiça de Cristo por nós e mais nada. Romanos 5:19 é claro ao afirmar que “assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos”. É pela obediência de apenas um homem (Cristo) é que seremos considerados justos. Ellen White é clara ao afirmar que “A lei requer justiça – vida justa, caráter perfeito; e isso o homem não tem para dar. Não pode satisfazer as reinvindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à Terra como homem, viveu vida santa e desenvolveu caráter perfeito. Esses oferece Ele como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus. ...a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 762). Também considera que “É a justiça de Cristo que torna o pecador penitente aceitável a Deus e opera sua justificação” (Fé e Obras, p. 106). Porém, observe que, por enquanto estamos falando apenas de justiça imputada e não comunicada. Faço questão de fazer esta observação para que ninguém caia no erro de misturar as verdades sobre salvação e santificação e para que não incorram no erro de pensar que a igreja e muito menos eu, neste comentário, estejamos ensinando uma religião liberal sem responsabilidades cristãs. Cada tema em seu devido contesto.

Leitura Adicional

            “É a justiça de Cristo que torna o pecador penitente aceitável a Deus e opera sua justificação. Por mais pecaminosa que tenha sido sua vida, se ele crê em Jesus como seu Salvador pessoal, permanece diante de Deus nas imaculadas vestes da justiça imputada de Cristo. O pecador tão recentemente morto em delitos e pecados é vivificado pela fé em Cristo. Ele vê pela fé que Jesus é seu Salvador e está vivo para todo o sempre, podendo "salvar perfeitamente [todos] os que por Ele se chegam a Deus". Heb. 7:25. Na expiação realizada para ele, o crente vê tal largura, comprimento, altura e profundidade de eficiência - ele vê tal inteireza de salvação, adquirida a um preço tão infinito, que sua alma se enche de louvor e gratidão. Contempla, como por espelho, a glória do Senhor e é transformado na Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor. Vê o manto da justiça de Cristo, tecido no tear do Céu, talhado por sua obediência e imputado à pessoa arrependida pela fé em seu nome. Quando o pecador tem uma visão dos incomparáveis encantos de Jesus, o pecado deixa de ser atraente para ele; pois contempla Aquele que é o mais distinguido entre dez mil e totalmente desejável. Compreende por experiência pessoal o poder do evangelho, cuja vastidão de desígnio só é igualada por sua preciosidade de propósito” (Fé e Obras, p. 106, 107).

            “A luz tem brilhado sobre a justificação pela fé e pela justiça imputada de Cristo. Em seus ensinos, os que recebem e agem conforme a luz recebida darão provas de que a mensagem do Cristo crucificado, o Salvador ressuscitado que subiu aos Céus para ser nosso advogado, é a sabedoria e o poder de Deus na conversão dos perdidos, trazendo-os de volta à lealdade a Cristo. Esses são nossos temas: Cristo crucificado por nossos pecados, Cristo ressuscitado dentre os mortos, Cristo nosso intercessor diante de Deus e, intimamente ligado a esses está o ofício do Espírito Santo, o representante de Cristo, enviado com poder divino e dons para conceder aos homens” (1888 Material, p. 1455).

            “"Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça." Rom. 4:3-5. justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas é ele incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé pode ele apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a pessoa arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e ama-a tal qual ama Seu Filho. Assim é que a fé é imputada como justiça; e a pessoa perdoada avança de graça em graça, de uma luz para luz maior. Pode dizer, alegremente: "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela Sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna." (Tito 3:5-7 – Fé e Obras, p. 101).

TERÇA, 29 DE MARÇO
Sem a Lei
(Rm 3:21-31)

            O objetivo da lição de hoje não é minimizar a importância da lei, mas mostrar o que ela não pode e nem deve fazer por nós. Nem deve, porque a lei de Deus, que representa Seu sublime caráter, não foi criada com propósito de enaltecer os homens e muito menos trazer algum tipo de glória por ser obediente à lei, ela foi dada apenas para mostrar que estamos errando o alvo, trilhando por caminhos contrários aos estabelecidos por Deus, apresentar que nossa vida anda suja e cheia de pecado. O papel da lei é servir-nos de espelho para fazer-nos enxergar todas as manchas existentes em nosso rosto.  Em sentido mais adequado, a lei, em nosso contesto serve para mostrar que estamos perdidos e que precisamos de um salvador. Neste ínterim, ela passa a ter a função de nos conduzir a Cristo, o único capaz de conceder-nos libertação, cura e redenção. Através de Jesus e mediante Sua graça, somos transformados à semelhança do Filho de Deus. A graça realiza uma obra mais que completa, pois além de salvar, ela exerce o poder de santificar a vida do cristão. Ellen White esclarece que a graça é capaz de nos conduzir a cumprir os deveres da vida cristã (Santificação, p. 81 e 87). No entanto, embora a lei nos conduza à Cristo por revelar nossa necessidade Dele, embora a graça exerça o papel de salvar e de transformar, é crucial entender que, jamais chegaremos no céu por causa das obras. Elas são importantes, mas, seu grau de importância não alcança os verdadeiros méritos em que somos aceitos: os de Jesus Cristo. Por esta razão é que Ele se tornou nosso substituto. Não seria chamado de substituição ou propiciação caso a lei pudesse nos redimir. Para que o leitor entenda, a lei é importante e deve ser guardada. Sua obediência é fruto da graça ou da salvação, mas não será por ela que estaremos no céu. O motivo central e único de um dia podermos desfrutar  juventude eterna será porque Cristo ofereceu Sua justiça no lugar da nossa.

