Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 13 – 4º Trimestre 2010 (18 a 25 de dezembro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 13 – 4º Trimestre 2010 (18 a 25 de dezembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 18 DE DEZEMBRO
Baruque: Legado em um mundo em pedaços
(Isaias 8:20)

            “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Is 8:20).

Ao norte, Israel havia sido devastada pela Assíria que por volta do sétimo século vivia em crise de guerra civil. Ao sul estava Judá que, por ato milagroso da parte de Deus, ainda permanecia em pé. No entanto, devido as transgressões de Judá, Deus permitiu que a nação Babilônica entrasse e levasse cativo o povo de Deus. Judá havia sido advertida por diversas vezes e diversas formas através dos profetas, especialmente Jeremias. É neste ínterim, que entra o personagem desta semana: Baruque.
Baruque era um escriba, que por sinal, era de linhagem culta. Ele se juntou a Jeremias como seu escrivão e se tornou um personagem importante em todo esse contexto. A infidelidade de Judá através de seus governantes e muitos dentre o povo, trouxe grandes consequências a toda a nação. Baruque fez parte da proclamação das advertências vindas de Jeremias. Ele foi um instrumento nas mãos de Deus e de Jeremias anunciando o juízo e a destruição. Infelizmente, sua escrita não foi ouvida e o juízo caiu sobre Judá. A lição desta semana tem muito a nos ensinar, pois muitos dos episódios do passado poderão, como numa tipologia bíblica, acontecer novamente em nossos dias. Hoje, nós somos o Judá espiritual e temos os escritos de uma profetisa que nos adverte do juízo iminente. Assim como no passado, a recusa em ouvir a voz de um mensageiro poderá nos custar muito caro. Babilônia espiritual está arregimentando suas forças, o profeta atual tem proclamado a voz de Deus, e muitos de nós, como Baruque, estamos divulgando as advertências dadas por Deus através do profeta contemporâneo.
Como percebido, esta semana faremos uma viagem ao passado para sabermos como viver no presente.

DOMINGO, 19 DE DEZEMBRO
O mundo de Baruque
(Jr 7:1-11)

            No tempo de Baruque, à semelhança de Israel, Judá havia se corrompido. A idolatria se tornara uma marca em Judá além da transgressão aberta aos demais mandamentos de Deus e as variadas formas de injustiça aos órfãos e viúvas praticadas.
            Por razões como esta é que Deus retirara sua proteção e bênçãos sobre sua nação escolhida ao ponto de permitir que Babilônia viesse, devastasse Jerusalém, destruísse o templo e aprisionasse muitos Israelitas. Com o objetivo de minimizar o sofrimento de Seu povo é que Deus levantou o profeta Jeremias, pois caso atendessem aos apelos do profeta, Deus minimizaria tamanha crueldade que seria cometida contra eles. Infelizmente o rei e o povo não atenderam aos apelos de Deus através do profeta e como consequência, deram início ao exílio babilônico tão conhecido por todos nós.
            As palavras do profeta, caso não houvesse arrependimento, se cumpririam rigorosamente como enunciado. Deus apelou, clamou, sua mensagem fora pronunciada e seus profetas foram rejeitados e perseguidos por Seu próprio povo escolhido. A sentença fora pronunciada e alcançou seu devido cumprimento.
            Assim como no tempo de Baruque, hoje, a palavra de Deus é proclamada com força e as advertências de um juízo são pronunciadas pelos Baruques modernos da atualidade. No Israel espiritual da atualidade, muitos rejeitam a palavra do Senhor, perseguem os escritos do profeta e os Baruques modernos que ensinam, pregam e defendem essas palavras. Em meio a este cenário, dois grupos distintos estão se formando na igreja. Os que ouvem e atendem a palavra de Deus e os que não atendem. O joio e o trigo estão se fortalecendo e se preparando para um último impasse que resultará em sacudidura. Um grupo dará forte testemunho que será insuportável para os despreparados e mundanizados criando uma fortíssima oposição. A este respeito bem escreveu Ellen White:

“Alguns não suportarão esse testemunho direto. Levantar-se-ão contra ele, e isto é o que determinará a sacudidura entre o povo de Deus” (Primeiros Escritos, p. 270).

