Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 12 – 3º Trimestre 2010 (11 a 17 de Setembro)



Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 12 – 3º Trimestre 2010 (11 a 17 de Setembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

Amor e lei


“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).

Não há desequilíbrio ou incoerência nas mensagens de Paulo quanto à justificação pela fé. O nobre discípulo se empenhou em retirar do pensamento dos legalistas a incontinente idéia de que a salvação pode ser adquirida pelas obras. Agora, a partir do capítulo 12, ele apresenta o verdadeiro papel da obediência, não como meio e nem fim para a salvação, mas como fruto da fé e da graça. Se o tema mais importante de toda a Escritura for a justificação pela fé, no entanto, a obediência pela fé deve caminhar lado a lado com a graça uma vez que, a graça que salva é a mesma que nos conduz a cumprir os deveres da vida cristã (Santificação, p.87, 81).

Paulo jamais cogitou ou consentiu com o pensamento de extinção da lei, todavia, algumas vezes, sobremaneira rigorosamente a exaltou (Rm 7:12,14,22). A partir do capítulo 12, e discorrendo até o capítulo 15, veremos com mais freqüência a persuasão à obediência pela fé e a confirmação de que graça e lei, a despeito de suas verdadeiras funções na vida do crente, são confirmadas e fundamentadas pelo apóstolo.

Para enfatizar tal verdade, o autor da lição destaca que “os crentes do Novo Testamento receberam um exemplo do apropriado comportamento moral em Jesus Cristo. Ele e ninguém mais é o padrão que devemos seguir”, e “que o padrão não pode ser mais elevado que esse”. (p.146).

DOMINGO, 12 DE SETEMBRO
Sacrifícios vivos
(Rm 12:1-2)

Rm 12.1 Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Rm 12.2 E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

Como deve ser vivida a vida de fé? Esta é a pergunta que muitos fazem quando se encontram na circunstância da entrega da vida à Cristo. Paulo encerra sua sessão de doutrinamento, e agora, a partir do capítulo 12 começa seu discurso de como o cristão deve viver em termos de vida prática.
A vida prática de fé, não permiti vivermos de qualquer jeito segundo a nossa falha compreensão do que é ou não correto e adequado. “Anulamos pois a lei pela fé? De forma alguma, antes confirmamos a lei” (Rm 3:31), ou seja, a verdadeira fé, pelo poder do Senhor, confirma o desejo e a prática de Sua vontade. A fé genuína nos leva a obediência e pelo poder de Deus somos transformados e “a justiça de Deus se revela e nós de fé em fé” (Rm 1:16,17).

A expressão, “que apresenteis como sacrifício vivo” (Rm 12:1), nos arremete ao antigo testamento e nos traz a lembrança as ofertas de sacrifício que eram examinadas com muito cuidado. Se por ventura o animal do sacrifício estivesse com qualquer tipo de defeito, imediatamente era recusado. Da mesma forma, hoje, devemos nos aproximar de Deus com um coração contrito, e como o próprio autor afirmou “viver tão imaculada e fielmente quanto pudermos” (p.147).
Deus é compassivo e misericordioso mais do que qualquer outro ser existente no universo. Ele é extremamente longânimo, porém, seu desejo é que vivamos uma vida com integridade, pureza e cheia de sensibilidade para a obediência.

SEGUNDA, 13 DE SETEMBRO
Pensando em si mesmo
(Rm 12:3-21)

Rm 12.9 O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
Rm 12.10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros;
Rm 12.18 Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.
Rm 12.19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor.
Rm 12.20 Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
Rm 12.21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

O amor (ágape) deve ser, não uma espécie de palavra mágica que ao ser mencionada opera transformações radicais na vida daqueles que a pronunciam. O amor deve ser um princípio constante na vida dos que professam ser cooperadores de Deus. A palavra de Deus é clara ao dizer que “aquele que diz que o conhece, deve andar como Ele andou” (I Jo 2:6), e que “ninguém tem maior amor do que este, de dar a vida pelos seus amigos” (Jo 15:13).
O Espírito Santo está a todo o momento tentando nos esmerilar à semelhança do caráter de Deus, e como sabemos, Deus em sua mais plena essência “ amor” (I Jo 4:8). Eu poderia dizer que pertenço a Deus e que sou cristão quando não amo as pessoas que estão ao meu redor ou quando estou cheio de rancor contra elas?
Poderíamos afirmar que somos herdeiros da promessa quando nos sentamos do outro lado da igreja para ficar bem longe de determinadas pessoas?
Os dez mandamentos, representam o caráter de Deus,e a observância à lei é uma demonstração publica do meu amor para com Deus e para com o próximo (Mt 22:35-41). Paulo mesmo escreveu que “o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13:10); portanto, aqueles que não possuírem pelo menos sensibilidade para amarem, serão fortíssimos candidatos a não pisarem no céu.

