Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 13, 19 a 26 de junho


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 13, 19 a 26 de junho

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 19 DE JUNHO

APOIO SOCIAL: LAÇOS DE AMOR

“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns ao outros. Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:34,35).
Somente neste verso, a expressão “Vos ameis uns aos outros” é repetida três vezes. Esta repetição, pode estar pretendendo transmitir o real desejo de Deus em que o Seu povo cumpra em suas palavras e principalmente em suas atitudes o dom do verdadeiro amor. Encontramos nas páginas da Bíblia a evidência da essência do caráter de Deus, como sendo um Deus de amor. Aqueles que pretenderem entregar a vida nas mãos desse Deus de amor, conseqüentemente deverão ser atingidos e transformados à Sua imagem.
           
           Sobre esta questão, não podemos confundir o amor ensinado pelas escrituras com o amor ensinado pelo mundo. O amor do mundo não passa de puros aspectos emocionais e muitas das vezes pode até mesmo estar associado a questões imorais e egoistas.
            O amor de Deus está além de aspectos emocionais e pode ser melhor caracterizado como um PRINCÍPIO. Um princípio constante e imutável, que deve estar sempre presente em toda a essência de nossos atos e palavras, e isto, independente das pessoas, sejam elas amiga ou inimigas.
            Nesta semana estudaremos como o amor deve ser uma realidade em nosso caráter como num todo.

DOMINGO, 20 DE JUNHO

A IMAGEM ORIGINAL

“Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27).

Será que existiria um limite para amar as pessoas nesta vida? Se buscarmos respostas na palavra de Deus, perceberemos que não existe limites para amar nem mesmo os que se colocam como nossos inimigos. Olhando para a Bíblia, aprendemos que, devemos oferecer a outra face quando alguém nos bater; devemos oferecer outra capa quando alguém nos roubar a que temos; em outras palavras, nosso coração, nosso caráter, nossa vida como num todo precisa ser transformado de tal maneira ao ponto de esse frutos serem visíveis, mesmo nas circunstâncias mais probantes que surgirem.

É claro que, não temos este tipo de amor para oferecer, pois nossa natureza é egoísta, e trabalha constantemente em proteger nosso próprio ego. Temos dificuldades em levar desaforo para casa, mas geralmente, os que não levam desaforo para casa, em algumas circunstâncias acabam levando miséria.

O mandamento do amor é claro e deve ser um ideal vivido em nossa vida. O poder de Deus está a disposição daqueles que desejam ser transformados, e se, pretendermos ser semelhantes a Deus novamente, como foram Adão e Eva antes do pecado, devemos buscar este ideal a todo e qualquer custo.

Satanás destruiu o caráter de Deus em nossos primeiros pais terrestres, e conseqüentemente introduziu o seu próprio caráter maculado no caráter dos humanos. Quando Jesus se apresentou neste mundo, mostrou a humanidade caída o caráter que é aceitável a Deus e colocou à nossa disposição, o poder de Deus na pessoa do Espírito Santo com o objetivo de realizar a obra de recriação no caráter do homem, trazendo de volta nele o caráter de Deus novamente. Desta forma, somos transformados à imagem e semelhança de Deus.

SEGUNDA, 21 DE JUNHO

PESSOAS: SERES SOCIAIS

“Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si” (Rm 14:7).

“Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2:18).

“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levanta. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade” (Ec 4:9-12).

“Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos” (I Co 12:14).

“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2).

É muito agradável falar sobre altruísmo, abnegação e amor mutuo, quando recebemos algum benefício direta ou indiretamente. Somos tão egoístas que até nas oportunidades de ajudar alguém, as vezes, temos tendências de analisar os benefícios que teríamos com tal atitude. Embora não recebamos os benefícios que nossa natureza ruim espera, podemos ter certeza que outros benefícios poderão surgir de uma vida abnegada e dedicada a outros. Como num jogo de ping pong, parece que tudo o que oferecemos, retorna de alguma forma para nós. Os aspectos da saúde, principalmente mental, são os benefícios mais comuns que nos retornam, nos deixando de bem com a vida e com as pessoas. Passamos a ser mais amados e aceitos, em muitas das vezes até profundamente admirados, e todas essas respostas, querendo ou não nos fazem muito bem.

