COMENTÁRIO DA
LIÇÃO 9 – O DIA DO SENHOR (SOFONIAS E
NAUM)
SÁBADO
–
INTRODUÇÃO (Sofonias 2:11)
“O Senhor será
terrível contra eles, porque aniquilará todos os deuses da Terra; todas as
ilhas” (Sofonias 2:11).
A
exemplo dos demais profetas estudados até aqui, Sofonias também proclama
advertências sérias contra o povo. Querendo ou não, embora os tempos sejam
diferentes para cada geração, no final, o que restará é apenas o juízo de Deus.
Todos, desde Adão, até a segunda vinda de Cristo, todos que desceram à
sepultura ou os que estarão vivos por ocasião do advento de Jesus, enfrentarão
o mesmo juízo. Portanto, sobre este ângulo, é compreensível entender porque de geração
após geração a advertência fora proclamada pelos profetas. A vida dura 80, 90
ou 100 anos, e em seguida vem a morte, e, como, no estado de morte, as pessoas
não possuem conhecimento, ciência, nenhuma noção de tempo (Eclesiástes 9:5,
10), o que resta rapidamente é o juízo final. Mas, a mensagem de juízo não é
solitária, pois, junto com ela vem uma mensagem de salvação para os que se
arrependerem de suas transgressões.
DOMINGO – DIA DE TREVAS
(Sofonias 1:14-18; Joel 2:1-11; Amós 5:18-20)
Impressionante
declaração de Sofonias quanto ao dia do juízo, pois, evocam dias de profundo
tormento e condenação. O mundo ruma em uma determinada direção, e,
aparentemente os homens prosperam em suas maldades de maneira desenfreada. Em
todo o caos que Israel viveu e que o povo de Deus vive hoje, surge uma
inquietante pergunta: Onde está Deus? Por que permanece em silêncio diante de
tanta perversidade? A resposta a esta pergunta não é fácil de ser respondida,
mas, a palavra de Deus nos assegura que, independente do que aconteça sobre a
face da Terra, absolutamente nada poderá impedir Deus de intervir. Os ímpios
banham na iniquidade e se encolaram de perversidade. Folgam na injustiça e
prosperam na promiscuidade. Enfim, a desgraça que Israel viveu no passado se
parece perfeitamente com a desgraça que assola o mundo e muitas das igrejas que
se constituem como cristãs. A maldade e a perversidade assolam as comunidade de
maneira tão incisiva que, às vezes, duvidamos de que Deus realmente pretenda
fazer algo. Mas, Jesus foi enfático ao afirmar que, mesmo que pareça tardia,
Deus fará justiça por Seu povo (Lucas 18:7-8). O dia de trevas chegará para o mundo
e para os professos cristãos que saíram do Egito, mas, manteve a cultura egípcia
em suas vidas. O dia de trevas virá para recompensar os ímpios e justos. No
entanto, para os ímpios virá a cólera de um Deus que odeia o pecado e ama a
justiça, enquanto que, para os justos, nascerá um novo céu e uma nova terra
onde habitará paz e justiça.
SEGUNDA
– OS
HUMILDES DA TERRA (Sofonias 2:1-3)
Em
toda a Palavra de Deus encontramos dois tipos de mensagens, a de salvação e a
de condenação. De Gênesis até o Apocalipse, os enredos das histórias se
enraízam nestas duas premissas. A condenação, por causa do pecado, se tornou a
única realidade para toda a humanidade, mas, pela intervenção do Criador, Sua
misericórdia e amor enxertaram neste tronco de destruição a provisão de
redenção. Por intermédio de Jesus Cristo, Seu sacrifício, todos que se
arrependerem e se converterem ao Senhor, seguindo Sua justiça e com humildade
reconhecendo sua necessidade do poder do Espírito sobre sua vida, receberão de
Deus a absolvição da condenação. No caso da destruição que viera sobre Israel e
da destruição final que virá sobre o mundo todo, a mesma provisão fora
oferecida. Sempre que uma maldição ou destruição está por vir ao Seu povo, Deus
faz tocar a trombeta de Sua salvação para que, através de uma vida de
arrependimento e conversão Sua graça seja atuante e poderosa para redimir. O
Onipotente deseja nos livrar destes infortúnios e mudar a trajetória de nosso
destino. Sua misericórdia e amor não salva o pecador que deseja continuar em
rebeldia e transgressão, mas, está pronto para acolher os humildes que desejam
amar a justiça.
TERÇA – CIDADE CORRUPTA – (Sofonias 3:1-5).
