Dica de Leitura: E agora como viveremos?

O relativismo e o secularismo são as bases de uma sociedade pós-moderna sem compromisso com o direito. Aliás, direito? Moral? Verdade? O que faz a moral, o direito ou a verdade? Os gritos do pós-modernismo é que não existe verdade ou moralidade. Afirma que, os alicerces da verdadeira moralidade estão inseridos num contexto muito particular e deve ser uma prática livre da individualidade. Colson, neste livro aborda estas questões mostrando como o mundo e até a própria religião ocidental tem sido bombardeada, atingida e influenciada por este pensamento...

Na página 123, apresenta que, “A ciência nos diz que o ser humano é produto de forças evolucionistas e que a moral não passa de uma ideia de desenvolvimento. Consequentemente, não há base objetiva absoluta para a moral; os seres humanos criam seus próprios padrões. Uma vez que a única realidade objetiva que existe é o mundo natural, e este se encontra em constante fluxo evolucionário, nossas ideias acerca de certo e errado também estão constantemente em mutação. O resultado é um relativismo ético radical”. Portanto, na dialética do autor, “se o darwinismo está certo, não há leis divinas nem ordem moral transcendente, e não há base normativa e final para o direito [...]”, e que a “lei é reduzida a uma técnica de gerência – usada a serviço da engenharia social – a visão atualmente predominante na área legal”.  Isto traria grandes complicações para uma sociedade cada vez mais mergulhada no caos, injustiça, violência, e todo tipo de mazela sexual. 

Colson argumenta ainda que, apesar de grandes avanços científicos, a ciência veio para desvendar os mistérios naturais e não espirituais. A ciência tem o poder de apresentar como as coisas funcionam e não o seu propósito. Umas das ideias mais exploradas e discursadas pelo autor é que, uma vez que a ciência se limita especificamente ao campo da discussão experimental, isto indica que, o “ centro da controvérsia não é a ciência: trata-se de uma luta titânica entre cosmovisões ou visões de mundo conflitantes – entre naturalismo filosófico e teísmo. O universo é governado por forças materiais cegas ou por um ser pessoal amoroso?” (p. 120).

Embora o livro contenha excelentes pensamentos que podem nos ajudar a fortalecer nossas convicções cristãs, Colson conta uma história muito interessante que pode ser uma realidade em muitos dos lares cristãos de hoje. A história de Dave e Katy, pai e filha que em algum momento se chocam por suas convicções adversas. Dave, um cristão temente cheio de fé em suas convicções religiosas, enquanto que, Katy, uma adolescente que entrou em crise religiosa após atentar para os argumentos filosóficos do naturalismo em sua escola. Dave, preocupado com a indiferença da filha, suspeita que, talvez, ela esteja usando drogas, quando na verdade sua crença em Deus era o motivo central de sua frieza e ceticismo. No entanto, Dave, em uma prévia de discussão com sua filha, percebe que seus argumentos religiosos não eram pálios para os argumentos dela, absorvidos no meio acadêmico.  O pai percebe então que, não lhe resta nenhuma opção a não ser pesquisar, a fundo, sobre os argumentos do naturalismo filosófico que haviam levado sua filha ao ceticismo. 

Compreendendo o mundo em que Katy estava mergulhada, Dave pode também compreender as intensas fragilidades do pensamento científico filosófico e como poderia fazer uso destas para reconquistar sua filha para a ciência verdadeira – àquela que apresenta claramente a complexidade da vida como clara evidência de um design plenamente inteligente. Portanto, em seus passeios pela busca de inteireza nestes assuntos, compreendeu que, “o avanço da ciência não está fazendo emergir novos desafios à fé cristã, como tem sido dito tão frequentemente. Ao invés disso, está descobrindo evidências ainda mais poderosas de que aquilo em que os cristãos acreditam é verdade em todos os níveis, incluindo o mundo natural”. Como bem expressou Francis bacon, “um pouco de ciência afasta o homem de Deus. Muita ciência o traz de volta”, e era exatamente isto que faltava a Katy. A história é emocionante e as respostas concedidas por Colson e Percey são pontuais e claras.

E agora como viveremos? De Charles Colson e Nancy Percey é riquíssimo de bons argumentos de como compreender as fragilidades das retóricas evolucionistas e relativistas. O livro é composto de 640 páginas com informações valiosas capazes de devolver, aos que se encontram em crise, a fé em Deus e a certeza da criação como verdade suprema de nosso princípio e existência neste mundo. Tenho certeza que, para os que buscam enriquecer-se com este tipo de assunto, encontrarão neste livro um grande e profundo foço de bons argumentos a favor da verdade absoluta de um Deus amorável e inteligente, e da fragilidade dos argumentos naturalistas.

Gilberto G. Theiss