Por Leandro Soares de Quadros[i]
Revisado por Sérgio Henrique Soares Monteiro[ii]
INTRODUÇÃO
O presente artigo apresentará uma breve análise crítica às considerações que o Rabino da União Sefardita[iii] Hispano-Portuguesa[iv], chamado Jacob de Oliveira, fez a respeito de alguns versos do Novo Testamento. As mesmas foram enviadas para o e-mail de Samanta Vieira no ano de 2011[v] e encaminhadas ao advogado Luigi Braga, responsável pelo departamento jurídico da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul.
Na presente resposta ficarão evidentes: (1) as falhas pressuposicionais do referido autor, (2) sua metodologia inapropriada para a compreensão do Novo Testamento e (3) seu preconceito com a crença de outros judeus que viveram o judaísmo primitivo, mas que por meio de uma experiência muito impactante (ressurreição histórica de Cristo), foram levados a crer em Jesus como Messias.
A identidade messiânica de Jesus não será discutida no presente artigo. Por isso, se o (a) leitor (a) quiser se familiarizar com uma lista resumida das principais profecias que escritores judeus aplicaram a Jesus, poderá consultar a pequena obra de Erwin J. Kol, intitulada Judaism: How to Respond.[vi] Para conhecer o que outros Rabinos pensam sobre Jesus, sugere-se a leitura da obra editada por Beatrice Beautrau, intitulada Jesus Segundo o Judaísmo[vii], onde Rabinos abordam sobre o “nosso distante e escandaloso primo Jesus”.
A referida obra poderá também ajudar ao Rabino Jacob de Oliveira a não mais viver na era da intolerância, sendo que o judaísmo atualmente vive a era da aceitação de Jesus (Yeshua). Esse novo olhar sobre a Pessoa de Cristo pode ser percebido, por exemplo, na carta do Rabino Itzhak Kaduri, onde ele apresenta Yehoshua (Jesus) como sendo o Messias.
FALHAS E CONFUSÃO DESNECESSÁRIA
O Rabino Oliveira cometeu duas grandes falhas ao discutir sobre a tensão entre a iminência da segunda vinda de Cristo e a tardança de Seu retorno. A primeira delas foi ignorar as fontes judaicas que apresentam a mesma tensão. A segunda falha foi confundir a iminência da volta de Cristo com o momento de Sua vinda gloriosa.
A primeira falha foi ignorar, por exemplo, o comentário de R. Yosef Karo, especialista em leis e costumes judaicos. Comentando Isaías 41:27, o referido autor do século 16, na obra Magid MeSharim[viii] diz que a “Redenção chegará em um piscar de olhos”, enquanto o Talmud Yerushalmi (Talmude de Jerusalém), em Berakhot 1:1 (um Tratado ou Seção da referida obra) e Yomá 3:2 (outro Tratado ou Seção) afirma que esta seria “gradual e lenta”.
O Rabino Menachem Brod, em seu Os dias de Machiach, dedica alguns capítulos a esta tensão. Segundo o estudante de Teologia Sérgio Monteiro, Jacob de Oliveira “talvez devesse dedicar maior atenção a como estas contradições levaram ao desenvolvimento da concepção de dois Messias no Judaísmo: O Mashiach ben Yosef e o Mashiach ben David. O primeiro é conhecido como Servo Sofredor, e o segundo como o Rei Davídico”[ix].
Perceba amigo (a) leitor (a) que, se o pressuposto de Jacob de Oliveira for aceito – de que o Novo Testamento é “falso” ou “contraditório” por causa da tensão entre a iminência do retorno do Senhor e sua “tardança” – ele estará falsificando até mesmo obras judaicas das quais ele se utiliza!
A segunda falha do Rabino foi confundir a iminência da segunda vinda de Cristo com o momento de Sua vinda. Ele alega que os textos bíblicos que destacam a proximidade da volta de Jesus Cristo “demonstram” que Ele já deveria ter vindo há muito tempo. Na compreensão dele, versículos como Mateus 16:27, 28; 24:34; João 21:22-23; 1 Coríntios 15:51, 52, etc., indicam que a segunda vinda deveria ter ocorrido “até meados do segundo século”.
Todavia, a análise honesta do contexto de tais declarações, bem como a familiaridade com mensagem ampla das Escrituras sobre o segundo advento, demonstram a fragilidade da argumentação de Jacob de Oliveira. Ele não se constrange em desprezar o claro contexto de Mateus 24:34, onde o Salvador diz que “não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”, para pelo menos tentar obter uma compreensão do que o texto quer dizer. Oliveira precisa se ater ao contexto para saber quais sinais aconteceriam naquela geração.
Uma leitura de todo o capítulo 24 de Mateus revela que antes de Cristo voltar em glória e majestade (cf. Mt 24:30, 31), deveria haver (entre outros sinais) a tribulação (v. 29), o escurecimento do Sol e um sinal na lua e nas estrelas (v. 29). Se ele tivesse lido com atenção o Novo Testamento, saberia que a “tribulação” se refere tanto à destruição de Jerusalém no ano 70. d.C quanto à grande tribulação que os cristãos terão de enfrentar pouco antes da volta de Cristo, durante o domínio das bestas de Apocalipse 13 (ver Ap 7:13, 14).
