COMENTÁRIO DA LIÇÃO 01 – REAVIVAMENTO: NOSSA GRANDE NECESSIDADE

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 01  – REAVIVAMENTO: NOSSA GRANDE NECESSIDADE

SÁBADO – INTRODUÇÃO (Ap 3:20)

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele ,comigo” (Ap 3:20).

Laodicéia, cidade que ficava às margens do rio Lico na Turquia. A posição da cidade ficava na encruzilhada de três estradas imperiais que cortavam a Ásia Menor, o que favoreceu em grande medida o seu desenvolvimento comercial e bancário. As descrições negativas da vida espiritual da igreja (17) e a necessidade de arrependimento (18) estão associadas às características da cidade. O termo para mornidão, pode ser claramente compreendido quando no verão o rio Lico se secava forçando a cidade de Laodicéia utilizar um arqueduto que trazia água morna, porém, impura para o consumo que podia deixar as pessoas doentes. Jesus fez uso desta cidade como referência profética de Sua igreja no final dos tempos indicando  condições espirituais desfavoráveis como indiferença, apatia, orgulho, autoconfiança, arrogância e acima de tudo o venenoso sentimento de “abastada”. A condição repugnante de Laodicéia, felizmente, não apagou o amor de Cristo por ela, e, o severo juízo nos mostra o desejo de Deus em salvá-la. Reavivamento e reforma é a grande necessidade de Laodicéia que ocorrerá inevitavelmente e que culminará com a descida da Chuva serôdia, um poder especial do Espírito Santo, reservado, especialmente, para potencializar a proclamação das três mensagens angelicais (Ap 14); e selar os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro.

DOMINGO – ESPERANÇA PARA LAODICÉIA (Ap 3:14, 15; 2Co 1:20; Jo 3:10, 11; Cl 1:13-17)

A esperança para Laodicéia é uma realidade tangível e é ofertada pelo próprio Criador – Jesus Cristo. O “amém” é a personificação da fidelidade e veracidade das palavras que saíram da boca do Criador e é a garantia da execução dos propósitos de Deus. No entanto, esta designação se choca diretamente com a infidelidade de Laodicéia. O título “o princípio da Criação de Deus”, pode ser melhor traduzido por: “a fonte primeira de toda a criação de Deus”, seria como o “Alfa”, no título “Alfa e Ômega” (1:8). “O significado denota a autoridade e o poder de Jesus em executar este propósito do qual Ele é a garantia e fiel testemunha”. (CBVN, p. 2143). Jesus é a garantia do juízo de condenação quanto da absolvição. A mesma cruz que salva é a mesma que condena, mas, em se tratando dos que não serão encontrados e contados dentre os apáticos espirituais, Jesus é a garantia e testemunha de suas lutas contra o próprio eu, dores, perseveranças, lágrimas e perseguições por levar o Seu nome. Para estes não há condenação pois a única glória deste povo é a da “cruz do nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6:14-15). Estes são àqueles que aprenderam amar as coisas que Deus ama, e, aprenderam odiar as coisas que Deus odeia. Reconhecem sua pequenez, sua condição desfavorecida e sua dependência unicamente de Cristo para a redenção. O ouro, as vestiduras brancas e o colírio são as marcas de sua genuína conversão. Ellen White assim descreve que: 

“O ouro aqui recomendado como tendo sido provado no fogo, é fé e amor. Ele enriquece o coração; pois foi limpo até tornar-se puro, e quanto mais é provado tanto mais intenso é seu brilho. Os vestidos brancos são a pureza de caráter, a justiça de Cristo comunicada ao pecador. É na verdade uma vestimenta de textura celeste, que só se pode comprar de Cristo por uma vida de voluntária obediência. O colírio é aquela sabedoria e graça que nos habilitam a distinguir entre o mal e o bem, e perceber o pecado sob qualquer disfarce. Deus deu a Sua igreja olhos aos quais requer dos crentes que unjam com sabedoria, para que vejam claramente; muitos, porém, se pudessem, tirariam os olhos da igreja; pois não quereriam que suas ações viessem à luz, para não serem reprovados. O colírio divino comunicará clareza ao entendimento. Cristo é o depositário de todas as graças. Ele diz: "Aconselho-te que de Mim compres." (Testemunhos Para a Igreja, v.4, p. 87-89).