Em outras palavras, assim como nos tempos de Jeremias e Baruque, um exílio está prestes a irromper sobre os judeus espirituais de nosso tempo, promovido pela babilônia atual. Uma tempestade está prestes a irromper sobre os que conhecem a mensagem de Deus, no entanto trará duras consequências àqueles que “não tem sido santificados pela obediência à verdade” (Grande Conflito, p. 608).

E diz mais: “O espírito de oposição à reprovação, que levou à perseguição e ao aprisionamento de Jeremias, existe hoje. Muitos se recusam a atender a repetidas advertências, preferindo dar ouvidos a falsos mestres que lisonjeiam sua vaidade e revelam suas más obras. No dia da tribulação, tais pessoas não terão refúgio certo, nem auxílio do Céu. Os servos escolhidos de Deus devem enfrentar com coragem e paciência as provas e sofrimentos que sobre eles recaem na forma de acusações, desprezo, deturpações. Devem continuar a desempenhar fielmente a obra que Deus lhes deu a fazer, sempre lembrando que os profetas do passado e o Salvador da humanidade e Seus apóstolos também suportaram abusos e perseguições por amor da Palavra” (Profetas e Reis, p. 437).

Leitura Adicional

“Deus Se empenhara com Judá para que Lhe não provocasse a ira, mas não Lhe deram ouvidos. Finalmente, foi pronunciada contra eles a sentença. Eles deviam ser levados cativos para Babilônia. Os Caldeus iam ser usados como instrumento pelo qual Deus castigaria Seu povo desobediente. Os sofrimentos dos homens de Judá deviam estar na proporção da luz que haviam recebidos e das advertências que haviam desprezado e rejeitado. Por muito tempo estivera Deus retardando Seus juízos; mas agora Ele faria cair sobre eles Seu desprazer, como derradeiro esforço no sentido de detê-los em seu mau caminho” (Profetas e Reis, p. 425).

“O peneiramento de Deus sacode fora multidões, como folhas secas.” (Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 479).

“A palha, como nuvem, será levada pelo vento, mesmo de lugares onde só vemos ricos campos de trigo” (Serviço Cristão, pág. 49).

“Logo o povo de Deus será provado por ardentes provas, e a grande proporção dos que agora permanecem genuínos e verdadeiros, demonstrar-se-á metal vil. ...Quando a religião de Cristo for mais desprezada, quando Sua lei mais desprezada for, então deve nosso zelo ser mais ardoroso e nosso ânimo e firmeza mais inabaláveis. Permanecer em defesa da verdade e justiça quando a maioria nos abandona, ferir as batalhas do Senhor quando são poucos os campeões - essa será nossa prova. Naquele tempo devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem de sua covardia, e lealdade de sua traição” (Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 31).

“A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora na sacudidura  - a palha separada do trigo precioso. É esse um transe terrível, não obstante importa que tenha lugar” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 380).

“O Senhor tem servos fiéis, que se hão de revelar no tempo de sacudidura e prova. Há elementos preciosos, hoje ocultos, que não prostraram o joelho a Baal. Não tiveram a luz que tem estado a brilhar sobre vós, em chama concentrada. Mas pode sob um rude e não convidativo exterior revelar-se o puro brilho de um genuíno caráter cristão. Durante o dia olhamos para o céu mas não vemos estrelas. Ali se acham, fixas no firmamento, mas os olhos não as distinguem. À noite lhes contemplamos o genuíno brilho” (Serviço Cristão, pág. 49).

“Levante-se a oposição, de novo exerçam o domínio o fanatismo e a intolerância, acenda-se a perseguição, e os insinceros e hipócritas vacilarão, renunciando a fé; mas o verdadeiro crente permanecerá firme como uma rocha, tornando-se mais forte a sua fé, sua esperança mais viva do que nos dias da prosperidade” (O Grande Conflito, pág. 602).

