Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 11 – 3º Trimestre 2010 (04 a 10 de Setembro)



Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 11 – 3º Trimestre 2010 (04 a 10 de Setembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

A eleição da graça


Pergunto, pois: Acaso rejeitou Deus ao seu povo? De modo nenhum; por que eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim”. (Rm 11:1).

Podemos ter certeza que Deus não rejeitou o povo Judeu. A rejeição por parte de Jeová se deu apenas nos aspectos de nação eleita.

“Vi que Deus havia abandonado os judeus como nação; mas os indivíduos entre eles seriam, contudo, convertidos e habilitados a rasgar o véu de seus corações e ver que a profecia em relação a eles tinha-se cumprido. Eles receberão Jesus como Salvador do mundo e verão o grande pecado de sua nação em tê-Lo rejeitado e crucificado” (Primeiros Escritos, p. 213).

O povo de Israel deveria ser caracterizado e possuir um estilo de vida também evangelístico. Não deveriam reter a mensagem para eles, mas fazer com que as nações conhecessem a verdade que salva e liberta. Deus os colocou no mundo para serem um movimento centrifugo e não centrípeto, ou seja, a mensagem que estava no centro deles, deveria sair para fora. Este povo foi abençoado por Deus de maneira muito significante. Desta forma, deveriam testemunhar do Deus verdadeiro às nações vizinhas dando-lhes a oportunidade de redenção.

A retenção da mensagem, a desobediência, a idolatria e as injustiças podem ter tido um papel determinante para que Deus rejeitasse a Nação Judaica como povo peculiar, mas, creio que a principal razão que causou a ruptura completa tenha sido sem dúvida alguma, o fato de rejeitarem a Cristo como o prometido Messias. Ao rejeitarem o Messias, naturalmente estavam rejeitando a Deus e o plano estabelecido por Ele. Como manter a mensagem de salvação nas mãos de um povo assim? Como cumprir a missão de estender a mensagem a todos os povos, nações e línguas quando o povo escolhido para cumprir este propósito, além de reterem a mensagem impedindo outros de conhecer, também rejeitavam e perseguiam o Messias da profecia e seus seguidores?

Deus não teve outra alternativa, seu plano de salvação deveria prosseguir avante mesmo que isto significasse substituição de povo. Foi exatamente o que ocorreu. A missão passou para as mãos daqueles que aceitassem ser o remanescente de Deus, e a igreja, desta maneira, foi formada tanto por Judeus quanto por gentios que se convertiam à Cristo.

DOMINGO, 05 DE SETEMBRO
O fim da lei
(Rm 10:1-4)

Rm 10.1 Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica a Deus por Israel é para sua salvação.
Rm 10.2 Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não com entendimento.
Rm 10.3 Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Rm 10.4 Pois Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê.

Cristo é o fim da lei? Como já afirmado anteriormente, Paulo não está invalidando a lei. Não podemos tirar conclusões nos utilizando apenas de um verso totalmente isolado. Se observamos o verso 3, perceberemos que havia pessoas rejeitando a justiça de Deus para impor a sua própria justiça, neste caso alguns judeus.

 Para contrapor esta falsa ideologia salvífica, o apóstolo afirmou que Cristo se torna o fim da lei para àqueles que pretendem alcançar a salvação simplesmente pela lei. Isto é impossível, pois nossa justiça, obediência, ou qualquer coisa que façamos por retidão, jamais poderá nos fazer dignos de alcançar a redenção. O papel da lei é de apresentar nossa indignação, e conseqüentemente deixar muito bem claro que precisamos da salvação que está além de nós. É neste ínterim que entra a graça de cristo. 

Podemos perceber que a lei, mostrando nossa real condição, nos conduz até Cristo. Por esta razão é que o discípulo usou expressões tão chocantes, pois a justiça humana, se é que podemos chamar assim, são para Deus como trapos de imundície.

Infelizmente, até nos dias atuais, existem pessoas, que, como os Judeus antigos, continuam inserindo a lei de Deus onde ela não cabe. Continuam fazendo de nossa obediência uma espécie de moeda valorizada, com o objetivo de comprar com ela a graça de Jesus. Suponhamos que a lei seja uma calça e a graça de Cristo uma camisa. Com base nesta analogia, há pessoas tentando vestir a lei (calça) como se ela fosse uma camisa, e também tentando vestir a graça (camisa) como se ela fosse uma calça. Não dá para vestir pelos pés uma camisa e vestir uma calça no lugar da camisa. A lei tem o seu papel assim como a graça tem o seu. A obediência é necessária e fundamental, pois é através dela que testemunhamos do poder de Deus e da fé que professamos, mas, ela não pode nos salvar. As obras são o mais puro fruto da graça já operada em nossa vida pela fé e pela ação do Espírito Santo e não mais do que isto.

