Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 02

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 02 – 4º Trimestre 2012
(6 a 13 de outubro)

Comentário: Gilberto G. Theiss[1]

SÁBADO, 6 DE OUTUBRO
Deus e a revelação

            “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o Universo” (Hb 1:1,2).

Pensamento Chave: Precisa ser bem enfatizado em todas as igrejas, nós, adventistas do sétimo dia acreditamos na Bíblia como os reformadores creram e deram suas vidas pelas verdades contidas nela. Contrariando a declaração do Barack Obama, nós acreditamos plenamente na inerrância das Escrituras.

            De todos os livros existentes no globo, nenhum se iguala a Bíblia. A revelação a respeito de Deus, Seu amor e Suas obras para remediar os resultados do pecado serão vista com clareza através das páginas deste extraordinário livro. A natureza nos revela claramente um criador inteligente, desenhista e repleto de amor. No entanto, nada clarificará com mais intensidade e precisão o conflito entre o bem e o mal, a natureza e gravidade do pecado e a restauração de todas as coisas, do que a revelação contida nas Escrituras. Na medida em que nos detemos na palavra de Deus, nossos olhos contemplarão o invisível e no coração será brotado com mais intensidade o desejo constante de ser semelhante a Ele em bondade, amor e retidão. Ellen White declara que “Por meio delas (Escrituras), Ele nos está falando a nós, individualmente; falando tão diretamente, como se Lhe pudéssemos ouvir a voz. É por intermédio dessas promessas que Cristo nos comunica Sua graça e poder. Elas são folhas daquela árvore que é "para a saúde das nações". Apoc. 22:2. Recebidas, assimiladas, elas serão a fortaleza do caráter, a inspiração e o sustentáculo da vida. Nenhuma outra coisa pode possuir tal poder restaurador.” (A Ciência do Bom Viver, pág. 122), e que “Quando estudamos suas páginas com o sincero desejo de ficar sabendo qual é nosso dever, há anjos bem perto de nós para impressionar-nos a mente e fortalecer a imaginação para discernir as coisas sagradas reveladas na Palavra de Deus.” (Carta 32, 1876). Em nossos dias, Deus substituiu o fruto da árvore da vida pela Sua Palavra, e na medida em que estudamos a Bíblia é como se estivéssemos nos alimentando da árvore da vida.

DOMINGO, 7 DE OUTUBRO
A doutrina da Escritura
(2 Pe 1:19-21; 2 Tm 3:16,17; Mt 4:4,7,10; 22:41-46; Jo 10:34,35)

            Observe que, Pedro, Paulo, Mateus, Lucas, João e outros escritores bíblicos, são enfáticos e unânimes quanto a crença na inspiração das verdades contidas na Escritura. Não há meio termo ou algum tipo de insegurança entre eles ao descrever a confiabilidade na revelação. Além de não haver nenhuma contradição quanto à confiança de seu conteúdo, eles seguem uma unidade de pensamento capaz de admirar o indivíduo mais cético da arte da escrita. Veja algumas declarações impressionantes que reforçam a veracidade da inspiração:

·       * 2 Pedro 1:19-21 – Afirma que a Palavra foi inspirada sobrenaturalmente pelo Espírito Santo e que nenhuma revelação foi dada originalmente por seres humanos.

·        *  2 Timóteo 3:16,17 – Afirma que TODA  a Escritura foi inspirada por Deus. Não há absolutamente nada na Bíblia que tenha sido maculado pelo pensamento humano. Embora a forma de escrever seja diretamente dos escritores, o pensamento ali inserido foi concedido de maneira sobrenatural advinda de Deus.

·         * Mateus 4:4,7 – Jesus foi enfático ao afirma que nossa vida depende essencialmente do que “ESTÁ ESCRITO”. Se as Escrituras não fossem dignas de confiança e fonte de Verdades plenas, com certeza Jesus não seria tão incisivo como foi neste caso.

·     * 1 Coríntios 4:6 – Paulo afirma que não devemos ir além do que está escrito. Ele substancia a ideia de sustentação e embasamento na Escritura. Não há verdade dissociada da Palavra de Deus.

·         * Mateus 22:29 – Jesus afirma que, os que não se estudam e não se sustentam nas Escrituras, estão enfadados ao erro. Ela é nossa garantia de ser guiado na verdade.

·        * Lucas 24:27 – Lucas descreve Jesus apresentando verdades proféticas a Seu respeito fazendo uso dos livros que chamamos de Antigo Testamento. A base para evidenciar algumas verdades a Seu respeito foram os escritos dos profetas. Isto legitima com mais força a veracidade destes livros.