SEGUNDA, 20 DE DEZEMBRO
Escriba de Jeremias
(Is 8:20)

Baruque, embora não tenha sido um profeta, desempenhou um papel muitíssimo importante como escriba de Jeremias. Como descrito em Jeremias 36:4, Baruque escrevia no rolo, segundo o que ditava Jeremias, todas as palavras reveladas por Deus.
Baruque assumiu um nobre papel, porque ele, além de escrever as mensagens ditadas por Jeremias, também fazia com que essas mensagens chegassem até o público. O profeta Jeremias não tinha acesso facilitado ao templo, devido aos problemas com a corte, e esta circunstância abriu espaço para que Baruque fosse além de um simples copista. Em muitas circunstâncias, ele foi as mãos e a boca de Jeremias para o povo.
            As mensagens proferidas por Deus, recebidas por Jeremias e escritas por Baruque, eram tão penetrantes quanto uma faca de dois gumes. O período em que esses dois homens exerceram o chamado de Deus, era um tempo de muito problema e apostasia. Satanás se apresentou de todas as formas para impedir que Deus cumprisse Seu sublime desígnio com aquele povo. Numa ocasião, quando a mensagem de Deus deveria ser clara para o rei e o povo, quanto à invasão Babilônica, Satanás se apresentou através de um falso mensageiro. Hananias contrariou o juízo pronunciado por Jeremias levando o povo a acreditar que a mensagem dele era falsa. Como de costume, o povo sempre foi tendente a dar crédito à mensagens mais agradáveis. A mensagem proferida por Jeremias era dura, confirmando o domínio de Babilônia sobre eles. No entanto, o orgulho do povo e a indisposição de cumprir as exigências ou vontade de Deus, levou-os a encarar a mensagem de Jeremias de forma leviana. Deram crédito à falsa mensagem de Hananias de que em dois anos Deus haveria de lhes dar a vitória e liberdade contra Babilônia. Jeremias, provavelmente a mando de Deus, pronunciou uma maldição sobre Hananias afirmando que ele morreria ainda naquele ano, o que de fato ocorreu.
            Observe que, assim como no passado, o povo de hoje, rejeita as verdades de Deus pelas fábulas dos homens. Quantos falsos profetas existem em nosso meio falando de progresso espiritual quando na verdade as pessoas têm estado cada vez mais afundadas no pecado? Quantos falsos profetas existem em nosso meio ensinando heresias como se fossem verdades? Quantos em nosso meio estão afirmando que não há necessidade de levar muito a sério, a mensagem de saúde? Quantos e quantos estão trazendo para dentro das igrejas o mundo e seus costumes sobre a alegação de tornar nossa mensagem mais aceitável e contemporânea? Quantos estão chamando de ridículos e de fanáticos os que desejam com sinceridade fazer o melhor para Deus em seus atos e costumes? Quantos estão transformando o santo em profano e o profano em santo? Bom, a lista pode ser grande, no entanto, creio que já é possível perceber que os tempos passados de alguma forma se assemelham aos nossos dias. Os Jeremias e Baruques de hoje que se cuidem, pois a verdade tem sido tão impopular quanto os do tempo desses homens. O que devemos fazer é, cumprir os desígnios de Deus sem olhar para trás. Avançar destemidamente e fazer valer nosso chamado e fé perante os homens e Deus. Se muitos fazem errado, que Deus faça o certo através de nós. Quanto aos falsos profetas e falsos escribas de hoje, esses darão conta por cada ato e palavra errada que proferiram diante de Deus e dos homens.

Leitura Adicional

            “As palavras do profeta, em lugar de levar à confissão e arrependimento, suscitaram a ira dos que tinham posição de autoridade, e como consequência Jeremias ficou privado de sua liberdade. Preso e posto no cepo, o profeta continuou ainda assim a transmitir as mensagens do Céu aos que lhe estavam próximos. Sua voz não podia ser silenciada pela perseguição. A palavra da verdade, declarou ele, “foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fadigado de sofrer, e não posso” (Jr 20:9). Foi cerca deste tempo que o Senhor ordenou a Jeremias que escrevesse as mensagens que desejava levar àqueles por cuja salvação seu coração piedoso estava continuamente a arder. ‘Toma o rolo dum livro’, ordenou o Senhor a Seu servo, ‘e escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que Eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje. Ouvirão talvez os da casa de Judá todo o mal que Eu intento fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e Eu perdoe a sua maldade e o seu pecado’ (Jr 36:2,3).
            Em obediência à ordem, Jeremias chamou em seu auxílio um fiel amigo, e escriba Baruque, e ditou-lhe ‘todas as palavras do Senhor, que Ele lhe tinha revelado, no rolo de um livro’ (Jr 36:4). As palavras foram cuidadosamente escritas num rolo de pergaminho, e constituíam solene reprovação do pecado, uma advertência dos resultados infalíveis da constante apostasia, e um fervente apelo para renúncia a todo mal (Profetas e Reis, p. 432, 433).