SEGUNDA – UMA REPREENSÃO AMOROSA (Ap 3:15, 16)

Vale a pena descrever mais uma vez a afirmação de Ellen White que desnuda Apocalipse 3:15 e 16. Assim ela descreve: “A mensagem à igreja de Laodiceia se aplica mais claramente àqueles cuja experiência religiosa é insípida, que não dão decidido testemunho em favor da verdade” (The SDA Bíblia Commentary, v.7, p. 962). Poderosa e preocupante declaração, pois, evidencia o que de fato existe no coração, ou, no âmago da mornidão espiritual. Uma vida piedosa (religiosa) que pode ser vista apenas no exterior. A busca por honra, grandeza e fama. Uma vida espiritual que honra mais o próprio eu do que a Cristo. Uma identidade cristã que se aproveita dos benefícios da fé, mas, que rejeita a prática e o poder da verdadeira piedade (religiosidade). Prática de santidade com o intuito de glorificar a si mesmo, e não como evidência do poder da graça. Frutos produzidos motivados pela satisfação do ego ou para receber aplausos. Prática religiosa ou adoração manchada com as coisas que satisfazem mais aos desejos pessoais que os desejos divinos, neste caso a oferta de Caim se encaixa bem. Estas são algumas das características que tornam evidente a necessidade de repreensão. No entanto, o castigo ou repreensão de Deus são algumas das ferramentas que Ele tem em mãos para tentar penetrar em nosso rochoso coração. As vezes Deus pode ser visto em nossas experiências dolorosas que, como Saulo, são capazes de nos jogar no pó, na humilhação, com o objetivo de tirar as escamas de nossos olhos e fazer-nos enxergar nossa verdadeira e perigosa condição. Se este método falhar, nenhum milagre mais funcionará. O orgulho de Laodiceia é como uma muralha de aço intransponível. Por este motivo é que, João descreve Jesus batendo na porta, pois, somente nós somos capazes de permitir que o milagre do novo nascimento seja uma realidade tangível. O Espírito Santo fica de mãos atadas quando ditamos nossa própria maneira de cristianizar nossa fé. 

“A mensagem a Laodiceia se aplica ao povo de Deus que professa crer na verdade presente. A maior parte dele é formada por mornos professos, tendo nome, mas não zelo. Deus deu a conhecer Seu desejo de que os homens colocados no grande coração da obra corrigissem o estado de coisas ali existentes e se mantivessem como fiéis sentinelas em seu posto de dever. Deu-lhes luz acerca de todos os pontos, para instruir, animar e confirmar esses homens segundo o caso o exigisse. Mas, apesar de tudo isso, os que deviam ser fiéis e verdadeiros, fervorosos no zelo cristão, de temperamento benévolo, conhecendo e amando sinceramente a Jesus, encontram-se a ajudar o inimigo a enfraquecer e desanimar aqueles a quem Deus está usando para edificar a obra. Aplica-se a essa classe o termo “morno”. Professam amar a verdade, contudo são deficientes na devoção e no fervor cristãos. Não ousam desistir inteiramente e correr o risco dos incrédulos. Não se acham, no entanto, dispostos a morrer para o próprio eu e a seguir os princípios de sua fé”. (Testemunhos Para a Igreja, v4, p. 87).

TERÇA – PERCEPÇÃO E REALIDADE – (Ap 3:17).