Nossa motivação, em servir os outros, e de nos relacionar com eles, deve ser baseada no mais puro sentimento de satisfação em ser um alívio, ajuda e amigo para as pessoas que nos rodeiam. Não fomos criados para ficarmos ilhados, pois, a forma como fomos formados, principalmente nos aspectos psicológicos, mostram claramente que a sociabilização circula e nossas veias.
           
            No tocante ao casamento, podemos ver o mais poderoso argumento a favor da unidade, envolvimento e dependência dos outros. No casamento ou na vida familiar, podemos perceber melhor, como é vital a amizade, proximidade e o amor transmitido um ao outro. O casamento, quando fundamentado no amor verdadeiro, nos alicerces da maturidade e dos valores que convidam Deus a fazer parte, será uma das ferramentas mais poderosa de felicidade, satisfação e saúde para o casal e para os filhos, e isto mostra também que, a relação e o envolvimento altruísta, é um dos fatores mais importantes na demonstração do que pode ser o amor de Deus.

TERÇA, 22 DE JUNHO

UNIDADE NA REDENÇÃO

“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:1-3).
Todos nós somos dependentes uns dos outros em vários aspectos, inclusive no que diz respeito a salvação. Embora a salvação seja individual, temos muito o que fazer para ajudar os que nos rodeiam na conquista do céu. Em João 12:32 Jesus diz que “todos” atrairia a ele quando fosse levantado na cruz. O foco da redenção, sem dúvida alguma, são todos os que viveram, vivem ou viverão nesta terra no contexto do pecado. A maneira como reagimos à redenção, influencia direta ou indiretamente os que estão próximos de nós.
Até mesmo a saúde pode ser afetada pela forma como convivemos com as pessoas. Se o viver na esfera da redenção pode influenciar os outros de forma positiva ou negativa, quem dirá, as questões relacionadas à saúde. Há pessoas que eram deprimidas, doentes e que estavam se definhando para a morte devido a todos esses problemas. Um dia, conheceram a Cristo, e conseqüentemente, conheceram sua mais nova família, a família cristã. Sobre o contato, relacionamento e envolvimento com esta nova família de amigos, os sintomas de depressão, as doenças e o definhamento começaram a desaparecer.
Como visto neste exemplo, a atmosfera cristã promovida pela redenção de Cristo na vida, além de trazer benefícios espirituais, pode fazer-nos colher, vários benefícios físicos e mentais. Sobre esta perspectiva, se um dia éramos solitários ou ilhados por não apreciar se envolver com outros, quando conhecemos o evangelho, nossas convicções de ilhamento podem mudar completamente, pois o evangelho, além de nos salvar, também é capaz de criar aproximação entre as pessoas, mesmo apesar  dos obstáculos criados pelas diferenças existentes entre elas.
Não há dúvidas de que nossa saúde física, mental e espiritual, em detrimento de nossa relação com as pessoas, seja extremamente beneficiada para o bem. Isto mostra claramente que fomos criados para nos relacionar e não para vivermos sozinhos.
QUARTA, 23 DE JUNHO

APOIO MÚTUO

Bondade cristã e fervorosa consagração devem ser constantemente manifestadas na vida” (Medicina e Salvação, p. 204).

Impressionante esta declaração tão profunda e significativa de Ellen White. A bondade cristã deve ser uma manifestação contínua. Nossas palavras, atos e tudo mais que venhamos realizar na vida, devem constantemente manifestar a mais pura bondade para com as pessoas. Nossa vida não deve ser diferente disso em absolutamente nada. Mesmo nas circunstâncias mais difíceis, devemos nos esforçar em sempre ter palavras e atos cordiais, sempre ter palavras bondosas e sempre ter atitudes que revelem o poder de Deus atuando notoriamente em nossas vidas.

