Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 4º Trimestre 2011 (26 de Novembro a 3 de Dezembro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 4º Trimestre 2011 (26 de Novembro a 3 de Dezembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 26 DE NOVEMBRO
                                                          As duas alianças
(Gl 4:26)

            Jamais houve dois métodos de salvação. A mesma aliança estabelecida por Deus com Seu povo no passado é a mesma aliança estabelecida com o Seu povo de hoje. Embora a aliança receba títulos de nova ou velha, o cerne, alicerce ou base sempre foram as mesmas – salvação unicamente pela graça nos méritos de Cristo e obediência por amor e gratidão. Se houvesse uma aliança mais nova  e outra mais velha, então, a aliança mais nova, na verdade seria tão velha quanto, pois fora instituída antes da fundação do mundo (Mt 25:34; Ef 1:4; 1 Pe 1:1-20; Ap 13:8).
            Muitos, na sinceridade alegam que a antiga aliança era fundamentada na lei. Esta ideia não pode ser verdade, pois a lei, mesmo no Antigo Testamento, não podia fazer nada pelo pecador. Somente o cordeiro sacrificado e seu sangue aspergido no templo é que podia oferecer perdão e remissão. A lei no período antes de Cristo servia apenas para mostrar o que é pecado e a necessidade da busca pelo perdão através do cordeiro. No Novo Testamento, esses cordeiros e todas as festividades do santuário foram substituídas pelo cordeiro original – Jesus Cristo (Jo 1:29). A lei permaneceu intacta cumprindo o papel que sempre exerceu – de mostrar ao pecador sua real condição e a necessidade de se refugiar em Cristo.

Leitura Adicional

            “Temos de aprender na escola de Cristo. Coisa alguma senão a Sua justiça pode dar-nos direito a uma única das bênçãos do concerto da graça. Por muito tempo desejamos e procuramos obter essas bênçãos, mas não as recebemos porque temos acariciado a idéia de que poderíamos fazer alguma coisa para nos tornar dignos delas. Não temos olhado para fora de nós mesmos, crendo que Jesus é um Salvador vivo. Não devemos pensar que nossa própria graça e méritos nos salvem; a graça de Cristo é nossa única esperança de salvação. Por meio de Seu profeta promete o Senhor: "Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar." Isa. 55:7. Temos de crer na clara promessa, e não aceitar os sentimentos em lugar da fé. Quando confiarmos plenamente em Deus, quando nos apoiarmos nos méritos de Jesus como Salvador que perdoa os pecados, receberemos todo o auxílio que possamos desejar.
Olhamos para nós mesmos, como se tivéssemos poder para nos salvar; mas Jesus morreu por nós porque somos incapazes de isso fazer. NEle está nossa esperança, nossa justificação, nossa justiça. Não devemos ficar desanimados, temendo não termos um Salvador, ou que Ele não tenha pensamentos de misericórdia para conosco. Agora mesmo está Ele prosseguindo em Sua obra em nosso favor, convidando-nos para nos chegarmos a Ele em nosso desamparo, e sermos salvos. Desonramo-Lo por nossa incredulidade. É espantoso como tratamos o melhor de nossos amigos, quão pouca confiança depositamos nAquele que é capaz de nos salvar perfeitamente, e que nos deu toda prova de Seu grande amor.
Meus irmãos, porventura esperais que vosso mérito vos recomende ao favor de Deus, pensando que tendes de estar isentos de pecado antes de poder confiar em Seu poder para salvar? Se esta é a luta que se processa em vosso espírito, receio que não haveis de obter força, desanimando-vos afinal” (Fé e Obras, p. 37).

DOMINGO, 27 DE NOVEMBRO
Princípios da aliança
(Gn 1:28; 2:2,3, 15-17)

