Toda a fonte do conhecimento existente
na terra vem de Deus. Todavia, Satanás, muitas das vezes, os utiliza para
trazer o caos ao planeta. Mas, independente das ações do mal, o homem não
possui sabedoria por si. O conhecimento que torna o homem sábio para o bem vem
de Deus. Observe as declarações de Ellen White abaixo:
Todo o saber e desenvolvimento real têm
sua fonte no conhecimento de Deus. Para onde quer que nos volvamos, seja para o
mundo físico, intelectual ou espiritual; no que quer que contemplemos, afora a
mancha do pecado, revela-se esse conhecimento.
Qualquer que seja o ramo de
pesquisa a que procedamos com um sincero propósito de chegar à verdade, somos
postos em contato com a Inteligência invisível e poderosa que opera em tudo e
através de tudo. A mente humana é colocada em comunhão com a mente divina, o
finito com o Infinito. O efeito de tal comunhão sobre o corpo, o espírito e a
alma está além de toda estimativa (Ed, 14).
Estes homens [ Intelectuais] receberam
seus talentos de Deus, e toda gema do pensamento pela qual foram
considerados dignos da atenção de sábios e pensadores, não pertence a eles, mas
ao Deus de toda a sabedoria, a quem não reconheceram (FEC, 170,
A Filosofia e a História são importantes
estudos; mas vosso sacrifício de tempo e dinheiro de nada valerá se não
empregardes vossas realizações para a honra de Deus e o bem da humanidade. A
menos que o conhecimento da ciência seja um degrau para a obtenção de mais
altos objetivos, é sem valor (MJ 176).
No entanto, seja qual for a vertente do
conhecimento, elas devem ter utilidade eterna. Observe:
Cristo não tratava de teorias abstratas,
mas daquilo que é essencial ao desenvolvimento do caráter, e que ampliará a
capacidade humana para conhecer a Deus, aumentando-lhe a eficiência para fazer
o bem. Falava aos homens das verdades que se relacionam com a conduta da vida e
se prendem à eternidade (PJ, 23).
A natureza prática do ensino dAquele que
deu a vida para salvar os homens é uma evidência do valor que lhes atribui. Ele
ofereceu a única educação que pode ser chamada de educação superior ( FEC,
468).
Cristo só comunicava o conhecimento que
podia ser utilizado. As instruções que dava ao povo limitavam-se às próprias
necessidades deste na vida prática (CP, 386).
Algumas pessoas apreciam interpretar o
termo "imaculados" com perfeição extrema exterior. Mas é interessante
notar que, com base em Mateus 5:43-48, a expressão contextualizada nos
condiciona a ter em mente, visível ou latente, que o termo
"imaculado/perfeição" tem mais a ver com regeneração interna. Em
outras palavras, amor, misericórdia, compaixão e perdão, características do
caráter de Deus diluídos pelo pecado a partir do Éden.
Faz pleno sentido quando percebemos que
as características do caráter de Satanás estão em harmonia com o oposto disso,
ódio, ira, contenda, vingança, egoismo,
etc. Portanto, uma análise mais criteriosa, porém não misturada com a nossa
preconcepção com um pouquinho de tendencias
perfeccionistas, nos leva para uma compreensão mais profunda do mero
aspecto externo. Todavia, para que isso não se traduza em liberalismo
justificado pela pregação do amor, tenhamos em mente que o amor aqui não é o
humano, aquele que justifica as
transgressões em prol da conveniência, mas o amor DIVINO, aquele que fideliza
os valores, a ética, a lei e os
princípios em prol do respeito, da
honra, da virtude, do bem estar, da verdadeira felicidade e dos limites que nos
reservam boas consequências. Este é o amor bíblico e DIVINO e que deve ser a
norma ou ideal de perfeição gradativa e ascendente.
Por isso que Jesus é o nosso modelo. Ninguém
na terra é capaz de ser um exemplo de amor,
abnegação, entrega, altruismo, misericórdia, compaixão e perdão como é
Jesus. Repetindo, por isso que Ele é o nosso modelo a ser imitado. Este é o
caráter de Deus perdido no Eden, e este é o caráter de Deus que precisa ser
restaurado em nós. Inclusive, quando Ellen White fala da "nódoa no
caráter" que nos impossibilitarão de receber a chuva serôdia, ela está se
referindo as caractericas do caráter do diabo que precisam ser erradicados de
nós (Ira, ódio, contenda, vingança, dissensão, egoismo, etc).
A Bíblia
estabelece os critérios para se reconhecer um profeta verdadeiro. Entre esses,
está a realização de suas previsões (Dt 18:22), um indicativo de que o profeta
em questão realmente recebeu mensagens Daquele que é presciente e conhece o fim
desde o princípio (Is 46:10). Os autores da Bíblia atendem a esse requisito,
uma vez que as predições bíblicas têm se cumprido ao longo da história.
