SÁBADO –
INTRODUÇÃO (Amós 5:14)
“Buscai o bem
e não o mal, para que vivais; e, assim, o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará
convosco, como dizeis” (Amós 5:14).
Em
um belo dia, seu filho se aproxima de você e lhe pede uma bola de basquete de
presente. Como todo pai e mãe, sensibilizados, olha para o filho e afirma que
ele ganhará a bola de basquete no final do ano se ele aprender a se comportar,
tirar boas notas na escola e ser obediente. No entanto, ao longo dos 10 meses
seguintes, até chegar dezembro, seu filho demonstra não cumprir absolutamente
nada do combinado. Permaneceu desobediente e com notas ruins na escola. Mas,
mesmo nestas condições ele se aproxima de vocês e pede o devido presente
prometido. Bom, o que a maioria dos pais fazem é ignorar o acordo e comprar o
presente para o filho mesmo que ele não tenha cumprido a parte do acordo.
Resultados, os pais estarão preparando um futuro inconsequente para os filhos
além de os transformar em delinquentes. Embora Deus seja amor e a salvação não
seja por obras humanas, Ele não pretende nos agraciar com suas bênçãos,
proteção e cuidado enquanto formos rebeldes, desobedientes e sem compromisso
com suas normas. Se assim Ele fizer, sabe que estaria massificando,
potencializando e exercitando os piores defeitos existentes em nós. Em outras
palavras, estaria contribuindo para a nossa destruição através da indisciplina.
Deus não pretende nos comprar com dádivas e proteção, mas, conquistar-nos com a
demonstração de Sua bondade, amor e altruísmo a nosso favor. No entanto, nossa infidelidade
impede-nos de ser, não apenas agraciado por Ele, mas, também de enxergar a Sua
glória. As bênçãos e proteção de Deus não são separadas da glória da salvação.
Portanto, somente os que são salvos pela graça é que podem desfrutar destas
ricas bênçãos, pois, fazem parte do pacote.
DOMINGO – ODIAR
O MAL, AMAR O BEM (Amós 5:14, 15; Hebreus 5:14; Romanos 12:9; Provérbios 8:36)
O
povo de Deus havia esquecido o caráter de Deus, e, a pascoa que proclamava
redenção, havia se tornado em festa de juízo. A presença e o poder de Deus
estão presentes na vida dos que aprenderam a odiar o mal e amar o bem. Buscar o
bem implica em afastamento pleno do mal, e, santidade de ação deve ser
resultado de santidade de sentimento. Devemos aprender urgentemente a exaltar o
dever cristão acima da inclinação. Na verdade, sempre seremos vencidos pela
inclinação enquanto nosso coração permanecer dividido. Somente com 100% de
renúncia ao próprio eu é que nos tornará susceptíveis às vitórias espirituais.
É impossível amar o bem quando em nosso coração, o mal ainda continua sendo
alimentado. Quando tratamos de alimentar o mal não significa que estejamos nos
referindo apenas aos atos macabros como matar, roubar, injustiçar os outros.
Observe, alimentar é diferente de praticar. Podemos estar alimentando o mal
através do que lemos, ouvimos, assistimos, imaginamos, até sermos por completo
transformados por estas coisas. O mal não é apenas atos de violência ou
práticas de promiscuidade, isto tudo é apenas o resultado do que tem sido
assistido e ouvido por nossos olhos e ouvidos. O profeta não se referiu apenas
aos atos externos, mas, especialmente as manchas existentes em nosso coração
que nos impede de ser permeados ou amalgamados pela esfera espiritual. Aprender
amar o que Deus ama e odiar o que Deus odeia exigirá muitas renúncias de nossa
parte, inclusive de coisas que nos deixarão muito aborrecidos por ter que
abandoná-las. O povo de Deus, em nossos dias, passam pelos mesmos dilemas de
Israel no passado. As exigências e privilégios sãos os mesmos. Portanto, o que
você fará? Ellen White declara que “há
milhares que professam ter a luz da verdade, mas não progridem nela”, e que, “não
sabem o que significa consagração. Sua devoção é vazia e formal, não há
profundidade em sua piedade.” (Review and herald, 10 de janeiro de 1888). Obs:
(Piedade no grego é eusebeias, que
significa religiosidade). Hoje é dia de cultivar fé em Deus e de exercitar fé
inteligente através do estudo reflexivo da Palavra do Onipotente.