            Lúcifer no Céu se rebelou contra Deus e contra todos que permanecessem do lado da Divindade. Todos os rebeldes foram expulsos das mansões celestiais e a Terra seria o próximo alvo dos rebelados. Por esta razão, Deus fez os humanos um pouco abaixo dos anjos (Sl 8), para que primeiramente fossem testados. Este teste foi necessário devido a rebelião que já se iniciara no Céu. Quando Deus trouxe a existência o primeiro casal, estabeleceu ali os princípios de Sua lei. “Não comerás do fruto que está no centro do jardim” foi a aliança feita com eles. O teste não foi nada exorbitante e muito menos difícil de ser cumprido. Também não representou existência pelas obras, pois a graça era estendida a eles por terem vindo à existência e por terem sido agraciados com o Éden. Não havia neles inclinação para o mal, mas mesmo sobre estas condições, desconfiaram de Deus e preferiram se arriscar com o pecado. O principio da aliança foi quebrado e Deus retiraria das mangas o plano B estabelecido antes da fundação do mundo (Mt 25:34; Ef 1:4; 1 Pe 1:1-20; Ap 13:8). Deus mesmo se encarnaria para pagar a pena da morte eterna estabelecido pela Sua lei, “certamente morrerás”. Embora Jesus pagasse o preço do pecado nos substituindo na condenação, a lei de Deus permaneceria como regra de conduta e clara evidência do que é pecado. A lei passaria a ser engrandecida por exercer o nobre papel de também nos conduzir a Cristo – o único capaz de resgatar a alma perdida da condenação do pecado. A lei de Deus não é aliança para a salvação, mas é aliança para os que já estão salvos. Esta aliança, embora refeita por diversas vezes, possui como base a salvação pela fé em Cristo e a obediência por amor à vontade de Deus revelada em Seus mandamentos.

Leitura Adicional

            “Nosso Criador requer nossa suprema devoção, nossa primeira aliança. Qualquer coisa que tenda a enfraquecer nosso amor para com Deus, ou a interferir com o serviço que Lhe devemos, torna-se um ídolo. Para alguns as terras, as casas, as mercadorias, são ídolos. Os empreendimentos de negócios são levados avante com zelo e energia, ao passo que o serviço de Deus é deixado em lugar secundário. Negligencia-se o culto de família, é esquecida a oração particular. Muitos pretendem tratar retamente com seus semelhantes, e parecem julgar que, assim fazendo, cumprem todo o seu dever. Mas não é suficiente observar os seis últimos mandamentos do decálogo. Cumpre-nos amar ao Senhor nosso Deus de todo o coração. Coisa alguma a não ser obediência a cada preceito - nada menos que amor supremo a Deus assim como semelhante amor a nosso próximo - pode satisfazer às reivindicações da lei divina” (Signs of the Times, 26 de janeiro de 1882).

            “A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse” (Caminho a Cristo, pág. 62).

                                           SEGUNDA, 28 DE NOVEMBRO
A aliança abraâmica
 (Gn 12:1-5; 15:1-6)

            Abraão viveu uma das experiências mais lindas em toda a Bíblia. Viveu em um tempo de extrema incredulidade. Sodoma e Gomorra são exemplos notórios para tal incredulidade. Obedecendo a Deus, pela fé ele se retirou do meio de um povo incrédulo e sem valores. Dirigiu-se ao deserto acreditando na promessa de Deus em conduzi-lo. Viveu pela fé, mas, com o tempo, também fez valer os princípios divinos em sua vida. Na verdade, os que genuinamente vivem pela fé, sendo salvos pela graça, inevitavelmente cumprem os deveres da vida cristã. A lei de Deus é gravada no coração daquele que ama a Deus de todo o seu coração (Hb 8:10). Embora Abraão tenha falhado algumas vezes, sua maturidade espiritual e fé foram desenvolvidas em medida de relação e vivência com Deus. Tanto ele quanto sua família foram alcançados pelas promessas feitas primariamente por Deus. Aceitaram o chamado e buscaram viver conforme este chamado cumprindo as leis, estatutos e mandamentos do Senhor (Gn 26:5). Isto não implica em salvação pelas obras, isto indica submissão, amor e devoção. É como em um casamento. Ninguém se casa por amor e paixão pelas regras de um casamento. O motivo da união de duas pessoas é o amor. As regras de um casamento são cumpridas em consequência do amor entre ambos. Abraão amava tanto a Deus que fez o melhor possível para seguir sua vontade em qualquer circunstância. Assim, da forma como fez com Abraão, Deus deseja fazer uma aliança conosco. Nesta aliança nós somos ou seremos os mais favorecidos. Deus deseja nos conceder a justiça de Seu filho para nos conduzir gratuitamente pela graça à redenção eterna. No entanto, este caminho não é largo, mas estreito (Mt 7:13), pois exigirá de nós obediência e muita renuncia. Mas, no dia em que creditarmos justiça ou salvação em nossa própria obediência, esta aliança deixará de ser no mais pleno sentida da palavra, o verdadeiro pacto estabelecido por Deus.

