Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 1º Trimestre
2012
(4 a 11 de fevereiro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 04 DE FEVEREIRO
Deus,
o legislador
(Is 33:22)
Antes do pecado, havia plena
harmonia em todo o universo de Deus. Nada podia criar obstáculos à felicidade
dos seres espalhados pelo vasto multiverso de Deus. As leis divinas, obedecidas
e respeitadas, delimitavam o espaço que conservava a verdadeira liberdade. No
entanto, Lúcifer, a criatura mais majestosa do universo, intentou em seu
coração se rebelar contra esta lei. Sob o disfarce de uma suposta bondade, "Satanás fizera com que parecesse estar
ele procurando promover o bem do Universo" (PP, 42). Infelizmente, "sua
elevada posição (de Lúcifer), tão intimamente ligada com o governo divino, dava
maior força a suas [falsas] representações" (PP, 41). Felizmente,
nem todos os anjos aceitaram suas observações. "Os anjos que ele não pôde
trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferença aos interesses
celestiais" (PP, 41). Interessante que, "enquanto todos os
seres reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o
Universo de Deus" (PP, 35). O anjo rebelde conseguiu plantar a
semente da desconfiança e discórdia no coração da terça parte do exército de
Deus. Assim, arruinaria não somente sua vida, mas as deste nobres anjos também.
Compeliu-os a rejeitarem a lei divina, sugerindo-a como uma clara demonstração
de um governo arbitrário e ditador. Acusando a lei do céu, Lúcifer atacou o
próprio caráter de Deus, pois seus reclamos eram uma percepção infalível de Sua
própria pessoa. Estas acusações permanecem até aos dias de hoje, Satanás revela
duas mentiras capciosas, sendo a 1º que a lei de Deus é um julgo de um Deus
tirano e dominador; e 2º que é impossível guardar a lei. Com certeza que, Deus
não daria uma lei que não pudesse ser guardada. O legislador declara
explicitamente que “porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus
mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (1 Jo 5:3).
DOMINGO, 05 DE FEVEREIRO
A lei no Sinai
(Êx 19:18-19; 20:18; Dt 5:22; Hb 12:21)
Interessante notar que, preocupado
com a dureza de coração do povo e com a falta de sensibilidade para perceberem
os seus pecados, Deus se apresentou naquele monte para escrever Suas leis em
condições amedrontadoras. O povo ficou apavorado diante do decreto imperial que
fez o monte fumegar e a terra tremer. A forte voz e os trovões e relâmpagos
fizeram com que o povo adquirisse profunda impressão do que significava o
pecado. Logo depois o povo é posto sob duras provas ao terem que sacrificar animais
inocentes e indefesos para serem punidos pelos seus pecados. Todo esse sistema
tinha por objetivo criar no coração do povo a mais profunda convicção da
asquerosidade e malignidade do pecado. Infelizmente, em nossos dias, alguns
parecem ser mais simpatizantes, advogados e verdadeiros apologetas a favor do
pecado do que contra. Muitos casos sérios são passados por alto e uma suposta
compaixão tem levado muitos à perdição. A disciplina, se praticada da forma
correta, trará benefícios inigualáveis ao coração errante. No entanto, sua
ausência pode preparar os errantes a sempre permanecerem no mesmo erro, além de
se entregarem a outros. Líderes que pretendem demonstrar verdadeira compaixão,
deve, em casos especiais e com orientação do manual da igreja, efetuar a
disciplina para que o errante entenda a malignidade de seu erro. Passar a mão
na cabeça não revela compaixão e amor, mas indisposição de enfrentar o problema
e mostrar a outrem que o erro praticado demanda profunda reflexão e
reconhecimento da gravidade do pecado.
A lei no Sinai foi dada por Deus e
não possuía poder salvífico. A salvação era apenas mediante o cordeiro que,
mais tarde, seria sacrificado. A lei de Deus era para mostrar e identificar os
pecados que precisavam ser remediados. Arrependimento sincero e genuíno eram
necessários para tal culpa e erro serem perdoados mediante o sacrifício do
cordeiro. Sem a mais profunda convicção do erro, jamais haverá arrependimento
genuíno.
