Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 1º Trimestre 2011 (15 A 22 de janeiro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 1º Trimestre 2011 (15 A 22 de janeiro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 15 DE JANEIRO
Relacionamentos
(Mt 7:12)
           
            “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7:12).

            Fomos criados por Deus sobre a plataforma do relacionamento. Qualquer ser humano que viva só, que se isole ou procure ficar distante das pessoas, não pode ser feliz e ter boas emoções. Naturalmente, somente poderemos ser satisfeitos emocionalmente se formos capazes de nos associar e nos relacionar com outras pessoas. Uma boa relação, seja de amizade ou de família, tende a estabelecer um bom fundamento para um estado psicológico saudável. No entanto, a solidão, ou mesmo uma relação mal construída pode comprometer nossas emoções promovendo infelicidade.
            Há muitas pessoas que por experiências amargas, desabafam que, conviver com pessoas é a tarefa mais difícil e árdua que temos, mas, se soubermos conviver com elas, assim como gostaríamos que elas convivessem conosco, creio que poderemos nos surpreender com o tipo de relação que viria a ser construída. De qualquer forma, por mais difícil que seja, sabemos que não podemos viver ilhados, pois nossa felicidade depende em grande parte da convivência mútua. Deus nos criou assim, e no céu não escaparemos desta regra.

Leitura Adicional

            “Se a verdadeira cortesia fosse praticada por todos os seguidores de Cristo, se a obediência à regra áurea fosse estabelecida como uma das pedras angulares do caráter cristão, veríamos menos aflições na igreja, menos dureza e animosidade entre irmãos. Não haveria palavras duras nem impensadas, nem disputas pelos melhores lugares. O povo de Deus será provado. Cada um estará exposto ao fogo ardente de aflições e tentações.  Se não queremos ser consumidos como escória, devemos ter o amor de Deus -  o ouro que foi provado em nós. Agora é hora de suavizar e subjugar os traços ásperos e duros de nosso caráter. Devemos valorizar a bondade, tolerância, integridade cristã. Críticas mesquinhas, discursos ásperos, questionando os motivos dos outros, ou a amplificação de seus defeitos, abrem a porta às tentações de Satanás e afastam de Deus” (Signs of the Times, 25 de maio de 1882).

DOMINGO, 16 DE JANEIRO
Completamente humilde e manso
(Ef 4:1-3; 1Sm 25)

Abigail, mulher forte, íntegra e temente. Casada com um homem fraco, indolente e inescrupuloso. Um casal, porém, duas vidas completamente diferentes. Nabal era precipitado e rápido no errar e extremamente lento para acertar. Quando sóbrio, vivia na tolice, imagina então quando bêbado e demasiadamente fora de si.
            Abigail, mesmo casada com um homem tão tolo, imprudente e estúpido, foi capaz de arriscar sua própria vida para livrar a de seu esposo irreverente. Esta história pode ser estranha para os orgulhosos de nosso tempo, mas se torna gloriosa e cheia de beleza quando, olhando para Abigail, pensamos no que Deus foi capaz de fazer por nós. Nossa situação comparando-a com a de Nabal, não parece ser muito diferente.
Esta revelação surpreendente me fez ficar muito pensativo, pois, muitos de nós precisamos aprender a usar melhor a língua e os ouvidos. Muitas das vezes a língua tem sido usada de maneira irresponsável e inconsequente trazendo prejuízos irreparáveis aos outros. Da mesma forma, motivados pelo orgulho pessoal, muitos de nós temos ouvido muito pouco. A suposta ideia de superioridade tem trazido muitas desgraças entre as pessoas. O Orgulho tem tornado muitas pessoas surdas, especialmente quando se trata de ouvir aqueles que aparentemente são inferiores em algo (apenas aparentemente).
Nabal, por arrogância e orgulho, não quis ouvir seus servos, e consequentemente colheu perdas irreparáveis. Davi também não foi santo neste episódio, pois não agiu da mesma forma como agiu com Saul ao ter oportunidade de matá-lo. Poderia ter exercido o mesmo domínio próprio que exerceu com o rei. Esta é uma lição preciosíssima para todos nós. Podemos sair vitoriosos em uma circunstância, mas, se estivermos afastados de Jesus, poderemos vir a falhar no mesmo aspecto que dias anteriores nos havia tornado vencedores. A vitória de hoje não é garantia de vitória no amanhã se estivermos desestabilizados em Cristo. A mansidão e humildade de Abigail é que fez toda a diferença.