SEGUNDA – RELIGIÃO
HABITUAL (Amós 5:23, 24; Oséias 6:6; Mateus 9:13; Salmo 51:17)
A
religião sem prática de seus princípios é destituída de vida e de valores. Amós
não clama por moralidade sem religião. Moralidade sem essência religiosa não
tem sentido para Deus. Da mesma forma como a religião sem a moralidade deixa de
ser religião. Deus havia recebido do povo muitos rituais e oferendas externas,
mas, os rituais e oferendas externas estavam destituídas da essência da
piedade. Os atos externos são importantes, mas, o princípio que está por trás é
tão importante quanto. Os rituais sem a piedade não possuem nenhum significado
espiritual. Da mesma maneira será com a Bíblia se a tivermos em casa, porém
fechada. Bíblia fechada ou apenas aberta no salmo 91 não fará de nossas vidas
melhores, transformadas ou aptas a receber as mais preciosas bênçãos. Inclusive,
há pessoas que dizem, se o diabo aparecer, basta levantar a Bíblia que ele vai
embora. Isto é pura mentira, pois, além de não ir embora, ainda é perigoso ele
arrancar a Bíblia de sua mão e lhe dar uma bela surra com ela. O diabo só tem
medo de Bíblias que são vividas no íntimo da alma. O povo de Israel estava tão
destituído de piedade que, seus ritos se tornaram apenas formalidade, ou atos
costumeiros. Mesmo sem arrependimento, sacrificavam animais no templo como se
Deus fosse obrigado a perdoar-lhes. O ato de sacrificar animais não comprava o
direito do perdão. O sacrifício externo era apenas, ou deveria ser, uma
realidade do que existe dentre dos homens e mulheres. Em nossos dias, corremos
o mesmo risco, pois, muitos são vegetarianos apenas por acreditar que serão
mais bem vistos por Deus. Outros se vestem apenas com o objetivo de serem
elegantes, enquanto que outros dão lições de moralidade apenas para cumprir uma
tabelinha perante os olhos humanos. Nada do que venhamos a fazer, cumprir ou
realizar na vida terá algum sentido se não for por consequência de uma
realidade superior impactada dentro de nós. A religião vivida por nós não deve
ser a do habito, como um ato de escovar os dentes ou de pentear os cabelos,
mas, de uma experiência como de alguém literalmente infectado pelo amor e
grandeza de Deus. Lembre-se que, “dádivas custosas e aparências de santidade
não podem ganhar o favor de Deus. O que Ele deseja é que tenhamos espírito
contrito, coração aberto à luz da verdade, amor e compaixão pelos nossos
semelhantes, uma disposição que se recuse a ser seduzida pela avareza ou pelo
amor próprio.” (Signis of the Times, 21 de março de 1878).
TERÇA – CHAMADO
PARA SER PROFETA – (Amós 7:10-17).
Em
Israel, cuja capital era Samaria, havia vários templos paganizados. Havia um
templo ao norte de Israel, em Dã, e outro em Betel, próximo da divisa com Judá.