Mas não foram só os cerca de 40
autores da Bíblia que foram profetas. A própria Bíblia descreve muitos outros
que não escreveram uma linha sequer das Escrituras Sagradas, mas que trouxeram
mensagens inspiradas por Deus ao mundo. A lista inclui Abraão (Gn 20:27), Arão
(Êx 7:1), Miriã (Êx 15:20), Débora (Jz 4:4), Eliseu (2Rs 9:1), Hulda (2Rs
22:14; 2Cr 34:22), a esposa de Isaías (Is 8:3), João Batista (Mc 11:32), Ana
(Lc 2:36), Ágabo (At 21:10) e as quatro filhas de Filipe (At 21:9).
A Bíblia também menciona profetas que
escreveram livros que não compõem o cânon bíblico. Entende-se que essas obras
foram inspiradas por Deus, mas não estão na Bíblia porque sua mensagem tinha
uma aplicação para pessoas específicas que viveram em determinada época, ou
porque seu conteúdo apenas repete ou explica o que está nos livros da Bíblia.
Entre esses livros, a Bíblia menciona: uma carta do profeta Elias (2Cr 21:12);
um livro sobre a vida do rei Uzias, escrito pelo profeta Isaías (2Cr 26:22); os
escritos do profeta Natã (2Cr 9:29); o livro do profeta Aías (2Cr 9:29); o
livro do profeta Ido (2Cr 9:29; 12:15; 13:22); o livro do profeta Semaías (Cr
12:15); as crônicas do profeta Jeú (2CR 20:34); um volume de Lamentações de
Jeremias sobre a morte de Josias (2Cr 35:21); uma carta de Paulo escrita aos
cristãos coríntios anteriormente à carta de 1 Coríntios encontrada na Bíblia
(1Co 5:9); outra carta aos coríntios escrita entre 1 e 2 Coríntios, cheia de
repreensões, mas que não está na Bíblia (2Co 7:8); uma carta de Paulo aos
laodicenses (Cl 4:16); e um possível evangelho escrito por Paulo (Rm 2:16;
16:25; 2Tm 2:8).
Mesmo não tendo como saber tudo o que
esses profetas disseram e escreveram, cremos que eles, sua mensagem e seus
escritos atenderam aos critérios bíblicos de um verdadeiro profeta,
independentemente de estarem na Bíblia. Caso contrário, não seriam chamados
assim nas Escrituras. A Palavra de Deus tem a autoridade doutrinária sobre o
cristão (2Tm 3:16, 17), mas, se nem mesmo na época de composição do cânon
bíblico Deus restringiu Sua revelação ao que deveria compor a Bíblia, por que
seria diferente após a conclusão do livro sagrado?
O dom de profecia tem sido dado por
Deus a homens e mulheres ao longo da história. Na Bíblia, há a predição de que,
no tempo do fim, pessoas receberiam revelações especiais de Deus (Jl 2:28-31;
At 2:17-21; 1Co 14:1). Cada vez mais, diferentes segmentos do cristianismo
aceitam a verdade bíblica de que a manifestação dos dons espirituais, entre
eles o dom de profecia, não ficou restrita ao período de composição das
Escrituras e é uma dádiva de Deus que será concedida à igreja até a segunda
vinda de Cristo (1Co 13:8-13).
Entre as pessoas em quem se reconhece
a manifestação do dom de profecia está Ellen White (1827-1915). Essa senhora
recebeu aproximadamente 2 mil visões e sonhos proféticos entre 1844 e o ano de
sua morte. Seu trabalho foi essencial para a formação e organização da Igreja
Adventista do Sétimo Dia. De sua lavra, foram produzidas cerca de 35 mil
páginas de conteúdo impresso, entre livros, folhetos e artigos de revista, além
de centenas de cartas, sermões, manuscritos e vários diários. Esses escritos
são frequentemente chamados de “Espírito de Profecia”. Entende-se que os textos
de Ellen White são inspirados por Deus da mesma forma que a Bíblia é, mas os
escritos dela são uma mensagem específica para o povo de Deus no tempo do fim e
não têm a mesma autoridade da Bíblia. Sua importância e autoridade é semelhante
ao que os profetas antigos falaram ou escreveram inspirados por Deus, mas que
não está na Bíblia.
A maior parte dos escritos de Ellen
White trata de Jesus Cristo e do plano da salvação (seu assunto preferido), ou
são comentários sobre passagens bíblicas e conselhos sobre a vida cristã,
educação, saúde, liderança e a vida em família. No entanto, ela também fez
algumas predições ou fez afirmações científicas e históricas que só se
confirmaram bem depois de ela as ter dito ou escrito. Apesar disso, é acusada
de ter feito algumas profecias que nunca teriam se cumprido.
