COMENTÁRIO DA
LIÇÃO 02 – ORAÇÃO: A FORÇA VITAL DO
REAVIVAMENTO
SÁBADO
–
INTRODUÇÃO (Mt 7:11)
“Ora, se vós,
que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso
pai, que está nos Céus, dará boas coisas aos que Lhe pedirem?” (Mt 7:11).
John Piper
escreveu que “uma das maiores utilidades do Twitter e Facebook será provar no
Último Dia que a falta de oração não era por falta de tempo”. Uma das grandes
desgraças para um cristão é tentar viver perto de Deus sem a prática da oração.
Muito se fala de reavivamento, mas, jamais haverá reavivamento sem o exercício
diário da oração. É necessário compreender que a oração não faz o Céu descer
até nós, mas, faz com que subamos até o Céu. A oração nos inseri na presença do
Altíssimo circundando-nos de poder celestial. A oração é tão importante quanto
a vitamina c para o corpo. No entanto, assim como a vitamina c não se armazena
no organismo, sendo necessário um consumo diário, também, a oração de hoje não
serve para o dia de amanhã. Enfim, o imprescindível é que, a oração é no mais
amplo sentido, a respiração da alma. Através dela, Deus pretende manter vivo em
nosso coração as chamas espirituais da Sua presença. Se a oração não der os
passos iniciais para o reavivamento, nada mais fará. Portanto, saiba que, “toda
oração sincera é ouvida no Céu. Pode não ser fluentemente expressada, mas Jesus
a apresentará ao Pai bela e fragrante com o incenso do Seu amor”. (Signs of de
Times, 18 de junho de 1902).
DOMINGO – ORAÇÃO E
REAVIVAMENTO EM ATOS (At 1:4, 8, 14; 2:42; 4:31, 33; 6:3,4)
Vale
a pena revisar a lista de consequências da atuação do poder do Espírito Santo
sobre a igreja quando ela se encontra reavivada, Observe:
·
Atos
2, 3000 conversos
·
Atos
4:4 cerca de 5000 conversos
·
Atos
6:7 registra muitos líderes religiosos da época se converteram
·
Atos
9:31 a Judeia, Galileia e Samaria foram impactadas pela verdade
·
Atos
10 a 12 o evangelho ultrapassa fronteiras alcançando reis, tesoureiros e
centurião
·
Atos
1:13, 15 apresenta 120 fiéis que se reuniram no cenáculo.
Isto
não é comovente? Percebemos com estas narrativas o que pode ser uma realidade
em nossos dias se houver genuíno arrependimento e conversão. O reavivamento da
primitiva piedade é urgente entre nós. Ellen White foi incisiva ao afirmar que “pela
graça de Cristo, os apóstolos fizeram grande coisas. A sincera e humilde
devoção bem como fervorosa oração foi o que os manteve em íntima comunhão com
Ele. Eles se sentaram juntos nos lugares celestiais. Compreenderam a grandeza
de seu débito para com Ele. Por meio de fervorosa e perseverante oração, eles
obtiveram a capacidade do Espírito Santo e saíram com a missão de salvar
pessoas, cheios de zelo para divulgar os triunfos da cruz. Por meio do trabalho
deles, muitas pessoas foram conduzidas das trevas para a luz, e muitas igrejas
foram estabelecidas. Deveríamos nós ser menos zelosos do que foram os
apóstolos? Não deveríamos, por meio da fé viva, reivindicar as promessas que os
moveram das profundezas do ser a suplicar ao Senhor Jesus o cumprimento de Sua
palavra: “Peçam e receberão”? Não é verdade que o Espírito Santo vem hoje em
resposta à fervorosa e perseverante oração, capacitando os homens com poder?
Acaso não é Deus quem diz hoje a Seus confiantes obreiros crentes, que abrem as
Escrituras aos que são ignorantes em relação às preciosas verdades nelas
contidas: “Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”? Então, por que a
igreja é tão fraca e desanimada? Assim como os discípulos saíram cheios com o
poder do Espírito para proclamar o evangelho, os servos de Deus devem sair
hoje. Repletos de desejo altruísta para dar a mensagem de misericórdia àqueles
que estão nas trevas do erros e da descrença, devemos realizar a obra do
Senhor. Ele indicou a parte que devemos desempenhar em cooperação com Ele, e
também prometeu que moverá o coração dos descrentes para executar a obra em
regiões distantes. Muitos já estão recebendo o Espírito Santo, e o caminho já
não será bloqueado pela indiferença.” E para completar esta extraordinária citação,
“Se não fosse para inspirar o povo de Deus hoje a trabalhar zelosamente por
Ele, por que teria sido registrada a história da obra dos discípulos que
trabalharam com santo zelo, animados e vitalizados pelo Espírito Santo?”
