Comentário da Lição da
Escola Sabatina – Lição 02 – 4º Trimestre 2012
(6 a 13 de outubro)
Comentário: Gilberto G.
Theiss[1]
SÁBADO, 6 DE OUTUBRO
Deus
e a revelação
“Havendo Deus, outrora, falado,
muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos
dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo
qual também fez o Universo” (Hb 1:1,2).
Pensamento Chave: Precisa ser bem enfatizado em todas as igrejas, nós, adventistas do sétimo dia acreditamos na Bíblia como os reformadores creram e deram suas vidas pelas verdades contidas nela. Contrariando a declaração do Barack Obama, nós acreditamos plenamente na inerrância das Escrituras.
DOMINGO, 7 DE OUTUBRO
A
doutrina da Escritura
(2
Pe 1:19-21; 2 Tm 3:16,17; Mt 4:4,7,10; 22:41-46; Jo 10:34,35)
Observe que, Pedro, Paulo, Mateus,
Lucas, João e outros escritores bíblicos, são enfáticos e unânimes quanto a
crença na inspiração das verdades contidas na Escritura. Não há meio termo ou
algum tipo de insegurança entre eles ao descrever a confiabilidade na
revelação. Além de não haver nenhuma contradição quanto à confiança de seu
conteúdo, eles seguem uma unidade de pensamento capaz de admirar o indivíduo
mais cético da arte da escrita. Veja algumas declarações impressionantes que
reforçam a veracidade da inspiração:
· * 2 Pedro 1:19-21 – Afirma que a Palavra foi inspirada sobrenaturalmente
pelo Espírito Santo e que nenhuma revelação foi dada originalmente por seres
humanos.
· * 2 Timóteo 3:16,17 – Afirma que TODA
a Escritura foi inspirada por Deus. Não há absolutamente nada na Bíblia
que tenha sido maculado pelo pensamento humano. Embora a forma de escrever seja
diretamente dos escritores, o pensamento ali inserido foi concedido de maneira
sobrenatural advinda de Deus.
· * Mateus 4:4,7 – Jesus foi enfático ao afirma que nossa vida depende
essencialmente do que “ESTÁ ESCRITO”. Se as Escrituras não fossem dignas de
confiança e fonte de Verdades plenas, com certeza Jesus não seria tão incisivo
como foi neste caso.
· * 1 Coríntios 4:6 – Paulo afirma que não devemos ir além do que está
escrito. Ele substancia a ideia de sustentação e embasamento na Escritura. Não há
verdade dissociada da Palavra de Deus.
· * Mateus 22:29 – Jesus afirma que, os que não se estudam e não se sustentam
nas Escrituras, estão enfadados ao erro. Ela é nossa garantia de ser guiado na
verdade.
· * Lucas 24:27 – Lucas descreve Jesus apresentando verdades proféticas a Seu
respeito fazendo uso dos livros que chamamos de Antigo Testamento. A base para
evidenciar algumas verdades a Seu respeito foram os escritos dos profetas. Isto
legitima com mais força a veracidade destes livros.
· * João 5:39 – Está explícito que, para buscar vida eterna, somente nas
Escrituras. Se a Bíblia não fosse um livro plenamente confiável e se Deus não
se comprometesse em cuidar, proteger e escudar estes escritos das influências e
interferências humanas (isto inclui os copistas), Jesus, de maneira alguma, se
arriscaria em ser tão incisivo em nos conduzir à Escritura sem reservas de
confiança.
Estas verdades, contidas nestes versos, dilatam ou ampliam nossa
capacidade de crer nas Escrituras como fonte verdadeira de realidades tangíveis.
Há muitas outras evidências, tanto bíblicas quanto extra bíblicas que
autenticam a Escritura como doutrina sólida para a vida e para a compreensão da
vida.
