Um grupo de arqueólogos descobriu no Monte Sião (Israel), novas evidências da conquista de Jerusalém pela Babilônia entre 587 e 586 a.C., um acontecimento narrado na Bíblia. Em meados de agosto de 2019, a Universidade da Carolina do Norte (UNC), em Charlotte, Estados Unidos, anunciou que sua equipe de pesquisa descobriu uma série de objetos que provariam a riqueza das elites de Jerusalém antes da conquista babilônica. O local da escavação está dentro do parque Sovev Homot, administrado pela Autoridade de Natureza e Parques de Israel. A descoberta inclui um depósito com cinzas, pontas de flecha, vasos, lamparinas e uma importante peça de joalheria da época: um brinco ou pingente feito de ouro e prata. Também há sinais de uma estrutura significativa da Idade do Ferro.
O projeto arqueológico se chama The Mount Zion Archaeological Project e é co-dirigido pelo professor de história da UNC Charlotte, Shimon Gibson, pelo professor titular em Ashkelon Academic College e membro da Universidade de Haifa, Rafi Lewis, e pelo professor de estudos religiosos da UNC Charlotte, James Tabor. Para a sua realização, o projeto contou com a ajuda de voluntários, incluindo estudantes da UNC Charlotte.
O centro de estudos afirma que “a descoberta atual é uma das mais antigas e talvez a mais proeminente em sua importância histórica, pois a conquista babilônica de Jerusalém é um momento importante na história judaica”.
A equipe acredita que o depósito encontrado pode ser datado no acontecimento específico da conquista devido à combinação única de artefatos e materiais encontrados: cerâmica e lâmpadas, juntamente com evidências do cerco babilônico representado por madeira e cinzas, além de várias pontas de flechas de bronze e ferro típicas desse período.
“Para os arqueólogos, uma camada de cinzas pode significar várias coisas diferentes. Poderiam ser depósitos de cinzas retirados dos fornos; ou poderia ser a queima localizada de lixo. Entretanto, neste caso, a combinação de uma camada de cinzas cheia de artefatos, misturada com pontas de flechas e um ornamento muito especial indica algum tipo de devastação e destruição. Ninguém abandona as joias de ouro e ninguém tem pontas de flechas no lixo doméstico”, disse Gibson, um dos diretores do projeto.
Em outro momento, o especialista disse que “gosta de pensar” que está “escavando dentro das ‘casas dos poderosos’ mencionadas no segundo livro de Reis 25:9”. “Este lugar estaria em uma localização ideal, pois fica perto do cume ocidental da cidade, com uma boa vista sobre o Templo de Salomão e o Monte Moriá, a nordeste. Temos grandes expectativas de encontrar muito mais da cidade da Idade do Ferro em futuras temporadas de trabalho”, afirmou o especialista.
O incêndio e a conquista de Jerusalém e o desmantelamento do templo do Rei Salomão teriam sido cometidos há mais de 2.600 anos por um comandante da guarda de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Esse acontecimento é narrado no livro de Jeremias 52:13-34 e em 2 Reis 25:1-9, no Antigo Testamento. A história indica que o então rei de Jerusalém, Zedequias, foi preso e levado para a Babilônia e que os judeus foram deportados.
Também assinala que o comandante da guarda, Nebuzaradã, “incendiou a Casa do Senhor, a casa do rei e todas as casas de Jerusalém, e incendiou todas as casas dos nobres. Depois, o exército dos caldeus, que estava com o comandante da guarda, derrubou todas as muralhas que cercavam Jerusalém”.
O cerco babilônico de Jerusalém durou muito tempo, apesar do fato de muitos habitantes quererem se render.
UNC Charlotte realiza escavações arqueológicas em Jerusalém desde 2006 e muitas informações relevantes são constantemente extraídas das operações de escavação.
(ACI Digital) via (criacionismo)