Leitura Adicional

            “Após o dilúvio o povo uma vez mais aumentou sobre a Terra, e a impiedade também aumentou. ... O Senhor finalmente deixou que os endurecidos transgressores seguissem os seus maus caminhos, ao passo que escolheu a Abraão, da linhagem de Sem, e fê-lo o guardador da Sua lei para as gerações futuras” (SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.092).
“Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: "Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra." Gên. 22:18. Esta promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse: "Eu sou o Deus todo-poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito." Gên. 17:1. O testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: "Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis." Gên. 26:5. ... Se bem que este concerto houvesse sido feito com Adão e renovado a Abraão, não poderia ser ratificado antes da morte de Cristo. Existira pela promessa de Deus desde que se fez a primeira indicação de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por Cristo, é chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste concerto, que era simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de novo à harmonia com a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei de Deus” (Patriarcas e Profetas, págs. 370 e 371).
“Se não fosse possível aos seres humanos sob o concerto abraâmico guardar os mandamentos de Deus, cada um de nós estaria perdido. O concerto abraâmico é o concerto da graça. "Pela graça sois salvos." Efés. 2:8. Filhos desobedientes? Não, obedientes a todos os Seus mandamentos” (SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.092).
“A indiscutível obediência de Abrão foi um dos mais significativos exemplos de fé e confiança em Deus que se podem encontrar no Registro Sagrado. ... É uma fé e confiança como essa de Abraão que os mensageiros de Deus hoje necessitam” (Testimonies, vol. 4, pág. 524).
“Se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha aliança, então, sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Êxo. 19:5.
No princípio Deus deu Sua lei à humanidade como um meio de alcançar a felicidade e vida eterna” (Profetas e Reis, pág. 178).
“Os Dez Mandamentos, Farás, e Não farás, são dez promessas a nós garantidas, se formos obedientes à lei que governa o Universo. "Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos." João 14:15. Aqui está a essência e a substância da lei de Deus. Os termos de salvação para todo filho e filha de Adão, aqui estão esboçados.
A lei de dez preceitos do maior amor que pode ser apresentado ao homem é a voz do Deus do Céu falando à alma em promessa: "Fazei isto, e não caireis sob domínio e controle de Satanás." Não há negativa na lei, embora pareça haver. Ela é FAZEI e vivei” (SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.105).
“A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse” (Caminho a Cristo, pág. 62).
“Cristo não diminui as exigências da lei. Em linguagem inconfundível apresenta a obediência a ela como condição da vida eterna - a mesma condição requerida de Adão antes da queda. ... A exigência sob o pacto da graça é tão ampla quanto os requisitos ditados no Éden - harmonia com a lei de Deus, que é santa, justa e boa” (Parábolas de Jesus, pág. 391).
“A norma de caráter apresentada no Antigo Testamento é a mesma apresentada no Novo. Esta norma não é de molde a não podermos atingi-la. Em toda ordem ou mandamento dado por Deus, há uma promessa, a mais positiva, a fundamentá-la. Deus tomou as providências para que nos possamos tornar semelhantes a Ele, e cumpri-las-á para todos quantos não interpuserem uma vontade perversa, frustrando assim a Sua graça” (O Maior Discurso de Cristo, pág. 76).
           
TERÇA, 22 DE NOVEMBRO
Abraão, Sara e Hagar
(Gl 4:21-31; Gn 16)

            Sara e Abraão tinham um sonho, ter um filho. Deus também tinha um sonho, o de conceder um filho a este casal. Observe que, quando os nossos sonhos se casam com os sonhos de Deus, não tem como não se realizar. O grande problema muitas das vezes não está apenas no fato de Deus dar sua aprovação a nossos sonhos, mas a maneira como conduzimos tudo para a realização do mesmo. Abraão é um exemplo claríssimo daqueles que buscam pegar um atalho para cumprir os supostos desígnios  de Deus. Ele, junto com sua esposa, tentou dar uma forcinha para Deus e acabou pegando um caminho equivocado. Às vezes fazemos o mesmo ao tentar conduzir nossos sonhos. Oramos, entregamos tudo nas mãos de Deus, mas, quando o sonho demora a se cumprir então começamos a bolar uma estratégia para encurtar o cumprimento da promessa achando que estamos dando uma ajudinha para Deus. Sempre que colocamos nossas mãos entre nós e o Senhor, acabamos arrumando, na verdade, muita dor de cabeça. Deus havia feito uma aliança com Abraão e Sara e não com Abraão e Hagar. Quando Ismael nasceu, o patriarca ofereceu Ismael como herdeiro, mas Deus o rejeitou. Deus não rejeitou Ismael como filho, mas o rejeitou como descendente da aliança feita entre ambos. Deus não podia aceita-lo, pois era descendente da desobediência e do pecado. Isaque que nasceria mais tarde seria o filho legítimo da aliança e promessa de Deus. Deus em sua bondade e compaixão, tolera muitas coisas, mas as consequências permanecem trazendo dor e sofrimento, e isto Abraão e Sara colheram até o resto de suas vidas.