Desse modo, sendo que esta “segunda grande tribulação” mencionada em Apocalipse 7:13, 14 ainda não ocorreu (Apocalipse 13 não se cumpriu até o momento), fica evidente que o Rabino Oliveira ignorou o contexto amplo das profecias apocalípticas, descritas no Novo Testamento. Se não tivesse ignorado, jamais teria escrito que Jesus “falhou” em suas predições, sendo que há na Bíblia outros sinais e profecias – não apenas as de Mateus 24 – que estão relacionadas à Sua segunda vinda (em Ap 13, 14, 15, 16, por exemplo).
Os sinais em que o sol se escureceria e a lua se tornaria “como sangue”, bem como a queda de estrelas, são eventos históricos ocorridos nos anos de 1755 e 1833, respectivamente. De modo claro Jesus está indicando que, apesar da iminência de Sua segunda vinda, tal evento deveria acontecer após esses sinais astronômicos, o que nos leva a rejeitar por completo a argumentação do referido Rabino, de que todos os sinais de Mateus 24 deveriam se cumprir “até meados do segundo século”.
Há outros detalhes no contexto do capítulo que mostram ser Mateus 24 uma profecia com duplo cumprimento na história, cujos sinais (sobre a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C e sobre o fim do mundo) se mesclam ao longo do capítulo:
- O v. 2 indica que Jesus falava da destruição do Templo, ocorrida no ano 70 d.C. Este é um sinal para algumas décadas após a morte e ressurreição de Cristo.
- O v. 14 mostra que, antes de Jesus voltar “como relâmpago” (v. 27), o evangelho deveria ser pregado “por todo o mundo, para testemunho de todas as nações”. Este é um sinal para o tempo do fim.
- Os vv. 15-22 mencionam eventos ocorridos na destruição de Jerusalém pelo general Tito. Estes eventos também são para outro momento da história: décadas após a morte e ressurreição de Jesus.
- Os vv. 23-26 se referem a sinais que aconteceriam tanto nos dias dos judeus cristãos quanto nos nossos dias;
- Os vv. 37-39 comparam a rotina do mundo atual com a rotina do mundo antediluviano – e isso se aplica bem mais aos nossos dias do que aos dias dos judeus cristãos;
- Nos versos 40-44 Jesus incentiva a todos Seus seguidores – de todas as épocas – a vigiarem.
Portanto, contextualmente é perfeitamente possível perceber que a frase “tudo isso aconteça” (v. 34) é usada no capítulo 24 de Mateus para se referir aos eventos que levaram à destruição de Jerusalém (v. 3, 33). Além disso, no referido evangelho a expressão “esta geração” é sempre um veredito negativo proferido por Jesus sobre aqueles que O estavam rejeitando[x] naquele momento em que Ele vivia em nosso mundo, de modo que aplicá-las aos nossos dias é incoerente, mesmo que hoje pessoas O rejeitem, assim como o Jacob de Oliveira.
Ao perceber essa grande falha na interpretação que o Rabino faz de Mateus 24, bem como a ausência de uma hermenêutica apropriada para sua interpretação, o leitor poderá se perguntar se o referido autor é um judeu não cristão por convicção ou devido à ignorância quanto à mensagem judaica cristã do Novo Testamento. Porém, o presente artigo não tem o propósito de se deter nessa questão, e sim demonstrar que o Novo Testamento é o documento antigo (além dos escritos do Antigo Testamento) mais confiável que a humanidade possui.
E a respeito da crença dos discípulos quanto à proximidade da segunda vinda de Cristo? Ao invés de menosprezar a crença judaica cristã dos seguidores de Jesus e censurá-los por viverem na iminência do retorno do Messias, o Rabino precisa considerar que todo ser humano, ao longo da história, precisa de esperança. Imagine o leitor como seria a vida daquelas pessoas se elas não vivessem a iminência do retorno do Salvador que tanto amaram e aguardaram para libertá-los do poder do pecado e da morte eterna?
Além da ressurreição do Mestre[xi], a crença de que Jesus em breve voltaria era a “bendita esperança” (Tt 2:13) de todo cristão judeu[xii]. Isso em nada contradiz a doutrina da segunda vinda, mas, reforça-a, pois essa crença (bem como na ressurreição) os fez abalar o mundo, pregando o evangelho a todos os locais então habitados na época, como Paulo expressa na sua hipérbole em Colossenses 1:23.
Também seria importante o Rabino Oliveira considerar que, mesmo vivendo a iminência do segundo advento (Tt 2:13; 1Ts 4:13-18), Paulo, por exemplo, recebeu de Deus uma revelação de que não estaria vivo por ocasião da volta do Senhor (2Tm 4:6-8). Ao invés de levá-lo a desanimar da fé, essa certeza, mesmo em face da morte, lhe deu esperança de que seria recompensado na volta de Cristo quando fosse ressuscitado (2Tm 4:8).
Cabe ao Rabino explicar como Paulo não se sentiu tentado a abandonar a fé, ao descobrir que Jesus não viria em seus dias, enquanto ele estava vivo (2Tm 4:18). Se para o apóstolo a iminência e a “tardança” não foram motivos para que se escandalizasse, também não deve ser para os crentes (que conhecem as Escrituras) da atualidade.