·         * João 5:39 – Está explícito que, para buscar vida eterna, somente nas Escrituras. Se a Bíblia não fosse um livro plenamente confiável e se Deus não se comprometesse em cuidar, proteger e escudar estes escritos das influências e interferências humanas (isto inclui os copistas), Jesus, de maneira alguma, se arriscaria em ser tão incisivo em nos conduzir à Escritura sem reservas de confiança.

Estas verdades, contidas nestes versos, dilatam ou ampliam nossa capacidade de crer nas Escrituras como fonte verdadeira de realidades tangíveis. Há muitas outras evidências, tanto bíblicas quanto extra bíblicas que autenticam a Escritura como doutrina sólida para a vida e para a compreensão da vida.

SEGUNDA, 8 DE OUTUBRO
A natureza da inspiração
 (At 1:18; Mt 27:5)

            No decorrer da história da igreja, as ideias concernentes à inspiração da Bíblia tem se formado seguindo características distintas de três movimentos teológicos: a ortodoxia, o modernismo e a neo-ortodoxia. Com o surgimento do modernismo, muitos passaram a crer que a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus. Mais próximo do tempo presente, sob a influência do existencialismo contemporâneo, os neo-ortodoxos passaram a ensinar que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus quando o individuo passa a ter um encontro pessoal com Deus. No entanto, na maior parte da história, a visão ortodoxa sobrepôs às ideias do modernismo e da neo-ortodoxia ensinando que a Bíblia é a Palavra de Deus. Agora, especificamente no tempo presente, o relativismo desenfreado tem levado alguns a estabelecerem uma interpretação unilateral das Escrituras, ou seja, a Bíblia contém verdades diferentes para cada indivíduo em seu contexto pessoal, cultura e necessidades. Embora estas conjecturas tendam fazer com que seja diluída a credibilidade na inspiração das Escrituras, os adventistas do sétimo dia mantém as escrituras como regra de fé e de inspiração infalíveis, mesmo para o nosso tempo. Tota escriptura e sola escriptura é a firme e resoluta bandeira dos adventistas em todo o mundo.
            Quanto a natureza da inspiração, os adventistas creem na inspiração de pensamento e que as palavras não foram ditadas pelo Espírito Santo. Os escritores, sob a luz da revelação, expressou em suas palavras, sob a orientação do Espírito Santo, o que lhes foi apresentado em sonhos e visões. Alguns contestam a veracidade do conteúdo bíblico por conta de algumas divergências existentes entre alguns escritores quando trataram do mesmo assunto. Embora isto seja fato, estas mesmas diferenças podem ser usadas como evidência de como Deus concedeu liberdade para que os escritores expressassem as verdades da revelação a partir de suas capacidades linguísticas individuais e diferentes. Se observarmos com atenção, estas aparentes diferenças, na verdade, se complementam como num todo. Por exemplo, em Mateus 8:28 apresenta a história de dois endemoninhados enquanto que Marcos (5:15-18), e Lucas (8:36) descrevem apenas um. Naturalmente algumas pessoas poderiam justificar com estes textos uma aparente contradição e consequentemente reduzir a credibilidade do conteúdo da Escritura. No entanto, este fato não será um problema para àqueles que conhecem um pouco da cultura do médio oriente que, neste caso específico, tem o costume de contar apenas os homens isentando as mulheres e crianças dos índices. O relato da multiplicação dos pães reforça esta ideia, pois, enquanto que Marcos (6:44) e Lucas (9:14) relatam que havia cinco mil homens, Mateus (14:21) descreve que, comeram do pão, cerca de cinco mil homens além de mulheres e crianças. Portanto, como visto neste exemplo, as aparentes contradições na verdade se completam apresentando um quadro mais completo.

TERÇA, 9 OUTUBRO
O mistério do Deus triúno
(Gn 1:26; Dt 6:4; Mc 12:29; Gn 3:22; 11:7; Jo 1:1-3,18; 20:28; 2Co 13:13; Mt 28:19)

