Slogans contraditórios usados pelos ateus

Ideias que não fazem sentido
Um ataque comum dirigido à infalível, inspirada e autoritativa Palavra de Deus é que, segundo algumas pessoas, ela estaria cheia de contradições. Claro que após análise mais pormenorizada essas “contradições” não são mais do que textos retirados do seu contexto. Em contraste, existem alguns slogans ateus que são claramente contraditórios. Os ateus dizem uma coisa, mas, depois, contradizem o que haviam afirmado. Eles guardam enorme quantidade de slogans sem se aperceber de que são incompatíveis uns com os outros. Creio que existem pelo menos cinco slogans contraditórios que os ateus usam. Claro que nem todos os ateus dizem todas essas coisas e o ateísmo não alega ser inerrante. No entanto, é interessante ver os erros básicos de lógica que os ateus são culpados de cometer sem se aperceber de que estão fazendo isso.

1. Os ateus dizem:

(a) A religião é maligna.
(b) Não existem valores morais absolutos.

É sempre interessante ver o que os ateus estão dispostos a alegar em favor da sua filosofia pessoal. Quando são confrontados com o fato de sua visão ateísta do mundo não justificar a existência de valores morais objetivos, eles respondem de modo nervoso: “E daí?!”Mas essa não é a posição dos antigos filósofos ateus que reconheceram a existência de um fundamento firme de desespero inflexível sob o qual a habitação da alma deve ser comodamente construída. Os ateus atuais, motivados por sua filosofia de vida pessoal, alegam que não existem valores ou deveres morais absolutos, mas eles não vivem dessa forma.

Os mesmos ateus que por um lado alegam que não existem valores morais absolutos, por outro dirão que “a religião é um dos maiores males do mundo. A religião causa a mutilação genital, a opressão e o sofrimento em larga escala”. Mas acho que, segundo a visão ateísta do mundo, a mesma questão levantada por eles pode ser devolvida: “E daí?!” E daí que a religião cause sofrimento? Segundo o ateísmo, não existem valores morais objetivos ou deveres.

Os ateus não se apercebem de que defendem ambas as posições ao mesmo tempo: “O mal é apenas uma construção da mente humana, e a religião é maligna.”

2. Os ateus dizem:

(a) Todos nascem ateus.
(b) Desconfio daqueles que afirmam ser ex-ateus.

Tradicionalmente, os filósofos reconheceram que (1) o ateísmo é a crença de que Deus não existe, (2) teísmo é a crença de que Deus existe, e (3) o agnosticismo é a falta de fé na existência de Deus. Tanto o teísmo como o ateísmo requerem algum tipo de justificação, e temos que dizer: “Eu acredito em Deus porque...” ou: “Eu acredito que Deus não existe porque...”.

Uma vez que os ateus nunca foram capazes de oferecer algum argumento convincente, eles inventaram uma nova definição de “ateísmo”, e dentro dessa definição o ateísmo já não é a crença de que Deus não existe, mas sim a “ausência de crença em Deus”. Dessa forma, todas as pessoas, até bebês, são “ateístas”. Devido a isso, eles dirão que todos nós nascemos ateus.

Mas, por outro lado, eles dirão que ficam céticos com respeito àqueles que afirmam ser ex-ateus. Se eu digo: “Eu era um ateu, mas agora sou cristão”, os ateus vão imediatamente ficar céticos quanto a essa alegação. Mas como é que eles podem ficar céticos se, segundo sua visão de mundo, todos nascemos ateus? Ficar com dúvidas da alegação de que alguém é um ex-ateu é uma admissão de que os ateus não acreditam que todos nós nascemos ateus.

Apesar disso, e sacrificando a racionalidade, os ateus defendem ambas as posições.

3. Os ateus dizem ao mesmo tempo:

(a) O que pode ser afirmado sem evidências, pode ser rejeitado sem evidências.
(b) Eu afirmo isso sem qualquer tipo de evidência em seu favor.

