Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 12 – 4º Trimestre 2010 (11 a 18 de dezembro)



Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 12 – 4º Trimestre 2010 (11 a 18 de dezembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 11 DE DEZEMBRO
Geazi: errando o alvo
(Dt 13:4; 1Rs 19:16)

            “Sigam somente o Senhor, o seu Deus, e temam a Ele somente. Cumpram os Seus mandamentos e obedeçam-Lhe; sirvam-no e apeguem-se a Ele” (Dt 13:4).

Que privilégio seria poder servir a um profeta tão significante como foi Eliseu. Que honra se eu e você tivéssemos sido chamados para dar apoio a uma pessoa que fala e ouve a voz de Deus audivelmente. Na história desta semana, falaremos sobre um jovem que teve a oportunidade de servir, aprender e de futuramente fazer parte do corpo docente espiritual dos profetas. Ser pastor hoje é uma honra e realização, mas ser profeta, seria mais do que honra, embora os deveres sejam ainda maiores e as responsabilidades infinitas.
Geazi, embora muito jovem, pode ter o privilégio de aprender lições significativas para a vida. Bebeu da fonte da sabedoria e teve contato quase que direto com o centro do saber. Sua vida poderia ter sido pautada pelo que existe de mais autêntico e real no âmbito espiritual. No entanto, como muitos jovens de hoje, escolhera o infortúnio do prazer pecaminoso. Com certeza, como qualquer outro que escolhe as coisas destas vida em detrimento da vontade de Deus, acabam sendo levado diretamente ao encontro do fracasso. As palavras de Jeremias ecoam com eloquência para nós ao apelar: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor (Jr 9:23,24).

Leitura Adicional

“Há uma educação que é essencialmente mundana. Seu objetivo é o êxito no mundo e a satisfação de ambições egoístas. A fim de adquirir essa educação, muitos estudantes despendem tempo e dinheiro em atulhar a mente com conhecimentos desnecessários. O mundo os julga homens de saber; Deus, entretanto, não tem lugar em seus pensamentos. ...Sem Cristo, os mais sábios dos homens não O podem compreender. Podem professar sabedoria; podem gloriar-se em suas realizações; mas o mero conhecimento intelectual, à parte das grandes verdades que se centralizam em Cristo, é como nada. ...Pudessem os homens enxergar um momento para além do horizonte da visão finita, pudessem ter um vislumbre do Eterno, e toda boca se calaria com seu orgulho. Finitos são os homens que vivem neste pequenino átomo de mundo; Deus tem inumeráveis mundos obedientes a Suas leis, e dirigidos para Sua glória. Quando os homens avançarem em suas pesquisas científicas até aonde lhes permitirem as limitadas faculdades, existe ainda para além uma infinidade que lhes escapa à apreensão.
Antes de o homem se tornar realmente sábio, cumpre-lhe avaliar sua dependência de Deus, e encher-se de Sua sabedoria. Ele é a fonte do poder intelectual, bem como do espiritual. Os maiores homens, que atingiram o que o mundo considera o máximo na ciência, não são para se comparar com o amado João ou o apóstolo Paulo. É quando se combinam a capacidade intelectual e a espiritual, que se atinge a mais alta norma de varonilidade (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 64-66; Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 143).

DOMINGO, 12 DE DEZEMBRO
Servidão
(Gn 24:2-4; 39:4)6; Lc 14:17; 17:7,8; At 2:18)

Em qualquer dicionário, a palavra servir, seria facilmente interpretado como ajudar, assessorar, assistir, auxiliar, colaborar, contribuir, cooperar, servir, subsidiar, etc.
Para a mentalidade sem Deus, esta palavra poderia muito bem servir para propósitos egoístas. No entanto, a palavra de Deus nos ensina outro estilo de servidão. Para Deus, o verdadeiro servo é aquele que desempenha um papel sublime em benefício de outros. Enquanto que para o mundo o líder é aquele que sempre está acima sendo servido, na Palavra de Deus o verdadeiro líder é o que serve tanto os que aparentemente estão acima ou abaixo dele. O papel de liderança, embora pareça estranho e paradoxal, é exercido como papel de servo. O próprio Jesus quando se humanou, mesmo sendo Deus, fez valer sua existência aqui na Terra como servo dos outros. Ao curar, aconselhar, pregar e salvar, mesmo em detrimento de seu bem estar, materializou em seus atos o mais profundo, correto e verdadeiro dom do serviço em prol da humanidade perdida.