Leitura Adicional

            “Se Abraão e Sara tivessem esperado em confiante fé no cumprimento da promessa de que teriam um filho, muita infelicidade teria sido evitada. Eles criam que seria tal como Deus havia prometido, mas não podiam crer que Sara, em sua idade avançada, pudesse ter um filho. Sara sugeriu um plano pelo qual pensava que a promessa de Deus pudesse ser cumprida. Ela suplicou a Abraão para tomar Hagar como esposa. Nisto ambos mostraram falta de fé e de perfeita confiança no poder de Deus. Por ter ouvido a voz de Sara e tomado Hagar como esposa, Abraão falhou em resistir à prova de sua fé no ilimitado poder de Deus, e atraiu sobre si e sobre Sara muita infelicidade. O Senhor intentava provar a firme fé e confiança de Abraão nas promessas que lhe fizera” (Historia da Redenção, p. 77).

            “Depois do nascimento de Ismael, o Senhor manifestou-Se outra vez a Abraão e disse: "Estabelecerei o Meu concerto entre Mim e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo." Gên. 17:7. De novo o Senhor repetiu pelo Seu anjo a promessa de dar a Sara um filho, e que ela seria mãe de muitas nações. Abraão ainda não compreendeu a promessa de Deus. Seu pensamento imediatamente recaiu sobre Ismael, pois pensava que através dele viriam as muitas nações prometidas, e exclamou em sua afeição por seu filho: "Oxalá que viva Ismael diante de Teu rosto!" Gên. 17:18.
Outra vez a promessa foi definitivamente repetida a Abraão: "Na verdade, Sara tua mulher te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei o Meu concerto, por concerto com ele a Minha aliança, aliança perpétuo para a sua semente." Gên. 17:19. Os anjos foram enviados pela segunda vez a Abraão, ao passarem para destruir Sodoma, e repetiram mais distintamente a promessa de que Sara teria um filho” (História da Redenção, p. 78 e 79).

            “Abraão tinha notado o resultado dos casamentos mistos entre aqueles que temiam a Deus e os que O não temiam, desde os dias de Caim até o seu tempo. As conseqüências de seu próprio casamento com Hagar, e das alianças matrimoniais de Ismael e de Ló, estavam perante ele. Da falta de fé por parte de Abraão e Sara tinha resultado o nascimento de Ismael, mistura da semente justa com a ímpia. A influência do pai sobre seu filho era contrariada pela dos parentes idólatras da mãe, e pela ligação de Ismael com esposas gentias. ...
A esposa de Ló foi mulher egoísta, irreligiosa, e sua influência exerceu-se no sentido de separar de Abraão o seu marido. A não ter sido por causa dela, Ló não teria permanecido em Sodoma, privado do conselho do patriarca sábio e temente a Deus. ...
Pessoa alguma que tema a Deus, pode, sem perigo, ligar-se a outra que O não tema.
"Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" Amós 3:3. A felicidade e prosperidade da relação matrimonial depende da unidade dos cônjuges; mas entre o crente e o incrédulo há uma diferença radical de gostos, inclinações e propósitos. Estão a servir dois senhores, entre os quais não pode haver concórdia. Por mais puros e corretos que sejam os princípios de um, a influência de um companheiro ou companheira incrédula terá uma tendência para afastar de Deus. ... A instrução do Senhor é: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis." (II Cor. 6:14. Patriarcas e Profetas, págs. 171, 173-175).
           