(Review and Herald, 13 de janeiro de 1903).
SEGUNDA
– A
VIDA DE ORAÇÃO DE JESUS (Mc 1:35; Lc 5:16)
Jesus
foi o perfeito exemplo de oração e Suas palavras descrevem nossa grande
urgência e prioridade. Se a majestade do Céu se via na necessidade de manter
fervorosa oração, o que dizer então de nós? Observe as prioridades de Cristo em
Suas orações:
João
17:20-24 – O padrão de unidade é o relacionamento entre o Pai e o Filho e a
base da unidade é permanecer no Pai e no Filho. A unidade aqui mencionada é
para que todos que ouviram do evangelho, seja através dos apóstolos ou de outro
mensageiro, sejam unidos na mesma verdade e no mesmo evangelho.
Lucas
22:31-32 – Satanás queria derrubar a fé dos discípulos, mas, Jesus se interpôs
entre Satanás e Pedro através da oração, com o objetivo de impedir que ele seja vencido pelo diabo.
Embora Pedro tenha negado Jesus, ele não o abandonou completamente. Portanto, a
oração de Jesus foi capaz de resgatar Pedro do fundo do poço.
Mateus
26:36-44 – Jesus orou para que fosse poupado da angústia vindoura, porém,
percebemos nitidamente que Ele priorizou a vontade do Pai em detrimento da Sua.
A
oração ocupava um lugar especial e central no ministério de Jesus. Devemos dar
valor e importância a oração não porque Jesus orou, mas, porque Ele sendo Deus,
fez da oração um alicerce fundamental para Sua manutenção espiritual. À exemplo
de Jesus, aqueles que oram possuem:
·
Força
espiritual
·
Discernimento
espiritual
·
Foco
espiritual
·
Vigor
espiritual
·
Propósito
espiritual
·
Atmosfera
espiritual
·
Proteção
espiritual
·
Coração
espiritual
·
Mente
espiritual
·
Desejos
espirituais
·
Força
espiritual para não sentir fortes desejos pelas coisas deste mundo. A grande
realidade é que, os que vivem sob a atmosfera espiritual mediante comunhão
profunda com Deus, são envolvidos por uma misteriosa corrente celestial (O
Desejado de Todas as Nações, p. 362, 363).
Quem
não ora, consequentemente, à exemplo de Judas, vive sob o manto da hipocrisia e
com fardo insuportável sobre os ombros. Mais cedo ou mais tarde, estes acabam
se enlaçando em uma forca espiritual. A respeito de Jesus, Ellen White declara
que, “em comunhão com Deus, podia aliviar as dores que O esmagavam. Ali
encontrava conforto e alegria”. (O Desejado de Todas as Nações, p. 362, 363).
TERÇA – ORANDO JUNTOS – (Mt 18:19-20).
Alguns às vezes perguntam, porque que
eu tenho que orar quando o maior interessado no bem e salvação de outros é o
próprio Deus? A realidade é que, quando Satanás levou Adão ao pecado, a
desobediência de nosso primeiro pai humano permitiu que Satanás se tornasse o
representante legal deste planeta. No entanto, como o anjo rebelde se tornou o príncipe
deste mundo, legalmente falando Deus não pode agir sem nossa permissão. Portanto,
quando eu oro estou dando oportunidade legal para a comitiva celestial agir.