Nossa vida deve ser pautada por este dom, mesmo que isto custe nosso conforto, segurança e bens. Assim Eliseu, devemos nós procurar aprender aos pés de Cristo, copiando seu exemplo e aplicando na prática do dia a dia. Devemos cair aos pés da cruz e pedir a Deus que nos transforme e nos ensine a sermos servos mesmo daqueles que não merecem. Assim como Geazi, temos a tendência a cumprir determinados deveres somente quando recebemos algo em troca, ou quando de alguma forma somos beneficiados. Nosso coração amargo, egoísta e orgulhoso, tende a nos condicionar a sermos puramente interesseiros. Estamos dispostos a nos sacrificar por alguém se formos restituídos pelo esforço praticado. Quero lembrar que, este tipo de sentimento é pecaminoso e está em total e absoluta desarmonia com a vontade de Deus.

Este tipo de sentimento deve ser aniquilado diariamente em nossa luta com Deus pedindo-lhe que nos dê humildade e sensibilidade para com os outros. Isto, deve ser nossa grande preocupação diária. Quanto maior nossa incapacidade de servir, maior deverá ser nossa busca por transformação.
O exemplo de Cristo deve ser literalmente copiado por nós. Sua humildade e serviço são capazes de humilhar e arrebatar qualquer sentimento egoísta e orgulhoso. Os discípulos tiveram o maior privilégio já concedido a seres humanos mortais: o de aprender aos pés do próprio Deus as lições prática do serviço, simplicidade e humildade. Observe esta poderosa citação e pondere-a em sua vida:

“Os discípulos não fizeram nenhum gesto no sentido de se servirem uns aos outros. Jesus esperou por algum tempo a ver o que fariam. Então Ele, o divino Mestre, Se ergueu da mesa. Pondo de lado a veste exterior, que Lhe poderia estorvar os movimentos, tomou uma toalha e cingiu-Se. Com surpreendido interesse olhavam os discípulos, esperando em silêncio ver o que se ia seguir. "Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido." João 13:5. Esta ação abriu os olhos deles. Profunda vergonha e humilhação os possuiu. Entenderam a muda repreensão, e viram-se a si mesmos sob um aspecto inteiramente novo. Assim exprimiu Cristo Seu amor pelos discípulos. O espírito egoísta que os animava, encheu-O de pesar, mas não entrou em discussão com eles a respeito do caso. Deu-lhes em vez disso um exemplo que nunca esqueceriam. Seu amor a eles não se alterava nem esfriava facilmente. Sabia que o Pai entregara todas as coisas em Suas mãos, e que viera de Deus e ia para Deus. Tinha plena consciência de Sua divindade; mas pusera de lado a coroa real e as régias vestimentas, e tomara a forma de servo. Um dos derradeiros atos de Sua vida na Terra foi cingir-Se como servo, e desempenhar a parte de servo” (Desejado de Todas as Nações, p. 644-645).

Leitura Adicional

“Quantos professam ser servos de Cristo; mas quão avessos são eles para aceitar reprovação e ignomínia, por Sua causa! A cruz não é para agradar o ego; ela está diretamente no caminho do amante do prazer, e corta nossos desejos e inclinações carnais. A cruz censura toda infidelidade em nossos labores. Se devemos carregar a cruz de Cristo, não evitaremos assumir responsabilidades nem deveres pesados. Se habitamos em Cristo, aprendendo em Sua escola, não devemos ser rudes, desonestos nem infiéis. A cruz de Cristo corta a raiz de todas as paixões e práticas não santificadas. Qualquer que seja a natureza do nosso trabalho, levaremos os princípios de Cristo em nosso labor, e nos identificaremos com a tarefa que temos nas mãos. Nosso interesse será um com o interesse do nosso Empregador. Se recebermos por nosso tempo, compreenderemos que o tempo do trabalho não é nosso – mas pertence Àquele que nos paga por ele. Se somos descuidados e extravagantes, desperdiçando material, dissipando tempo, deixando de ser esmerados e diligentes, somos registrados nos livros do Céu como servos fiéis” (Review and Herald, 22 de setembro de 1891).

“Há muitos cristãos professos que não estão unidos a Cristo. Sua vida diária, seu espírito, testifica que Cristo não está formado neles, a esperança da glória. Não se pode depender deles, não são confiáveis. Vivem ansiosos para reduzir seu trabalho ao menos esforço e, ao mesmo tempo, cobram os mais elevados salários. O nome ‘servo’ se aplica a todo homem; pois todos somos servos, e nos fará bem observar qual é o modelo que estamos assumindo. O modelo da infidelidade ou da fidelidade? ...Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” (Review and Herald, 22 de setembro de 1891).