Isto significa, portanto, que devemos evitar toda e qualquer atitude e palavras que venham a causar danos as pessoas. Sem dúvidas não é nada fácil dizer coisas boas daqueles que muitas das vezes tentam nos causar alguns danos, mas, o princípio bíblico deve nos afetar, mesmo nessas circunstâncias. É possível que não tenhamos nenhuma motivação que nos leve a falar bem das pessoas que criam alguns desgastes para nós, mas isto não significa que tenhamos que usar palavras ferinas para lhes causar problemas. Os que são convertidos, mesmo que seja difícil, não devem prejudicar as pessoas, mesmo que seja algum possível inimigo, se é que podemos chamar assim. A este respeito expressou Ellen White que:

O homem verdadeiramente convertido, não se inclina a pensar nas faltas dos outros. Só entrarão no céu, aqueles que venceram a tentação de pensar e falar mal” (Review and Herald, 24-11-1904).

Também escreveu que “a sinceridade de desígnios, a verdadeira bondade de coração, eis o motivo a que o céu dá valor” (Maior Discurso de Cristo, p. 81).

Não somos obrigados a estreitar laços com aqueles que não convivem bem conosco, mas Deus espera de nós, que ao menos não sejamos pedras de tropeços para elas. Aceitando ou não, querendo ou não, estando apto a isto ou não, a Bíblia apresenta, que o poder de Deus nos transforma para amar as pessoas, mesmo que sejam pessoas que aparentemente não mereçam nosso amor. Não há como escapar disto.

QUINTA E SEXTA, 24 E 25 DE JUNHO

SERVINDO UNS AOS OUTROS

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos amigos” (Jo 15:13).

Para compartilhar aos demais textos bíblicos da lição de hoje, escolhi João 15:13 para fazer o comentário de hoje. A pergunta que surge seria: Quem são os nossos amigos? Mas, para aprofundar mais esta questão, vou preferir fazer a seguinte pergunta: Quem deveriam ser os nossos amigos?

Naturalmente, escolhemos aqueles que serão nossos amigos mais chegados, e pela dimensão da amizade, é possível que muitos de nós sejamos capazes em dar a própria vida por eles. Mas, como fazemos parte do reino de Deus, um reino de amor, altruísmo e abnegação, de sacrifícios, não deveríamos amar incondicionalmente, até mesmo os que se colocam como nossos inimigos, ao ponto de, se preciso, dar nossa vida a  eles?

Eu sei que peguei pesadíssimo agora, mas não foi exatamente isso que Cristo fez? Ele deu a vida somente para os que são os Seus mais chegados amigos? Se você se considera amigo de Jesus, eu pergunto: Você, por toda a vida, sempre foi amigo de Cristo?

Na verdade, nós só amamos a Deus, porque ele nos amou primeiro. Se nós somos capazes de dar a vida por Ele, é porque Ele primeiro nos deu a Sua. Sobre esta mesma ótica, Deus nos chama para amar e de sermos capazes de dar a vida até mesmo por aqueles que ao nosso ver, não merecem nossa abnegação. O evangelho de Cristo pretende nos transformar de forma que sejamos capazes de realizar obras grandiosas como esta. É difícil? Sem dúvidas, mas quem disse que este tipo de atitude parte de nós? Se um dia dissermos como Paulo, que “não vivo eu, mas Cristo vive em mim”, seremos capazes, pelo poder de Deus, de fazer coisas que até nós duvidamos. Que isto cause uma profunda reflexão e nós.
Para refletir:
“Temos de alimentar os famintos, vestir os nus, confortar os aflitos e os sofredores. Devemos ajudar os que estão em desespero e inspirar esperança aos destituídos dela. O amor de Cristo, manifestado num ministério abnegado, será mais eficaz na reforma dos malfeitores do que a espada ou o tribunal de justiça. Esses precisam incutir terror ao transgressor da lei, mas o amorável missionário pode fazer mais que isso. Muitas vezes, o coração que se endurece sob a reprovação abranda-se ante o amor de Cristo” (A Ciência do Bom Viver, p. 105, 106).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: altoclamor@altoclamor.com
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