Desde o início de seu ministério
profético, Ellen G. White teve seu dom de profecia contestado inúmeras vezes
por vários opositores. A maioria dos ataques contra Ellen G. White já foi
respondida. O livro de Francis D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics (Review
and Herald, 703 páginas), concentra praticamente todos os questionamentos
possíveis feitos contra o que Ellen G. White escreveu ou disse. Mesmo assim,
muita gente tem dúvida a respeito de afirmações feitas pela profetisa sobre o
futuro e que, supostamente, não se realizaram. A seguir, há uma lista de
quatorze previsões de Ellen White que tem sido usada por muitos para
desacreditarem a autenticidade de seu dom profético. Cada uma dessas predições
supostamente não cumpridas é acompanhada de um comentário explicando porque os
argumentos não desqualificam Ellen G. White como uma autêntica demonstração de
alguém que, em época relativamente recente, recebeu do Espírito Santo o dom de
profecia.
1. Questionamento. Ellen G. White predisse que a
Inglaterra declararia guerra contra os Estados Unidos. Sua profecia com relação
à Inglaterra dizia respeito à Guerra Civil americana e não se cumpriu (Testemunhos para a Igreja,
v. 1, p. 259).
Resposta. Na página citada, escrita em 1862,
durante a Guerra de Secessão nos Estados Unidos, Ellen White escreveu: “A
Inglaterra está estudando se é melhor tirar proveito da presente condição do
país, guerreando contra ele. Examina a questão e sonda outras nações. Teme que,
se iniciar uma guerra no exterior, ela se enfraqueça e outras nações possam
tirar proveito da situação. Outros países estão fazendo preparativos
silenciosos, mas diligentes, para a luta armada e esperando que a Inglaterra
combata os Estados Unidos, para então terem a oportunidade de vingar-se da
exploração e injustiças de que foram vítimas no passado. Uma parte dos países
sujeitos à rainha está esperando uma chance favorável para quebrar seu jugo.
Mas se a Inglaterra pensar que isso valerá a pena, não vacilará um momento para
aumentar as chances de exercer o poder e humilhar nosso país. Quando a
Inglaterra declarar guerra, todas as nações terão interesses próprios a
atender, haverá guerra e confusão totais.”
Nessa citação, Ellen G. White revelou
a seus leitores que o alto escalão do governo britânico considerava intervir na
Guerra Civil Americana, mas a possibilidade de que a participação inglesa no
conflito pudesse dar ocasião ao surgimento de movimentos separatistas nas colônias
pesava contra a decisão. De fato, a história registra que o país europeu
cogitou, durante os primeiros dezoito meses da guerra (exatamente a época em
que Ellen G. White escreveu o texto mencionado), uma intervenção militar na
Guerra de Secessão. É provável que os leitores de Ellen G. White (e talvez nem
ela mesma) não tivessem como saber o que o governo britânico planejava em
relação à guerra nos Estados Unidos. Deus, porém, revelou a Ellen que, do outro
lado do oceano Atlântico, autoridades britânicas consideravam um ataque que
poderia ser trágico para os Estados Unidos, mas estavam prestes a desistir da
ideia por temerem as consequências da investida para a integridade de seu vasto
império. Finalmente, o Reino Unido optou por permanecer neutro em relação à
Guerra Civil nos Estados Unidos, e manteve o domínio sobre suas colônias
durantes as décadas seguintes. Na Bíblia, há um exemplo semelhante de profecia
que descreve as consequências que poderiam seguir se determinada decisão fosse
tomada (ver Jeremias 42:10-19).
2. Questionamento. Ellen G. White predisse que
Jerusalém jamais seria reconstruída. A cidade de Jerusalém foi reconstruída e
Israel voltou a existir como país (Primeiros Escritos,
p. 75).
Resposta. Antes de comentar, vamos ler o
trecho, escrito em 1851: “Foram-me indicados então alguns que estão em grande
erro de crer que é seu dever ir à antiga Jerusalém, entendendo que têm uma obra
a fazer ali antes que o Senhor venha. Tal opinião é de molde a afastar a mente
e o interesse da presente obra do Senhor, sob a mensagem do terceiro anjo, pois
os que pensam ser seu dever, não obstante, ir à velha Jerusalém terão sua mente
firmada ali, e os seus recursos serão tirados da causa da verdade presente para
permitir a eles e a outros estarem ali. Vi que tal missão não realizaria nenhum
bem real, que levaria um bom espaço de tempo para levar alguns judeus a se
tornarem crentes mesmo na primeira vinda de Cristo, quanto mais no Seu segundo
advento. Vi que Satanás havia enganado sobremodo alguns neste ponto e que as
almas ao redor deles, neste país, poderiam ser ajudadas por eles e levadas a
guardar os mandamentos de Deus, mas deixaram-nas a perecer. Vi também que a velha
Jerusalém jamais seria reconstruída, e que Satanás estava fazendo o máximo para
levar a mente dos filhos do Senhor para essas coisas agora, no tempo do
ajuntamento, impedindo-os de dedicar todo o seu interesse à presente obra do
Senhor, levando-os assim a negligenciar a necessária preparação para o dia do
Senhor.”