Leitura Adicional

            “Por intermédio de Cristo, foram providas ao ser humano tanto a restauração como a reconciliação. O Abismo provocado pelo pecado foi coberto pela cruz do Calvário. Jesus pagou um resgate pleno e completo, em virtude do qual o pecador é perdoado, e a justiça da lei, preservada. Todos os que creem que Cristo é o sacrifício expiatório podem receber perdão dos pecados, pois, pelos méritos de Cristo, foi aberta a comunicação entre Deus e o ser humano. Deus pode me aceitar como Seu filho, e posso centrar nossas esperanças de obter o Céu, porque Ele é nosso substituto e penhor. Transgredimos a lei de Deus e, pelas obras da lei, ninguém será justificado. Os melhores esforços que o homem, por sua própria força, pode fazer, não têm valor nenhum para atender à santa e justa lei que ele transgrediu; mas, pela fé em Cristo, ele pode reivindicar  a todo-suficiente justiça do Filho de Deus. Em Sua natureza humana, Cristo satisfez as exigências da lei. Carregou a maldição da lei em lugar do pecador, fez expiação por ele, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. A fé genuína se apropria da justiça de Cristo, e o pecador é feito vencedor com Cristo, pois se torna participante da natureza divina e, portanto, Divindade e humanidade são combinadas (Review and Herald, 1º de julho de 1890).

            “Quem procura alcançar o Céu por sua próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. Ninguém pode se salvar sem obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar nele o querer e o efetuar, segundo Sua boa vontade. Se alguém pudesse se salvar por suas obras, teria algo em si mesmo, pelo qual se alegrar. O esforço que o homem faz pelas próprias forças para obter a salvação é representado pela oferta de Caim. Tudo que o homem pode fazer sem Cristo é poluído pelo egoísmo e pecado; mas aquilo que é operado pela fé é aceitável a Deus. Quando procuramos alcançar o Céu pelos méritos de Cristo. Há progresso espiritual. Olhando para Jesus, autor e consumador de nossa fé, podemos prosseguir de força em força, de vitória em vitória; pois por meio de Cristo a graça de Deus operou nossa salvação completa (Fé e Obras, p. 93, 94).

QUARTA, 30 DE MARÇO
A roupa faz o homem
(Rm 6:1-13)

            Há uma frase muito comum em alguns lugares que diz assim: “Para conhecer uma pessoa, basta observar o que ela veste”. Quando estamos em um fórum, percebemos que todos ali se vestem como pessoas bem refinadas. O nível da roupa reflete bem o respeito e a dimensão do valor daquele ambiente. Em hospitais, quando vemos pessoas vestidas de branco, logo imaginamos ser enfermeiros ou médicos. Entre outros significados e relevâncias, este traje trás a devida identificação. Nas prisões nos EUA, os presos geralmente se vestem de roupas listradas. Este tipo de veste representa bem o ambiente e os motivos de estarem ali. Enfim, a roupa que vestimos parece, em alguns casos, refletir bem nossos próprios valores e estilo de vida.
            Da mesma forma, quando vestimos as vestes da justiça de Cristo, somos salvos e considerados justos diante de Deus. As vestes de Jesus cancela nossa culpa e nos torna puros diante do Céu. É através desta veste (de Cristo) que Deus nos aceita e nos recebe como se nunca tivéssemos pecado. No entanto, preciso abrir um parêntese para dizer que, se ficássemos apenas nisto, não seríamos muito diferentes de muitas corporações religiosas existentes por ai. As vestes de Jesus, além de nos considerar justos, elas também, gradativamente, nos habilita para viver em condições de representar muito bem estas vestes. O poder de Deus mediante a graça busca transformarmos à semelhança de Jesus. Seu caráter, através do poder da graça, começa a ser reproduzido em nossa vida. Crescendo na graça, somos modelados para viver em um ambiente santo e puro. É um paradoxo eu dizer que fui salvo por Cristo, mas, continuar seguindo o caminho do pecado. Não tem sentido eu me casar com uma jovem, no entanto, continuar vivendo uma vida devassa como se fosse um solteiro irresponsável.
            A salvação, definitivamente é pela graça, mas a graça não nos concede licença para continuar vivendo de maneira irresponsável. Pelo contrário, ela habilita o verdadeiro crente a cumprir os deveres da vida cristã e a testemunhar do que a palavra de Deus é capaz de fazer na vida de uma pessoa. Ser semelhante a Jesus deve ser o que mais desejamos na vida.