É importante sempre relembrar que, a história de Laodiceia representa a nossa historia, e, no mais amplo sentido, pode estar representando a minha realidade em particular. Se analisarmos as advertências da mornidão espiritual na vida de outros, esta será uma grande evidência do cumprimento desta profecia na vida do que assim faz. A lição é para nossa particularidade e ninguém deve vir à nossa mente senão o próprio eu. Satanás nos faz crer cegamente que os piores defeitos estão na vida dos outros e nunca em nossa vida. Faz-nos imaginar que somos um pouco melhores do que os irmãos problemáticos da igreja. Não podemos subestimar o poder da cegueira espiritual, pois, ela funciona. Quando temos a tendência de tirar os olhos de nós para olhar para os outros, acusando-os ou condenando-os, estamos evidenciando claramente nossa própria cegueira espiritual. O cristão que não se encaixa da profecia da cegueira é àquele que jamais olha para os erros, defeitos e imperfeições dos outros. É aquele que consegue ter profunda compaixão e misericórdia dos demais, assim como gostaria que tivessem para com ele mesmo. Seus olhos estão a todo o momento centralizado no próprio interior. 

Este percebe que, indiscutivelmente, estamos no mesmo saco, obrigatoriamente carentes da graça de Jesus. A parábola das virgens pintam o mesmo quadro de Apocalipse 3:17, a falta do colírio e a falta de azeite representam a cegueira espiritual, por falta da presença do Espírito de Deus, que é o único capaz de purificar-nos do orgulho e arrogância espirituais. Representa também àqueles que, teimosamente, insistem em fazer de sua experiência religiosa, uma prática dos próprios gostos e satisfações. A este respeito Ellen White afirma que, “muitos entre Seu povo têm-se firmado nos próprios caminhos, seguido os impulsos da mente e alimentado crescente indiferença para com as admoestações do Senhor.” (Australasian Union Conference Record, 15 de abril de 1912). Também afirma que é a estratégia de Satanás manter o povo de Deus sob as rédeas do “orgulho, luxúria e mundanismo” (ibdem), pois tais apetites e paixões são capazes de desfigurar ou diluir o discernimento espiritual, impedindo que o povo de Deus tenha compreensão clara da linha que separa o santo do profano. “Os esforços do inimigo são tão sutis e incansáveis, que o povo de Deus necessita ser extremamente [...]”. (ibdem).

QUARTA – O REMÉDIO DIVINO (Ap 3:18, 19)

Há esperança para todos os que foram enfeitiçados por uma vida espiritual apática e sem compromisso. Deus, incansavelmente e teimosamente persiste em lutar conosco com o objetivo de diluir nossa cegueira espiritual. Olhar para o espelho para observar nossa própria imundície é uma necessidade e o primeiro passo para compreender nossa dependência total da graça de Cristo. “Sugiro que de mim compres” sugere que nem tudo na vida cristã é de graça. Na verdade, a gratuidade é resultante da renúncia do próprio eu, que, quando esvaziado, recebe a abundância das dádivas espirituais de Cristo. A renúncia do eu é o único preço que pagamos quando Deus nos oferece vida espiritual em abundância e a única moeda capaz de comprar o “ouro provado” (fé provada), “vestiduras brancas” (justiça unicamente de Cristo), e, o “colírio” (unção do Espírito Santo). Sem renúncia do próprio eu, o remédio divino não pode ser aplicado. No entanto, quando o “eu” não reina, o remédio de Deus se torna profundamente restaurador e nossa cegueira e chagas espirituais são removidas. Este remédio é inteiramente gratuito se nos voltarmos a Ele com o desejo de entrega incondicional. Quando tratamos de entrega incondicional, significa aceitar os conselhos de Deus inclusive os que se opõem aos nossos desejos e gostos pessoais. Colocar de lado nossas paixões e satisfações não é fácil e requer de nós profundo sentimento de extrema dependência e confiança em Deus e em Sua palavra. Aceitar o remédio divino é o mesmo que deixar o controle remoto da nossa vida nas mãos de outra pessoa permitindo que ela guie nossos passos e também os nossos gostos. Observe que:

“Os olhos são a consciência sensível, a luz interior do espírito. De sua correta visão das coisas depende a saúde espiritual de todo ser. O ‘colírio’, a Palavra de Deus, estimula a consciência ao ser aplicado, pois convence de pecado. Mas é necessário aplicar o sofrimento para que se possa seguir a cura, e os olhos terem em vista unicamente a glória de Deus. [...] Diz Cristo: Renunciando a sua própria suficiência, renunciando a tudo, por mais querido que lhes seja, vocês podem comprar o ouro, a veste e o colírio para que vejam” (Nossa Alta Vocação [MM, 1962], p. 348). Pense nisso.