            “Jeremias, na presença dos sacerdotes e povo, lhes suplicou ferventemente que se submetessem ao rei de Babilônia pelo tempo que o Senhor havia especificado. Ele mencionou aos homens de Judá as profecias de Oseias, Habacuque, Sofonias e outros, cujas mensagens de reprovação e advertência haviam sido semelhantes a suas mesmas. Referiu-lhes os eventos ocorridos em cumprimento das profecias de retribuição pelos pecados para os quais não houve arrependimento. No passado, os juízos de Deus tinham sido derramados sobre os impenitentes em exato cumprimento de Seu propósito como revelado por meio de Seus mensageiros... O falso profeta havia fortalecido a incredulidade do povo em Jeremias e sua mensagem. Impiamente, ele se havia declarado mensageiro do Senhor, e sofrera a morte como consequência. No quinto mês, Jeremias profetizou a morte de Hananias, e no sétimo mês suas palavras se provaram verdadeiras pelo seu cumprimento. O desassossego causado pelas declarações dos falsos profetas pôs Zedequias sob suspeita de traição, e não foi senão por ação imediata e decisiva de sua parte que lhe foi permitido continuar a reinar como vassalo (Profetas e Reis, p. 444-447).

            “Aqueles que professam crer em Jesus devem sempre reclamar luz. Diariamente devem orar para que a luz do Espírito Santo brilhe sobre as páginas do sagrado livro, a fim de que possam ser habilitados para compreender as coisas do Espírito de Deus. Devemos ter irrestrita confiança na Palavra de Deus, ou estamos perdidos. As palavras dos homens, por mais notáveis que eles possam ser, não são capazes de nos tornar perfeitos, completamente habilitados em toda boa obra (Review and Herald, 1º de dezembro de 1891).

TERÇA, 21 DE DEZEMBRO
Ambições contrariadas
(Jr 36)

            Um sentimento de apreensão toma conta do povo. Baruque foi até o templo e ali teve a oportunidade de ler as advertências vindas diretamente do Céu. Os oficiais, após saberem a origem da mensagem, levaram imediatamente até o rei. Eu, particularmente, ficaria muito apreensivo com tal situação pela esperança de ver resultados positivos caso o rei aceitasse a mensagem e as advertências de Deus. Com certeza, muita coisa poderia se tornar diferente e um novo rumo poderia ser estabelecido para o povo de Judá. No entanto, as palavras do profeta não foram bem recebidas, pois o rei irado, rasgou e pôs fogo no rolo. Sinceramente, a impressão que dá é que o rei ficou possuído devido a forma como se virou contra o rolo. É assim que fazem àqueles que se iram contra a palavra do Senhor. Mesmo em nossos dias, pessoas perdem emprego, famílias são separadas e pessoas são assassinadas por causa da palavra de Deus. No entanto, é perigosíssimo se voltar contra a mensagem do Céu. O rei, ao ter queimado o rolo e ordenado a prisão de Baruque e Jeremias, estava abertamente se colocando contra a majestade do Céu. A sorte dos opositores e inimigos da verdade é que, Deus é extremamente misericordioso e tardio em irar-se. O Senhor poderia ter naquele exato momento, feito cair um raio do céu a terra para fulminar o rei diante do publico. Entretanto, Deus não é orgulhoso e não se deixa levar pelas intimidações dos pobres e perdidos seres humanos. É por isso que tanto eu quanto você fomos agraciados pelo dom da vida em Cristo ao Se permitir ser humilhado e assassinado na cruz: para nos dar esperança e vida.
            Em todo caso, a misericórdia de Deus, embora seja longa e abrangente, também tem limite. Podemos ver nitidamente nesta mesma história quando o rei presenciou a sentença sobre seu reino, sua família e sua vida.