Leitura Adicional

            “O Senhor Jesus age por meio do Espírito Santo; pois Este é Seu representante. Por meio dEle, infunde na alma vida espiritual, vivificando as energias para o bem, purificando-a da corrupção moral e habilitando-a para Seu reino. Jesus tem grandes bênçãos a conceder, ricos dons a distribuir entre os homens. É o maravilhoso Conselheiro, infinito em sabedoria e força; e, se reconhecermos o poder de Seu Espírito e nos sujeitarmos a ser por Ele moldados, estaremos perfeitos nele. Que pensamento é este! Em Cristo "habita corporalmente toda a plenitude da divindade; e estais perfeitos nEle". Col. 2:9 e 10. Nunca o coração humano conhecerá a felicidade até que se submeta a ser moldado pelo Espírito de Deus. O Espírito conforma a alma renovada com o Modelo, Jesus Cristo. Mediante a influência do Espírito, a inimizade contra Deus transforma-se em fé e amor, o orgulho em humildade. A alma percebe a beleza da verdade, e Cristo é honrado em excelência e perfeição de caráter. Ao efetuarem-se essas mudanças, os anjos rompem num hino arrebatador, e Deus e Cristo Se regozijam nas almas moldadas à semelhança divina” (Mensagens aos Jovens, págs. 17, 55 e 56).

            “Chegou o tempo em que devemos saber por nós mesmos por que cremos da maneira como o fazemos. Devemos defender a Deus e a verdade, contra uma geração descuidada e incrédula. ... Precisamos ser revestidos da justiça de Cristo se queremos resistir à impiedade predominante. Devemos revelar a nossa fé por nossas obras. Lancemos para nós mesmos um sólido fundamento para o futuro, a fim de que possamos apoderar-nos da vida eterna. Devemos labutar, não em nossa própria força, mas na força de nosso Senhor ressuscitado” (Testimonies, vol. 4, págs. 594-597).

            “Quando estivermos revestidos da justiça de Cristo, não teremos nenhum prazer no pecado; pois Ele estará trabalhando conosco. Poderemos cometer erros, mas havemos de aborrecer o pecado que causou os sofrimentos do Filho de Deus” (Mensagens aos Jovens, pág. 338).

“Se alguém que diariamente comunga com Deus se desvia do caminho, se por um momento deixa de olhar firmemente para Jesus, não é porque peque deliberadamente; pois quando percebe seu erro, dá meia-volta e fixa os olhos em Jesus; e o fato de haver errado não o torna menos querido ao coração de Deus. Sabe que tem comunhão com o Salvador; e quando é repreendido por seu erro em alguma questão de julgamento, não anda mal-humorado, nem se queixa de Deus, mas transforma seu erro em uma vitória” (E Recebereis Poder [Meditações Matinais, 1999], pág. 134).

QUINTA E SEXTA, 31 DE MARÇO E 01 DE ABRIL
Graça barata e legalismo
(Fl 3:3-16)

                        Alguns ficam muito preocupados quando o tema da graça é abordado. O medo advém pelo receio de surgir uma interpretação bastante liberal da vida cristã. Eu sou uma dessas pessoas. No entanto, temos que reconhecer que, há sérias distorções pendentes tanto para o lado perfeccionista quanto para o lado liberalista. A Bíblia é clara ao nos ensinar que a salvação é 100% pelo que Cristo fez por nós e 0% pelo que podemos fazer por nós para a salvação. No entanto, o fato de a redenção ser totalmente e exclusivamente pela graça, isto não significa que temos liberdade para vivermos de maneira irresponsável. Por outro lado, a Bíblia ensina que o desejo de Deus é que sejamos fiéis a Ele. Isto não significa que as obras tenham algum papel salvífico em nossa vida: de fato não tem. Somos julgados pelas obras, mas não serão elas o fator decisivo que nos favorecerá diante de Deus. Para sermos aceitos pelo Céu, somente por intermédio da justiça de Cristo. No entanto, sem as obras jamais entraremos na Cidade Santa. Não foi a obediência de Lúcifer que o inseriu no Céu, mas foi sua desobediência que o retirou de lá. Não foi a obediência de Adão e Eva que os colocaram no Éden, mas foi a desobediência deles que os retirou dali.
            Ellen White é clara ao afirmar que “sem a graça de Cristo, o pecador se acha em estado desesperador; coisa nenhuma pode ser feita em seu favor” (Fé e Obras, p. 100). No entanto, a graça encobre apenas a nossa impossibilidade de gerar justiça diante de Deus e de cumprir as exigências da justiça da lei. Jesus cumpriu todas essas exigências a nosso favor. Mas temos que estar conscientes que, a graça não intercederá por ninguém que não esteja disposto a viver conforme o nível proposto pelo autor da graça. Não significa que neste mundo seremos iguais ao modelo (Cristo), mas, todos os que forem verdadeiramente salvos pela justiça de Cristo, hão de “desenvolver em si um caráter semelhante ao do Modelo divino” (Testimonies, vol. 6, págs. 261-263). Não podemos ser iguais a Cristo, mas podemos ser semelhantes. Como bem ilustrou João, “aquele que diz que o conhece deve andar como Ele andou” (I Jo 2:6). “Para que tenhamos a justiça de Cristo, precisamos diariamente ser transformados pela influência do Espírito, a fim de sermos participantes da natureza divina. É obra do Espírito Santo enobrecer os gostos, santificar o coração, enobrecer o homem todo” (Mensagem Escolhidas, v.1, p. 374).

