Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 1º Trimestre 2012


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 1º Trimestre 2012
(11 a 18 de fevereiro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 11 DE FEVEREIRO
 Senhor do Sábado
(Mc 2:28)

“O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o filho do homem é Senhor também do sábado” (Mc 2:28).
            Alguns fazem uso deste verso para afirmar que o sábado foi abolido por Cristo. Como conseguem enxergar isto neste verso, é uma boa pergunta que exige uma boa resposta. Observe que, Deus fez a igreja por causa do homem, e não o homem por causa da igreja. Isto significa que a igreja não é mais necessária? Deus fez a santa ceia por causa do homem, e não o homem por causa da santa ceia. Isto significa que a santa ceia não é mais necessária? Deus fez a Bíblia por causa do homem, e não o homem por causa da Bíblia. Isto significa que a Bíblia deve ser ignorada? Também, Deus fez a mulher por causa do homem, e não o homem por causa da mulher, e com certeza, qualquer evangélico há de concordar comigo que, não dá pra ficar sem ela!
            Na verdade, se fizermos um paralelo deste verso com Apocalipse 1:10, “ Senhor do sábado”(Mc 2:28); “dia do Senhor” (Ap 1:10), perceberemos que não se trata de nenhuma ordem de mudança, mas, uma confirmação de que o dia do Senhor jamais fora mudado como pretende alguns. Se Jesus é o Senhor do sábado, resta-nos ter em mente uma única lógica, o dia do Senhor predito em Apocalipse 1:10 só pode ser o sábado.
            O sábado, não é um dia comum, pois foi neste dia que Deus pretendeu registrar Seu ato criativo. No sábado, estão inseridas as marcas do poder de Deus demonstrado naquela primeira contagem de tempo semanal neste planeta. João 1:3 nos ensina que Jesus foi o autor e consumador de toda a criação, portanto, isto significa que, o sábado fazia e faz parte de Seu projeto arquitetônico uni-planetário. Mais do que isso, o sábado é o símbolo de nossa própria existência. Pensei nisso!
           
DOMINGO, 12 DE FEVEREIRO
O sábado em Gênesis
(Gn 2:1-3

            Indiscutivelmente, a raiz do sábado semanal está fundamentalmente estabelecido no Éden. Mas qual seria o valor desta verdade? O valor desta verdade é que, foi no Éden que todas as coisas importantes surgiram. O homem, a mulher, os animais, a natureza, as leis que governam nosso mundo, o tempo, o ciclo diária e semanal, e enfim, a santificação do sábado. Todos os dias são do Senhor, mas, para espanto dos oponentes, somente o sábado recebeu a credencial de dia santo. O sábado foi separado pelo próprio Criador para ser um dia especial. O sábado se tornou um templo no tempo, e todos, mesmo dentre os pagãos e incrédulos, por mais que não aceitem a verdade do sábado claramente expressa na Escritura, adentrariam neste dia em todo o sétimo dia da semana. É possível rejeitar o sábado como dia de descanso espiritual e de adoração ao Criador, mas é impossível não entrar em suas horas de ação. Todos, independente de quem sejam, todos estão subordinados ao tempo sabático, e todo sétimo dia são alcançados por ele. Temos que ter em mente que, os adventistas não adoram o sábado. Na verdade eles adoram o Criador do sábado. Os adventistas não rendem louvores para o sábado e muito menos se ajoelham ou oram para o sábado. Os louvores, o ato de curvar-se e a oração são dirigidos em adoração unicamente para o Deus que estabeleceu os fundamentos da terra e que, com Sua vida nos oferece libertação do pecado. O sábado é apenas uma clara indicação que existe um Ser que merece nosso louvor e nossa adoração. Este dia nos faz lembrar que, um dia viemos à existência graças ao amor do Onipotente. Quando adentramos nas horas sagradas do sábado, para àqueles que compreendem esta verdade, é impossível não ter esta sublime verdade na mente e no coração. Por este motivo, outorgado e ordenado por Deus, separamos este dia para demonstrar gratidão ao Senhor. O sábado não é meramente um símbolo da criação, é especificamente o símbolo da minha e da sua existência. Isto não deveria ser significante?

SEGUNDA, 13 DE FEVEREIRO
O sábado em Êxodo
 (Êx 20:8-11)

      O decreto imperial confirma o mandamento que havia sido estabelecido gerações anteriores. O sábado, como memorial de toda a vasta criação, agora é também o sinal de livramento do povo de Israel. Deus os havia libertado do cativeiro para serem livres. Esta liberdade incluía a independência para adorar, não os ídolos falsos do Egito, mas o Deus verdadeiro. O sábado era um ícone neste transcurso de adoração e se tornara um elo de religação da verdadeira e nobre teologia de Israel.
      O sábado, também era um forte apelo contra a desigualdade. No Egito, o povo havia aprendido hierarquias  escravatórias, mas, agora, o mandamento sabático ensinava que, todos deveriam ser considerados iguais perante Deus e a sociedade. Mesmo os animais, deveriam ser tratados dignamente. Embora isto esteja apenas explícito subjetivamente, não devemos nos esquecer que, a subjetividade também apresenta verdades importantes para a vida. Claro que, a lição mais centrada do mandamento era exatamente o retorno à adoração verdadeira focada em YHWH. “Eu sou o Senhor que tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20:2), foi o princípio da declaração da introdução dos dez mandamentos. Portanto, assim como todos os demais mandamentos, a base está da libertação do cativeiro, e o sábado se tornara um sinal deste livramento. Em nossos dias, o sábado continua mantendo todos estes valores, pois Deus continua essencialmente nos libertando do Egito espiritual de nosso século – o mundo – para nos convidar a sermos Seus adoradores. A mensagem de Apocalipse 14:7 é clara: “Adorai Aquele que fez”, um convite a todos de nossa geração para abandonar a babilônia espiritual (Ap 18:4) para sermos seus filhos adorando-o não somente em espírito, mas também em verdade.
                       