QUINTA E SEXTA – AMOR INCANSÁVEL (Ap 3:20 e Ct 5:2-5)

Deus não se cansa de nos oferecer oportunidades de arrependimento. Impressionante observar que, Deus poderia ter lançado este mísero planeta nos confins do universo para dele nunca mais se lembrar, mas, não foi isto que Ele fez. Poderia ter virado as costas e ido embora, mas, também não foi isto o que Ele fez. Poderia nos deixar a mercê da própria sorte, mas, não foi isto que Ele fez. Israel, no passado, por muitas vezes foi quem virou as costas para o Seu Criador, mas, o Onipotente não desistiu de Seu obstinado imerecido povo. Da mesma forma, em nossos dias, o Israel espiritual vive numa dimensão de mornidão e arrogância assustadora, mas, mesmo assim, o Deus supremo, com toda sua paciência e bondade, ainda apela aos nossos corações com força e teimosia. Como bem ilustrou Lutero, o “o homem nasceu corcundo, com as costas viradas pra Deus”, mas, mesmo sendo uma realidade, Deus não vira as costas para o Seu povo. Não é de se admirar que, antes da execução no juízo, todo joelho há de se dobrar perante Ele? (Is 45:23; Rm 14:10, 11; Fl 2:10). Sim, quando todos os ímpios, contemplarem vividamente tudo o que Deus foi capaz de fazer para salvá-los, então perceberão a grande loucura que fizeram. Embora a descrição seja para os ímpios, é triste compreender que, entre os ímpios estarão muitos daqueles que conheceram a verdade, mas, por conta de seu orgulho, passaram para as fileiras do adversário. A descrição do reconhecimento da grandeza e justiça de Deus alcançará todos, observe a profecia:

“Logo que se abrem os livros de registro e o olhar de Jesus incide sobre os ímpios, eles se tornam cônscios de todo pecado cometido. Vêem exatamente onde seus pés se desviaram do caminho da pureza e santidade, precisamente até onde o orgulho e rebelião os levaram na violação da lei de Deus. As sedutoras tentações que incentivaram na condescendência com o pecado, as bênçãos pervertidas, os mensageiros de Deus desprezados, as advertências rejeitadas, as ondas de misericórdia rebatidas pelo coração obstinado, impenitente - tudo aparece como que escrito com letras de fogo.

Por sobre o trono se revela a cruz; e semelhante a uma vista panorâmica aparecem as cenas da tentação e queda de Adão, e os passos sucessivos no grande plano da redenção. O humilde nascimento do Salvador; Sua infância de simplicidade e obediência; Seu batismo no Jordão; o jejum e tentação no deserto; Seu ministério público, desvendando aos homens as mais preciosas bênçãos do Céu; os dias repletos de atos de amor e misericórdia, Suas noites de oração e vigília na solidão das montanhas; as tramas de inveja, ódio e maldade, com que eram retribuídos os Seus benefícios; a agonia terrível e misteriosa no Getsêmani, sob o peso esmagador dos pecados do mundo inteiro; Sua traição nas mãos da turba assassina; os tremendos acontecimentos daquela noite de horror - o Prisioneiro que não opunha resistência, abandonado por Seus discípulos mais amados, rudemente empurrado pelas ruas de Jerusalém; o Filho de Deus exultantemente exibido perante Anás, citado ao palácio do sumo sacerdote, ao tribunal de Pilatos, perante o covarde e cruel Herodes, escarnecido, insultado, torturado e condenado à morte - tudo é vividamente esboçado.