Leitura Adicional

            “Cristo tem dado a Seu povo mensagens de advertências para o mundo. À medida que essas mensagens são apresentadas, muitos serão convencidos da verdade. Então começam a pensar no sacrifício que a obediência à verdade envolve. A verdade exerce sua impressão no coração e é recomendada pela consciência. Mas os homens começam a especular. ‘Têm alguns dos ministros ou eruditos crido nela?’
            Muitos se recusam a obedecer à verdade, temendo perder sua reputação no mundo. Permitem que as inconveniências no caminho da verdade os impeçam de seguir o Salvador. Não compreendem que rejeitar a verdade significa perder a vida eterna.
            As inteligências celestiais observam com intenso interesse a luta entre o tentador e o tentado. É uma questão de vida ou morte que está sendo estabelecida. Cristo sabe disso e, antes que aqueles que oscilam na balança, mostra o infalível teste de obediência, dizendo: ‘Aquele que ama sua vida’ – seu bom nome, sua reputação, seu dinheiro, sua propriedade, seus negócios – ‘a perderá; ao passo que aquele que odeia sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna’. Aquele que odeia a vida que é vivida em transgressão da Lei de Deus, o que aceita os requerimentos divinos, deixando com Deus as consequências, ganhará a vida eterna. ‘Quem Me serve”, Cristo declara, ‘Precisa seguir-Me; e, onde estou, o Meu servo também estará. Aquele que Me serve Meu Pai o honrará’ (Review and Herald, 13 de novembro de 1900).

QUARTA, 22 DE DEZEMBRO
Ai de mim !
(Jr 45; Is 53:1-5)

            Leia com atenção Jeremias 45: “Palavra que falou Jeremias, o profeta, a Baruque, filho de Nerias, escrevendo ele aquelas palavras num livro, ditadas por Jeremias, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque: Disseste: Ai de mim agora! Porque me acrescentou o SENHOR tristeza ao meu sofrimento; estou cansado do meu gemer e não acho descanso. Assim lhe dirás: Isto diz o SENHOR: Eis que estou demolindo o que edifiquei e arrancando o que plantei, e isto em toda a terra. E procuras tu grandezas? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda carne, diz o SENHOR; a ti, porém, eu te darei a tua vida como despojo, em todo lugar para onde fores.”

Que triste fim teria Judá com a recusa das advertências dadas por Deus! O povo recebeu a mensagem de Jeová, ouviu da boca do profeta a voz de Deus. O Senhor insistiu e persistiu com aquele povo ingrato e desobediente. Infelizmente, cada palavra fora recusada. Além do mais, os mensageiros levantados por Deus foram perseguidos como se fossem indigentes e perturbadores. O que mais o Senhor poderia fazer para despertar aquelas pessoas? Homens, mulheres e líderes, escravos de suas paixões e cegueiras espirituais. Tratavam o errado como sendo certo, e o certo como sendo errado. Isto nos faz lembrar de alguma coisa? Os tempos não mudaram, os costumes errados e as cegueiras parecem ser exatamente as mesmas. Baruque ficou amargurado e deprimido. Aliás, não podia ser diferente com qualquer um de nós. Se você pudesse enxergar o juízo iminente, se entristeceria ao observar os outros não conseguindo enxergar tais juízos? Ficaria deprimido se soubesse que um juízo cairia sobre a igreja, como num todo, por causa da rejeição e das transgressões dos membros? Com certeza, ficaria mais triste ainda se passasse a ser perseguido cruelmente por tentar abrir os olhos do povo. Bom, agora você entende porque Baruque ficou deprimido. No entanto, embora Judá fosse invadida pelos Babilônios, a vida de Baruque e de Jeremias seria protegida pelo próprio Deus.

Hoje, mais do que em qualquer outro tempo, devemos clamar a Deus para que Ele nos abra os olhos. Podemos estar agindo como cegos espirituais, sem condições de ver um palmo à frente de nosso nariz. Podemos estar perseguindo pessoas levantadas por Deus; Podemos estar chamando de fanático ou de perfeccionista, pessoas que vivem intimamente com Deus; Podemos estar criticando pessoas, embora pecadoras, no entanto, tão honestas quanto nós mesmos; Podemos estar fazendo mau uso da verdade e trazendo o mundo para dentro de nossas vidas e da vida da igreja; Podemos estar perseguindo pessoas levantadas por Deus para advertir nossa amada igreja. Ellen White esclarece que “Aqueles a quem Deus escolheu para uma obra importante foram sempre recebidos com desconfiança e suspeita” (Testemunhos Para a Igreja, v.3, p. 261). Por mais convictos que sejamos de nossa própria condição, devemos nos olhar no espelho e fazer uma crítica pessoal a nós mesmos. Em fim, tanto quanto aquele povo, muitos de nós podemos estar totalmente perdidos, quando na verdade, pensamos que estamos salvos. Isto é muito sério. O povo de Judá, por mais sinceros que pudessem ser, foram enganados pelas suas convicções. Abramos os olhos, pois todo o cuidado é ainda muito pouco. Perder a salvação eterna é perder absolutamente tudo.

