Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 01
– 4º Trimestre 2012
(29 de Setembro à 6 de Outubro)
Comentário: Gilberto G. Theiss[1]
SÁBADO, 29 DE SETEMBRO
O Grande Conflito –
Fundamentos de nossas crenças
“Porei
inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o Seu descendente.
Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).
Pensamento Chave: No grande conflito entre o bem e o mal, haverá apenas um vencedor, ou melhor, o bem, na verdade já venceu com a aparente derrota de Cristo na cruz.
Durante
séculos ou milênios, muitos sábios e filósofos faziam a eloquente pergunta:
“Por que estamos aqui?” Esta pergunta ultrapassou inúmeras gerações na busca
por uma resposta que fosse capaz de resolver o grande mistério da vida – da
existência humana. A complexidade da vida, do ser e da estrutura humana, tem
sido a base para o desenvolvimento de muitas conjecturas filosóficas ou
científicas de como viemos parar aqui e para onde vamos. Até o momento, mesmo
apesar de tantas grandiosas descobertas, o mistério parece, ainda, muito longe
de ser solúvel. No entanto, embora os
homens mais doutos do mundo tenham dificuldades para decifrar o código da
existência humana, Deus, através de Sua Palavra Revelada e mediante a atuação
do Espírito santo nos corações sinceros, de maneira extraordinária, faz com que
as cortinas do invisível se desnudem para que compreendamos a verdade que
esclarece este mistério – nossa existência por intermédio de Deus, e o
sofrimento por intermédio da rebelião de anjos contra Deus desenvolvendo um
terrível grande conflito travado entre Cristo e Satanás. As doutrinas
adventistas estão permeadas deste cenário de grandes proporções que envolvem
todos neste embate. Cada doutrina, seja ela distintiva ou não, todas embasam a
resposta que explica as razões que implicam nossa existência, nossa vinda para
este planeta, e para onde iremos após o grande e decisivo conflito entre o bem
e o mal.
DOMINGO, 30 DE SETEMBRO
O conflito e seus
autores
(Gn 3:15; Ap 12:1-17)
Um
conflito real entre bem e o mal sempre existiu, seja ele travado no campo do
natural ou sobrenatural. Entretanto, o ceticismo quanto a natureza deste
conflito tem sido amplo. Tem-se desenvolvido a ideia de um conflito numa
dimensão puramente simbólico ou abstrato. Nos últimos séculos tem-se admitido
no meio acadêmico e até mesmo em alguns sistemas religiosos que Satanás, o anjo
caído, não passa de uma crença mitológica existente apenas na mente humana.
Deus, por Sua vez, é encarado apenas como um símbolo lendário interpretado
relativamente como tendo formas diferentes em cada religião. Deus, segundo
algumas declarações mais populares, é apenas uma necessidade interior projetada
pela mente humana com o objetivo de afugentar a triste e decepcionante
realidade de sermos meros animais vindos do acaso e do caos com um fim sem
propósito e desesperançoso. Interessante notar que estes conceitos que tentam
neutralizar a existência de um conflito real com personagens reais são vagos em
si mesmos e não explicam, mesmo que parcialmente, os mistérios da vida e morte
humana sob o manto dos extremos que chamamos de amor e ódio permeados de
intensa luta, dor, sofrimento e profunda insensibilidade para o bem ou para o
mal. Como é possível alguns serem tão amáveis e solidários enquanto que outros
são tão maus e sobremaneiramente ruins? Como entender o ódio descerrado contra
o bem e com os que o praticam? Como compreender a perseguição intensa
desencadeada por gerações contra aqueles que preferem viver uma vida piedosa,
amável e de retidão? Jamais conseguiremos compreender estas indagações se não
utilizarmos as lentes do grande conflito entre o bem o mal narrado pela
Escritura. Se não aceitarmos a existência de um conflito sobrenatural com
personagens reais no mundo invisível e visível, vaguearemos tonteados em
círculo, escravizados a conjecturas humanas, sem conhecimento de causa e
efeito. Enquanto isto, um povo, impactado pela presença do Espírito Santo,
confiantes das promessas registradas no cânon sagrado, serão resguardados pela
poderosa graça do Redentor e preparados para uma vida futura eternal num
ambiente onde o amor reinará em todos os corações.