E agora, perante a multidão agitada, revelam-se as cenas finais - o paciente Sofredor trilhando o caminho do Calvário, o Príncipe do Céu suspenso na cruz; os altivos sacerdotes e a plebe zombeteira a escarnecer de Sua agonia mortal, as trevas sobrenaturais; a Terra a palpitar, as pedras despedaçadas, as sepulturas abertas, assinalando o momento em que o Redentor do mundo rendeu a vida.

O terrível espetáculo aparece exatamente como foi. Satanás, seus anjos e súditos não têm poder para se desviarem do quadro que é a sua própria obra. Cada ator relembra a parte que desempenhou. Herodes, matando as inocentes crianças de Belém, a fim de que pudesse destruir o Rei de Israel; a vil Herodias, sobre cuja alma criminosa repousa o sangue de João Batista; o fraco Pilatos, subserviente às circunstâncias; os soldados zombadores; os sacerdotes e príncipes, e a multidão furiosa que clamou: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!" - todos contemplam a enormidade de seu crime. Em vão procuram ocultar-se da majestade divina de Seu rosto, mais resplandecente que o Sol, enquanto os remidos lançam suas coroas aos pés do Salvador, exclamando: "Ele morreu por mim!"

Entre a multidão resgatada acham-se os apóstolos de Cristo, o heróico Paulo, o ardoroso Pedro, o amado e amante João, e seus fiéis irmãos, e com estes o vasto exército dos mártires, ao passo que, fora dos muros, com tudo o que é vil e abominável, estão aqueles pelos quais foram perseguidos, presos e mortos. Ali está Nero, aquele monstro de crueldade e vício, contemplando a alegria e exaltação daqueles que torturara, e em cujas aflições extremas encontrara deleite satânico. Sua mãe ali está para testemunhar o resultado de sua própria obra; para ver como os maus traços de caráter transmitidos a seu filho, as paixões incentivadas e desenvolvidas por sua influência e exemplo, produziram frutos nos crimes que fizeram o mundo estremecer.

Ali estão sacerdotes e prelados romanistas, que pretendiam ser embaixadores de Cristo e, no entanto, empregaram a tortura, a masmorra, a fogueira para dominar a consciência de Seu povo. Ali estão os orgulhosos pontífices que se exaltaram acima de Deus e pretenderam mudar a lei do Altíssimo. Aqueles pretensos pais da igreja têm uma conta a prestar a Deus, da qual muito desejariam livrar-se. Demasiado tarde chegam a ver que o Onisciente é zeloso de Sua lei, e que de nenhuma maneira terá por inocente o culpado. Aprendem agora que Cristo identifica Seu interesse com o de Seu povo sofredor; e sentem a força de Suas palavras: "Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mat. 25:40.

O mundo ímpio todo acha-se em julgamento perante o tribunal de Deus, acusado de alta traição contra o governo do Céu. Ninguém há para pleitear sua causa; estão sem desculpa; e a sentença de morte eterna é pronunciada contra eles.
É agora evidente a todos que o salário do pecado não é nobre independência e vida eterna, mas escravidão, ruína e morte. Os ímpios vêem o que perderam em virtude de sua vida de rebeldia. O peso eterno de glória mui excelente foi desprezado quando lhes foi oferecido; mas quão desejável agora se mostra! "Tudo isto", exclama a alma perdida, "eu poderia ter tido; mas preferi conservar estas coisas longe de mim. Oh! estranha presunção! Troquei a paz, a felicidade e a honra pela miséria, infâmia e desespero." Todos vêem que sua exclusão do Céu é justa. Por sua vida declararam: "Não queremos que este Jesus reine sobre nós."

Como que extasiados, os ímpios contemplam a coroação do Filho de Deus. Vêem em Suas mãos as tábuas da lei divina, os estatutos que desprezaram e transgrediram. Testemunham o irromper de admiração, transportes e adoração por parte dos salvos, e, ao propagar-se a onda de melodia sobre as multidões fora da cidade, todos, a uma, exclamam: "Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos" (Apoc. 15:3); e, prostrando-se, adoram o Príncipe da vida.” (O Grande Conflito, p. 667 a 669).

Gilberto Theiss é pastor, escritor e teólogo 
(Ver currículo Lattes do autor)