            A doutrina da Trindade é um dos mistérios mais difíceis de ser compreendido. Não há dúvidas que, este assunto, em nossos dias, levanta tantos debates, porém, muitas das vezes infrutíferos. A Palavra de Deus declara explicitamente que a Divindade, embora seja apenas um Deus, é apresentada em 3 pessoas. A complexidade extrapola nossa capacidade de compreensão e há os que acreditam ainda que, até para os anjos, a Trindade é um grande mistério. Se está teoria do mistério para os anjos estiver correta, então, quem dirá para os seres humanos. Certa feita, um individuo me procurou para que explicasse a ele porque a igreja Adventista dogmatiza este assunto com tanta veemência. Minha resposta foi clara e distintamente em apresentar que a igreja dogmatiza porque a Bíblia dogmatiza. Embora a Bíblia apresente o tema de forma inferente ou subjetiva, não podemos negar que, até a inferência ou subjetividade fazem parte da revelação geral de Deus. Há diversos outros pontos dogmatizados que se baseiam apenas na inferência. O sábado após a ressurreição, a abstinência a determinados alimentos e o batismo por imersão são alguns dos exemplos de verdades subjetivas que não discutimos se são verdadeiras ou não. Bom, não pretendo classificar e interpretar versos a este respeito, pois o tema é amplo e eu precisaria de pelo menos umas 200 páginas para evidenciar em detalhes esta doutrina na Escritura. No entanto, deixo um exemplo interessante para ser analisado, pensado e refletido. Na tenda de Abraão havia 3 anjos. Depois, destes 3 anjos, apenas 1 permaneceu com Abraão enquanto 2 foram até Sodoma e Gomorra. Não há dúvidas de que o anjo que permaneceu com Abraão era o próprio Deus, mas, e quanto aos dois anjos que foram até Sodoma? Observe na história que, quando Ló viu os dos anjos, ele, de imediato, se ajoelhou perante eles. A pergunta é simples, porque os anjos não advertiram Ló por se prostrar diante deles, uma vez que, sempre que um ser humano se ajoelhou diante de algum anjo, ele sempre foi advertido para não fazer tal coisa? (Ver Gn 19:1).

QUARTA, 10 DE OUTUBRO
Atributos do nosso Criador
(Hb 11:6; Rm 10:17; Ml 3:6; Tg 1:17; IJo 4:8,16; 2Cr 6:18)

            Um fato que claramente entendemos é que, a Bíblia não se preocupa em evidenciar a existência de Deus. Ela se preocupa apenas em nos revelar o plano estabelecido por Ele para resgatar a humanidade da perdição. Embora não seja sua preocupação apresentar fatos que evidencie a existência do Criador, podemos nitidamente perceber através de diversas declarações a confiança contundente dos escritores nesta verdade. São diversas citações que exploram a ideia de Deus como Criador de todas as coisas. Além dos atos criativos, Deus é apresentado como possuindo todo o poder, conhecimento e onisciência plena. A Escritura também, por diversas vezes, apresenta a verdade de seu caráter baseado em pura essência de amor e de imutabilidade. Deus não se arrepende para que tenha que mudar, e esta questão se justifica pelo fato de Deus ser sábio demais para cometer erros. Nas três mensagens angélicas, uma verdade é ressaltada no final dos tempos como sendo uma mensagem importante (Ap 14:6-11). A primeira mensagem nos arremete à criação descrevendo o Senhor como Àquele que fez todas as coisas. Interessante notar que, é justamente no tempo em que vivemos, descrito como tempo do fim, que a crença da criação tem sido fortemente questionada. Parece que Deus fez questão de ressaltar esta importante mensagem para contrapor as teorias que concorrem com a doutrina da Criação. O mais importante entender é que, Deus é soberano e que, embora os homens se esforcem em destrona-lo de sua real função, eles jamais deixará de ser Deus e criador.

QUINTA E SEXTA 11 e 12 DE OUTUBRO
As ações de Deus
(Gn 11:9; 19:24; Êx 3:1-14; Jo 3:16; 1Ts 4:17)

            No decorrer da história houve muitas tentativas de elaborar filosofias que pudessem explicar a existência de Deus ou sua inexistência. A maneira como compreendemos esta questão redundará na maneira como entendemos suas ações em nosso mundo e na vida humana. Alguns elaboraram a ideia de que Deus, em realidade, não seria um ser pessoal, mas uma força impessoal que permeia todas as coisas na essência da natureza. Esta teoria chamada de panteísmo afirma que Deus está em tudo e em todos. No entanto, na verdade, Deus é um ser plenamente pessoal, e a Escritura afirma claramente que Ele está ativamente envolvido com a humanidade. Uma demonstração óbvia desta afirmação foi a vinda de Jesus que se encarnou tornando-se pessoal, porém vestido da humanidade. Se Ele sendo Deus se vestiu da humanidade para tornar-se real, visível e pessoal, isto indica que, numa esfera ou natureza superior, Ele também já era pessoal. A Palavra de Deus por diversas vezes descreve a ação de Deus no meio da sociedade. A confusão das línguas espalhando a sociedade de Babel, a destruição de Sodoma, a libertação de Israel do Egito e outras situações mais apresentam incisivamente a pessoalidade de Deus em nosso meio.




[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br