O dia do sol e a igreja pós primitiva

O dia do sol e a igreja pós primitiva
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Do ponto de vista dos Romanos, judeus e cristãos, eram um só grupo de guardadores do sábado.
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Em meados do II segundo século, ser guardador do sábado era afrontar diretamente o império romano. A maioria dos cristãos deixaram então o sábado de lado, para não se identificarem com os judeus.
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Por volta do ano 164 d.c., com respeito ao sábado, um cristão chamado Justino Mártir declarou:
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“O sábado é uma marca vergonhosa colocada sobre os judeus pelo senhor Deus, um identificador do castigo que bem merecem”.
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Desse modo, o sábado passou a ser visto pelos cristãos como um castigo divino sobre os judeus. Um dia repleto de maldições sobre aqueles que o observam. Outro passo dado pala igreja cristã rumo a observância dominical, foi a instituição de um jejum pelos cristãos de Roma. Um jejum especial em memória à morte e sepultamento de Jesus. O jejum começava ao meio dia na sexta feira, e terminava às quatro horas da manhã do domingo, quando a igreja cristã romana celebrava a ressurreição de cristo.
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Pensam, se os nossos patrícios pagãos adoram o sol no domingo, então, porque não podemos glorificar a Jesus, o sol da justiça também no domingo? Sendo a obediência ao mandamento sabático proibida, pelo rígido tribunal romano, passou a maioria dos cristãos por covardia, por medo da morte, a observarem o domingo.
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No quarto século, a observância dominical veio a ganhar força, com a suposta “conversão” do imperador romano Constantino (Flávius Valérius Aurélius Constantinus), imperou de 324 d.c a 337 d.c. No ano de 312 d.c., aceitou o cristianismo, movido supostamente pela “visão” de uma cruz nos raios do sol com os dizeres:
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“Constantino, com este sinal vencerás”.
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Tamanho foi o impacto que sua conversão causou na época, que suas conseqüências perduram até hoje. Adepto do mitraísmo e adorador de Mitra, o deus – sol fez Constantino uma verdadeira salada, misturando mitraísmo com cristianismo. Um verdadeiro golpe de mestre.
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Em sua época, Roma como império estava prestes a desmoronar. Constantino então usou de um estratagema, pensando ser possível a restauração do império romano, não sobre a base da religião pagã, mas sobre o fundamento de um cristianismo paganizado.
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Constantino se declarou bispo dos bispos (Pontifice Maximus ou Sumo-pontífice). Este título que pertencia ao mitraísmo romano, passou a fazer parte do cristianismo e usado depois pelos papas. Constantino se torna assim líder máximo da igreja cristã, com plenos poderes para determinar suas próprias ações religiosas e revestidas do supremo direito de promulgar novas leis e novos decretos.
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Em 324 d.c., o domingo foi declarado por lei, como dia de descanso. Constantino ordenou que todo império descansasse no dia do sol. Assim reza as suas palavras:
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“Que todos os juízes, todos os habitantes da cidade, os mercadores e artífices, descansem no venerável dia do sol (die solis). Não obstante, atendam os lavradores completa liberdade ao cultivo dos campos”.
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O bispo Eusébio de Nicomédia, sendo admirador de Constantino, passou a apoiar o imperador, contrariando abertamente o quarto mandamento da lei de Deus. Declarou Eusébio:
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“Todas as coisas que eram para se fazer no dia do sábado, Nós a transferimos para o dia do senhor (domingo), como sendo mais apropriado, uma vez que tem a prioridade e maior importância, e é mais digno de honra que o sábado”.
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O cristianismo dominical propagou-se no império de Constantino. O imperador, para conseguir o maior número possível de fiéis, presenteava-os com túnicas brancas de batismo. Além disso, recebiam individualmente, por sua decisão ao batismo, vinte moedas de ouro. Estudiosos calculam que, aproximadamente mais de quinze mil pessoas se batizaram. No ano 337 d.c., o próprio Constantino poucos dias antes de morrer foi batizado com uma túnica branca pelo bispo Eusébio de Nicomédia.
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Segundo a tradição romana, ele nunca mais vestiu seus trajes reais. Vários concílios se passaram. Entre os primeiros que aceitaram o descanso dominical, no lugar do sábado, estão o Gangrense, de 341 d.c., Sárdica, 345., e o de Laodicéia, no ano de 364 d.c.. Destes, o principal foi o de Laodicéia. Quarenta anos depois do edito de Constantino, em Laodicéia foi decretado:
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“Os cristãos não devem judaizar e permanecer ociosos no sábado, mas trabalharão nesse dia. Porém, o dia do senhor (domingo), deve ser honrado especialmente, como cristãos não devem se possível, fazer qualquer trabalho nesse dia. Se, contudo forem achados judaizando serão separados de cristo”.
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Segundo o dicionário enciclopédico Hispano-Americano, artigo domingo, no ano 425 d.c., surgiu uma lei que proibia a celebração de representações teatrais no dia de domingo. E finalmente, a partir do ano 700 d,c., a igreja romana aplicou ao domingo pagão todas as proibições do sábado bíblico. Como vimos à substituição do sábado pelo domingo como dia de repouso, deu-se gradualmente. O sábado foi esquecido pela maioria como resultado das freqüentes proibições de o santifica-lo; ao passo que o domingo foi estabelecido por vários concílios e decretos que ordenavam sua observância.
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Contribuição: Antonio carlos
Compilação de vários lívros
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