TERÇA, 14 DE FEVEREIRO
O sábado em Deuteronômio
(Dt 5:12-15; Êx 20:8-11)

            O sábado entra em cena no livro de Êxodo, não como um mandamento novo, mas, como o mandamento esquecido. Lembra-te, é a forma como Deus inicia Seu discurso. A escravidão tão prolongada no Egito cauterizou a mente dos israelitas impedindo-os de conservar os valores, princípios e mandamentos aprendidos anteriormente. No livro de Deuteronômio, novamente encontramos o mandamento sabático. O povo, mais uma vez, ouvi em claros sons a ordem para que guardassem o dia sagrado. No entanto, enquanto em Êxodo o mandamento apelava para que se lembrassem do mandamento, agora em Deuteronômio, o povo é convidado a se lembrarem dos que se encontravam das portas para dentro de suas casas. Deus pretendia que o direito de adoração ao Senhor fosse estendido a todos, inclusive aos servos da casa. Assim como o povo daquela época, nós também cometemos o erro de impor um fardo de trabalho em pleno dia do Senhor nos ombros dos que estão sobre nossa tutela ou responsabilidade. O mundo de maneira geral, especialmente muitas das empresas espalhadas pelo mundo, com vista ao lucro excessivo, acabam forçando seus funcionários a trabalharem além das horas extras, e muitas das vezes nas horas dos fins de semana, roubando-lhes o direito de estar com suas famílias. Esta é uma das razões que muitos dominguistas Europeus e americanos tem lutado pelo descanso dominical obrigatório. Embora a iniciativa e a causa sejam boas, o dia de descanso não é de fato o dia de descanso estabelecido pelo criador. De qualquer forma, esta lição serve para o povo de Deus da atualidade para que não impeça que seus concidadãos e funcionários adorem a Deus da mesma forma e direito que tem desfrutado.

QUARTA, 15 DE FEVEREIRO
Jesus e Seu sábado: Parte 1
(Mt 12:1-13)

             Algumas expressões são importantes para entender o ensino de Jesus e a permanência do sábado. A primeira delas está no verso 6, que diz: “Pois eu vos digo que, está aqui quem é maior que o templo”. Alguns utilizam esta afirmação para dizer que Jesus aboliu o sábado, quando na verdade o texto não faz nenhuma alusão a tal conclusão. Se por acaso, a citação dissesse que aqui está quem é maior que o sábado, neste caso, poderíamos dizer que Jesus estava invalidando o dia sagrado. Outra citação é a do verso 8, que diz: “Porque o filho do homem, até do sábado é Senhor”. Esta afirmação não provoca o abolimento do sábado, ao contrário, o torna mais válido ainda, pois, segundo o profeta João, o Senhor possui um dia (Ap 1:10), e este dia segundo Mateus 12:8 só pode ser o sábado. Um contexto ligado ao texto trás maior luz sobre suas verdades. No entanto, o verso chave de nossa lição de hoje para confirmar o não abolimento do sábado é a poderosa declaração de Jesus no verso 12, que diz: “É por consequência, lícito fazer o bem nos sábados”. Observe que, se é lícito fazer o bem nos sábados, isto significa que existem coisas ilícitas de se fazer neste dia! Entendeu? O que, na verdade Jesus estava enfrentando era o legalismo desenfreado dos Judeus e os costumes que eles inventaram para sobrecarregar os povos na observância do sábado. Jesus guardou a lei, mas não guardou as tradições farisaicas e legalistas que eles inventavam. Muitos dos judeus e líderes religiosos daquela época eram tão hipócritas que, estavam dispostos a salvar um animal se caísse no buraco no sábado, mas o mesmo tratamento não era comum para salvar um ser humano no sábado. Por isto, a regra é clara, “é lícito fazer o bem no sábado”. Aliás, que sentido teria se este dia chamado de sagrado não pudesse praticar o bem?

QUINTA E SEXTA 16 e 17 de FEVEREIRO
Jesus e Seu sábado: Parte 2
(Jo 19:30; Mt 27:57-28:1; Mc 15:42-16:1; Lc 23:52-24:1; Jo 19:31-20:1)

            João capítulo 1 apresenta uma bonita descrição teológica da criação como resultado da operosidade de Cristo. Jesus criou todas as coisas em sete dias. Todas as coisas foram boas, mas, quando criou o homem e a mulher, disse que era muito bom. E assim, para dar exemplo, descansou no sábado conforme o mandamento. Infelizmente o pecado entra no mundo e o caráter de Deus é manchado na natureza e principalmente no homem. O mesmo Deus que havia criado todas as coisas, agora se veste de humanidade para manifestar a glória do Pai (Jo 1:14). Jesus, após cumprir Sua sublime missão neste planeta, dá Seu último suspiro, e com voz de aparente derrota pronuncia as palavras “Está consumado”. Agora, nas últimas horas do dia da preparação, Cristo, mesmo em Sua morte, descansa no sábado conforme o mandamento. Da sexta feira até o domingo, o sábado foi o único dia em que Jesus permaneceu no profundo sono durante todo o ciclo de 24 horas. Ao terminar o sábado, logo de madrugada, um poderoso anjo do Senhor surge com a missão de ser o porta voz da ressurreição de Seu mestre. O mais chocante nesta história é que, Jesus não violou o sábado em Sua vida (Lc 4:16), e, como visto, muito menos em Sua morte. O descanso na sepultura em pleno sábado pode ser a mais poderosa indicação que, o sábado ainda permanece sendo o legítimo, único e verdadeiro dia do Senhor.
           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br