HERMENÊUTICA EQUIVOCADA
O deslize interpretativo do autor já ficou evidente em sua interpretação de Mateus 24. Todavia, é importante atentar para sua interpretação infundada de Mateus 10:23, para que se perceba o pouco uso (ou desconhecimento) que o Rabino faz de um dos princípio básicos da hermenêutica na interpretação do texto bíblico: considerar também o contexto interno de um texto.
Em Mateus 10:23 Cristo afirmou: “Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem”.
Segundo Jacob de Oliveira, esse texto – bem como Mateus 26:64 – indica que Cristo “falhou” em Sua predição. Afinal, Ele não voltou até hoje.
Entretanto, o evangelho de Mateus nunca emprega a frase “até que venha o Filho do Homem” para descrever a segunda vinda. Além disso, a promessa da volta imediata de Jesus precisa ser interpretada contextualmente, como uma referência ao seu reencontro com os discípulos depois que eles cumprissem sua missão itinerante nas “cidades de Israel”[xiii]. Leia-se a partir do verso 16 para se perceber que era a esse contexto missiológico itinerante que Cristo se referia, e não à segunda vinda em glória e majestade descrita em Apocalipse 1:7, entre outros textos.
Não há nada que apoie esse tipo de critério utilizado pelo Rabino: interpretar um texto do Novo Testamento de maneira isolada dos demais versículos (Mt 10: 16-22), que dão luz à declaração de Cristo em Mateus 10:23. Com certeza, ele não segue esse tipo de “metodologia” em seu estudo da Torah, e não deveria fazê-lo também na leitura dos escritos apostólicos.
A CONFIABILIDADE DO NOVO TESTAMENTO
No momento não irei transcrever as profecias messiânicas do Antigo Testamento que se cumpriram na Pessoa de Jesus Cristo[xiv], mas, gostaria de apresentar um argumento (entre os muitos outros que existem) a favor da confiabilidade do Novo Testamento.
Cientificamente, quanto maior for o número de cópias de um documento e menor o espaço de tempo entre a cópia e o original, mais fiel ele é. Da Ilíada[xv] de Homero, por exemplo, há 643 manuscritos, havendo um espaço de aproximadamente 500 anos entre a cópia e original. Já do Novo Testamento há cerca de 5.700 cópias, e o espaço de tempo entre o manuscrito e a obra original, é de apenas 25 anos em alguns desses documentos[xvi]. Não há como argumentar contra um fato irrefutável: cientificamente, a coleção de cópias do Novo Testamento se constituem nos documentos antigos mais confiáveis que a humanidade possui.
Bruce Metzger, estudioso do Novo Testamento e professor da Universidade de Princeton, estimou que o Mahabharata (importantíssima obra para os hindus), do hinduísmo, foi copiado com apenas 90% de precisão, e que a Ilíada de Homero, com cerca de 95%. Por comparação, ele estimou que os 27 livros judeus cristãos possuem uma precisão de 99,5%[xvii].
Nenhum historiador questiona a veracidade dos acontecimentos registrados na obra de Homero, por exemplo; e nenhum pesquisador sério deveria questionar a confiabilidade do Novo Testamento, sendo que o mesmo possui muito mais cópias que qualquer outro documento antigo, sendo estas bem próximas (parte delas) do documento original.
Sendo que Oliveira questiona a veracidade do Novo Testamento, cabe a ele a tarefa de apresentar provas documentais e científicas que comprovem a existência de documentos históricos antigos (excetuando o Antigo Testamento) tão confiáveis como os 27 livros, que narram os eventos relacionados à vida de Jesus Cristo.
CONHECIMENTO CULTURAL COMO PROVA DE AUTENTICIDADE
Num segundo e-mail enviado à Samanta Vieira em 2011, o autor alega que um judeu sabe melhor de sua cultura que um não judeu. Por isso, ele (Jacob de Oliveira) conhece mais sobre o judaísmo do que qualquer outra pessoa não judia. Todavia, mesmo que isso esteja parcialmente correto, tal argumento depõe contra ele mesmo.
Afinal, como um Rabino (Jacob Oliveira) que vive nesse século poderia saber mais sobre a cultura judia que os judeus que viveram nos dias de Jesus, estiveram próximos a Ele, viram Seus milagres, creram na ressurreição, O aceitaram como Messias e tiveram suas vidas transformadas radicalmente pela mensagem do evangelho?
Será que o testemunho deles sobre a messianidade de Jesus não deveria ser considerado bem mais fidedigno do que o testemunho de Jacob Oliveira, que não esteve presente quando os eventos ocorreram?
Em respeito à lógica, pessoalmente acredito mais no testemunho daqueles que viveram naquela época do que no suposto conhecimento cultural de alguém que nem sonhava em existir quando tudo aconteceu. Isso é reforçado pela precisão histórica do Novo Testamento, que é de 99,5%.
Se seu decido acreditar mais no conhecimento que os judeus cristãos tiveram da cultura judia e, assim como eles, ver o Novo Testamento como a Palavra de Deus? Como Jacob de Oliveira poderia me criticar por isso, considerando o próprio argumento dele?
