O
vespertino da Santa Sé publicou em sua edição desta quinta-feira um artigo do
professor italiano Alberto Camplani, especialista em língua copta e professor
de História do Cristianismo na Universidade La Sapienza de Roma, no qual
analisa o papiro recuperado pela professora americana Karen King que levantou a
polêmica.
Em seu artigo, Camplani
afirma que Karen apresentou o papiro como do século IV e que o texto pôde ter
sido escrito no século II "quando se debatia sobre se Jesus esteve
casado".
Camplani expressou sua
"reserva" sobre esse ponto e que perante um objeto desse tipo,
"que ao contrário de outros papiros não foi descoberto em uma escavação,
mas provém de um mercado de antiguidades, é preciso adotar precauções".
O especialista italiano
acrescentou que, no que concerne ao texto, a própria Karen propõe vê-lo não
como uma prova do estado conjugal de Jesus, mas como uma tentativa de fundar
uma visão positiva do casamento cristão.
"Mas não é assim,
trata-se de expressões totalmente metafóricas, que simbolizam a
consubstancialidade espiritual entre Jesus e seus discípulos, que são
amplamente divulgadas na literatura bíblica e na cristã primitiva",
comentou o especialista.
Segundo o vespertino da
Santa Sé, "razões consistentes" fazem pensar que o papiro seja uma
"trôpega falsificação, como tantas que chegam do Oriente Médio", e
que as frases nada têm a ver com Jesus.
Estadão
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