SEGUNDA, 13 DE DEZEMBRO
Aprendizado de primeira mão
(2Rs 4:8-31)

Todos nós temos oportunidades para sermos úteis nas mãos de Deus. Há sempre um faminto para ser alimentado; há muitos endividados necessitando de conselhos e de recursos para sanar suas dívidas; há outros tantos que carecem de uma palavra amiga ou espiritual; e por fim, há também os que precisam muito de um milagre de Deus. Independente de qual seja a necessidade das pessoas, precisamos estar aptos a sermos um instrumento que funcione nas mãos do Espírito Santo.

A história de Geazi nos ensina que podemos hoje ser um instrumento simples ou grande nas mãos do Senhor, e amanhã podemos falhar de tal maneira que nos faz ser capazes de duvidar de nossa própria vocação. É necessário aprender todos os dias, o quanto somos nada sem Deus, e o quanto necessitamos de seu auxílio diário.

Geazi foi feliz em um momento mas totalmente infeliz em outro. Os motivos que o levaram a demonstrar tal contraste são difíceis de entender, mas podemos ter plena convicção de que, uma vez chamado, nem sempre chamado. Eliseu confiou no conselho de Geazi em conceder um filho à mulher de Suném, e também, mesmo Geazi sendo insensível com o sofrimento da mulher, pela perca do filho, ainda assim Eliseu confiou na capacidade de ressuscita-lo. Infelizmente Geazi falhou.

Esta narrativa nos apresenta outro fato interessante, pois Deus foi capaz de ressuscitar o menino pelas mãos de Eliseu, mas não foi capaz de fazer o mesmo pelas mãos de Geazi. Isto significa que, algum tipo de preparação faz-se necessário para sermos cheios da presença do Espírito Santo. Entre tantas, provavelmente uma dessas necessidades seja no tocante a viver a mensagem que ensinamos.

Ellen White esclarece que “a verdade que não é vivida, que não é comunicada, perde seu poder vivificante, sua virtude restauradora” (A Ciência do Bom Viver, p. 149). Outra citação semelhante a esta diz “que todo aquele que professa o nome de cristo possam andar diante do mundo de modo a ensinar, por preceito e exemplo, o princípio da verdadeira vida” (Signs of the Times, 10 de agosto de 1915).

Outra necessidade é a da entrega sem reservas, a este respeito White escreveu, “aqueles que se comprometem com esta causa devem, primeiramente, se dar sem reservas a Deus. Devem se colocar onde possam aprender de Cristo e seguir Seu exemplo” (Review and Herald, 6 de maio de 1902).

Portanto, estas podem ser algumas das razões do porque que muitos cristãos e pastores vivem uma vida apática sem resultados e sem poder espiritual. Os sentimentos egoístas, ambições inconvenientes, desejo pelo poder, exaltação, orgulho, arrogância, falta de entrega genuína e principalmente a falta de conivência e vivência com os deveres cristãos no tocante em viver a verdade, podem estar sendo os principais obstáculos para uma vida de grande poder espiritual. Estas coisas precisam ser resolvidas imediatamente ou nosso ministério e vida com Deus serão um fracasso constante.

Leitura Adicional

“Para que seja possível seres humanos se tornarem reis e sacerdotes de Deus, o Comandante dos anjos assumiu a posição de servo. Ele nos deixou o perfeito exemplo e nos convida a aprender dEle; pois Sua vida foi a demonstração da Lei. Nenhum ato pecaminoso marcou Sua conduta. Em palavra e obras, Ele foi isento de macha” (Review and Herald, 29 de abril de 1902).

“Necessita ser quebrada a monotonia de nosso serviço para Deus. Todo membro de igreja deve se empenhar em algum ramo de atividade para o Mestre. Alguns não podem fazer tanto como outros, mas cada um deve efetuar o máximo para repelir a onda de doenças e aflições que está avassalando o mundo. Muitos teriam boa vontade de trabalhar, se lhes ensinassem a começar. Necessitam ser instruídos e animados. Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos. Seus membros devem ser instruídos em dar estudos bíblicos, em dirigir e ensinar classes da Escola Sabatina pelos não-convertidos. Deve haver cursos de saúde, de arte culinária, e classes em vários ramos de serviço no auxílio cristão. Não somente deve haver ensino, mas trabalho real, sob a direção de instrutores experientes. Que os mestres vão à frente no trabalho entre o povo, e outros, unindo-se a eles, aprenderão com seu exemplo. Um exemplo vale mais que muitos preceitos (A Ciência do Bom Viver, p. 149).