SEGUNDA, 06 DE SETEMBRO
A eleição da graça
(Rm 11:1-7)

Rm 11.1 Pergunto, pois: Acaso rejeitou Deus ao seu povo? De modo nenhum; por que eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
Rm 11.2 Deus não rejeitou ao seu povo que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como ele fala a Deus contra Israel, dizendo:
Rm 11.3 Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e procuraram tirar-me a vida?
Rm 11.4 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões que não dobraram os joelhos diante de Baal.
Rm 11.5 Assim, pois, também no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça.
Rm 11.6 Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.
Rm 11.7 Pois quê? O que Israel busca, isso não o alcançou; mas os eleitos alcançaram; e os outros foram endurecidos,

De modo algum Deus rejeitou o povo de Israel, a rejeição foi apenas sob o aspecto da peculiaridade (de serem o povo escolhido por Deus). Neste caso, o evangelho é repassado para as mãos de um grupo chamado por Paulo de remanescente. Este remanente era composto tanto por Judeus como por Gentios.

Ao longo de toda a história da igreja, vimos 7 remanescentes sendo erguidos por Deus:

1º Remanescente: A igreja de Adão e Eva (Gn 1-3).
2º Remanescente: A igreja de Noé e sua família (Gn 7-10).
3º Remanescente: A igreja de Abraão (Gn 12-15).
4º Remanescente: A igreja de Judá (I Re 11:13; II Re 17:8-18).
5º Remanescente: A igreja de Jesus (Is 11:1; Hb 7:14; Mt 10:5-6).
6º Remanescente: A igreja primitiva, mencionado por Paulo em Rm 11:6 (At 2).
7º Remanescente: A igreja que antecede a volta de Jesus e que será perseguida pelo dragão (Ap 12:17)

O sexto remanescente, surgido no tempo de Paulo, era o povo que Deus havia levantado, uma vez que a nação Judaica havia rejeitado o Messias. De qualquer forma, os Judeus que se convertessem e ainda aceitassem a Jesus como redentor e Messias, podiam fazer parte do grupo agora chamado de remanescente ou eleição da graça. Tanto judeus quanto gentios podiam, juntos, dividir a mesma fé e fazer parte daqueles que levariam aos quatro cantos do mundo o evangelho eterno da salvação em Cristo.

Em Atos dos Apóstolos, lemos: “Não obstante haver Israel falhado como nação, havia entre eles um considerável remanescente em condições de ser salvo. Ao tempo do advento do Salvador, houve homens e mulheres fiéis que receberam com alegria a mensagem de João Batista, e foram assim levados a estudar de novo as profecias referentes ao Messias. Quando a igreja cristã primitiva foi fundada, ela era composta desses fiéis judeus que reconheceram Jesus de Nazaré como aquele cujo advento haviam almejado” (Atos dos Apóstolos, p.376,377).

Em romanos 11:9 e 10, parece sugerir uma proposital cegueira realizada da parte de Deus. Entretanto, se considerarmos todos os textos, verificando até que ponto a nação judaica foi cega por si, perceberemos que, Deus apenas permitiu que eles colhessem de seus próprios enganos. A salvação não foi obstruída a esse povo, não foram cegados por Deus, mas foi-lhes permitido permanecer cego, já que, não queriam enxergar.

TERÇA, 07 DE SETEMBRO
O ramo enxertado
(Rm 11:11-24)

Rm 11.11 Logo, pergunto: Porventura tropeçaram de modo que caíssem? De maneira nenhuma, antes pelo seu tropeço veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação.
Rm 11.12 Ora se o tropeço deles é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!
Rm 11.13 Mas é a vós, gentios, que falo; e, porquanto sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério,
Rm 11.14 para ver se de algum modo posso incitar à emulação os da minha raça e salvar alguns deles.
Rm 11.15 Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?
Rm 11.16 Se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é santa, também os ramos o são.
Rm 11.17 E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado no lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira,
Rm 11.18 não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.
Rm 11.19 Dirás então: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.
Rm 11.20 Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu pela tua fé estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme;
Rm 11.21 porque, se Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a ti.
Rm 11.22 Considera pois a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; para contigo, a bondade de Deus, se permaneceres nessa bondade; do contrário também tu serás cortado.
Rm 11.23 E ainda eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os enxertar novamente.
Rm 11.24 Pois se tu foste cortado do natural zambujeiro, e contra a natureza enxertado em oliveira legítima, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira esses que são ramos naturais!

Interessante notar que, o apóstolo tenta agora ressuscitar as esperanças do povo Hebreu. No verso 1 ele fala da plenitude dos Israelitas, e no verso 12, do seu restabelecimento. É percebível a compreensão de Paulo quanto à rejeição temporária dos Judeus quanto ao Messias. O próprio autor da lição afirma que “Paulo compara o remanescente fiel de Israel a uma oliveira nobre, da qual foram quebrados bruscamente alguns galhos (os descrentes) – uma ilustração que ele usou para provar que “Deus não rejeitou o Seu povo” (v.2). A raiz e o tronco estão ainda lá. Nessa árvore, os crentes gentios foram enxertados. Mas eles estão extraindo sua seiva e vitalidade da raiz e do tronco, que representam o Israel que crê” (P.136).