SEGUNDA, 06 DE FEVEREIRO
A lei antes do Sinai
(Jó 24:14-15; Gn 26:4,5)
Claramente
a Bíblia nos ensina que o pecado é a transgressão da lei (1Jo 3:4), e sem lei não há conhecimento do pecado (Rm
3:20). O pecado não surgiu após o Sinai, mas bem antes dele – no Éden. A lei
estabelecida no Éden proibia nossos primeiros pais de comerem do fruto
denominado “conhecimento do bem e do mal”. Quando comeram deste fruto, ali
cometeram o primeiro ato da transgressão. Após o pecado, a lei de Deus se
adaptou às necessidades previstas e estabelecidas pela primeira transgressão. A
lei não era mais a proibição do fruto, mas uma extensão da possível iniquidade
que surgiria em consequência desta. Os dez mandamentos foram postos,
possivelmente, oralmente a todos que surgiram após o pecado. Provavelmente Adão
e sua família foram orientados quanto à essência destas leis, pois Caim sabia
que seu ato contra o irmão era uma violação ou pecado (Gn 4). Abraão, assim
como outros patriarcas, também guardou todas as leis dadas por Deus (Gn 26:5).
Portanto, não há dúvidas da existência da lei antes do Sinai. A diferença é
que, foi ali no Sinai que, possivelmente os dez mandamentos foram escritos pela
primeira vez. Mas, antes disso, embora não escrito, foi passado de geração após
geração e todos os que temiam e amavam a Deus buscavam obedecer o Seu mandado.
A lei sempre existiu e o decreto imperial realizado no monte Sinai era apenas
uma evidência da lei que o povo de Israel havia se esquecido durante os 400
anos de escravidão no Egito.
TERÇA, 07 DE FEVEREIRO
O sábado antes do Sinai
(Gn 2:1-3; Êx 5:5; 16:4-30)
O sábado assim como o restante da lei
foi dado muito antes do Sinai. Gênesis 2:1-3 apresenta o sábado como resultado
da criação e um marco para a liturgia que oferecemos a Deus. O sábado não é um
mero dia da semana, mas um símbolo da nossa própria existência. Quando
descansamos neste dia e o oferecemos a Deus, ao mesmo tempo em que adoramos
Aquele que fez (Ap 14:6-7), também reconhecemos com indizível assombro a razão
do porque que estamos aqui. Nossa existência pode melhor ser compreendida
através do marco estabelecido para que jamais nos esqueçamos de onde viemos –
de Deus. Embora não tenha sido promulgado através de um decreto imperial como
foi o caso específico do monte Sinai, o sábado foi ensinado e guardado por
muitas gerações anteriores. O próprio Deus deu exemplo descansando neste dia (Gn
2:2), e embora a Bíblia não diga, provavelmente Adão e Eva partilharam deste
descanso. Outro poderoso exemplo a favor da guarda do sábado antes do Sinai
podemos encontrar em Êxodo 16. Se Deus não tinha nenhuma intensão que eles
guardassem o sábado como um mandamento, por que então insistiu teimosamente com
Israel por 40 anos? Que lição havia em uma insistência tão duradoura da guarda a
um dia da semana? Se fosse somente para Israel a separação deste dia, por que
Deus convidava os estrangeiros para serem Seu povo sob a condição da guarda do sábado
(Is 56:6)? Como o sábado poderia ser do judeu quando a Bíblia nos ensina que
era de Deus (Êx 20:10)? Claramente o
mandamento sabático foi exaustivamente ensinado antes do Sinai. E só existe uma
maneira de não o ser, ignorando esses claros ensinamentos.