Leitura Adicional

“Aqueles a quem Deus escolheu para uma obra importante foram sempre recebidos com desconfiança e suspeita. Antigamente, quando Elias foi enviado com uma mensagem de Deus para os israelitas, eles não atenderam a advertência. Acharam-no desnecessariamente severo. Pensaram mesmo que ele havia perdido seu bom senso porque denunciava o povo favorecido de Deus como pecadores e seus crimes como tão graves que o juízo de Deus seria suscitado contra eles. Satanás e seus exércitos sempre se alinharam contra aqueles que levam a mensagem de advertência e reprovam o pecado. Os que não são consagrados se unirão também com o adversário dos homens para tornar tão difícil quanto possível o trabalho dos servos fiéis de Deus” (Testemunhos Para a Igreja, v.3, p. 261).
           
            “Os servos do Senhor podem esperar toda espécie de desânimo. Serão provados, não somente pela ira, pelo desprezo e a crueldade dos inimigos, mas também pela indolência, incoerência, mornidão e traição dos amigos e companheiros. ...Mesmo alguns que parecem desejar que a causa de Deus prospere, hão de mesmo enfraquecer as mãos dos Seus servos, ouvindo , passando adiante e quase crendo nas calúnias, arrogâncias e ameaças de seus adversários. ...Em meio a grande desânimo, Neemias pôs em Deus sua confiança: aí se encontra nossa defesa também. A lembrança do que Ele tem feito por nós se demonstrará um apoio em todo o perigo.  ‘Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?’ (Rm 8:32). E ‘se Deus é por nós, quem será contra nós?’ (Rm 8:31). Por astutos que sejam os ardis de Satanás e seus agentes, Deus os pode descobrir, e anular todos os seus conselhos” (Southern Watchman, 19 de abril de 1904; Serviço Cristão, p. 239, 240).

            “A todos quantos estão buscando sentir a mão guiadora de Deus, o momento do maior desânimo é justamente aquele em que mais perto está o divino auxílio. Olharão para trás com reconhecimento, à parte mais sombria do caminho que percorreram. ‘Assim sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos’ (2Pe 2:9). De toda tentação e de toda prova, Ele haverá de tirá-los com fé mais firme e mais rica experiência” (O Desejado de Todas as Nações, p. 528).

            “Trevas e desânimo às vezes sobrevêm ao coração, ameaçando dominar-nos mas não devemos rejeitar nossa confiança. Devemos conservar os olhos fitos em Jesus, quer haja sentimento quer não. Devemos procurar cumprir fielmente todo dever conhecido, e então repousar calmamente nas promessas divinas (Mensagens aos Jovens, p. 111).

QUINTA  SEXTA, 23 E 24 DE DEZEMBRO
O que há para mim?
(Jr 45:1-5; Mt 6:25-34)

            Quem é que não sonha com algo grandioso nesta vida? Os sonhos no coração foram inseridos por Deus. O desejo de avançar, crescer, amadurecer, se tornar bom no que fazemos, aprimorar e alcançar as fronteiras da vida, são naturalmente sentimentos e disposições criadas por Deus. Aqueles que não sonham, logo perdem a vontade de viver. Perdem a esperança e o brilho pelas coisas mais simples da vida. Os sonhos por um futuro brilhante e de sucesso, são, sem dúvida alguma, a energia que nos movimenta em direção ao alvo desejado. No entanto, embora tudo isso seja a mais pura verdade, sonhar sem permitir que Deus sonhe por nós, pode ser tão perigoso quanto não ter sonho nenhum. Se nós temos direito de sonhar, Deus também tem esse direito. O detalhe é que, por causa do pecado, nossos sonhos sempre tem sido carregados de sentimentos egoístas e maus. Por mais limpos e puros que sejam, ainda assim podemos desejar ou sonhar por coisas e por algo que não seja o ideal para nossas vidas. Os sonhos de Deus são maiores e melhores do que os nossos, e por esta razão Ele deseja, talvez não mudar, mas ajustar nossos sonhos.
            Assim como Baruque, o desejo por grandeza, pode não ser errado, desde que seja diante de Deus permeado de amor e de altruísmo. Baruque, segundo alguns comentaristas, não conquistou seu tão sonhado cargo no reinado, no entanto, o mais importante ele não perdeu: Sua vida. Deus conservou aquilo que ele tinha de mais valioso. Com Deus os nossos sonhos podem ser realizados, mas é bom entendermos que, mais valioso do que qualquer coisa nesta terra, são as riquezas eternas.