TERÇA, 14 DE DEZEMBRO
Uma questão de fé
(2Rs 5:1-19)

Que história impressionante. Provavelmente Naamã deve ter procurado cura em todos os deuses estranhos de Canaã, porém sem sucesso. Agora, despertado por uma jovenzinha, procura um profeta do Senhor em Israel. Muitas pessoas que, como Naamã, vivem sufocadas por seus grandes problemas. Alguns mergulhados nas drogas, outros na promiscuidade, outros naufragando no casamento, etc. Muitos, procuram por todas soluções possíveis e acabam deixando  Deus por último. Somente se nenhuma solução funcionar, é que Deus recebe uma oportunidade.

Conheço uma história que ouvi a muitos anos. Não sei se é verdadeira, mas não duvido pelo falto de nada ser impossível para Deus. A história diz que um homem, escravizado às drogas, gastou tudo o que tinha com medicamentos, médicos e conselhos. Devido a todos os recursos utilizados, ficou livre por um curto tempo. No entanto, o dinheiro acabou e os efeitos dos tratamentos também, e não muito tempo depois voltou novamente à escravidão dos vícios. Um dia, resolveu sair com o objetivo de fazer o que achara que já deveria ter feito: suicídio. A caminho do lugar apropriado, passou por uma porta de igreja, e por alguma razão, resolveu entrar. Pensou consigo mesmo, por não ter nenhum tipo de recurso a disposição, resolveu dar uma chance para esse tal de Deus. Entrou, assistiu ao culto, e impressionado pela mensagem, voltou outras vezes até que começou uma série de estudos bíblicos. A história termina com final feliz, pois, o que o dinheiro, médicos e todos os demais recursos praticados não foram capazes de fazer por este rapaz, Deus o pode. Como disse, não sei se a história é real, mas sei que Deus pode fazer muito mais do que isto.

Naamã queria se encontrar com Eliseu, mas ficou extremamente irado por não ter sido recebido pelo profeta. Embora tenha recebido o recado de Eliseu, saiu indignado com o sentimento de humilhação. Talvez a atitude de Eliseu tenha sido proposital justamente para, além de provar a fé de Naamã, também subjugar seu orgulho. Assim, pode muitas vezes acontecer conosco, pois Deus deseja realizar grandes obras em nossas vidas, ou nas vidas de outros através de nós. Entretanto, primeiro, uma obra que vise nos impregnar de humildade precisa ser feita em nosso coração. O orgulho impede a ação do Espírito Santo em nós e impede que os mais altos sonhos de Deus se concretizem em nosso destino. Deus não se interessa nos conceder bênçãos materiais ou físicas se elas não forem para resultar em transformação física e de caráter, ou vice e versa. Um encontro com Deus deve no conceder o que realmente é mais importante: TRANSFORMÇÃO.

Por fim, depois de ser persuadido pelo servo, Naamã percebeu que estava sendo arrogante. Não tenho dúvida de que aquele servo tenha sido usado por Deus. A persistência do Senhor em nos constranger é grande e ilimitada. Quando Naamã virou as costas e foi-se embora, Deus ainda foi paciente e foi atrás dele através do servo. Em outras palavras, Naamã desistiu de Deus, mas Deus não desistiu de Naamã. Isto foi imprescindível para a salvação dele. Desta mesma forma, o Céu não desiste de nós por nada. Por mais que pareça que Deus tenha virado as costas e ido embora, podemos ter plena certeza de que Ele está bem próximo aguardando a oportunidade adequada para se revelar novamente a nós.

Naamã, embora relutante, cumpriu o estranho conselho do profeta: Banhar 7 vezes no rio Jordão de lama. Ele “não somente foi curado, mas abençoado com o conhecimento do verdadeiro Deus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 239). Às vezes, nossa razão e consciência são fortemente golpeadas por Deus. Nossa fidelidade e fé, é provada severamente. Deus não pode, em nenhuma hipótese, ser inserido nas lentes da ciência contemporânea e muito menos entendido pela racionalidade das mentes mortais. Se para os anjos, Deus é um mistério, quem dirá para nós! O que devemos fazer, além de obedecer?