Perceba que o argumento do Rabino foi (com todo o respeito) um “tiro no próprio pé”. Filosoficamente, ele se colocou numa posição em que seus comentários sobre o Novo Testamento merecem menos confiança que os relatos dos judeus que viveram nos dias de Jesus, bem como dos judeus cristãos que também conhecem profundamente a cultura judia e, ao mesmo tempo, aceitavam o Novo Testamento como inspirado (cf. 2Pe 3:15, 16).
É por isso que o filho de Deus (seja judeu ou cristão) precisa se apegar a algo que esteja acima da cultura (sem menosprezá-la, claro): a Palavra de Deus, fonte de Verdade espiritual e autoridade fidedigna no registro da história do povo de Deus. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17).
NOVA NEGAÇÃO DA AUTENTICIDADE DO NOVO TESTAMENTO
O Rabino também negou a veracidade do Novo Testamento citando trechos que, segundo ele, não podem estar narrando acontecimentos verdadeiros. Entre os eventos que ele questiona estão: (1) o relato de Maria Madalena (Jo 8:1-11), (2) o apedrejamento de Estêvão (At 6:8-7:60) e (3) a atitude dos discípulos de entrarem noutra propriedade para colherem espigas no sábado (Mt 12:1-8; Mc 2:2-18; Lc 6:1-5).
O relato de Maria Madalena é questionado porque, na visão de Oliveira, o mesmo não se daria em um lugar público. Além disso, uma mulher que não fosse esposa jamais lavaria os pés de outro homem (nesse caso, Jesus). O apedrejamento de Estêvão é posto em dúvida porque os judeus não poderiam, sob o governo do império Romano, apedrejá-lo. Já a atitude dos discípulos é questionada porque o Tratado[xviii] Erubin 53b supostamente indica não ser correto um judeu entrar no campo de outra pessoa.
Antes de comentar esses aspectos do segundo e-mail do Rabino que foi enviado à Samanta Vieira em 2011, deve-se ressaltar que o Novo Testamento é um livro judaico. Foi escrito por judeus que tiveram por público-alvo tanto judeus como não judeus. Portanto, negar a judaicidade intrínseca existente no mesmo é, de certo modo, desonestidade intelectual, que em nada ajudará na busca pela verdade.
Digo isso para que o leitor do presente artigo veja que nada há de anormal no Novo Testamento que possa contradizer a cultura judaica daqueles dias. Há sim situações excepcionais, mas, que em nada interferem na judaicidade dos livros, e muito menos em sua confiabilidade histórica.
Realmente o julgamento de Maria Madalena não se daria em um lugar público, como bem destacou Jacob Oliveira. Todavia, naquele caso excepcional, eles levaram a mulher em público não com o intuito de sentenciá-la por si mesmos (deve-se atentar para o fato de que o homem adúltero nem estava presente para ser apedrejado junto, como orientava a lei). João 8:6 esclarece que a mulher pega em adultério foi levada a público porque “Eles estavam usando essa pergunta [do verso 5] como armadilha, a fim de terem uma base para acusá-Lo”.
Isso em nada contradiz o sistema de julgamento judaico porque o propósito do acontecimento relatado não é mostrar como os judeus julgam, e sim a excepcionalidade em levar uma mulher em público para encontrar uma maneira de acusar a Jesus por “ir contra” a Lei de Moisés.
O autor a quem redijo essa resposta também alega que o império Romano (dominante) não permitiria que líderes judeus apedrejassem uma pessoa. Todavia, o Talmude (registro das discussões dos Rabis sobre as leis e costumes judaicos), no Tratado (o mesmo que seção) Sanhedrin 52b, diz que as penas capitais ainda podiam ser aplicadas pelo Sinédrio enquanto o Templo estava de pé, ou seja, até o ano 70 d.C. Ademais, o mesmo tratado Sanhedrin 46a, afirma haver ocasiões em que a pena de morte pode ser aplicada “contra a Torah”, quando o objetivo fosse proteger a Torah, o que, logicamente, inclui uma violação do sétimo devarim (7ª palavra/mandamento).
Além disso, o “repórter” que narra o acontecimento em João 8:1-11 está apenas nos informando que os líderes judeus, na tentativa de encontrar motivos para acusar a Cristo (v. 6), não agiram em concordância com a própria lei. Ela dizia que os dois, homem e mulher, teriam de ser trazidos perante o povo para apedrejamento (Dt 22:22-24).
Portanto, longe de o relato de João 8 apresentar um procedimento de julgamento diferente daquele praticado pela cultura judia, o texto está apenas destacando os erros cometidos conscientemente pelos líderes da época, na tentativa desesperada de arrumar um pretexto para condenar à morte a Jesus Cristo.
O que o autor do relato quer passar é que o enredo parecia perfeito: se Cristo aplicasse a pena capital à mulher, Ele estaria indo contra o Império, colocando-se no lugar do imperador em julgar. Caso ele fosse “contra a Lei de Moisés”, poderia ser condenado por isso, pois, além, de menosprezar a Torah, estaria contribuindo para causar alvoroço entre os judeus – o que não seria bom para o poder e autoridade de Roma.