Em outras palavras, com o novo remanescente, Deus faria o que a nação peculiar e escolhida deveria ter feito milênios atrás. Atraído todos ao Deus verdadeiro.
É importante entender que, o que aconteceu com os Judeus que rejeitaram a Cristo, o mesmo poderá acontecer com qualquer outro. Sendo judeus ou gentios todos que rejeitarem a Cristo não poderão ser chamados de filhos da promessa ou descendentes espirituais de Abraão. Os eleitos, em plenos século XXI serão aqueles que são lavados no sangue do verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo e que são obedientes pela fé aos seus mandamentos (Jo 14:15,21; I Jo 2:4,6). O tronco nasceu no Éden, e recebeu 7 enxertos até o presente momento. Israel foi um dos principais enxertos deste tronco assim como também o é, o sétimo remanescente, o último enxerto.

QUARTA, 08 DE SETEMBRO
Um mistério revelado
(Rm 11:25-27)

Rm 11.25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado;
Rm 11.26 e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades;
Rm 11.27 e este será o meu pacto com eles, quando eu tirar os seus pecados.

Deus tinha interesse na salvação dos Judeus, mas também tinha interesse na salvação dos gentios. Hoje, tanto Judeus quanto gentios podem ser salvos no precioso sangue de Jesus. Até mesmo no final do tempos, diante dos últimos eventos, muitos outros Judeus se converterão e serão salvos (Atos dos Apóstolos p.381). Todos serão alcançados, o Espírito de Deus trabalhará em todos os corações, tanto de Judeus quanto de qualquer outro povo. A igreja, quando subir ao céu, será composta por gente de todo o jeito, pessoas de todas as nações, raças, tribos e línguas. Mas, Deus não rejeitou os Judeus, apenas mudou o curso da peculiaridade (de serem a nação escolhida), para que as fronteiras pudessem ser ultrapassadas com o evangelho e desta forma, outros povos pudessem ser alcançados.

“Há uma poderosa obra a ser feita no mundo. O Senhor declarou que os gentios serão recolhidos, e não somente os gentios, mas também os judeus. Há entre os Judeus muitos que serão convertidos e por meio de quem veremos a salvação de Deus sair como lâmpada ardente. Há judeus por toda parte, e a eles deve ser levada a luz da verdade presente. Há entre eles muitos que virão para a luz, e que proclamarão a imutabilidade da lei de Deus com admirável poder. O senhor Deus atuará. Fará coisas maravilhosas em Justiça” (Evangelismo, p.578).

QUINTA E SEXTA, 09 E 10 DE SETEMBRO
A salvação dos pecadores
(Rm 11:28-36)

Rm 11.28 Quanto ao evangelho, eles na verdade, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.
Rm 11.29 Porque os dons e a vocação de Deus são irretratáveis.
Rm 11.30 Pois, assim como vós outrora fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles,
Rm 11.31 assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada.
Rm 11.32 Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.
Rm 11.33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Rm 11.34 Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro?
Rm 11.35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
Rm 11.36 Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
                                               
O grande sonho de Deus é levar para o céu o maior número de pessoas possível. Para isto, em toda a história da igreja, desde o Éden, Deus usou pessoas, nações, povos, para cumprir este grande propósito. Quando o pecado entrou neste mundo, todas as ferramentas, meios, pessoas, circunstâncias, e nações, se tornaram os meios utilizados pelo céu para que o máximo de pessoas possível pudesse ser alcançados pelo poder e amor de Deus. Costumo sempre afirmar que, nenhum sincero, desde o Éden, será deixado para trás.

Até mesmo os próprios Judeus, que vivem espalhados pelo mundo, se não for nos dias atuais, um dia, num futuro próximo, serão tocados e chacoalhados pelo poder que vem do alto, e desta forma, como outros povos, serão iluminados pelo poder da chuva serôdia, e aos milhares, se levantarão naqueles dias para erguer a bandeira do príncipe Emanuel.
Observe esta impressionante declaração inspirada:

“Na proclamação final do evangelho, quando deve ser feito um trabalho especial pelas classes de pessoas até aqui negligenciadas, Deus espera que Seus mensageiros tomem interesse especial pelo povo judeu, o qual eles encontram em todas as partes da Terra. Ao serem as Escrituras do Antigo Testamento amalgamadas com as do Novo Testamento numa explanação do eterno propósito de Jeová, isto será para muitos judeus como o raiar de uma nova criação, a ressurreição da fé. Ao verem o Cristo da dispensação evangélica retratado nas páginas das Escrituras do Antigo Testamento, e perceberem quão claramente o Novo Testamento explica o Antigo, suas adormecidas faculdades despertarão, e eles reconhecerão Cristo como o Salvador do mundo. Muitos receberão Cristo pela fé como seu Redentor” (Atos dos Apóstolos, p.381).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade de Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: altoclamor@altoclamor.com
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