Leitura Adicional

            “Há os que professam possuir santidade, que se declaram santos do Senhor, que reclamam como um direito a promessa de Deus, ao mesmo tempo que recusam obediência aos mandamentos de Deus. Esses transgressores da lei reclamam tudo quanto é prometido aos filhos de Deus; mas isto é presunção da parte deles, pois João nos diz que o verdadeiro amor a Deus se revelará na obediência a todos os Seus mandamentos. Não basta crer na teoria da verdade, fazer uma profissão de fé em Cristo, crer que Jesus não é um impostor, e que a religião da Bíblia não é uma fábula artificialmente composta. "Aquele que diz: Eu conheço-O", escreveu João, "e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a Sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos nEle." (I João 2:4 e 5). "Aquele que guarda os Seus mandamentos nEle está, e Ele nele." (I João 3:24).
João não ensinou que a salvação devia ser adquirida pela obediência, mas que a obediência é fruto da fé e do amor. "E bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados", disse, "e nEle não há pecado. Qualquer que permanece nEle não peca; qualquer que peca não O viu nem O conheceu." I João 3:5 e 6. Se estivermos em Cristo, se o amor de Deus estiver no coração, nossos sentimentos, pensamentos e ações estarão em harmonia com a vontade de Deus. O coração santificado está em harmonia com os preceitos da lei de Deus.
Muitos há que, embora procurando obedecer aos mandamentos de Deus, têm pouca paz ou alegria. Esta falha em sua experiência é o resultado da falta de exercitar a fé. Andam como se pisassem uma terra salina, um ressequido deserto. Pedem pouco, quando deviam pedir muito, pois não há limite para as promessas de Deus. Tais pessoas não representam corretamente a santificação que vem mediante a obediência à verdade. O Senhor quer que todos os Seus filhos e filhas sejam felizes, obedientes e desfrutem paz. Mediante o exercício da fé o crente toma posse dessas bênçãos. Pela fé, cada deficiência de caráter pode ser suprida, cada contaminação purificada, cada falta corrigida e toda boa qualidade desenvolvida” (Vidas que Falam [MM 1971], p. 359).

“Sem a graça de Cristo acha-se o pecador em estado desesperador; coisa alguma pode ser feita em seu favor; mas pela graça divina é comunicado ao homem poder sobrenatural, que opera em seu espírito, coração e caráter. É pela comunicação da graça de Cristo que se discerne o pecado em sua natureza odiosa, sendo afinal expulso do templo da alma. É pela graça que somos levados em comunhão com Cristo, para com Ele sermos associados na obra da salvação. A fé é a condição sob a qual Deus houve por bem prometer perdão aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual se mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos de Cristo, o remédio provido para o pecado. ..."Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça." Rom. 4:3-5. Justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas é ele incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé pode ele apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a alma arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e ama-a tal qual ama Seu Filho. Assim é que a fé é imputada como justiça; e a alma perdoada avança de graça em graça, de uma luz para luz maior” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 366 e 367).

“O toque da fé abre-nos a casa do tesouro do poder e da sabedoria; e assim, por meio de instrumentos de barro, Deus realiza as maravilhas de Sua graça. Nossa grande necessidade hoje é essa fé viva. Precisamos saber que Jesus é verdadeiramente nosso; que Seu Espírito nos está purificando e sublimando o coração. Se os seguidores de Cristo tivessem fé genuína, com humildade e amor, que obra poderiam realizar! Que fruto se veria para glória de Deus!” (Review and Herald, 13 de dezembro de 1887).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br