SEGUNDA, 1 DE OUTUBRO
A queda de
lúcifer
(Is 14:4-21; Ez 28:12-19)
Embora não possamos ver ou ouvir, o
anjo que um dia entrou em rebelião contra Deus, é mais real quanto a nossa
realidade perceptível. A Palavra de Deus é enfática neste aspecto e não há
contradição ou discórdia entre os diversos autores bíblicos quando tratam do
assunto. Observe como alguns textos bíblicos apresentam o personagem como sendo
puramente real:
·
Em Mateus 4:1
Jesus foi tentado pelo diabo.
·
Em Mateus 4:11 o diabo se afastou e os anjos se
apresentaram.
·
Em Mateus 25:41
Jesus fala de um juízo com fogo preparado para o diabo e os seus anjos.
·
Em Lucas 4:2
afirma que Jesus foi tentado por 40 dias pelo diabo.
·
Em Lucas 4:3 o
diabo dialoga com Cristo.
·
Em João 8:44 afirma que o diabo mente.
·
Em João 13:2 o
diabo persuade Judas a trair a Cristo.
·
Em Atos 10:38 o diabo oprime as pessoas.
·
Em Efésios 4:27 apela para não darmos lugar ao
diabo.
·
Em Efésios 6:11 afirma que o diabo arma ciladas.
·
Em 1º Timóteo 3:7
afirma que o diabo cria armadilhas ou laços.
·
Em Tiago 4:7
afirma que o diabo fugirá de nós se o resistirmos.
·
Em 1º Pedro 5:8
apresenta o diabo como perseguidor comparando-o com um leão faminto.
·
Em 1º João 3:8
afirma que o diabo peca desde o princípio.
·
Em Judas 1:9
Miguel contendia com o diabo.
·
Em Apocalipse 2:10 apresenta um diabo aprisionando
e tentando pessoas num período profético já ocorrido.
·
Em Apocalipse 12:12 afirma que o diabo tem grande
ira.
·
Em Apocalipse 20:10 descreve o diabo passando
futuramente pelo juízo de destruição.
·
Em 1º Crônicas
21:1 Satanás se levanta contra Israel.
·
Em Jó 1:6 Satanás
se apresenta diante do Senhor.
·
Em Jó 1:7-9
Satanás dialoga com Deus diante de testemunhas em uma assembléia.
·
Em Jó 2:2 Satanás
afirma que havia vindo do planeta Terra e de passear por ela.
·
Em Zacarias 3:1
Satanás se apresenta à direita do sacerdote Josué para se lhe opor.
·
Em Zacarias 3:2
Deus repreende Satanás.
·
Em Mateus 4:10 Jesus expulsa Satanás.
·
Em Lucas 4:8
Satanás é repreendido ao pedir adoração de Jesus.
·
Em Lucas 10:18 Jesus afirma ter visto Satanás
ter sido lançado ou expulso do céu.
·
Em Lucas 13:16 apresenta Satanás como tendo
escravizado uma mulher na enfermidade.
·
Em Lucas 22:31 Jesus afirma que Satanás pediu
par cirandar Pedro e os demais discípulos.
·
Em Romanos 16:20 afirma que Deus esmagará
Satanás de debaixo dos pés.
·
Em 2º Coríntios
afirma que o próprio Satanás aparenta ser um anjo de luz.
·
Em 1º
Tessalonicenses Paulo diz que Satanás o impediu de ir até a igreja de
Tessalônica estar com os irmãos.
·
Em 2º
Tessalonicenses afirma que Satanás aparecerá num futuro próximo em disfarçado
de Cristo.
·
Em Apocalipse
12:9 diz que Satanás foi precipitado na
Terra.
·
Em Apocalipse 20:2
apresenta um quadro profético da prisão de Satanás aqui na Terra durante os mil
anos.
·
Em Apocalipse 20:7
apresenta sua soltura para continuar a enganar os povos até o momento do juízo
executivo.
