COMENTÁRIO DA
LIÇÃO 9 – AS PRIMEIRAS COISAS PRIMEIRO!
(Ageu)
SÁBADO
–
INTRODUÇÃO (Ageu 2:8)
“Minha é a prata, Meu é o ouro, diz o Senhor dos
Exércitos” (Ageu 2:8).
O
exílio havia acabado, e Deus os havia trazido de volta de
Babilônia. No entanto, o comportamento do povo de Judá revelou-lhes que, algumas
lições ainda não foram aprendidas. Estavam tão preocupados com as posses e
seguranças pessoais, que se esqueceram do mais importante - o templo sagrado.
Em outras palavras, a casa de Deus não foi uma prioridade destacável e se
ocuparam primeiro no que deveria ser a segunda opção – suas próprias
necessidades e suas moradias. As advertências no livro de Ageu estão repletas
de lições para o Israel de hoje. “buscai primeiro o reino de Deus”, em qualquer
tempo, para qualquer povo, não é uma opção, é um dever cristão. No entanto,
muitas das vezes colhemos consequências amargas por não fazer de nosso Criador,
o primeiro em nossa vida, escolhas e sonhos. Quando dizemos sim para Deus, Ele
se compromete com o nosso sim, mas, o mesmo não ocorre quando Ele se torna
menos importante que outras coisas.
DOMINGO – PLANTANDO
MUITO, COLHENDO POUCO (Ageu 1:1-11)
O
pano de fundo nas declarações de Ageu pode ser notado em Esdras 1-4. Os
exilados que retornaram tinham começado a reconstrução do templo somente por
volta de 536 a.C. (Ed 3:8), mas tiveram de interromper o trabalho por causa da
oposição local (Ed 4:1-5, 24), além de ter sido negligenciado e abandonado
diversas vezes. Havia outros interesses entre o povo que tornavam o templo uma
opção não muito importante. No segundo ano do reinado de Dario (520 a.C.), sob
a pressão da mensagem de Ageu, eles recomeçaram o trabalho da reconstrução do
templo (1:14, 15), terminando definitivamente por volta de 516 (6:15). Como
visto, a iniciativa para a reconstrução do templo se tornou incisiva somente
quando Ageu proferiu suas mensagens de apelo e de advertência. Até então, a
busca pelos interesses pessoais era o único bem mais valoroso. No entanto,
inserir o reino de Deus em segundo lugar, trouxe grandes prejuízos ao povo,
pois, o fruto de seus trabalhos não receberam as bênçãos e proteção do Senhor.
Trabalhavam muito pra ganhar muito pouco. O interessante é que, o muito sem
Deus se transforma em pouco, mas, o pouco com Deus, se transforma em muito. A
lei da fidelidade nos ensina esta clara lição de que, se Deus estiver em
primeiro lugar em tudo, Suas bênçãos transformarão nossos pequenos recursos em
grandes dádivas.
SEGUNDA
– A
GRANDE PROMESSA DE DEUS (Ageu 1:12-14)
Quando
o profeta se apresentou ao povo com a mensagem de Deus, de imediato atenderam e
obedeceram. Este comportamento do povo demonstrou sua sensibilidade para ouvir
o chamado de Deus. Atendendo ao chamado, as bênçãos do Criador poderia agora
ser compartilhadas, pois, “as mensagens de Ageu levaram o povo a sentir que o
Senhor era zeloso para com ele. Ninguém ousou desconsiderar a repetida
instrução de que sua prosperidade, temporal e espiritual, dependia da fiel
obediência aos mandamentos do Deus do Céu. Tão logo eles decidiram ‘obedeceram
à voz do Senhor, o Seu Deus, por causa das palavras do profeta Ageu, a quem o
Senhor, o Seu Deus, enviara’, as mensagens de repreensão enviadas foram
seguidas por palavras de encorajamento: ‘Então Ageu, o mensageiro do Senhor,
trouxe esta mensagem do Senhor para o povo: Eu estou com vocês, declara o
Senhor”. (Review and Herald, 12 de dezembro de 1907). Quão confortantes são
estas palavras “Eu estou com vocês.”, pois demonstram claramente a profunda
intenção do Onipotente em nos perdoar e endireitar nossos caminhos. Deus não
tem interesse em reter suas bênçãos compelindo-nos ao sofrimento e
dificuldades. Na verdade, Ele está ansioso em nos encher de dádivas. Mas, o
grande problema é o nosso obstinado coração que se coloca em condição
desfavorável. A busca frenética por segurança nesta vida, seja no trabalho, no
dinheiro, na aquisição de bens, tem sido nossa grande ruína por não fazer de
Deus nossa primeira opção e segurança. As grandes promessas de Deus são
condicionais e dependem exclusivamente de nossa fidelidade para com Ele.
TERÇA – NÃO TEMA – (Ageu 2:4-5).
