As últimas décadas
foram marcadas por grandes mudanças que afetaram, em especial, o próprio
conceito de moralidade. Em virtude disso, tem sido inevitável a desconstrução
de valores que salvaguardavam a família, a educação, a cultura e a própria
igreja cristã.
Desde a entrada violenta do relativismo na cultura e no cristianismo, a moralidade tem se ressignificado como algo ruim ou inimiga do espírito da lei. Alguns cristãos pós-modernos ou progressistas têm até inferido que a ideia que se tem de moral foi, na verdade, uma mera construção de uma religião opressiva regida mais por um padrão de cultura branca e hetero do que por valores religiosos universais.
É importante compreender que essa mudança radical de pensamento no meio cristão
não é fruto de revelação divina, mas da influência da secularização do
comportamento no mundo. Essa secularização rebaixou o conceito de moralidade, nivelando
o santo com o profano.
A cultura de um mundo sem Deus tem influenciado a forma de interpretar e de pensar de um mundo com Deus. Esse casamento causou uma ruptura nas linhas que demarcavam o que é moral e o que não é. Pontes foram construídas entre o santo e o profano. Como bem ilustrou Jean-Noel Robert, “a cultura se tornou um dos meios de acesso aos prazeres” (Os prazeres de Roma, p. 203). A religião cristã tem sido engolida por esse fenômeno.
Embora o adventismo esteja alguns passos atrás das grandes mudanças morais no meio religioso, é inevitável não perceber que temos avançado, mesmo que lentamente, na mesma direção. Todavia, aqueles que compreendem as profecias não são surpreendidos, pois mornidão espiritual, mundanismo e apostasia são algumas das previsões que servirão de combustível para a famosa sacudidura. É nesse contexto que se cumprirá a profecia “Deus está peneirando o Seu povo. Ele terá uma igreja pura e santa” (Testemunhos para a Igreja, v.1, p. 99).
Pr. Gilberto Theiss - @gilbertotheiss