TERÇA, 14 DE SETEMBRO
Relacionamento com o governo
(Rm 13:1-7)

Rm 13.1 Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus.
Rm 13.2 Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
Rm 13.3 Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela;
Rm 13.4 porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal.
Rm 13.5 Pelo que é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência.
Rm 13.6 Por esta razão também pagais tributo; porque são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo.
Rm 13.7 Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.

Mesmo em situações probantes, Paulo foi enfático ao defender os bons laços de harmonia que precisamos ter com as autoridades e leis humanas. A lei de Deus é suprema, mas em tudo aquilo em que as leis dos homens não se chocarem com a lei de Deus, devemos ser leais como se estivéssemos sendo a Deus. Deus não aprova todas as formas de governo existentes pelo mundo, mas nos orienta que devemos viver em paz com todos, inclusive com os sistemas de governo.

Aqueles que contrariam as leis dos homens, desde que essas leis não entrem em conflito com a lei de Deus, vivem como se estivessem transgredindo a lei do próprio Deus. Por exemplos: Não é correto da parte de um cristão ultrapassar a velocidade permitida; ou dirigir um veículo sem estar habilitado; ou colar nos exames de um concurso público; ou ultrapassar um sinal quando estiver vermelho; ou pagar indevidamente um funcionário; ou adquirir produtos piratas; ou comercializar produtos piratas; ou usar sistemas operacionais piratas; ou... Bom, a lista pode ser ainda muito extensa. É muito comum ouvir, que fazer uso de um sistema operacional pirata pode não ser errado devido ao alto custo. Mas, se apossar de um produto que não lhe pertence e que ainda é utilizado sem o consentimento do verdadeiro dono não seria pecado?

Algumas coisas que foram citadas podem trazer uma série de dores de cabeça para muitos cristãos, entretanto, temos que ter em mente que, Deus requer de nós o máximo de integridade possível em todas as coisas da vida e inclusive no que diz respeito às leis civis ou qualquer outra lei humana que exista para regrar e regulamentar os padrões humanos. O dever de todo cristão, sem negociar princípio, é viver harmoniosamente com o governo, com as leis e com a sociedade de modo geral.

“Não se exige que desafiemos as autoridades. Nossas palavras, quer faladas, quer escritas, devem ser cuidadosamente consideradas, para que não sejamos tidos na conta de proferir coisas que nos façam parecer contrários à lei e à ordem. Não devemos dizer nem fazer coisa alguma que nos venha desnecessariamente impedir o caminho” (Atos dos Apóstolos, p.69).

QUARTA, 15 DE SETEMBRO
Relações com os outros
(Rm 13:8-10)

Rm 13.8 A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei.
Rm 13.9 Com efeito: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Rm 13.10 O amor não faz mal ao próximo. De modo que o amor é o cumprimento da lei.

Pelas declarações de Paulo, podemos aprender duas coisas importantes: 1º Nossa relação de amor com o próximo; 2º Os mandamentos não foram abolidos.

A expressão amarás ao próximo como a ti mesmo é uma fortíssima admoestação de como devemos conviver com as pessoas ao nosso redor. Podemos nos utilizar destes versos também para evidenciar a imutabilidade da lei de Deus, pois Paulo cita 4 dos 6 mandamentos que se referem ao próximo. A lei do amor, citada por ele sempre existiu, mesmo nos tempos do Antigo Testamento.

“No novo testamento Jesus também resumiu os dez mandamentos em dois, “Ama a Deus de todo o teu coração e a teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22:37-40)
Este resumo não é apresentado como sendo uma nova lei. Na verdade Jesus repetiu textos do velho testamento como o de Deuteronômio 6:5 e Levítico 19:18. Ele queria com esta citação apresentar que o coração da lei é o amor. Assim como o amor era a base para o cumprimento da lei no velho testamento, não poderia ser diferente no novo testamento (Rm 13:10). Os dez mandamentos só devem ser cumpridos se houver amor tanto a Deus como ao próximo” (THEISS, Gilberto G. Despertar de um Mandamento, p. 127,128).