Agora, quando muitas pessoas oram, o poder legal também se torna maior possibilitando
a atuação poderosa da divindade neste mundo e na vida das pessoas. A oração
particular é importante, pois tem haver com nossas lutas e comunhão pessoal com
Deus. A oração intercessora ultrapassa fronteiras, mas no que diz respeito a
comunhão, ela não alcança ninguém além de nós mesmos. Agora, a oração coletiva
tem muito haver com as lutas e comunhão que envolve o coletivo. Lutas pessoais
demanda oração pessoal, mas, lutas coletivas, demanda oração coletiva. Ellen
White destaca que, “o Senhor prometeu que, onde dois ou três estiverem reunidos
em Seu nome, estará Ele em seu meio. Os que se reúnem para orar, receberão uma
unção do Santo. Há grande necessidade de oração secreta, mas é também
necessário que vários cristãos se reúnam e, com fervor juntem suas petições a
Deus. Procure toda oportunidade para ir aonde se costuma fazer oração. Os que
estão realmente buscando a comunhão com Deus serão vistos nas reuniões de
oração, féis ao dever, e atentos e ansiosos para colher todos os benefícios que
possam. Aproveitarão todas as oportunidades de se colocar onde possam receber
raios de luz do Céu. Qual a finalidade de se reunirem? É informar a Deus,
instruí-Lo, dizendo-Lhe, em oração, tudo que sabemos? Reunimo-nos para nos
edificarmos mutualmente pelo intercâmbio de pensamentos e sentimentos, para
somar forças, luz e ânimo, familiarizando-nos com as esperanças e aspirações
mútuas; e por nossas fervorosas e sinceras orações, feitas com fé, recebemos
refrigério e vigor da Fonte de nossa força. Essas reuniões devem ser períodos
muito preciosos.” (Nos Lugares Celestiais [MM, 1968], p. 91).
Outra declaração pertinente é esta: “Juntem-se
pequenos grupos à noitinha, ao meio-dia, ou cedo de manhã, para estudar a
Bíblia. Observem então um período de oração, para que fiquem fortalecidos, esclarecidos
e santificados pelo Espírito Santo. [...] Se vocês abrirem a porta para
recebê-la, uma grande bênção lhes virá. Anjos de Deus estarão em sua reunião.
Vocês serão alimentados com as folhas da árvore da vida.” (Ibdem, p. 92)
PERGUNTA: Há diferenças em orar sozinho e orar com outras pessoas? Há diferença entre orar pelo mesmo propósito de outros, porém sozinho, do que orar todos juntos em um determinado local?
PERGUNTA: Há diferenças em orar sozinho e orar com outras pessoas? Há diferença entre orar pelo mesmo propósito de outros, porém sozinho, do que orar todos juntos em um determinado local?
Resposta: Creio que existem determinados benefícios em ambas orações. O
maior benefício da oração coletiva, onde os irmãos se encontram no mesmo
ambiente, é o de estarem juntos, unidos e lutando pelo mesmo interesse em
oração comunitária. No entanto, o mesmo efeito psicológico não deve ocorrer
quando cada um ora em suas casas, mesmo que seja pelo mesmo assunto. Lembrando
que, as vezes, a oração de uma pessoa em particular pode ser mais poderosa que
a de um grupo, pois, sua oração pode estar sendo mais sincera e fervorosa que
as orações de um grupo de 10 pessoas. Fora desta circunstância, quanto ao poder de Deus ser derramado, creio
que os dois tipos de oração alcançam este objetivo, porém, o que pode acontecer
é que, oração em conjunto pode receber maior unção por conta de maior
inflamação e motivação espiritual que o grupo naturalmente impõe. Oração em
grupo contagia e estimula maior tempo de oração e fervor. Também levo em
consideração as particularidades, pois, lutas, conflitos e necessidades
pessoais exigem oração pessoal, entretanto, lutas e conflitos coletivos
demandam oração coletiva. De qualquer forma, o assunto não é fácil de ser
compreendido e, quando não há luz total sobre o tema discutido, corremos o
risco de estabelecer especulações.
QUARTA – NOSSA LIBERDADE (2Co 10:3-5)
Nossa
liberdade é um dos bens mais preciosos concedidos pelo Criador. No entanto,
quantos são os que fazem mau uso de sua liberdade? Uma frase muito valiosa para
esta ocasião é: “A liberdade não
consiste em fazer o que queremos, mas em ter o direito de fazer o que devemos”.