Nesse trecho, Ellen White expõe e
combate as decisões equivocadas que podem tomar os que acreditam em teorias
proféticas que tentam encaixar a todo custo Jerusalém e os judeus nos eventos
do tempo do fim. Ela simplesmente afirma que viu que “a velha Jerusalém” não
seria reconstruída. Em 1851, quando Ellen White escreveu esse texto, Jerusalém
não era uma cidade destruída, mas a capital da província otomana da Palestina.
Um censo de 1845 mensurou a população da cidade em 16.410 pessoas. A cidade,
destruída no ano 70 d.C., foi total ou parcialmente reconstruída e destruída
inúmeras vezes desde então. Ellen G. White, ao falar em “a velha Jerusalém”, se
referia à restauração da cidade ao mesmo papel que teve nos tempos bíblicos
como palco das manifestações de Deus na Terra e à reconstrução do Templo. De
fato, “a velha Jerusalém”, totalmente judaica e com o Templo, nunca foi
reconstruída.
3. Questionamento. Ellen G. White, fundamentando-se
equivocadamente em outros autores, predisse que a Turquia deixaria de existir.
A Turquia continua a existir e atualmente não parece haver possibilidades de
que venha a deixar de ser um país tão cedo. (Veja Josias Litch, “The Rise and
Progress of Adventism”, em The Advent Shield and Review, maio de 1844, p. 92,
citado no Seventh-day Adventist Bible Students’ Source Book, p.
513). (Veja também: The Seventh-day Adventist Encyclopedia, v. 11, p. 51 e
52).
Resposta. A Turquia é um país que nem sequer
existia quando Ellen G. White viveu, pois só se tornou independente em 24 de
julho de 1923, com o Tratado de Lausana. Isso foi oito anos após ela ter
morrido. Mas Ellen G. White apoiou a interpretação do ministro metodista Josias
Litch, de que a ascensão e o declínio do Império Otomano estão profetizados em
Apocalipse 9:13-21 (veja O Grande Conflito,
p. 334, 335). Devido ao fato de que no Império Otomano eram pessoas de etnia
turca que subjugavam povos de outras etnias, era comum na época chamar esse
império de “Turquia”, assim como é comum hoje chamar a Grã-Bretanha de
“Inglaterra” ou os Países Baixos de “Holanda”, apesar de esses países incluírem
outras nacionalidades. Por duas vezes, Ellen G. White chamou o Império Otomano
de Turquia (O Grande Conflito,
p. 35; Evangelismo, p.
408). De fato, esse império que dominou extensas áreas da Ásia, África e Europa
entre os séculos 14 e 19, foi perdendo muitos de seus territórios durante o
século 19, até ser reduzido a uma pequena área da Anatólia e deixar de existir
oficialmente em 1º de novembro de 1922, confirmando a interpretação profética
de Josias Litch.
4. Questionamento. Ellen G. White profetizou que
alguns que estavam vivos em 1856 estariam vivos por ocasião do retorno de
Cristo. (Testemunhos para a Igreja,
v. 1, p. 131, 132). Ela se referia a pessoas que estavam presentes em uma
reunião da Igreja Adventista e, por já haverem morrido todos, essa profecia
também não se cumpriu.
Resposta. A seguir, está a seguinte
declaração feita por ela em 1856:
“Foi-me mostrado o grupo presente à
assembleia. Disse o anjo: ‘Alguns servirão de alimento para os vermes, alguns
estarão sujeitos às setes últimas pragas, outros estarão vivos e permanecerão
sobre a Terra para serem transladados na vinda de Jesus’”.
Todo aquele que crê que Cristo virá
em breve à Terra costuma falar dessa ocasião como sendo para seus dias. O
apóstolo Paulo acreditava que estaria vivo quando Jesus Cristo aparecesse nas
nuvens do céu (1Ts 4:15). No entanto, o fato de Paulo ter morrido antes do
regresso do Senhor não faz dele um falso profeta. Ele apenas foi um cristão
esperançoso e confiante que acreditou que o segundo advento de Cristo
aconteceria em seus dias, como todo cristão deve acreditar. Ellen White
frequentemente descreveu a vinda de Cristo como estando para acontecer em seus
dias, seguindo o exemplo dos autores bíblicos.