Para finalizar: se o relato fosse impossível de ter ocorrido, com certeza o judeu David H. Stern, hoje um judeu cristão, tradutor do Novo Testamento Judaico e profundo conhecedor da cultura judia, não teria incluído em sua tradução o trecho de João 8:1-11 que narra esse acontecimento[xix].
Para os estudiosos há poucas dúvidas de que o incidente tenha realmente ocorrido, mesmo que discordem quanto à autoria da seção que vai de João 7:53 à 8:11[xx].
Por isso, sugiro que o Rabino Oliveira mantenha um diálogo franco e aberto com o judeu cristão David Stern (ou outro aqui no Brasil) que, com certeza, poderá contribuir significativamente para que ele saia das trevas espirituais na qual se encontra. De acordo com esse erudito judeu:
[...] A bem da verdade, o Novo Testamento completa o Tanakh, as Escrituras hebraicas, outorgado por Deus ao povo judeu; de forma que o Novo Testamento sem o Antigo é tão impossível quanto o segundo pavimento de uma casa sem o primeiro. O Antigo sem o Novo é como uma casa sem teto[xxi].
Stern continua:
[...] a melhor demonstração do caráter judaico do Novo Testamento é também a prova mais convincente de sua veracidade, ou seja, o número de profecias do Tanakh – todas muitos séculos mais velhas que os acontecimentos registrados no Novo Testamento – cumpridas na pessoa de Yeshua de Natzeret. A probabilidade de que qualquer pessoa pudesse satisfazer dezenas de condições proféticas por mero acaso é infinitesimal [...] Yeshua cumpriu todas as profecias referentes à sua primeira vinda [...][xxii].
A inexistência de Anás e Caifás
Todavia, Sérgio Monteiro, estudante de teologia e outro profundo conhecedor da cultura judaica, argumenta:
Josefo [historiador judeu] cita Caifás, inclusive dando o tempo de seu serviço, como iniciando sob Valério Grato, em 18 d.C. Ele é mencionado na Mishná (Parah 3:5) como HaKoph ou o Macaco, e o tratado Yavamot 15b o chama de Kuppai.
Quanto a dizer que os dois foram sumo-sacerdotes, isto é historicamente preciso. O ofício Sacerdotal não cessa por deposição gentia. Annás, o Sogro de Caiphás, foi “deposto” pelo ofício Romano em 16 d.C., uma vez que ele impunha sentenças de morte proibidas pelo império. Entretanto, mesmo não sendo o sumo-sacerdote in oficio ele o era ex legis (por lei). Sua família reteve o poder sacerdotal até o tempo de Anás, seu filho, que também foi deposto por haver sido tão ou mais sanguinário que seu pai.
Muito me estranha um Rabino fazer assertivas como esta, uma vez que a Enciclopédia Judaica, Emil Shürer (Geschichte des Israels als Jesu Zeit), dentre outros apresentam evidências históricas tanto da existência de ambos, quanto da autoridade de Annás como Sumo-Sacerdote, mesmo enquanto Caiphás exercia o Sacerdócio”[xxiii].
Além disso, Monteiro destaca que algumas citações mencionadas pelo Rabino Oliveira não se encontram disponíveis nas referências que ele indica, de modo que se torna difícil para um pesquisador da cultura judaica (nesse caso, Sérgio Monteiro) confirmar alguns argumentos do referido autor.
Destaca-se a menção que Oliveira fez ao Tratado de Erubin 53b, onde supostamente está dizendo que um judeu não poderia colher espigas (ver Mateus 12) na propriedade de outra pessoa. Segundo Monteiro:
Em relação ao que ele afirma sobre Mateus 12, ele está correto ao dizer que [colher espigas no sábado] feria a Halachá (conjunto de leis judaicas). Mas apenas isto. Realmente a Halachá provia 39 tipos de melachot, ou trabalhos, que encontramos no Tratado Shabbat 73b. Dentre estes estava “colher”. Mas esta era um interpretação rabínica, uma vez que as 39 melachot (trabalhos) estavam relacionadas com os “trabalhos” necessários para se construir uma tenda no deserto. Mesmo o Talmud, posteriormente, no Shabbat 128a, retira da lista a colheita manual do grão para alimento[xxiv].
Monteiro também argumenta, em relação ao episódio da colheita de espigas registrado em Mateus 12:
“Esquece-se [o Rabino Jacob de Oliveira] que a Torah, em Deuteronômio 23:25, legisla especificamente sobre o caso em discussão (colher no campo de outra pessoa, como lemos em Mateus 12). Há a permissão de entrar no campo do vizinho e colher espigas com as mãos, mas jamais passar a foice. Ademais, era bem conhecido que no Shemitá ou ano Sabático, o que nascia da terra sem plantio deveria ser disponibilizado aos pobres. E mesmo fora do ano sabático, o que para trás ficava da colheita, podia ser recolhido por pobres que passassem pelo campo, como nos mostra a história de Rute. O Rabino Jacob de Oliveira procura alterar o foco do texto ao aludir a uma transgressão de direito de entrada, quando nem mesmo os fariseus sugeriram esta hipótese”[xxv].