Leitura adicional

“No caráter de Abigail, esposa de Nabal, temos uma ilustração da feminilidade segundo a ordem de Cristo, enquanto seu marido ilustra o que se pode tornar um homem que se entrega ao controle de Satanás (Cristo Triunfante [MM 2002], p. 144).

“A humildade é o constante resultado da verdadeira sabedoria. Os que têm essa graça ouvem pacientemente a advertência e o conselho de outros, dando-lhes a devida importância. Não submetendo a outros seu próprio julgamento, mas, se a idade e experiência, porque percebem a força das orientações dadas. Esses homens nunca pensarão que têm experiência suficiente, mas que o conhecimento que obtiveram é tão pequeno proporcionalmente ao que podem obter, que são estimulados a continuar com perseverança, aprendendo e ensinando (Manuscript Release, v.19, p.9).
           
            “O amor semelhante ao de Cristo une coração a coração” (Olhando para o Alto [MM 1983], p. 98).

SEGUNDA, 17 DE JANEIRO
Pagando o mal com o bem
(1Pe 3:8-12; 1Sm 24:4-6)

            Alguns acham demasiado o ensinamento de Jesus que apela para que ofereçamos o outro lado caso alguém nos bata de um lado do rosto. Certa vez, pregando sobre este assunto alguém se levantou para dizer que, não era convertido o suficiente para isso. É ai que está a verdadeira essência do cristianismo, pois oferecer a outra face é apenas uma centelha do que realmente deve permear nossa vida cristã. Jesus não ofereceu apenas um lado da face, mas todo o Seu corpo e Sua vida.
            Certa vez, um rapaz que estava dirigindo seu carro, teve que parar no sinal de trânsito vermelho. Impaciente pela demora do veículo da frente sair depois que o sinal ficou verde, ficou buzinando constantemente. O dono do veículo da frente saiu de seu carro e com uma arma na mão atirou no indivíduo que ficava buzinando. A impaciência gera consequências duras e desastrosas. Quando se paga com o mal, a tendência é colhermos o mal. No entanto, se pagarmos o mal com o bem, colheremos o bem. Como bem ilustra Salomão, “a resposta branda desvia o furor” (Pv 15:1), pois ela tem poder para sensibilizar o coração mais duro que possa existir. Por outro lado, os que não estão dispostos a levar desaforo para casa, um dia, mais cedo ou mais tarde, levarão miséria.

Leitura Adicional

            “Que a preciosa planta do amor brote em seu coração. Quando seu próximo tentar prejudicá-lo, devolva o mal com bem. Faça tudo ao seu alcance para agradar e ajudar, e logo verá derretido a dureza de seu coração. Devemos manifestar o amor que Jesus manifestou, a fim de ser conhecido e lido por todos os homens, como se não pertencesse ao mundo, mas ao Pai. Busque a Deus com humildade, para o perdão dos pecados. Busque seu irmão, contra quem você teve sentimento de inimizade, e diga: ‘Desejo acabar com toda essa divergência’. Deus disse: ‘Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos : se tiverdes amor uns aos outros’ (Jo 13:35). Tome seu irmão pela mão direita e peça-lhe que o perdoe. Não vai fazer nenhum al se cair de joelhos, se necessário, para fazê-lo. Remova do caminho todas as raízes de amargura. Que todos esses sentimentos sejam apagados pela calorosa confissão mútua. Não se contente com uma espécie de confissão geral. Vá direto ao ponto. Deixe que o sangue de Jesus apague seus erros do Livro da vida. Você precisa ser livre a fim de aperfeiçoar a santidade no temor de Deus” (Review and Herald, 14 de agosto de 1888).