Ela explicou sua declaração de 1856
em uma nota escrita em 1883, que foi citada por Francis M. Wilcox em O Testemunho de Jesus (CPB), p. 108: “Os anjos de Deus
apresentam o tempo como sendo muito breve. Assim me tem sempre sido
apresentado. Verdade é que o tempo se tem prolongado além do que esperávamos
nos primitivos dias desta mensagem. Nosso Salvador não apareceu tão breve como
esperávamos. Falhou, porém, a Palavra de Deus? Absolutamente! Cumpre lembrar
que as promessas e as ameaças de Deus são igualmente condicionais”.
“Não era a vontade de Deus que a
vinda de Cristo houvesse sido assim retardada. Não era desígnio Seu que Seu
povo, Israel, vagueasse quarenta anos no deserto. Ele havia prometido
conduzi-los diretamente à terra de Canaã, e estabelecê-los ali como um povo
santo, sadio e feliz. Aqueles, porém, a quem foi primeiro pregado, não entraram
“por causa da incredulidade”. Seu coração estava cheio de murmuração, rebelião
e ódio, e o Senhor não podia cumprir Seu concerto com eles”.
“Por quarenta anos a incredulidade, a
murmuração e a rebelião excluíram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos
pecados têm retardado a entrada do Israel moderno na Canaã celestial. Em nenhum
dos casos houve falta da parte das promessas de Deus. É a incredulidade, a
mundanidade, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo de Deus
que nos têm detido neste mundo de pecado e dor por tantos anos” (Ms 4, 1883,
citado em Evangelismo, p.
695, 696).
5. Questionamento. Em 1850, Ellen G. White afirmou
que Cristo retornaria em poucos meses (Primeiros Escritos,
p. 58, 64, 67).
Resposta. Vejamos o que Ellen G. White
realmente escreveu:
“Alguns estão supondo a vinda do
Senhor num futuro muito distante. O tempo tem continuado alguns anos mais do
que eles esperavam, e assim pensam que continuará mais alguns anos, e dessa
maneira suas mentes são desviadas da verdade presente para irem após o mundo.
Nisso vi grande perigo, pois se a mente está cheia de outras coisas, a verdade
presente é deixada fora, e não há lugar em nossa fronte para o selo do Deus
vivo. Vi que o tempo para Jesus permanecer no lugar santíssimo estava quase
terminado e esse tempo podia durar apenas um pouquinho mais; que o tempo
disponível que temos deve ser gasto em examinar a Bíblia, que nos julgará no
último dia” (Primeiros Escritos,
p. 58).
“Numa visão dada em 27 de junho de
1850, meu anjo acompanhante disse: ‘O tempo está quase terminado. Vocês estão
refletindo, como deveriam, a amorável imagem de Jesus?’ Foi-me indicada então a
Terra e vi que tinha que haver uma preparação da parte daqueles que, nos
últimos tempos, abraçaram a terceira mensagem angélica. Disse o anjo:
‘Preparem-se, preparem-se, preparem-se! Vocês terão que experimentar uma morte
para o mundo, maior do que jamais experimentaram antes.’ Vi que havia grande
obra a ser feita por eles e pouco tempo para fazê-la. Vi então que as sete
últimas pragas deviam ser logo derramadas sobre os que não têm abrigo” (Idem, p. 64).
“Ao ver o que precisamos ser para
herdar a glória, e quanto Jesus havia sofrido para alcançar para nós tão rica
herança, orei para que fôssemos batizados nos sofrimentos de Cristo, a fim de
não recuarmos nas provas, mas sofrê-las com paciência e alegria, sabendo o que
Jesus havia sofrido, para que por Sua pobreza e sofrimento fôssemos
enriquecidos. Disse o anjo: ‘Neguem a si mesmos. Vocês precisam caminhar
depressa.’ Alguns de nós têm tido tempo de ter a verdade e progredir passo a
passo, e cada passo dado tem-nos propiciado força para o seguinte. Mas agora o
tempo está quase findo, e o que durante anos temos estado aprendendo, eles
terão que aprender em poucos meses. Terão também muito que desaprender e muito
que tornar a aprender” (Idem,
p. 67).
Ellen G. White, assim como o apóstolo
Pedro (At 2:17), sempre acreditou que estava vivendo os últimos dias antes do
retorno de Jesus. Ela escreveu muito sobre a necessidade de pressa em se
preparar para esse dia. Nas citações, ela apenas mencionou que o último período
de provação será breve, e que pessoas que negligenciam seu preparo espiritual
hoje terão apenas “poucos meses” para aprender o que cristãos mais dedicados
demoraram anos para desenvolver na vida.