Como já mencionado, no velho testamento também é sugerido este resumo dos dez mandamentos. Deuteronômio. 6:5 declara: “Ama o Senhor teu Deus de todo o teu coração”. Levítico 19:18 acrescenta: “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. Isto indica que os dez mandamentos eram resumidos também por Moisés e dado ao povo como referência da verdadeira disposição de guardá-los.

Amar a Deus e ao próximo não eram coisas novas para os discípulos, muito menos para Paulo e os demais que viveram no tempo do novo testamento. Paulo apenas estava reforçando o que distintamente sempre foi o dever de todo o povo de Deus.

QUINTA E SEXTA, 16 E 17 DE SETEMBRO
Mais próxima do que quando cremos
(Rm 13:11-14)

Rm 13.11 E isso fazei, conhecendo o tempo, que já é hora de despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando nos tornamos crentes.
Rm 13.12 A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos pois as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.
Rm 13.13 Andemos honestamente, como de dia: não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja.
Rm 13.14 Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.

Em toda a epístola aos Romanos, O apóstolo se preocupou em trazer aos cristãos uma vasta argumentação a favor de uma vida anti-legalista e ao mesmo tempo de obediência pela fé. Como pode ser notado, em momento algum o discípulo fez algum tipo de discurso que invalidasse o papel das obras na vida do cristão e como evidência deste fato, trouxe em consideração, até mesmo as leis do estado como dever de todo filho de Deus cumprir. Apresentou a necessidade de harmonia que deve existir entre os cristãos e às autoridades humanas, além da eventual relação de amor, respeito e integridade no meio cristão e fora dele.

Agora, para o desfecho do capítulo 13, podemos notar a relação dos conselhos dados com a fascinante declaração da salvação que “está agora mais perto de nós” (Rm 13:11). O apelo do discípulo é para que “andemos honestamente” (Rm 13:13), e que evitemos as “contendas”. Finaliza a declaração exortando-nos a revestir-nos “do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13:14), e apela para tomarmos cuidado com as “concupiscências da carne” (Rm 13:14). A concupiscência da carne, para Paulo, pode ser também o desrespeito para com o estado e suas leis. Esta conclusão pode ser evidênciada pelo fato de estar ligada ao mesmo contexto das advertências do apóstolo.

Na Bíblia, está revelada a vontade de Deus. As verdades da Palavra de Deus são proferidas pelo Altíssimo. Quem faz dessas verdades parte de sua vida, em todo sentido, torna-se nova criatura. Não lhe são concedidas novas faculdades mentais, mas é removida a escuridão, que pela ignorância e pecado, nublava a compreensão. As palavras: ‘... vos darei um coração novo’ significam ‘porei dentro de vós um espírito novo’ (Ez 36:26). A mudança de coração é sempre seguida da visão clara do dever cristão, e da compreensão da verdade. Aquele que dá atenção fiel às Escrituras, acompanhada de oração, alcançará compreensão nítida e julgamento seguro, como se, ao voltar-se para Deus, houvesse alcançado nível mais elevado de inteligência” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje [MM 1989], p. 24).

“O Senhor voltará em breve, e precisamos estar preparados para encontrá-Lo em paz. Estejamos resolvidos a fazer tudo quanto estiver ao nosso alcance para comunicar luz aos que nos cercam. Não devemos estar tristes, mas animados, e ter o Senhor Jesus sempre perante nós. Ele virá logo, e devemos estar prontos e aguardando Seu aparecimento. Quão glorioso será vê-Lo e receber as boas-vindas como remidos Seus! Por muito tempo, estamos esperando; mas nossa esperança não deve diminuir. Se pudermos tão-somente ver o Rei em Sua formosura, seremos para sempre benditos. Tenho a sensação de que devesse exclamar alto: ‘Rumo ao lar!’ Estamos nos aproximando do tempo em que Cristo virá com poder e grande glória para levar Seus resgatados ao lar eterno” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 253).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade de Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: altoclamor@altoclamor.com
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