No entanto, governados pelas paixões, muitos usam sua liberdade para se
tornarem escravos. Diante do grande conflito travado no mundo visível e
invisível, é necessário usar nossa liberdade para sairmos ilesos e vitoriosos. Somos
o personagem mais importante neste conflito, pois, tanto Deus quanto Satanás se
esforçam para ganhar nossa atenção. Por conta deste cenário, a oração é uma das
mais poderosas armas que podemos ter em mãos para vencer. Nossa luta não é
contra a carne, mas, contra os poderes espirituais que nos cercam como leões
famintos com o fim de nos devorar. O poder que precisamos está além de nossa
capacidade e força, por isto, devemos nos refugiar nos braços do Onipotente
buscando dEle o Seu escudo protetor. A revelação nos diz que “nada senão uma
profunda experiência pessoal nos habilitará a permanecer firmes diante das
provas e tentações que enfrentaremos na batalha cristã. Muito frequentemente
nos sentimos bem quando tudo transcorre com facilidade; mas quando as dúvidas
nos assaltam e o inimigo sussurra suas sugestões, nossa defesa se vai e
rapidamente capitulamos diante das artimanhas do tentador, com escassos
esforços para lhe oferecer resistência e repulsa. Não é suficiente ter bons
impulsos. Devemos estar escudados pela oração e pelo estudo das Escrituras.
Equipado com essas armas, Jesus enfrentou nosso astuto inimigo em seu campo de
batalha e o derrotou. Podemos conquistar tudo em Sua força e não devemos supor
que podemos dispensar Sua ajuda. Disse Ele: ‘Sem Mim, vocês não podem fazer
coisa alguma.
Requer esforço
constante de nossa parte vencer as tentações que diariamente enfrentamos. O
mundo está contra nós. Cristãos nominais estão contra nós e Satanás está contra
nós, determinado a resistir todo esforço que fazemos para progredir na vida
divina. Ele está à espreita de cada oportunidade para se interpor entre nós e
nosso Criador. Ele criará inúmeros afazeres e preocupações, de modo que não tenhamos
tempo para ler a Bíblia e orar. Mas não somos deixados a sós em nossa batalha
contra os poderes das trevas, e não deveríamos nos permitir separar da Fonte de
nossa força.” (Signs of the Times, 5 de março de 1885).
“Se quisermos
crescer em Cristo, devemos fazer da oraçãs uma prática diária, não apenas no
âmbito pessoal, mas e família.” (Ibdem).
QUINTA
E SEXTA – ORAÇÃO
EFICAZ (Sl 34:1; 50:23; 67:3; 71:6)
Observe
que, a oração não terá nenhum valor se não fizermos dela um momento para
reconhecer duas coisas importantes:
1º
- Que não somos merecedores de estar na presença de Deus, porém, assim fazemos
mediante os méritos de Cristo. É necessário reconhecer nossa fragilidade e
imperfeição. Precisamos buscar o perdão divino por causa de nossa condição
desfavorável. A arrogância e o orgulho espiritual é como uma muralha de aço espiritual
que impede a ação do Espírito Santo em nós. Quando dizemos que o Espírito Santo
não habita em casa suja, significa que Ele não aceita fazer morada em corações
presunçosos que não sentem a necessidade de serem perdoados por suas mazelas.
Corações arrogantes e orgulhosos que se esforçam para justificar seus erros
acusando outros, ou não aceitando as consequências de seus atos, estão
resistindo ativamente o apelo do Espírito.
2º
- Reconhecer a grandeza e soberania do Onipotente como demonstração clara de
nossa pequenez. Agradecê-lo por nossa existência, pois, poderíamos não fazer
parte desta história. No entanto, muitos vivem com desdém e indiferença como se
não devesse nenhum tipo de reconhecimento ou gratidão por sua vida. Muitos
destes são cristãos por comodidade e suas orações buscam de Deus apenas o “TER”,
e nunca para “SER”. Deus é o altíssimo e soberano e não há nada que se iguale a
Ele. Todos os demais são apenas criaturas e dependentes de Seu milagre diário
para permanecerem vivos. No entanto, são poucos que meditam nisto.
Ellen
White destaca que “as misericórdias de Deus nos cercam a todo momento e
faríamos bem em considerar como e de onde elas nos vêm. Deixemos que as
preciosas bênçãos de Deus despertem gratidão em nós. Não podemos enumerá-las,
nem Sua amorosa benevolência para conosco, pois elas são tão numerosas como as
refrescantes gotas de chuva. Nuvens de graça pairam sobre nós, prontas para ser
derramadas em nossa vida. Se apreciarmos o valioso dom da salvação, seremos
sensíveis ao diário refrigério da proteção e do amor de Jesus; seremos guiados
no caminho da paz.” (The Youth’s Instructor, 5 de janeiro de 1887).
Gilberto Theiss é pastor, escritor e teólogo