Bem ponderou Ellen White que “a fraqueza
dos homens encontrará força sobrenatural e ajuda em cada conflito severo para
realizar as obras da Onipotência. A perseverança na fé e a perfeita confiança
em Deus asseguram o êxito. Mesmo que a antiga confederação do mal esteja em
ordem de batalha contra eles, o Senhor ordena que sejam corajosos e fortes, e
lutem corajosamente, pois têm um Céu a ganhar e mais de um anjo em suas
fileiras; o poderoso General dos exércitos é quem conduz as hostes do Céu. Na
conquista de Jericó, nenhum dos exércitos de Israel pôde vangloriar-se de haver
empregado sua limitada força para derribar as muralhas da cidade. O Capitão das
hostes do Senhor fez os planos dessa batalha com a maior simplicidade, de modo
que somente Deus recebesse a glória e o homem não se exaltasse. Deus promete
todo o poder”. (Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, v.2, p. 989,
990). O profeta Ageu dirigiu suas palavras ao povo e aos líderes com a
mensagem, “Sê forte”, “não temas”, “eu sou convosco”, com a intenção de
fortalecê-los. O Céu desejava que o povo não temesse os obstáculos que lhes
surgiriam, pois, o Deus Onipotente estaria com eles. Embora a mensagem seja
enfática e decisiva, a falha sempre caminha do lado humano. Somos nós que,
muitas das vezes, esquecemos que Deus é fiel em cumprir Suas promessas. “Não
tema” e “estarei convosco” são plenamente condicionais e depende completamente
da maneira como encararemos nossa fé Naquele que jamais se esquece do que saiu
de Seus lábios.
QUARTA – O DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES (Ageu 2:6-9)
Embora
tenhamos grande admiração pelas glórias desta terra como uma bela casa na
praia, um prédio luxuoso, um jardim repleto de rosas coloridas, de montanhas
cortadas por lindas cachoeiras e igrejas suntuosas, estas coisas, embora
encante os olhos, jamais serão capazes de encantar o espírito. O povo de Judá
desejava construir um templo que fosse encantador por fora, mas, a promessa de
Deus era, além de abençoá-los para que este propósito fosse cumprido, o Senhor
desejava mostrar-lhes uma outra glória maior que qualquer glória exterior. A
vinda de Jesus Cristo, o Filho de Deus é que faria deste templo a suprema
glória. Certa feita li uma frase muito interessante que diz assim: “Uma prisão
com Cristo pode transformar-se em um paraíso, mas, um paraíso sem Cristo pode
transformar-se em uma prisão. Esta é a razão de muitas pessoas serem infelizes
nesta vida, pois, buscam enlouquecidamente a felicidade onde Deus não está.
Nossa felicidade deve ser encontrada somente em Jesus, porque Ele é a essência
da vida em abundância. Aqueles que não entenderem esta verdade, jamais
conseguirão alcançar a realização e satisfação. Ele, e somente Ele (Jesus
Cristo), precisa ser a razão de nosso viver.
QUINTA
E SEXTA – ANEL DE
SELAR (Ageu 2:23)
A
história do passado mostra como Deus é capaz de abalar a estrutura dos inimigos
de Israel quando eles se voltam contra Seu povo. Nas profecias de Ageu mais uma
vez Deus diz que abalaria o céu e a terra ao afirmar que Ele manteria seu líder
em segurança. Zorobabel e Josué são lembrados por sua obediência perspicaz ao
Senhor. Josué foi recompensado com a coroa em Zacarias 6:11. Deus fala da aprovação
de Zorobabel ao chama-lo de anel de selar. Jeoaquim havia sido rejeitado
enquanto seu descendente, Zorobabel, é confirmado. Um anel como o citado em
Ageu era um artigo muito caro e podia ser usado no dedo ou ao redor do pescoço,
não podia ser vendido ou negociado e devia sempre estar com seu proprietário.
Este profundo valor mostra a maneira como Deus encarava Zorobabel. Tal
enunciação pode indicar que este tipo de anel, por seu extremo valor de
autoridade e validade real ao legitimar documentos e leis, exprimia a confiança que Deus depositara sobre ele. O
mais importante nestas palavras é o valor espiritual que Zorobabel e Josué
possuíam para apontar a vinda do Messias, o líder escolhido por Deus para receber
toda a autoridade sobre os remidos. Esta joia preciosa com representação
sublime define como os santos e obedientes a Deus são para Ele. “Os Cristãos
são as joias de Crsito e devem bilhar para Ele, espalhando luz de Sua amabilidade.”
(RH, 19-11-1907).
Gilberto G. Theiss é formado em teologia pelo Seminário Adventista do
IAENE, Especialização em filosofia pela UCM, Extensão em arqueologia pela UEPB,
e, leitura e interpretação pela UNISEB. No momento coordena o centro de
capacitação teológica Alto Clamor, e exerce a função integral de pastor
distrital na cidade de Itapajé-Ce.