Leitura Adicional

“... aquele homem considerava ser abaixo de sua dignidade se dirigir ao humilde rio Jordão e lavar-se. Os rios por ele referidos e desejados eram embelezados por árvores e bosques, e nesses bosques havia ídolos. Muitos faziam romaria a esses rios para adorar seus deuses-ídolos; por isso nenhuma humildade lhe teria custado ir para lá. Mas era o seguir as específicas instruções do profeta que haveria de humilhar seu espírito altivo e orgulhoso. A obediência voluntária traria o resultado desejado. Banhou-se, e foi curado” (Testemunhos para a Igreja, v.2, p. 310).

“Nossos planos nem sempre são os planos de Deus. ...Em Sua amorosa solicitude e interesse para conosco, Ele que nos compreende melhor do que nós mesmos, permite-nos por vezes, que procuremos egoistamente satisfazer nossa ambição. ...Pede que Lhe submetamos muitas coisas, mas fazendo-o não abandonamos senão o que nos impediria de prosseguir na marcha para o Céu” (Vida que Falam [MM 1971], p. 228).

QUARTA, 15 DE DEZEMBRO
A queda de Geazi
(2Rs 5:20-27)

Os maiores inimigos do ministério sagrado de um homem, pode ser sua falta de fé e segurança em Deus além do descontentamento e cobiça por coisas passageiras. Geazi destruiu o testemunho dado por Eliseu ao recusar as ofertas de Naamã. Desta mesma forma, em pleno século XXI há aqueles que, por conta da ambição, acabam manchando a obra de Deus vulgarizando o evangelho. Como é comum em nossos dias, falsos profetas que fazem inúmeras curas em nome do dinheiro, enriquecendo as custas da pretensão de ser profeta e pastor. Doutrina da prosperidade é o nome fantasioso que se dá a uma teologia que tem enganado as pessoas e maculado a verdadeira essência da cruz.

Podemos destacar ainda, os próprios cristãos que, em nome da prosperidade e acumulo de bens, sacrificam suas horas que precisariam ter a sós com Deus e com a família. Com isto, acabam sacrificando esposa e filhos levando-os para longe de Deus. Além do mais, no vacilar da fé, perdem a confiança em Deus e se entregam ao excesso de trabalho para garantir uma vida melhor. Desta forma, sacrificam as atividades e envolvimentos que deveriam ter com a igreja e com a pregação do evangelho. O resultado não pode ser outro: DESGRAÇA e vida espiritual apática.
Geazi colheu um resultado amargo imediato como demonstração do que pode nos acontecer em qualquer aspecto da vida. Para nós, os resultados amargos podem não vir de imediato. No entanto, podemos esperar os resultados como mais do que certos. A ruína espiritual será seguida de outras ruínas.

Leitura Adicional

“Geazi, servo de Eliseu, tivera oportunidade, durante anos, apara desenvolver o espírito de abnegação que caracterizava a vida de labores de seu mestre. Fora seu privilégio se tornar um nobre porta-bandeira no exército do Senhor. Os melhores dons do Céu por muito tempo haviam estado ao seu alcance; contudo, voltando-lhes as costas, ao contrário cobiçara o brilho falso das riquezas mundanas. Então, os ocultos anseios do seu coração avaro o levaram a se render a uma dominante tentação” (Profetas e Reis, p. 250).

“Bem poucas pessoas reconhecem a força de seu amor ao dinheiro, até que lhes sobrevenha a prova. Muitos dos que professam ser seguidores de Cristo, mostram, então, não estarem preparados para o Céu. Suas obras revelam que eles amam mais à riqueza que aos vizinhos ou a seu Deus. Como o jovem rico, indagam qual seja o caminho da vida; mas quando este lhes é apresentado e avaliado o custo,  veem que se exige o sacrifício das riquezas terrenas, concluem que o céu é caro demais. Quanto maiores forem os tesouros acumulados na Terra, tanto mais difícil será a seu possuidor reconhecer que eles não lhe pertencem, mas lhe foram emprestados a fim de serem usados para a glória de Deus” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 150).

“Os tesouros acumulados na Terra não tem duração; os ladrões minam e roubam; a traça e a ferrugem os destroem; incêndios e tempestades arrebatam as possessões. E onde “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6:21). Os tesouros acumulados na Terra absorvem a mente, com exclusão das coisas celestiais. O amor ao dinheiro era a paixão dominante nos dias dos Judeus. O mundanismo usurpava o lugar de Deus e da religião na alma. O mesmo ocorre agora. A ganância das riquezas exerce tão fascinante influência na vida, que traz em resultado a perversão da nobreza e a corrupção do que há de humano nos homens, até que são arrastados para a perdição. O serviço de Satanás é cheio de cuidados, perplexidade e fatigante labor,  e o tesouro que os homens labutam por acumular na Terra dura apenas um momento” (O Maior Discurso de Cristo, p. 88,89).