Esse slogan de que o que pode ser alegado sem evidências pode ser rejeitado sem evidências foi usado inicialmente por Carl Sagan, se não me engano, e foi popularizado nas últimas décadas por Christopher Hitchens. Deixe-me dizer que, como princípio científico, isto é, no geral, verdadeiro. Se alguém faz uma alegação científica sem qualquer tipo de evidência, essa alegação pode ser devidamente rejeitada sem qualquer evidência. Olhando para as coisas segundo esse prisma, os ateus podem estar certos, se aplicarem essa lógica aos princípios científicos.

Mas não é isso o que eles fazem. Eles pensam que esse slogan se aplica de forma universal, com uma exceção, obviamente: eles fazem essa afirmação, mas não oferecem qualquer tipo de evidência. Normalmente, eles dizem: “O que pode ser afirmado sem qualquer evidência pode ser rejeitado sem se oferecer qualquer tipo de evidência”, mas afirmam isso sem fornecer qualquer tipo de evidência. Logo, se usarmos o padrão de evidências deles, seremos forçados a rejeitar essa frase.

Isso é uma proposição autocontraditória se ela for dita sem qualquer tipo de evidência em seu favor. Apesar disso, os ateus continuam a afirmar essa frase sem
oferecer qualquer tipo de evidência.

4. Os ateus dizem:

(a) Deus é maligno por permitir tanta injustiça no mundo atual.
(b) Deus é maligno por não permitir a injustiça na Bíblia Hebraica (Antigo Testamento).

Um dos argumentos mais comuns contra a existência de Deus é o problema do mal e o sofrimento. Existem pessoas no mundo que parecem sofrer desnecessariamente e, segundo os ateus, Deus nada faz nada para disponibilizar algum tipo de conforto. Essencialmente, essa é a alegação de que, se Deus é bom, Ele deveria parar o mal, e se Ele é Poderoso, ele seria capaz de parar o mal; mas como o mal existe, então, dizem os ateus, isso significa que ou Deus não é bom, ou então Ele não é poderoso, ou então Ele não existe. Já demonstrei em meu artigo “5 razões que mostram como o mal não desqualifica Deus” que esse argumento é espúrio. Mas, tal como eu disse, os ateus queixam-se de que Deus não impede o mal.

No entanto, na Bíblia Hebraica há relatos da forma como Deus parou com o mal. Deus está constantemente trazendo justiça sobre a geração maligna, visto que Ele é um Deus santo e justo e essas são vidas que Lhe pertencem. Essencialmente, Deus está dando aos homens o que eles merecem, impedindo o mal no mundo. Apesar disso, os ateus dizem que Deus está sendo “maligno” ao executar Seus juízos. Mas no seu argumento do mal, os ateus a afirmam que Deus é “maligno” porque Ele não faz justiça!

Aparentemente, os ateus estão um bocado indecisos no que acreditar em relação a Deus. Eles estão zangados com Deus por fazer justiça, mas, ao mesmo tempo, zangados por Deus não fazer justiça. Com essas queixas flutuantes, ficamos com a clara ideia de que a posição ateísta não se baseia na racionalidade, mas, sim, na emotividade.

5. Os ateus dizem:

(a) O Universo não tem causa.
(b) Deus tem que ter uma causa.

Os ateus têm a tendência de fazer alegações grandiosas sobre o Universo: “O Universo pode ter se criado a ele mesmo”; “O Universo é autossuficiente”; “O Universo é eterno”; “De qualquer das formas, o Universo existe e pode até ter tido um início absoluto, mas em circunstância alguma o Universo precisou de uma causa e, especialmente, o Universo não precisa de um Movedor Inicial. Não, não, não. Em circunstância alguma isso será permitido!”

Apesar disso, eles são rápidos em afirmar que Deus tem que ter uma causa. Se Deus existe, dizem eles, então claramente Ele tem que ter uma causa. Muitos ateus que fazem essa pergunta, pensam que estão agindo como pensadores de elite: “Ah, sim, mas quem criou Deus?” Eles são bastante rápidos para dizer que Deus exige uma causa – “a própria existência de Deus exige uma causa para além dEle”, – mas quando se chega à questão do Universo, o argumento muda por completo.

Claramente, esse padrão duplo demonstra que os militantes ateus são intelectualmente desonestos, que usam a lógica da “defesa especial”, em que o padrão de casualidade é aplicado a Deus não é aplicado ao Universo.