TERÇA, 18 DE JANEIRO
Perdão
(Ef 4:32; Mt 5:23-25; Lc 17:3-4; 23:34)

            O perdão é divino e pode ser uma das ferramentas mais necessárias para alcançar a paz e felicidade. Infelizmente, por causa de nossa dureza de coração, temos dificuldades em colocar em prática o perdão. No entanto, Deus quer nos possibilitar transformando-nos em seres altruístas, cheios de bondade e amor. O perdão é um princípio vinculado ao amor. Portanto, quanto mais amorosos nos tornamos, mais facilidade teremos de perdoar.
            Por sermos de duras servis, magoamos até mesmo aqueles que mais amamos. A falha de nosso caráter é infinitamente grande, mas é por esta razão que precisamos cair aos pés de Cristo em todos os momentos de nossa vida, buscando nEle o poder necessário para sermos semelhantes a Deus. Precisamos perdoar tanto quanto Deus, e precisamos nos assemelhar a Ele a ponto de sermos capazes de perdoar até os que não merecem nosso perdão.
            Outra lição importante que podemos absorver deste tema, é que, os maiores beneficiados nesta história toda, são exatamente os que perdoam. O perdão nos faz sentirmos bem e nos eleva até Deus. O perdão manda para bem longe o egoísmo e a insensibilidade. O perdão nos enche de paz e nos faz viver em harmonia com todos. Eu poderia descrever em mais de cem páginas todos os grandes benefícios que podemos receber quando perdoamos. É claro que não fazemos isto pelo benefício em si, por outro lado, não tem como não reconhecer as consequências positivas que emanam do ato de perdoar.

Leitura adicional

            “Se o Senhor tratasse com a família humana como as pessoas se tratam umas às outras, teríamos todos sido consumidos; mas Ele é misericordioso e ternamente piedoso, perdoando nossas transgressões e pecados. Quando O buscarmos de todo o coração, nós O acharemos. ... Cristo é o portador de nossos pecados, aquele que constantemente perdoa a iniquidade e o pecado. Misericórdia, paciência, longanimidade são a glória de Seu caráter. Quando Moisés orou ao Senhor, suplicando: ‘Rogo-Te que me mostres a Tua glória’, Ele disse ‘Farei passar toda a Minha bondade diante de ti’ (Êx 33:18-19). A pergunta que Pedro formulou a Cristo foi-lhe sugerida pelas lições que Cristo havia precisamente dado com respeito à disciplina eclesiástica.
            Os preceitos judaicos requeriam dos homens o dever de perdoar cinco ofensas, e Pedro imaginou que, sugerindo sete vezes, haveria alcançado o limite da paciência humana. Mas Jesus queria que ele compreendesse que aqueles que têm a percepção divina e foram imbuídos com o divino Espírito devem exercer perdão sem limite. O plano e terreno da salvação, que é o amor, é o princípio que deve ser executado pela família humana. Caso Cristo limitasse Sua misericórdia, compaixão e perdão a determinado número de pecados, quão poucos se salvariam! Mas a misericórdia de Cristo em perdoar as iniquidades humanas no ensina que deve haver livre perdão de erros e pecados cometidos contra nós por nossos semelhantes. Cristo deu essa lição a Seus discípulos para corrigir os erros que estavam sendo ensinados e praticados nos preceitos e exemplos daqueles que interpretavam as Escrituras na época” (Olhando para o Alto [MM 1983], p.37).

QUARTA, 19 DE JANEIRO
Confessai... Os vossos pecados uns aos outros
(Tg 5:16)

            Independente de nossa disposição para perdoar e aceitar o perdão, todos, sem tirar um, no fundo sentem necessidade de reconciliação, paz interior e perdão. Alguém pode dizer que não é capaz de perdoar, mas no íntimo da alma, ele sabe que precisa perdoar para viver em paz. ‘Confessai os vossos pecados uns aos outros’, é mais do que uma necessidade interior, é um princípio elevado que só poderá exercer, aqueles que realmente foram alcançados pela graça de Cristo. Esta capacidade está completamente fora de nós e só pode ser provida se estivermos na fonte do perdão: Deus. O objetivo do perdão mútuo, descrito em Tiago, oferece as senhas para uma vida mais abundante e duradoura. Faz-nos sermos apreciados e amados. Não há dúvidas de que, ninguém é feliz vivendo isoladamente negando o ato de confessar e o de entrega mútua. Todos, mesmo dentre os seres humanos sem Deus, não conseguem viver em paz quando não confessam os erros mutuamente buscando a reconciliação através do perdão.
            Deus pretende que a semente do perdão e reconciliação germine dentro de nós, pois a salvação jamais alcançará aqueles que pretenderem ir para o céu sem essas virtudes. Isto é indiscutível.