Jacob Oliveira cita o Talmude, mais especificamente o Ketubot 59b, para argumentar que uma mulher lavava ou untava os pés apenas de alguém que fosse seu esposo (isso poderia indicar para alguns que Jesus, ao ser untado, era “casado” com aquela mulher). Todavia, de acordo com o Sérgio Monteiro, o referido Tratado não faz referência a isso, e sim às obrigações das mulheres e direitos de divórcio.
O constante erro nas citações e interpretação de obras judaicas pode levar o leitor a questionar se realmente Jacob Oliveira conhece a literatura judaica que cita. Todavia, não é objetivo do presente artigo avaliar o grau de conhecimento do Rabino.
O apedrejamento de Estêvão
Em primeiro lugar, Oliveira deveria ter mais cautela em questionar o testemunho de pessoas que estiveram presentes naquele evento. O relato de Atos é histórico e mesmo que judeus atuais pensem diferente, aquela foi a maneira como Lucas narrou o evento no livro de Atos. Não há motivos plausíveis para questionar o papel de Lucas como um fiel historiador (cf. Lc 1:1-4; At 1:1-3).
Em segundo lugar, de acordo com Levítico 24:14, os judeus eram orientados e tirar o blasfemo para fora do arraial e apedrejá-lo (ver também Dt 17:6, 7). E foi isso o que aconteceu com Estêvão que, na visão deles (falsa) era “blasfemo” (At 7:58, 59).
Todavia, Oliveira destaca que o Sinédrio não poderia julgar Estêvão e condená-lo ao apedrejamento porque o Império Romano não havia permitido tal coisa. Porém, se deve destacar que o primeiro mártir não passou por um juízo propriamente dito, mas, por um linchamento. Ao ler-se Atos 7:57, percebe-se que o apedrejamento não foi o resultado de um juízo justo (que os levasse a solicitar ao Imperador a morte do acusado), mas da ira incontrolada daqueles homens que se arremeteram contra ele.
Maiores informações sobre como o Império reagiu a isso não temos no relato, que tem o propósito principal de mostrar como foi a morte do primeiro mártir judeu cristão. Todavia, as informações que possuímos, bem como as evidências científicas da confiabilidade histórica do Novo Testamento (mais confiável que qualquer outro documento antigo), nos dão as provas e informações que precisamos para saber a verdade e decidirmos fazer de Jesus nossa maior contemplação, como o fez o primeiro mártir (cf. At 7:55-60).
Portanto, para ser coerente em negar a história do apedrejamento de Estêvão, o Rabino Oliveira precisa se colocar numa posição acima dos judeus que presenciaram o fato e, ao mesmo tempo, negar o que a Torah diz em Levítico 24:14, sobre a real possibilidade de apedrejar alguém que fosse acusado por blasfêmia.
Além disso, como já destacado na presente resposta ao ter sido abordada a história do “julgamento” da mulher adúltera (Jo 8), segundo o Talmude as penas capitais podiam ser aplicadas pelo Sinédrio enquanto o Tempo de Jerusalém permaneceu em pé, até o ano 70 d.C. Estêvão foi linchado por volta do ano 34 d.C, de modo que era perfeitamente possível, para “proteger a Torah”, aplicar a pena de morte “contra a Torah”, quando o objetivo era “protegê-la” das interpretações e “blasfêmias” de Estêvão.
Os “três” reis “magos”
Primeiramente, o texto bíblico não diz que eram “três” o número de “magos”. Isso demonstra, de certo modo, que a leitura que Oliveira talvez tenha feito do Novo Testamento não foi atenta. Isso pode levar o leitor a questionar se ele conhece o suficiente do Novo Testamento para questioná-lo como o faz.
Em segundo lugar, o termo “mago” não era empregado apenas a quem fazia “magia”, mas também a filósofos que faziam parte de uma grande e influente classe que incluía homens de nobre nascimento, bem como muitos dos ricos e sábios de sua nação (Oriente)[xxvi].
O Rabino ignorou por completo que o profeta Daniel foi chamado de “chefe dos magos” babilônicos, como podemos ler em Daniel 2:48, sem que isso indicasse que ele era um “mago feiticeiro”. Ele era um sábio, chefe de outros sábios (e/ou magos), sem tomar parte em rituais de magia.
Desse modo, porque Mateus não poderia se utilizar de um mesmo termo que aparece no livro veterotestamentário do profeta Daniel (em referência indireta a ele) para se referir aos sábios do Oriente que foram visitar a Jesus?
Mais uma vez, Jacob Oliveira se equivocou por seu conhecimento superficial do Novo Testamento (e do Antigo Testamento), e por desconhecer o uso peculiar de alguns termos por parte dos escritores judeus que conheciam bem os escritos veterotestamentários.
AS “IMPRESSÕES DIGITAIS” DE JESUS NO ANTIGO TESTAMENTO
O jornalista e ex-ateu Lee Strobel em seu livro Em Defesa de Cristo[xxvii], faz uma analogia interessante entre as impressões digitais e as profecias messiânicas dos escritos dos Profetas. Isso com o objetivo de demonstrar que tais profecias são as credenciais da autenticidade messiânica de Jesus Cristo.