Ao norte para que o povo daquela região distante pudesse realizar seus ritos de
adoração. Ao sul, na divisa com Judá, em Betel, para que o povo de Israel não ultrapassasse
a fronteira pra adorar em Jerusalém, capital de Judá. Devido a apostasia de
Israel, estes templos não mais serviam ao Deus Jeová, mas, aos deuses pagãos. Enquanto
ao sul, em Judá, reinava Uzias, no norte, em Israel, reinava Jeroboão II, filho
de Joás. Entre estes dois reinados, por volta do ano 760 a.C. é que se deu o chamado
de Amós para sair de Tecoa, Judá, para profetizar em Israel contra o reinado de
Jeroboão. A mensagem de Amós não foi das melhores, mas, o autor de tais
mensagens não foi o profeta boiadeiro, mas, o próprio Deus. Amazias, sacerdote
do templo em Betel também não apreciou a mensagem de Amós e se opôs ao profeta
com veemência. A insolência de Amazias e a oposição dos afiliados do rei (pra
não dizer puxa saco), não deram crédito à mensagem que Deus havia trazido para
o reinado. Claro que a mensagem não era aprazível, pois, era carregada de juízo
sobre o rei Jeroboão e para o povo da Israel. Israel seria subjugada pela
Assíria e o rei seria morto à espada. Observe que, a mensagem para aquele tempo
reflete na íntegra o que em breve ocorrerá com os pagãos de nosso tempo. Um
cativeiro espiritual tem sido erigido pela cultura pagã deste século e muitos,
mesmo dentre os que professam a fé no cristianismo, estão sendo absorvidos pelo
paganismo moderno. O juízo de Deus para o tempo do fim tem sido apresentado,
pois, “chegou a hora do seu juízo” (Ap 14:6), é a mensagem dos anjos
visualizadas por João. No entanto, esta mensagem tem sido negligenciada e
ignorada por muitos, e, a exemplo de Israel, quando assaltados pelos Assírios
no ano de 722 a.C., também passaremos pela sacudidura, destruição e perdição
eterna. Assim como Deus chamou Amós naquele tempo, hoje, Deus tem chamado a
todos os que se colocam aos pés da cruz para serem os profetas de nossa geração
apregoando a mensagem de advertência a todos os povos, nações, multidões e
línguas. Ninguém é chamado para ser membro de igreja, mas, para sermos, todos,
pescadores de homens apresentando a mensagem de esperança, mas, também de juízo.
QUARTA – O PIOR
TIPO DE FOME (Amós 8:11, 12)
Caso
a Palavra de Deus fosse retirada, a condição de Israel era deplorável e sem
esperança. A fome e a sede pela resposta divina seriam intensa, mas, não seria
saciada. A profecia era condicional e
dependia exclusivamente do povo, caso continuassem na rebeldia e desprezo à
verdade de Jeová. No entanto, o povo não deu atenção, e, perdendo de vista a
caótica situação espiritual em que se encontravam, acarretaram sobre eles a
pior desgraça até o momento. Quando os Assírios invadiram Israel, Deus
permaneceu em silêncio permitindo a destruição e domínio dos inimigos. Esta foi
a escolha que fizeram e estas foram as consequências arquitetadas pelos
próprios esforços de sua rebeldia. Deus estava disposto a mudar esta situação e
fez o que pode para que o povo se arrependesse de sua idolatria espiritual.
Mas, sem sucesso, pois, Sua mensagem de esperança ou advertência serviu apenas para,
decididamente, se colocarem com mais ousadia contra o profeta e a mensagem
enviada. Seus corações, ao invés de ser amolecido pela voz do Espírito,
acabaram se endurecendo mais. Esta história do passado se repetirá no futuro,
pois, o mundo, as nações, as igrejas, e, mesmo alguns adventistas se apegarão
ao mundo com tanta afinidade que, quando a advertência vier sobre eles, seus
corações se tornarão mais duros e insensíveis. Vivemos dias difíceis
semelhantes aos do povo de Israel do tempo de Amós. As práticas mundanas tem se
tornado comum no meio de muitas igrejas cristãs. A retidão e pureza têm sido banidas
de muitas destas corporações que levam o nome de Jesus, ao mesmo tempo em que
abraçam a perversidade e o paganismo atuao. A igreja de Deus, o Israel
espiritual de nosso tempo não está ileso diante desta ameaça, pois, a
influência dos costumes pagãos tem sido fortes e implacáveis. No entanto,
diante das mensagens de reavivamento e reforma, os que rejeitarem a dar atenção
a esta proclamação, não receberão o selo do Deus vivo. Quando a porta da graça
se fechar, para sempre seus casos estarão decididos. Não haverá mais
intercessor e a fome e sede por uma palavra que venha de encontro as
necessidades espirituais destas pessoas não serão encontradas. Tal fome e sede
não serão saciadas. “A doce voz de misericórdia não mais os haveria de convidar
[...] Muitos desejavam a vida, mas não fizeram esforços por obtê-la. Não
optaram pela vida, e não mais havia sangue expiatório que purificasse o
culpado, nenhum Salvador compassivo que pleiteasse em favor deles e clamasse:
Poupa, poupa o pecador por mais algum tempo. [...] com terrível clareza ouviram
as palavras: Tarde demais! Tarde demais!”. (A história da Redenção, p. 404,
405).