SEGUNDA, 8 DE OUTUBRO
A
natureza da inspiração
(At 1:18; Mt 27:5)
No decorrer da
história da igreja, as ideias concernentes à inspiração da Bíblia tem se
formado seguindo características distintas de três movimentos teológicos: a
ortodoxia, o modernismo e a neo-ortodoxia. Com o surgimento do modernismo,
muitos passaram a crer que a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus. Mais
próximo do tempo presente, sob a influência do existencialismo contemporâneo,
os neo-ortodoxos passaram a ensinar que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus
quando o individuo passa a ter um encontro pessoal com Deus. No entanto, na
maior parte da história, a visão ortodoxa sobrepôs às ideias do modernismo e da
neo-ortodoxia ensinando que a Bíblia é a Palavra de Deus. Agora,
especificamente no tempo presente, o relativismo desenfreado tem levado alguns
a estabelecerem uma interpretação unilateral das Escrituras, ou seja, a Bíblia
contém verdades diferentes para cada indivíduo em seu contexto pessoal, cultura
e necessidades. Embora estas conjecturas tendam fazer com que seja diluída a
credibilidade na inspiração das Escrituras, os adventistas do sétimo dia mantém
as escrituras como regra de fé e de inspiração infalíveis, mesmo para o nosso
tempo. Tota escriptura e sola escriptura é a firme e resoluta
bandeira dos adventistas em todo o mundo.
Quanto
a natureza da inspiração, os adventistas creem na inspiração de pensamento e
que as palavras não foram ditadas pelo Espírito Santo. Os escritores, sob a luz
da revelação, expressou em suas palavras, sob a orientação do Espírito Santo, o
que lhes foi apresentado em sonhos e visões. Alguns contestam a veracidade do
conteúdo bíblico por conta de algumas divergências existentes entre alguns
escritores quando trataram do mesmo assunto. Embora isto seja fato, estas
mesmas diferenças podem ser usadas como evidência de como Deus concedeu
liberdade para que os escritores expressassem as verdades da revelação a partir
de suas capacidades linguísticas individuais e diferentes. Se observarmos com
atenção, estas aparentes diferenças, na verdade, se complementam como num todo.
Por exemplo, em Mateus 8:28 apresenta a história de dois endemoninhados
enquanto que Marcos (5:15-18), e Lucas (8:36) descrevem apenas um. Naturalmente
algumas pessoas poderiam justificar com estes textos uma aparente contradição e
consequentemente reduzir a credibilidade do conteúdo da Escritura. No entanto,
este fato não será um problema para àqueles que conhecem um pouco da cultura do
médio oriente que, neste caso específico, tem o costume de contar apenas os
homens isentando as mulheres e crianças dos índices. O relato da multiplicação
dos pães reforça esta ideia, pois, enquanto que Marcos (6:44) e Lucas (9:14)
relatam que havia cinco mil homens, Mateus (14:21) descreve que, comeram do
pão, cerca de cinco mil homens além de mulheres e crianças. Portanto, como visto
neste exemplo, as aparentes contradições na verdade se completam apresentando
um quadro mais completo.
TERÇA, 9 OUTUBRO
O
mistério do Deus triúno
(Gn 1:26; Dt 6:4; Mc 12:29; Gn 3:22; 11:7; Jo
1:1-3,18; 20:28; 2Co 13:13; Mt 28:19)
A doutrina da Trindade é um
dos mistérios mais difíceis de ser compreendido. Não há dúvidas que, este
assunto, em nossos dias, levanta tantos debates, porém, muitas das vezes
infrutíferos. A Palavra de Deus declara explicitamente que a Divindade, embora
seja apenas um Deus, é apresentada em 3 pessoas. A complexidade extrapola nossa
capacidade de compreensão e há os que acreditam ainda que, até para os anjos, a
Trindade é um grande mistério. Se está teoria do mistério para os anjos estiver
correta, então, quem dirá para os seres humanos. Certa feita, um individuo me
procurou para que explicasse a ele porque a igreja Adventista dogmatiza este
assunto com tanta veemência. Minha resposta foi clara e distintamente em
apresentar que a igreja dogmatiza porque a Bíblia dogmatiza. Embora a Bíblia
apresente o tema de forma inferente ou subjetiva, não podemos negar que, até a
inferência ou subjetividade fazem parte da revelação geral de Deus. Há diversos
outros pontos dogmatizados que se baseiam apenas na inferência. O sábado após a
ressurreição, a abstinência a determinados alimentos e o batismo por imersão
são alguns dos exemplos de verdades subjetivas que não discutimos se são
verdadeiras ou não. Bom, não pretendo classificar e interpretar versos a este
respeito, pois o tema é amplo e eu precisaria de pelo menos umas 200 páginas
para evidenciar em detalhes esta doutrina na Escritura. No entanto, deixo um
exemplo interessante para ser analisado, pensado e refletido. Na tenda de
Abraão havia 3 anjos. Depois, destes 3 anjos, apenas 1 permaneceu com Abraão
enquanto 2 foram até Sodoma e Gomorra. Não há dúvidas de que o anjo que
permaneceu com Abraão era o próprio Deus, mas, e quanto aos dois anjos que
foram até Sodoma? Observe na história que, quando Ló viu os dos anjos, ele, de imediato,
se ajoelhou perante eles. A pergunta é simples, porque os anjos não advertiram
Ló por se prostrar diante deles, uma vez que, sempre que um ser humano se ajoelhou
diante de algum anjo, ele sempre foi advertido para não fazer tal coisa? (Ver
Gn 19:1).