6. Questionamento. Ellen G. White afirmou que a
Guerra Civil Americana era um sinal de que Cristo iria logo retornar (Testemunhos para a Igreja,
v. 1, p. 260). A Guerra Civil americana terminou em 1865.
Resposta. Jesus disse, em Mateus 24, que
todas as guerras são um sinal de sua segunda vinda, a começar pelas guerras que
levaram à destruição de Jerusalém no ano 70. Na página citada, ela afirma: “Vi
na Terra uma aflição maior do que nunca testemunhamos. Ouvi gemidos e gritos de
aflição, e vi grupos em diligente batalha.” Ela prosseguiu descrevendo a cena
de guerra e alertando para “a grande angústia vindoura”. Em nenhum momento do
texto ela falou que a guerra que viu em visão era a Guerra Civil Americana, que
acontecia em seus dias. É claro, para quem lê todo o texto, que Deus aproveitou
o contexto da Guerra Civil Americana para dar a ela uma visão de um período de
grande aflição a acontecer imediatamente antes da vinda de Cristo.
7. Questionamento. Ellen G. White profetizou que
Cristo voltaria antes de a escravidão ser abolida (Primeiros Escritos,
p. 35).
Resposta. A Bíblia também fala que haveria
escravos quando Cristo retornasse à Terra (Ap 18:13; 19:18). Apesar de
legalmente abolida, a escravidão continua existindo ilegalmente em diferentes
situações ao redor do mundo. Ellen G. White afirmou nesse trecho, em que
descreve a vinda do Senhor: “Começou então o jubileu, período em que a Terra
devia descansar. Vi o piedoso escravo levantar-se em triunfo e vitória e
sacudir as cadeias que o prendiam, enquanto o seu ímpio senhor estava em
confusão e não sabia o que fazer” (Primeiros
Escritos, p. 35). O texto apenas descreve que o retorno de Cristo à
Terra será ocasião de libertação dos cativos. Não fala nada a respeito de a
escravidão ainda estar legalizada quando Cristo vier.
8. Questionamento. Ellen G. White profetizou que a
escravidão seria restabelecida nos estados do sul dos Estados Unidos (Spalding Magan Collection, p. 21; e Manuscript
Releases, v. 2, nº 153, p. 300). A escravidão não voltou a ser
legalizada no sul dos Estados Unidos.
Resposta. A afirmação está num manuscrito
datado de 1895, com respostas de Ellen G. White a perguntas sobre o trabalho
com populações negras no sul dos Estados Unidos e as dificuldades enfrentadas
pelos adventistas nessa região com leis locais que restringiam o trabalho aos
domingos. Ao ser perguntada se os adventistas desses estados deveriam trabalhar
aos domingos, Ellen G. White respondeu: “A escravidão novamente será revivida
nos estados sulistas, pois o espírito da escravidão ainda vive.” O comentário
não afirma que os escravos libertos retornariam à sua condição de cativeiro,
mas que o “espírito” de dominar sobre outras pessoas ainda estava vivo nos
antigos senhores de escravos (veja: “Slavery, Will It Be Revived?”). Prova disso é que, na
segunda metade do século 20, décadas depois de as palavras de Ellen White terem
sido escritas, a segregação racista dos descendentes dos antigos escravos
estava legalizada em vários estados do sul dos Estados Unidos, uma nódoa que
revivia a escravidão abolida em 1863.
9. Questionamento. Ellen G. White profetizou que a
Terra seria logo despovoada se Jesus demorasse a voltar (Testemunhos para a Igreja,
v. 1, p. 304). A despeito de tantas guerras, fomes e epidemias, o que vemos é
que a Terra está cada vez mais povoada a medida que o tempo passa.
Resposta. Esta é a declaração de Ellen G.
White:
“Foi-me apresentada a condição de degeneração
atual da família humana. Cada geração se tem vindo enfraquecendo mais, e a
humanidade é afligida por toda forma de enfermidade. Milhares de pobres mortais
de corpo deformado, doentio, nervos em frangalhos e mente sombria, vão
arrastando uma existência miserável. Cresce o poder de Satanás sobre a família
humana. Não viesse em breve o Senhor e destruísse o seu poder, e não tardaria
que a Terra estivesse despovoada.”
Ao contrário do que foi questionado,
Ellen G. White apresenta que Cristo destruirá em Sua vinda o poder de Satanás
para causar doenças antes que todas as doenças que o diabo dissemina despovoem
o mundo.
10. Questionamento. Ellen G. White predisse que os
senhores dos escravos dos seus dias experimentariam as sete últimas pragas
descritas no livro do Apocalipse (Primeiros Escritos,
p. 276). Todos os senhores dos escravos de seu tempo já estão mortos.