I           Infelizmente, muitas pessoas não conseguem enxergar mais do que as riquezas temporais. A vida eterna e o brilhante futuro na eternidade são almejados e observados por muito poucos. Até mesmo entre os professos cristãos, a luta desesperada, e a busca sem limites por riquezas, bens, posições, fama, poder e grandezas nesta vida, tem-lhes custado a própria vida eterna.

Leitura Adicional

            “Os que têm a impressão de que seu trabalho não é apreciado e que desejam uma posição de maior responsabilidade considerem que: ‘Nem do Oriente, nem do Ocidente, nem do deserto vem a exaltação. Mas Deus é o Juiz; a um abate e a outro exalta’ (Sl 75:6-7). Cada homem tem seu lugar no plano eterno do Céu. Ocuparmos esse lugar, depende de nossa fidelidade em cooperar com Deus.
            Necessitamos evitar a compaixão de nós mesmos. Nunca alimentemos a impressão de que não somos estimados como deveríamos, que os nossos esforços não são apreciados e que o nosso trabalho é demasiadamente penoso. A lembrança de que Jesus sofreu por nós reduz ao silêncio todo pensamento de murmuração. Somos tratados melhor do que foi  nosso Senhor. “E procuras tu grandezas? Não as busques’ (Jr 45:5). O Senhor não dá lugar na Sua obra aos que têm maior desejo de alcançar a coroa do que de transportar a cruz. Ele deseja homens que pensem mais em cumprir o dever do que em receber recompensas – homens que sejam mais amantes dos princípios do que de promoção.
            Os que são humildes, e fazem seu trabalho como diante de Deus, podem não ser tanta aparência como os que estão cheios de agitação e importância própria; mas seu trabalho vale mais. Muitas vezes, os que fazem grande demonstração chamam a atenção para si mesmos, interpondo-se entre os homens e Deus, e seu trabalho experimenta insucesso. ‘A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento. Exalte-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará” (Pv 4:7-8; A ciência do Bom Viver, p. 476, 477).

            “Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele os exalte no devido tempo. Não somos encarregados da tarefa de exaltar a nós mesmos. Não necessitamos trabalhar pelos mais altos lugares na estima de outros, nem buscar supremacia para nossa opiniões nos conselhos dos nossos irmãos. A tarefa que nos foi designada por Deus é a da auto-humilhação. Nosso dever é praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente diante de Deus. Não devemos encorajar o orgulho e a própria estima, nem acariciar o pensamento de que não somos apreciados ou que nossa habilidade é subestimada. Nossa tarefa é assumir nossos deveres, por mais simples que sejam, e cumpri-los com fidelidade e coragem, fazendo todas as coisas zelosamente, como para o Senhor.
            Somos propriedade de Deus; e não deveríamos estar desejosos de permanecer no lugar que Ele nos designou, confiando em Seu julgamento, e com gratidão aceitando o privilégio de ser colaboradores com Ele em qualquer parte de Sua vinha? Se formos achados capazes de realizar um serviço mais amplo, um trabalho mais importante, o Senhor o sabe, e é Seu trabalho nos promover. Quão agradecidos devíamos ser de que não somos sobrecarregados com a responsabilidade de estimar nossa própria habilidade, e escolher nosso próprio lugar e posição. É nosso dever desenvolver os talentos que Deus nos deu, e estudar para nos apresentarmos aprovados nEle, ‘como obreiro que não tem de que envergonhar’. Todo trabalho deve ser feito com fidelidade e cuidado, e o sorriso de Deus abençoará aquele que for ‘fiel ao pouco’. Devotemos nosso humilde serviço a Deus e, no devido tempo, seremos colocados ‘sobre o muito’. Entreguemo-nos sem reservas a Deus, e confiemos em Seu amor e sabedoria para ordenar todos os nossos interesses e negócios” (Signs of the Times, 9 de março de 1888).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br