Nesse capítulo de sua obra, em que entrevista o judeu Louis S. Lapides – que aceitou a Jesus como seu Salvador pessoal – o jornalista registra, entre outras coisas, os dados matemáticos que levaram esse judeu a ter a certeza de que Jesus é realmente o Messias.
Lapides mencionou que há cerca de 48 profecias messiânicas no Antigo Testamento que se aplicam perfeitamente a Jesus Cristo e que, a probabilidade de pelo menos oito delas se cumprirem em apenas uma pessoa, é de uma em cem trilhões. Esse dado o referido judeu cristão extraiu de um estudo feito pelo matemático Peter W. Stoner, que “também calculou que a probabilidade de se cumprirem as 48 profecias [em uma pessoa apenas] era de uma em um trilhão elevado à décima quinta potência!”.
Se o Rabino Jacob Oliveira se dispor a estudar as profecias Messiânicas[xxviii] sem tentar reexplicar aquilo que está claro – que judeus no Novo Testamento aplicaram a Jesus Cristo todas as profecias referentes ao Messias – com certeza não terá razões para continuar negando que Jesus Cristo deixou Suas “impressões digitais” nas Escrituras e na história. Afinal, Ele foi a única pessoa em toda a história humana que conseguiu cumprir de maneira precisa todas as profecias messiânicas do Antigo Testamento.
Creio que se ele seguir o conselho de seu irmão judeu, o então pastor Louis S. Lapides, mestre em teologia e fundador da Beth Ariel Fellowship (lar para judeus e não judeus que buscam restaurar suas vidas em Cristo), terá seus conceitos mudados de maneira radical pelo peso da evidência resultante da investigação atenta dos Escritos hebraicos:
Faço um desafio aos céticos: não se fiem nas minhas palavras, mas também não se fiem nas palavras do seu Rabino. Separem tempo para pesquisar por conta própria [...]. Mais uma coisa: peça sinceramente a Deus que lhe mostre se Jesus é ou não o Messias. Foi isso que eu fiz e, sem ninguém me monitorando, ficou claro para mim que ele se encaixa na descrição do Messias[xxix].
Louis S. Lapides, assim como outros judeus que não acreditavam em Jesus Cristo, teve sua vida radicalmente transformada após pesquisar e experimentar um relacionamento espiritual com Ele. O mesmo pode acontecer na vida de Oliveira, caso ele assim o deseje.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente resposta, longe de ser uma manifestação desrespeitosa para com irmãos judeus como o Rabino Jacob de Oliveira, foi uma tentativa sincera de apresentar, de forma sucinta, as razões para confiarmos na veracidade histórica do Novo Testamento, e no conhecimento que os referidos escritores tinham da própria cultura.
Pôde-se perceber que o Novo Testamento, com suas 5.700 cópias, é bem mais confiável que qualquer documento antigo que se conhece na história, de modo que as alegações do referido Rabino contra os escritos neotestamentários são desprovidas de embasamento científico.
Além disso, se percebe que uma leitura superficial do Novo Testamento é uma das causas de Oliveira ter tanto preconceito para com vários dos ensinamentos ali contidos, especialmente no que diz respeito à iminência da volta gloriosa de Jesus Cristo. Sua negligência em considerar obras judaicas que apresentam a tensão entre a iminência e a tardança da volta de Cristo também é um fator importante para a negação de certos eventos históricos registrados no Novo Testamento.
Meu desejo é que o Espírito Santo toque o coração desse e outros irmãos judeus, a quem Deus primeiramente confiou o conhecimento de Sua Lei (Dt 4:6-8; Jo 4:22) para que fosse transmitido aos demais filhos de Deus de todas as culturas do planeta (Is 56:6-8; Zc 8:23).
Creio que a partir do momento em que Jacob de Oliveira e outros judeus compreenderem a missão que Jesus Cristo tem para eles[xxx], aceitando a revelação divina também como se encontra no Novo Testamento, compreenderão que a essência da religião é a unidade entre pessoas de todas as culturas, que estejam dispostas a conhecer plenamente a verdade (Jo 17:17) como revelada na Pessoa de Jesus Cristo (Jo 14:6).
Afinal, Deus quer salvar um povo e formar um rebanho (Jo 10:16) que esteja se preparando para receber ao Supremo Rabino e Pastor Jesus Cristo – O Deus encarnado (Jo 1:1-3 e 14), que voltará para libertar definitivamente do pecado e da morte eterna aqueles que crerem nEle e O aceitarem pela fé (Rm 10:9), tanto judeus como não judeus:
“Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus” (Gl 3:28).
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Referências:
[i] Jornalista, pós-graduado em jornalismo científico e mestrando em Teologia na Universidade Adventista del Plata, Argentina.
[i] Jornalista, pós-graduado em jornalismo científico e mestrando em Teologia na Universidade Adventista del Plata, Argentina.
[ii] Atualmente, cursa o último ano de Teologia no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), no campus localizado na cidade de Engenheiro Coelho.
[iii] Termo utilizado para se referir aos descendentes de Judeus originários de Portugal e Espanha que falam a língua sefardi ou judeu-espanhol.
[iv] Site: http://www.judaismo-iberico.org Acessado em: 15 de maio de 2013.