“É Deus que dá aos homens poder para adquirir fortuna; e nas mãos daquele que agir como mordomo de Deus, empregando seus meios altruistamente, a fortuna é uma bênção – tanto para seu possuidor como para o mundo. Muitos, porém, absorvidos em seus interesses nos tesouros mundanos, se tornam insensíveis aos reclamos de Deus e às necessidades de seus semelhantes. Acrescentam casa a casa, e terra a terra: enchem sua casa de luxo, enquanto tudo ao seu redor são seres humanos em miséria e crime, em enfermidade e morte. Aqueles que assim consagram sua existência ao serviço do próprio eu estão desenvolvendo em si mesmos não os atributos de Deus, mas os do maligno” (A Ciência do Bom Viver, p. 212-213).

QUINTA E SEXTA, 16 E 17 DE DEZEMBRO
Vivendo no passado
(2Rs 8:1-6; Jr 9:23,24)

Que encontro surpreendente de Geazi e a sunamita. Deus sempre surpreende, mesmo nos momentos mais estranhos e improváveis. Geazi surge na narrativa descrevendo detalhes da vida de Eliseu. Neste exato momento surge em cena a sunamita buscando por clemência. Geazi estava ali por um grande propósito: confirmar a história da mulher de Suném. Deus estava interessado no bem estar desta mulher e de sua família. Demonstrou isto dando-lhe um filho e o ressuscitando logo depois. Também demonstrou cuidado por ela 7 anos depois quando esteve frente a frente com o rei.

A fidelidade e a retidão a Deus a qualquer custo faz com que o céu olhe com mais atenção para nós concedendo bênçãos especiais. Como bem escreveu Ellen White, “há hoje em cada terra os que são honestos de coração, e  sobre esses a luz do céu está brilhando. Se eles continuarem fiéis em seguir o que entendem ser o dever, então lhes será concedida luz adicional, até que, como Naamã no passado, sejam constrangidos a reconhecer que ‘em toda a Terra não há Deus’, senão o Deus vivo, o Criador” (Profetas e Reis, p. 252, 253).

A pergunta que surge é: Como não servir a um Deus tão amável, misericordioso e bondoso assim? Ele está sempre atento as nossas necessidades, e sempre no acompanha em nossa jornada de luta e peregrinação. Um dia Deus nos mostrará as tantas vezes em que ele nos livrou de muitos perigos e tantas bênçãos que nos concedeu sem que percebamos. Eu, a qualquer custo, quero estar lá para ver e ouvir. Você gostaria de estar lá também?

Outra lição importante que podemos extrair desta narrativa, é o enorme contraste de vida de uma simples mulher e um jovem que teve a oportunidade de ser um profeta. A mulher viveu sua vida em retidão e fidelidade dentro da luz que recebera. Geazi viveu na verdade, conheceu a Deus de maneira tão pessoal quanto a mulher. Presenciou milagres e viveu um bom tempo com um profeta. Enfim, parece não ter aprendido o que é bom. Após passar pela escola do profeta, sua decisão foi em se alistar na escola de Satanás. Suas atitudes o levaram por outro caminho, e sua infidelidade acarretou-lhe maldição. Não sei dizer ao certo se ele se arrependeu, mas é possível, já que a graça do Senhor é tão ampla e abundante. No entanto, os prejuízos e consequências amargas de sua rebeldia puderam ser abraçados por ele. Assim será com todos nós se não fizermos uma avaliação criteriosa e crítica de nossa própria sinceridade.

Leitura Adicional

“Até chegar o dia do juízo, quão poucos homens conhecerão suas próprias fraquezas. Pensam a respeito de si mesmos como sábios, e se tornam néscios. Nada existe no homem de que ele possa se orgulhar. Mesmo aqueles que ocupam posições de responsabilidades podem cair em pecado, embora aparentemente estejam rodeados pelos melhores privilégios religiosos. O caso de Geazi é um dos que podemos considerar com proveito. Esse homem habitava com o santo profeta Eliseu, testemunhava sua vida piedosa, ouvia suas fervorosas orações e o cultivo de corretos princípios. Porém, ele não fez progressos. Enganou Naamã, para que pudesse receber uma recompensa. Seu castigo veio do Senhor. A lepra de Naamã caiu sobre ele” (1888 Materials, p. 1529).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br