Resposta. O texto apenas declara: “Vi que o
senhor de escravos terá que responder pela salvação de seus escravos a quem ele
tem conservado em ignorância; e os pecados dos escravos serão visitados sobre o
senhor” (Primeiros
Escritos, p. 276). A frase apenas descreve que os senhores de
escravos terão que prestar contas a Cristo por ocasião de Sua vinda, assim como
cada pecador terá que fazê-lo.
11. Questionamento. Ellen G. White profetizou que
estaria viva quando Jesus regressasse (Primeiros Escritos,
p. 15-16).
Resposta. No trecho mencionado em Primeiros
Escritos (p. 14-16),
Ellen White descreve uma visão que teve sobre a vinda de Cristo. Não menciona
que estaria viva por ocasião do segundo advento de Jesus. Daniel, Paulo e João
também descreveram visões do regresso de Cristo nas nuvens do céu sem que isso
significasse que viveriam para presenciar o que Deus lhes revelava em visão.
12. Questionamento. Às vezes, Ellen G. White fazia
predições específicas que envolviam certas pessoas. Uma delas foi o pioneiro
adventista Moses Hull. Em 1862, Hull estava no processo de perder sua fé no
adventismo. Parece que o casal White desistiu de argumentar com ele, e Ellen G.
White profetizou sobre o terrível futuro que o aguardava se ele deixasse de
fazer parte do povo do advento: “Se continuar da maneira em que começou, a
miséria e a desgraça o esperam. A mão de Deus o prenderá de um modo que não lhe
agradará. Sua ira não dormitará” (Testemunhos para
a Igreja, v. 1, p. 431). Isso nunca aconteceu. Apesar das
advertências de Ellen G. White, ele abandonou o adventismo. Segundo testemunhas,
o “senhor Hull se manteve bem por muitos longos anos até uma idade avançada e
nada do que foi predito aconteceu” (D.M. Canright, Life
of Mrs. E.G. White, The Standard Publishing Company, 1919, p. 234).
Resposta. Moses Hull foi um adventista de
espírito competitivo, que gostava de entrar em discussões sobre religião com
pessoas de outras crenças. Ele alimentou dúvidas com respeito à fé em Cristo.
Ellen G. White o advertiu de que, se continuasse com essa atitude, arruinaria
sua vida. O texto mencionado continua com uma mensagem de esperança para Hull:
“Mas agora Ele [Deus] o convida. Agora, justamente agora, Ele lhe pede que
volte para Ele sem demora, e Ele graciosamente perdoará e curará todas as suas
apostasias” (Testemunhos para a Igreja,
v. 1, p. 431). Infelizmente, Hull não atendeu ao apelo para mudar de vida,
acabou abandonando a Cristo e se tornou adepto do espiritismo. Hull pode não
ter ficado pobre, mas a predição se cumpriu fielmente, pois ele se tornou
espiritualmente miserável por ter trocado a Palavra do Deus vivo pelas
mensagens do mundo dos mortos.
Dudley Marvin Canright, o autor
original desse ataque a Ellen G. White, foi um ex-pastor adventista. Tiago e
Ellen G. White o prepararam para que ele se tornasse um ministro do evangelho.
Infelizmente, Canright começou a alimentar a ambição de se tornar um pregador
famoso. Ellen G. White o advertiu dos perigos de alimentar o orgulho e a vaidade.
Canright acabou abandonando a Igreja Adventista e foi nomeado pastor de outra
denominação cristã, tornando-se um crítico mordaz da doutrina adventista e da
pessoa de Ellen G. White.
13. Questionamento. Ellen G. White afirmou que a “a
enfermidade” do irmão Carl Carlstedt “não era para morte, mas para a glória de
Deus” (Carl Carlstedt estava gravemente enfermo de febre tifoide e parecia que
não viveria muito tempo mais). Ele morreu dois dias depois. (Charles Lee, Three
Important Questions for Seventh-Day Adventists to Consider, 1876).
Charles Lee, um ex-pastor adventista,
relata em seu livro que ele foi junto com Tiago e Ellen White, Urias Smith e
outro homem visitar Carl Carlstedt, o editor da Revista
Adventista em sueco,
que estava doente com febre tifoide. Lee relata ter ouvido ela orando ao
Senhor, “ali presente com Seu poder restaurador, para erguer Carlstedt, cuja
doença não era para a morte, mas para a glória de Deus”. Lee também disse que,
ao sair da casa, Ellen revelou que acreditava que Carlstedt teria a saúde
restaurada novamente. Lee viajou para Chicago, e no dia seguinte recebeu uma
correspondência informando que Carlstedt havia morrido.