Jerusalém, capital de Judá fora
advertida com veemência pelos profetas daquele tempo, inclusive Sofonias. A
cidade estava se tornando, gradativamente, corrupta e pagã. Os seus moradores,
influenciados pelos povos ao seu redor, especialmente os pagãos, se aventuravam
a praticar abominações aos olhos de Deus. Seus templos sagrados, assim como os
templos do Israel ao norte, não mais ensinavam a verdade e muitos de seus
sacerdotes já não serviam fielmente nos deveres religiosos de Jeová. A cidade
se encontrava em uma situação de extrema corrupção moral e de práticas de
injustiça contra os mais frágeis. Enfim, o profeta mirou seu dedo para a cidade
com mensagens de Juízo, mas, também, com mensagens de redenção caso houvesse
arrependimento. O interessante é que, o mesmo juízo que recaiu sobre Jerusalém
é o mesmo que recairá sobre as cidades de nossos dias. E mais, o mesmo juízo também
cairá sobre a cidade que propaga a verdade para o mundo, mas, como Jerusalém no
passado, vive a semelhança do mundo. A este respeito, Ellen White foi muito incisiva
ao afirmar que os juízos que devem cair sobre o mundo impenitente por ocasião
da segunda vida de Cristo serão exatamente os mesmos que trouxeram destruição
sobre Israel no passado (Profetas e Reis, p. 389). No entanto, o próprio povo
de Deus há de ser condenado enquanto viverem sob a mesma faixada religiosa
professada pelos pagãos (1 Testemunhos seletos, p. 336).
QUARTA – O MAIOR DELEITE DE DEUS (Isaías 62:5; 65:19)
Embora
a grande maioria rejeite as palavras dos profetas, embora prefiram escolher
viver sob o manto de suas inclinações do que na presença do onipotente, embora
escolham ignorar o juízo e advertência divina, houve alguns poucos que não
viraram as costas para Jeová. Estes poucos são os que preferiram sofrer, serem
maltratados, passar por diversas dificuldades e opressão, do que rejeitar a misericórdia
e compaixão de Deus. O Senhor esteve com estes e os protegeu em suas aflições.
Dentro do contexto do exílio, podemos notoriamente perceber como Daniel e seus
amigos foram, diversas vezes, libertados e amparados. Da mesma maneira, no
final dos tempos, todos os que preferirem a opressão e angústia por causa de
sua fidelidade, não serão desamparados. Estas pessoas, para Deus, são como um
precioso deleite. Por causa de suas escolhas, consideradas por alguns como
estranhas e loucas, Deus se levantará por eles e os defenderá com braço forte e
onipotente. Mesmo que fornalhas sejam acesas, mesmo que sejam lançados em covas
de leões, mesmo que sejam ameaçados de morte, ainda assim, Deus não se calará e
Sua justiça os cobrirá como um escudo. Tudo isto simplesmente porque para Deus,
estas pessoas são um profundo deleite. Portanto, não temos nada a temer a não
ser o nosso próprio medo. A âncora de nossa vida deve ser lançada nas promessas
dAquele que nunca falha e é poderosos o suficiente para nos livrar das garras
dos inimigos.
QUINTA
E SEXTA – RESPOSTA À
INJUSTIÇA (Naum 1-3)
Nínive
era a capital da Assíria, a mais cruel e implacável nação do mundo daquele
tempo. No entanto, com a mensagem de Jonas, a cidade havia se convertido ao
Senhor. Mas, infelizmente, pouco tempo depois, a mensagem do profeta havia sido
esquecida nos corações a maldade voltou a imperar na cidade. Naum, agora
levantado por Deus, pronuncia uma sentença de juízo contra a Assíria,
especialmente contra Nínive. Um cerco estava por mudar a sorte desta nação
ímpia e o juízo de Deus se levantaria para devastar a cidade. A apostasia da
cidade é a causa de sua ruína. Se eles permanecessem fiéis a Deus, com certeza
o Senhor mudaria o rumo de sua condenação. Precisamos entender algo importante
e relevante, Deus, embora algumas vezes pareça em silêncio, Ele não se esquece
da injustiça praticada pelos que não lhe servem. Deus não fecha os olhos diante
das abominações praticadas nas nações, cidades e vilarejos. Sempre, no momento
certo, seu silêncio é quebrado e sua mão poderosa se levanta contra os
perversos. A cidade de Nínive é um exemplo de como a misericórdia de Deus pode
ser uma realidade, mas, também, a mesma cidade serve de exemplo do que Deus é
capaz de fazer quando Sua mensagem é rejeitada. A grande verdade é que, o mal
precisa ser coibido, e, se isto não for feito, até o próprio povo inocente de
Deus pode ser destruído por esta maldade. O Soberano do universo, quando quebra
Seu silêncio, Ele o faz com o objetivo de fazer justiça ao Seu povo. Jesus, em
Lucas 18:7 e 8 afirma que “Porventura Deus não fará justiça aos Seus escolhidos,
que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos
que depressa lhes fará justiça [...].” No dia do juízo final, que está perto de
ocorrer, Deus se levantará de Seu trono majestoso para vingar Seu povo sofrido
e humilhado pelo mundo. Querendo ou não, aceitando ou não, Ele virá...
Gilberto G. Theiss é formado em teologia pelo Seminário Adventista do
IAENE, Especialização em filosofia pela UCM, Extensão em arqueologia pela UEPB,
e, leitura e interpretação pela UNISEB. No momento coordena o centro de
capacitação teológica Alto Clamor, e exerce a função integral de pastor
distrital na cidade de Itapajé-Ce.