QUARTA, 10 DE OUTUBRO
Atributos
do nosso Criador
(Hb
11:6; Rm 10:17; Ml 3:6; Tg 1:17; IJo 4:8,16; 2Cr 6:18)
Um fato que claramente entendemos é
que, a Bíblia não se preocupa em evidenciar a existência de Deus. Ela se
preocupa apenas em nos revelar o plano estabelecido por Ele para resgatar a
humanidade da perdição. Embora não seja sua preocupação apresentar fatos que
evidencie a existência do Criador, podemos nitidamente perceber através de diversas
declarações a confiança contundente dos escritores nesta verdade. São diversas
citações que exploram a ideia de Deus como Criador de todas as coisas. Além dos
atos criativos, Deus é apresentado como possuindo todo o poder, conhecimento e
onisciência plena. A Escritura também, por diversas vezes, apresenta a verdade
de seu caráter baseado em pura essência de amor e de imutabilidade. Deus não se
arrepende para que tenha que mudar, e esta questão se justifica pelo fato de
Deus ser sábio demais para cometer erros. Nas três mensagens angélicas, uma
verdade é ressaltada no final dos tempos como sendo uma mensagem importante (Ap
14:6-11). A primeira mensagem nos arremete à criação descrevendo o Senhor como
Àquele que fez todas as coisas. Interessante notar que, é justamente no tempo
em que vivemos, descrito como tempo do fim, que a crença da criação tem sido
fortemente questionada. Parece que Deus fez questão de ressaltar esta
importante mensagem para contrapor as teorias que concorrem com a doutrina da
Criação. O mais importante entender é que, Deus é soberano e que, embora os
homens se esforcem em destrona-lo de sua real função, eles jamais deixará de
ser Deus e criador.
QUINTA E SEXTA 11 e 12 DE
OUTUBRO
As
ações de Deus
(Gn
11:9; 19:24; Êx 3:1-14; Jo 3:16; 1Ts 4:17)
No decorrer da história houve muitas
tentativas de elaborar filosofias que pudessem explicar a existência de Deus ou
sua inexistência. A maneira como compreendemos esta questão redundará na
maneira como entendemos suas ações em nosso mundo e na vida humana. Alguns
elaboraram a ideia de que Deus, em realidade, não seria um ser pessoal, mas uma
força impessoal que permeia todas as coisas na essência da natureza. Esta
teoria chamada de panteísmo afirma que Deus está em tudo e em todos. No
entanto, na verdade, Deus é um ser plenamente pessoal, e a Escritura afirma
claramente que Ele está ativamente envolvido com a humanidade. Uma demonstração
óbvia desta afirmação foi a vinda de Jesus que se encarnou tornando-se pessoal,
porém vestido da humanidade. Se Ele sendo Deus se vestiu da humanidade para
tornar-se real, visível e pessoal, isto indica que, numa esfera ou natureza
superior, Ele também já era pessoal. A Palavra de Deus por diversas vezes
descreve a ação de Deus no meio da sociedade. A confusão das línguas espalhando
a sociedade de Babel, a destruição de Sodoma, a libertação de Israel do Egito e
outras situações mais apresentam incisivamente a pessoalidade de Deus em nosso
meio.
[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da
Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas
Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico
adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos
na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na
Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um
ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço
teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está
Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou
extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é
autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à
mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista
como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é
filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No
entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima
é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus,
sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu
devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato:
gilbertotheiss@yahoo.com.br