QUARTA, 08 DE FEVEREIRO
A lei e os profetas
(Is 48:17,18; Sl 119:97-103; Jr 31:33)
A lei dos homens pode ser um fardo e até
algumas vezes sem significado. No entanto, a lei de Deus não pode ser tratada
da mesma maneira. Os princípios, valores, doutrinas e leis que são proferidas
por Deus, são um reflexo da bondade, amor e misericórdia dEle. Àqueles que
assim compreendem, olham para a lei de Deus não como um fardo, mas, com
reverência e bênção. Balaão antes de induzir os jovens de Israel a visitarem as
festas de Moabe, havia dito ao rei dos pagãos que a única maneira de vencer
Israel era leva-los à desobediência. A única forma de o povo de Deus perder o
escudo protetor que os envolvia era deixar de servi-lo. Isto, na certa, traria
ruína à nação eleita de Deus. Seguindo as sugestões de Balaão, os jovens
soldados de Israel se aventuraram no pecado nas quermesses de Moabe. Diz a
escritura que naquele dia foram 24 mil jovens israelitas mortos (Nm 25:9).
A lição é simples, a lei de Deus,
quando obedecida, nos protege das calamidades do pecado. Sob a bênção da proteção
de Deus, seguindo suas orientações, permaneceremos livres das ameaças que o
pecado e suas consequências poderão trazer sobre nós. Deus não pode nos
abençoar quando vivemos de maneira inconsequente. Ele somente poderá nos
proteger quando aceitamos viver sob Sua orientação e cuidado. A lei e os
profetas foram levantados por Deus para serem como um mapa ou bússola de
orientação. A vida como um todo, está cheio de minas repletas de bombas e
areias movediças. Ouvindo o conselho dos profetas e atendendo as leis de Deus,
caminharemos seguramente desviando-nos das minas e das areias movediças. Por
isto que a lei de Deus é amada por muitos, pois, por trás dela está o amor,
bondade e misericórdia do Senhor.
QUINTA E SEXTA 9 e 10 de FEVEREIRO
A lei na nova aliança
(Hb 8:10;
10:16; Rm 13:8-10; Gl 5:14; Tg2:8; 1 Jo 5:2,3)
Satanás
trabalhou arduamente contra a lei de Deus no céu apresentando-a como um fardo
aos anjos. Com base em 1º João 3:4, se Satanás pecou, é lógico imaginar que ele
transgrediu a lei no Céu. Não somente ele, mas, acarretou desgraça a muitos anjos
induzindo-os à transgressão. Na terra continuou sua ferrenha luta contra Deus
anulando o valor de Sua lei. Insinuou que a lei não poderia ser observada por
Adão e Eva e tratou de tentar provar que seus argumentos eram muito bem
fundamentados. Quando Adão e Eva pecaram, aparentemente o anjo caído provou que
seus argumentos pareciam estar repletos de razão. Durante sua jornada de guerra
contra o Céu, pretendeu ao longo de todos estes anos continuar evidenciando que
Deus havia promulgado sobre os seres uma lei ferrenha, sem sentido e
privatória. Afirmava que a lei de Deus privava os seres criados da verdadeira
liberdade que poderiam desfrutar. Assim, sobre o pretenso desejo de melhorar o
governo de Deus, insinuou veladamente que Deus estava sendo um tirano ditador.
Jesus, em Sua vida e morte, fez a justiça e a misericórdia se abraçarem, e com
isto a lei pode ser exaltada diante do universo (Is 42:21), assim também como
todos os que seguissem os seus caminhos. Através de Sua vida, provou que a lei
podia ter sido observada tantos pelos anjos quanto por Adão e Eva. Também
provou que, pelo poder regenerador do Espírito Santo, pode também imprimir as
marcas da obediência em nós. Infelizmente, hoje, Satanás conseguiu encontrar
brechas mesmo dentre os cristãos para levantar uma bandeira sórdida contra a
lei de Deus. Os mesmos argumentos levantados contra a lei por Satanás, são os
mesmos argumentos levantados por diversos cristãos da atualidade. No entanto,
mesmo sob os assaltos do anjo rebelde, a lei na nova aliança extravasou as
tábuas de pedra da antiga aliança para ser escrita nas tábuas de carne do
coração humano mediante a oferta de Cristo e a ação do Seu Espírito em nós. Lembre-se
que, os pagãos ofereciam suas ofertas e sacrifícios aos seus deuses, mas na
nova aliança, é Deus quem oferece o sacrifício (Gn 3:21), enquanto que nós retribuímos
com a nossa entrega total a Ele por gratidão e louvores de amor.
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é
inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus
superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem
falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br