[v] As considerações do referido Rabino se encontram disponíveis também na internet.
[vi] Erwin J. Kol, Judaism: How to Respond (St. Louis, MO: Concordia Publishing House, 1990), p. 67, 68.
[vii] Beatrice Bruteau, Jesus segundo o judaísmo. São Paulo: Paulus, 2011.
[viii] Obra mística do Rabino R. Yosef Karo, especialista em leis e costumes Judaicos. Segundo ele, a mesma foi escrita com a ajuda de um “Magid” (o mesmo que “anjo”) que o acompanhava.
[ix] Sérgio Monteiro, e-mail enviado a leandroquadrosnt@yahoo.com.br em 30 de maio de 2013.
[x] Andrews Study Bible (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2010), p. 1285. Ver Mateus 24:34.
[xi] Cabe ao Rabino ou qualquer outro cético comprovar que 12 pessoas (apóstolos) morreram pregando uma mensagem que, para eles, era uma mentira (ver 1Co 15:1-8, quanto ao testemunho pessoal deles do evento histórico da ressurreição).
[xii] Jacob Oliveira se equivoca a chamar aos judeus cristãos de apenas “cristãos”. Isso fica evidente no fato de Paulo, por exemplo, mesmo sendo um cristão, nunca ter deixado de ser judeu (At 26:5; 25:8; Fp 3:5). Tanto a Torah como os escritos dos profetas eram sua regra de fé e fonte de autoridade divina para ele (ver 2Tm 3:16).
[xiii] Norman Geisler e Thomas Howe, Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia (São Paulo: Mundo Cristão, 1999), p. 348, 349.
[xiv] Para uma lista de tais profecias, veja-se o capítulo 9 intitulado “As Profecias Messiânicas do Antigo Testamento Cumpridas em Cristo” em Evidência que Exige um Veredito: Evidências históricas da fé cristã (São Paulo: Candeia, 1989), de Josh MacDowell. Veja-se também Lee Strobel, Em Defesa de Cristo (São Paulo: Vida, 2006), p. 229-250.
[xv] Poema épico grego onde Homero (atribui-se a ele) narra alguns acontecimentos finais da guerra de Troia, atualmente localizada na Turquia.
[xvi] Veja-se Norman Geisler e Frank Turek em Não tenho fé suficiente para ser ateu (São Paulo: Vida, 2006), 226-256.
[xvii] Geisler, Enciclopédia de Apologética: respostas aos críticos da fé cristã (São Paulo: Vida, 2002), p. 644. Para maioria detalhes, veja-se também p. 639-650.
[xviii] O termo “Tratado” se refere a uma seção dentro de um “Seder” – o mesmo que “livro”.
[xix] David H. Stern, Novo Testamento Judaico (São Paulo: Vida, 2008), p. 99.
[xx] Veja-se a nota de rodapé correspondente na Bíblia de Estudo Plenitude (São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001), p. 1081. Veja-se também Mario Veloso em seu Comentário do Evangelho de João (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1984), p. 196, onde ele esclarece: “Apesar das dificuldades textuais que esta história tem, existem trabalhos sérios que argumentam sua origem no Oriente e que é realmente antiga. Na Didascalia Apostolorum do século III, aparece uma referência específica à história da adúltera, como um exemplo bem conhecido da bondade de Jesus. Esta obra é de origem síria e sua referência significa que a história era bem conhecida na Síria do final do século II. Finalmente, a história fez parte da Vulgata, do “textus receptus” [...]”. Por aí se vê que a argumentação do Rabino Jacob Oliveira, de que o relato não é verdadeiro, carece de fundamentação.
[xxi] Stern, Novo Testamento Judaico…, Introdução (p. x).
[xxii] Ibidem, p. xi.
[xxiii] Sérgio Monteiro, e-mail enviado a leandroquadrosnt@yahoo.com.br em 22 de abril de 2013.
[xxiv] Monteiro, e-mail enviado a leandro.quadros@yahoo.com.br em 16 de maio de 2013.
[xxv] Ibidem, 30 de maio de 2013.
[xxvi] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007), p. 33.
[xxvii] Lee Strobel, Em defesa de Cristo: um jornalista ex-ateu investiga as provas da existência de Cristo. (São Paulo: Vida, 2006), p. 229-250.
[xxviii] Para estudar com mais detalhes as profecias cumpridas na Pessoa de Jesus, veja-se Josh McDowell em Evidência que exige um veredicto: Evidências históricas da fé cristã, p. 127-161. O referido autor lista 61 profecias cumpridas na vida e obra de Cristo.
[xxix] Strobel, Em defesa de Cristo…, p. 248.
[xxx] Escreveu Ellen G. White em sua obra Atos dos Apóstolos, p. 381: “Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos nas Escrituras, e esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabilidade da lei de Deus. O Deus de Israel fará que isto suceda em nossos dias. Seu braço não está encolhido para que não possa salvar. Ao trabalharem Seus servos em fé pelos que de muito têm sido negligenciados e desprezados, Sua salvação será revelada”. Veja também Leandro Soares de Quadros, “Deus rejeitou os judeus?” em Na Mira da Verdade, vol. 2 (Acesse www.leandroquadros.com.br/livros), p. 76-78.