Leitura Adicional

            “Vocês não devem permitir que entrem em seu coração sentimentos desagradáveis contra qualquer um dos irmãos, pois esse não é espírito de Cristo. Não é o princípio da verdade colocar-se à procura de falhas e interpretar mal seus irmãos. Se surgissem dificuldades em seu meio, procurem todas as maneiras que puderem para ajustá-las. Esse é seu dever cristão. Podem achar que seu irmão tem toda a culpa, mas, se ele não os procurar, devem vocês ir a ele e tentar encontrar um ponto de acordo. Vocês devem viver em harmonia. A menos que estejam em harmonia com os outros, Cristo não pode permanecer em seu coração. Estão vocês dispostos a se inclinar diante de Deus em oração todos os dias e Lhe pedir que a luz do Espírito Santo entre em seu coração? Não deixem de rogar a Deus até que cada mau pensamento e sentimento seja vencido. Cristo diz: ‘Confessem os seus pecados uns aos outros, e orem uns pelos outros para serem curados’ (Tg 5:16). A que ponto dessa obra vocês chegaram? Se o espírito de confissão entrar na igreja, vocês certamente verão a salvação de Deus” (Manuscript Releases, v. 5, p. 6).

QUINTA E SEXTA, 20 E 21 DE JANEIRO
Edificando uns aos outros
(Ef 4:29; 1Ts 5:11; Rm 14:19)

No céu, não poderá haver desunião, egoísmos, intrigas e pensamentos maus a respeito dos outros. Deus não pretende levar para o lar celestial aqueles que não amaram e aprenderam a conviver bem com os outros aqui na terra. Ellen White, a este respeito, escreveu que “O homem verdadeiramente convertido não se inclina a pensar nas faltas dos outros. Só entrarão no céu aqueles que venceram a tentação de pensar e falar mal” (Review and Herald, 24 de novembro de 1904).
É crucial aprendermos estas lições hoje, pois a sepultura não nos capacitará ou transformará o caráter. Tudo que precisa ser mudado, é necessário ser mudado no dia a dia do tempo de vida que tivermos aqui. Aprender a ajudar os outros, ter sensibilidade pelo seu sofrimento, desenvolver amabilidade e cordialidade são atitudes que precisam fazer parte de nossa maneira de viver e ver as coisas.
            Devemos orar constantemente pedindo a Deus que nos transforme o caráter para sermos altruístas como Ele, amável como Ele, misericordiosos como Ele, e perdoador como Ele.  Isto é extremamente sério, e será este tipo de caráter que determinará quem realmente foi salvo pela graça e quem não foi.

Leitura Adicional

“Quando sua experiência diária for olhar a Jesus e dEle aprender, você haverá de revelar caráter são e harmônico. Abrande suas manifestações, e não se permita proferir palavras condenatórias. Aprenda do grande Mestre. As expressões de bondade e simpatia farão bem como um remédio, e curarão os que se acham em desespero. O conhecimento da Palavra de Deus, introduzido na vida prática, terá uma força saneadora e suavizante. A aspereza no falar nunca há de produzir bênçãos para você, nem a nenhuma outra pessoa” (Obreiros Evangélicos, p. 163,164).

“Este é nosso trabalho [edificar-nos mutuamente]. Não nos cabe sair em busca dos defeitos dos que nos rodeiam. Assim fazendo, nos colocamos na cadeira de juízes e emitimo juízos. Essa não é nossa tarefa nem nosso lugar apropriado. Se virmos alguém em erro, devemos ir até ele gentilmente, e falar com ele em relação ao assunto, buscando por todos os meios possíveis apresentar a verdade em contraste com o erro. Existe sempre uma verdade com a qual corrigir o erro. Que isso nunca seja esquecido. E os cristãos devem prestar atenção às pessoas como quem deve prestar contas. Não se trata de vigiar seus vacilos e seus erros; trata-se de buscar sua prosperidade, a fim de pronunciar uma palavra adequada a quem está cansado” (Testemunhos para a Igreja, v.2, p. 578).


Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br