Enfim, estes textos são
suficientes para nos ajudar a compreender a realidade de um conflito e de um
personagem representado pelo mal como sendo real. Roger Morneau, ex satanista,
após sua conversão afirmou que um dos propósitos de Satanás, que utilizaria,
para enganar o mundo, seria justamente tornar sua existência em uma ficção na
mente das pessoas. Seu objetivo seria convencer os seres humanos de que ele e
seus anjos na realidade não existem (Viagem ao Sobrenatural, p.53 e 54).
Interessante que, este fato tem realmente ganhado proporções inimagináveis.
Mesmo dentre os cristãos, há àqueles que não acreditam que o anjo caído seja
uma realidade tangível. As filosofias humanas, guiadas pela filosofia satânica,
têm sido distanciadas desta realidade. O mais curioso notar neste fato é que,
uma sociedade ou um mundo que não aceita a existência do diabo, acaba, de certa
forma, se tornando fragilizada diante de seus enganos. Observe que, se o diabo
não existe, portanto, seus enganos também não existem. Se não fosse o poder da
verdade expresso na Palavra de Deus munido da atuação do Espírito Santo, mesmo
os sinceros seriam facilmente enganados por esta estratégia. Cabe a nós
estarmos bem atentos para que este tipo de relativismo não permeie nossa
capacidade de percepção e de pensamento.
A falta de estudo da Bíblia e de oração constante, pode diluir em nós o
poder que restringe este tipo de pensamento consequentemente levando-nos a um
relaxamento espiritual. Não basta ter a Bíblia e frequentar a igreja se não
oramos e se não estudamos as verdades de Deus contidas em Sua palavra. Somente
assim nossos olhos serão capazes de ver o invisível e o intransponível. Pense
nisso.
TERÇA, 2 OUTUBRO
A arma de
Deus
(Gn 3:15; Gn 4:4 com Hb 11:4; Gn 12:3 e 22:18 com Gl 3:16; Êx 25:9 com Hb 4:2; Is 53:6 com Rm 5:8;
Mt 16:18; 18:16-20; Hb
8:1-2)
Gênesis 3:15
foi a primeira profecia significativa que descreve o grande conflito entre
Cristo ne Satanás, Miguel e o Dragão. Jesus, na cruz do calvário, pisou sobre a
cabeça de Satanás selando definitivamente seu fim. Em contrapartida, Satanás
trataria de ferir o calcanhar de Cristo através da perseguição desencadeada
contra Cristo ao se humanar, e a todos os que teimosamente persistissem em
segui-Lo. Jesus foi a arma de Deus que incidiu sobre Satanás um juízo
irreversível e o livramento dos humanos que, fazendo uso da liberdade inerente,
decidissem abandonar o reino de Satanás para se agarrar a Cristo fazendo parte
de Seu reino.
Este intenso e doloroso conflito entre Cristo e Satanás
apresentado em Gênesis 3:15
pode ser nitidamente comprovado através do conflito entre o bem e o mal na
experiência de Caim e Abel (Gn 4:4), na perseguição egípcia contra Israel
diante do livramento de Jeová (Êx 15), no conflito enfrentado por Daniel diante
dos manjares imundos do rei (Dn 1), na experiência dos amigos de Daniel diante
da adoração à estátua do rei (Dn 3), de Jesus sendo perseguido quando ainda
criança (Mt 2:16), da perseguição que durou por 1260 anos contra o povo de Deus
(Dn 7:25), e contra o remanescente fiel que permanecerá ao lado da verdade no
tempo do fim mesmo em circunstâncias desagradáveis (Ap 12:17).
QUARTA, 3 DE OUTUBRO
A batalha de Satanás
(Rm 1:20-28; Dt
32:17-18; Mt 2:1-18; 4:1-11; 16:21-23; 27:39-42)
Não
há dúvida que, a superioridade de Deus e de Jesus sobre Satanás é inimaginável,
pois, o inimigo não passa de uma mera criatura. No entanto, embora o anjo caído
saiba que Deus é superior em poder, seu orgulho é tão extensamente vasto que,
continuamente desenvolve a ideia de superioridade em sabedoria. No céu propagou
seu plano de governo como sendo mais eficiente do que o de Deus, além de ser
otimista em acreditar que, no final do grande conflito, sairá vitorioso no
conflito dialético. Roger Morneau, ex satanista, numa entrevista concedida,
revelou que Satanás argumentava com os sacerdotes satânicos que, no final do
grande conflito Deus chegará a conclusão que ele (Satanás) tinha razão, e para
fazer justiça frente as suas reivindicações, não destruirá ninguém além de
entregar a Terra à seu governo. Enfim, ele, motivadamente ensina a seus anjos e
seguidores que ele e todos que estiverem do seu lado vencerão este grande
conflito e que Deus reconhecerá sua soberania (ver entrevista no youtube). Embora
estas declarações sejam fortes, a Palavra de Deus revela uma outra realidade.