Infelizmente, só existe registrada a
versão de Lee sobre o incidente e a oração que Ellen G. White teria feito por
ele. Nem Ellen, seu esposo Tiago, Urias Smith ou a outra pessoa presente
escreveram sobre o episódio. Como as outras testemunhas da visita a Carlstedt
não registraram o que Ellen G. White falou, não podemos ter certeza de que Lee
tenha sido preciso ao relatar o que a senhora White disse em sua oração. Mas,
mesmo que Ellen G. White tenha realmente dito o que Charles Lee afirmou que ela
falou, precisamos entender que um profeta não é inspirado por Deus em tudo o
que diz. Por exemplo, o profeta Natã, na Bíblia, deu uma orientação errada a
Davi e teve que se retificar (2Sm 7:1-17); um velho profeta de Betel
desencaminhou um profeta de Judá, levando-o a desobedecer a Deus, e depois foi
usado por Ele para repreendê-lo e condená-lo (1Rs 13 11-32); Elias, em um
momento nada inspirado por Deus, desejou a morte (1Rs 19:4); o apóstolo Pedro
agiu contrariamente aos seus próprios ensinos, e foi repreendido por Paulo (Gl
2:11-14). Naturalmente, nem tudo o que Ellen G. White falava ao conversar
corriqueiramente era inspirado por Deus, e pode ser que ela realmente
acreditasse na recuperação de Carlstedt, sem ter recebido nenhuma mensagem de
Deus sobre o que aconteceria com ele.
14. Questionamento. Embora tenha predito a destruição
de São Francisco, ela não fez nenhuma menção de terremoto e incêndio como
possíveis causas. Na mesma profecia (veja Manuscrito 30, 1903), ela incluiu a cidade de Oakland,
que praticamente não foi atingida pelo tremor que destruiu São Francisco em
1906. Mais tarde ela escreveu sobre Oakland: “São Francisco foi visitada com
duros juízos, mas Oakland foi misericordiosamente preservada” (Evangelismo, p. 296).
No Manuscrito 30, de 1903, Ellen G. White falou da
necessidade de evangelizar as grandes cidades da costa oeste dos Estados Unidos
e de estabelecer nelas instituições que promovessem um estilo de vida saudável.
Ela afirmou que “São Francisco e Oakland estão se tornando como Sodoma e
Gomorra, e o Senhor irá puni-las. Não vai longe o tempo em que elas sofrerão os
Seus juízos”. Ela não especificou nesse texto, que tipo de punição seria
esperado para ambas as cidades. Ela também mencionou punições divinas para
algumas outras das maiores cidades dos Estados Unidos, que já naquela época
estavam muito tolerantes com a criminalidade, a exploração sexual, o tráfico de
drogas e álcool e os jogos de azar. Uma vez que, em 18 de abril de 1906, a cidade
de São Francisco foi tragicamente destruída por um terremoto, o fato é apontado
como uma predição de Ellen G. White que se cumpriu.
A respeito de Oakland, ela fez um
apelo para a evangelização das grandes cidades, onde acentuadamente prosperava
a impiedade: “São Francisco foi visitada com rigorosos juízos, porém Oakland
foi até aqui misericordiosamente poupada. Virá o tempo em que nossa obra nesses
lugares será abreviada; portanto, é importante que se façam diligentes esforços
agora para proclamar a seus habitantes a mensagem do Senhor para eles” (Evangelismo, p. 404). Assim como a ímpia Nínive foi
misericordiosamente poupada por Deus nos dias de Jonas (Jn 3:10; 4:11) apesar
de o profeta ter anunciado sua destruição para uma data específica (Jn 3:4),
Deus também poupou misericordiosamente Oakland, apesar de Ellen G. White ter
anunciado que os juízos divinos estavam prestes a cair sobre a cidade.
A alegação de Ellen G. White, de ter
sido inspirada por Deus, é muito séria, e é esperado que pessoas que não
queiram aceitar a mensagem que ela ensinou questionem a autenticidade de seu
dom profético. No entanto, a leitura cuidadosa de cada uma de suas declarações
e o conhecimento de como a inspiração divina atuava nos profetas bíblicos
dissipam as dúvidas sobre a validade de seu chamado profético.
Numa época em que há tantos líderes
religiosos alegando ter o dom de profecia e de revelação, e se autoproclamando
“apóstolos”, “profetas”, “levitas” e “sacerdotes”, é acertado verificar quem é
realmente inspirado por Deus. Como vimos, em todos esses quatorze casos, os
ataques feitos a Ellen G. White não foram suficientes para desqualificá-la como
uma autêntica portadora do dom de profecia prometido na Bíblia a pessoas no
tempo do fim (Jl 2:28-32; At 2:17-21; Ap 12:17; 19:10). O dom de profecia
operou nela com as mesmas características apresentadas nos profetas descritos
na Bíblia.
FERNANDO DIAS é pastor e editor da Casa Publicadora Brasileira