QUINTA E SEXTA
– A RESTAURAÇÃO DE JUDÁ (Amós 9:11-15; Lucas 1:32, 33; Atos 15:13-18)
Diante
de Deus não há nenhuma posição privilegiada, e todos, embora tracem caminhos
diferentes, possuem a mesma oportunidade. Os que trilham o caminho do mal,
quebram a aliança de Deus e seguem seus próprios desejos e inclinações anulando
em sua existência a moralidade de Jeová - fatalmente passará pelo crivo do
juízo divino. A realidade é que, sempre que há pecado, há também juízo. No entanto, o juízo, sob a perspectiva
divina, precisa ser feito de modo em que os sinceros da casa de Jacó não sejam
também destruídos. Isto somente pode ocorrer através de um severo peneiramento
(9:8-10). Israel ao norte, e, mais tarde Judá, passaram pelo juízo e se tornaram
subjugadas pelos pagãos - Israel no ano 722 pela Assíria e Judá nos anos de
605, 597 e 586 pela Babilônia. Quando Judá estava prestes a ser invadida pelo
rei da Babilônia, Nabucodonosor, Jeremias fora levantado para proclamar uma
mensagem de advertência e de arrependimento, mas, sem sucesso. Amós, que viveu
antes de Jeremias, já declarava com antecedência que o Senhor traria “de volta
Israel, meu povo exilado” (9:14), provavelmente se referindo ao retorno do
exílio babilônico. Em outras palavras, como registrado em Salmo 126, Deus
promete mudar a sorte de Seu povo para que, de Judá, pudesse vir Àquele que
reinaria no lugar de Davi, a raiz de uma terra seca (Is 53:2). O Messias
prometido era a promessa de libertação do pecado e de restituição espiritual
para o a ovelha desgarrada - Israel. Em nossos dias, quantos são os que se
encontram sob o poder do exílio de uma cultura agonizante e maculada? Quantos
são, mesmo dentre os que professam conhecer a verdade, que se encontram
escravizados pelas correntes de costumes e cosmovisão pagã pecaminosa? Deus,
através de Jesus Cristo pretende libertar todos os que desejam ser libertos. O
Espírito de Deus tem tentado inserir nos corações pecadores a aversão ao pecado,
impregnando-nos da cultura celestial que é capaz de quebrar os grilhões que nos
tornam simpatizantes deste século. Mas, nem todos estão se esforçando para
quebrar os laços com o mundo. Por este motivo, como no Israel antigo, Deus
sacudirá seu povo separando definitivamente os chamados dos escolhidos.
Gilberto G. Theiss
é formado em teologia pelo Seminário Adventista do IAENE, Especialização em
filosofia pela UCM, Extensão em arqueologia pela UEPB, e, leitura e
interpretação pela UNISEB. No momento coordena o centro de capacitação
teológica Alto Clamor, e exerce a função integral de pastor distrital na cidade
de Itapajé-Ce.
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REFERÊNCIAS
DE APOIO
BRUCE, F. F. (Org.) Comentário bíblico nvi. São Paulo: Vida, 2008.
CARSON, D.A. (Et al.) Comentário bíblico vida nova. São Paulo: Vida Nova, 2009.
NICHOL,
Francis D. (Ed.). Comentario biblico adventista del septimo dia.
WHITE,
Ellen Gould. Profetas e reis.
3. ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1996.
________. A história da redenção. Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1999.
________. O
grande conflito. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1998.