Satanás desencadeou uma horrenda e sangrenta batalha contra Cristo e Seus
seguidores. Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, podemos
observar o povo de Deus e o próprio Cristo sendo massivamente perseguido até a
morte. Os milhares de cristãos martirizados sob circunstâncias de tortura e
Jesus crucificado de maneira tão cruel revelam um tipo de inimigo com níveis de
maldade assustadora. Isto sem levar em consideração a destruição da Terra e os
maus tratos com toda a criação viva de Deus. Isto nos revela que, O inimigo não
está tentando vencer este embate através dos argumentos, mas, através de uma
guerra sem precedentes. Não há discurso de sabedoria e não há nada nas palavras
ou nos atos de Satanás que possa torna-lo justo no final do conflito. Seus atos
e palavras apenas o incriminam acumuladamente.
QUINTA E SEXTA 4 e 5 DE
OUTUBRO
Escolhas
(Ap 14:6-13)
Que o conflito é real, não há
dúvidas, porém, tão real quanto são os destinos traçados por nossas decisões e
escolhas. A todo o momento estamos fazendo escolhas que redundarão para o nosso
bem eterno ou para a destruição final. Embora a palavra destruição seja um
tanto forte, parece não existir outra opção melhor para os que preferem viver
dissociados do amor de Deus. O detalhe é que, mesmo que Deus permitisse que os
ímpios vivessem em um planeta, separados, eles jamais seriam felizes, pois, o
pecado somente nos condiciona a dor e sofrimento. Portanto, extinguir os ímpios
da existência, parece ser a melhor opção para os que decididamente preferem
viver longe do amor de Deus. Este paradoxo indica que até a destruição dos
ímpios será motivada pela bondade do Senhor.
Apocalipse 14 é o centro da
identidade da verdade para o tempo do fim, ou melhor, o coração de todo
desfecho apocalíptico. Neste capítulo nitidamente percebemos dois grupos
distintos. O mundo todo está e estará dividido apenas em dois grupos, sendo os
que adoram a Deus e guardam os Seus mandamentos e os que adoram a besta e
adotam o seu sinal ou marca. Eu e você estamos vivendo nos dias intermediários
deste cumprimento, pois, as três mensagens angélicas estão sendo proclamadas em
todos os continentes com o objetivo de, inteligentemente cativar racionalmente
a atenção de todos os humanos. Nesta guerra, Deus comissionou um povo para
proclamar estas mensagens tornando possível a cada cidadão deste mundo fazer
sua escolha de forma plenamente e clarificadamente consciente. Nenhuma pessoa,
seja ela inculta ou culta, tomará uma decisão de forma inconsciente ou de
maneira ingênua, o Espírito Santo tem codificado e continuará codificando as
verdades de Deus nos corações humanos de forma que todos façam escolhas
lúcidas. O mais assustador notar é que,
embora Deus tenha propostas sublimes e planos imensuráveis para todos os que O
escolherem, a grande maioria será cegada pelo orgulho, presunção e pelas suas
paixões humanas. Preferirão manter-se escravizadas em seus prazeres e
carnalidades do que os valores e princípios do Céu que os tornariam vencedores
e redimidos em Cristo. Permaneceriam enganando e sendo enganados (2º Tm 3:13),
e preferirão ser mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus (2º Tm 3:4).
[1] Gilberto G. Theiss,
nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde
1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro
“Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora
Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade
Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro
bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site
www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano
de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB.
Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso
e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no
movimento Adventista como pede hebreus 13:17.
Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que
rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss
faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor,
e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e
amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e
bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br