QUARTA, 30 DE NOVEMBRO
Hagar e o Monte Sinai
(Gl 4:21-31; Êx 6:2-8; 19:3-6; Dt 32:10-12; Êx 19: 7-25; Hb 8:6-7)

            A aliança feita por Deus a Abraão era uma aliança de fé e graça. Da mesma forma, a aliança feita com Israel no Monte Sinai possuía as mesmas credenciais – de fé e graça. A lei de Deus dada no Sinai fazia parte da aliança, pois mostrava a pecaminosidade do homem diante de Deus. Assim alimentava no interior dos israelitas o desejo e necessidade de um poder fora deles – na promessa de um redentor representado no cordeiro. A lei não salva, apenas mostra a necessidade de um Salvador. Mas se ela se torna instrumento de salvação, então, ela deixa de conduzir o pecador a Cristo. O povo de Israel não entendeu o significado da aliança e acabou por transformá-la em aliança por obras da lei (Êx 19:8). Paulo tinha isto em mente quando apresentou o equívoco dos cristãos legalistas da Galácia. Para os israelitas, a lei perdeu seu verdadeiro significado se tornando instrumento de salvação. A lei, somente é capaz de conduzir a Cristo se ela não exercer nenhum papel que cabe a graça exercer. A lei precisa enaltecer a graça e fazer valer o sacrifício substitutivo de Cristo. Mostrar o pecado e a condenação através de suas letras, porém, apresentar que em Jesus, as esperanças de vida nova podem ser resgatadas. Hagar, na narrativa, simboliza a tentativa de Israel, em tornar a aliança um plano de resgate pelo que o homem pode oferecer. Isto resultará sempre em fracasso como o caso de Hagar e de Israel no passado.

Leitura Adicional

            Assim como a Bíblia apresenta duas leis, uma imutável e eterna a outra provisória e temporária, assim há dois concertos. O concerto da graça foi feito primeiramente com o homem no Éden quando, depois da queda, foi dada uma promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A todos os homens este concerto oferecia perdão e a graça auxiliadora de Deus para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida eterna sob condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os patriarcas a esperança da salvação.
Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: "Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra." Gên. 22:18. Essa promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse: "Eu sou o Deus todo-poderoso, anda em minha presença e sê perfeito." Gên. 17:1. O testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: "Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis." Gên. 26:5.
O concerto abraâmico foi ratificado pelo sangue de Cristo, e é chamado o "segundo", ou o "novo" concerto, porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido depois do sangue do primeiro concerto” (Patriarcas e Profetas, pág. 371).
“O concerto da graça não é uma verdade nova, porque desde a eternidade existira na mente de Deus. Por essa razão é chamado o concerto eterno” (Signs of the Times, 24 de agosto de 1891).
“Somente há esperança para nós quando nos colocamos debaixo do concerto abraâmico, que é o concerto da graça pela fé em Cristo Jesus. O evangelho pregado a Abraão, mediante o qual teve esperança, é o mesmo evangelho que nos é pregado hoje, e pelo qual temos esperança. Abraão olhava para Jesus, que é o Autor e Consumador de nossa fé” (SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.077).
           
QUINTA E SEXTA, 1 e 2  DE DEZEMBRO
Ismael e Isaque hoje
(Gl 4:28-31; Gn 21:8-12)

            Os que vivem pelas obras como refúgio salvífico jamais serão descendentes segundo a promessa feita a Abraão, pois o concerto feito com o patriarca foi baseado na fé e não nas obras da lei. Àqueles que assim pretendem não estarão seguindo Isaque, o herdeiro da promessa, mas Ismael, o que busca a promessa por seus próprios esforços.
            Neste ínterim, vemos acentuadamente duas histórias que tomam um caminho bem diferente. Estes caminhos diferentes consequentemente os tornam inimigos declarados. Inimizade esta que, de forma literal, traz grandes agitações sobre o mundo árabe e judaico. No entanto, o que nos interessa de fato é o âmbito espiritual, existente bem debaixo de nosso nariz. Este conflito entre os dois grupos, mesmo existente dentro da própria igreja e fora dela, representou e representam os conflitos espirituais travados a todo o momento. Entretanto, chegará o tempo em que o conflito será mais intenso e a perseguição aos verdadeiros descendentes de Isaque serão cada vez mais imprescindíveis. Esta disparidade existe desde quando o pecado entrou neste mundo, quando Abel fora assassinado por seu próprio irmão e alcançará os súditos do Céu em pleno século XXI. Ismael e Isaque, um filho da obediência e da aliança feita pela graça, e outro, filho da desobediência e aliança transformada na vontade humana em detrimento da vontade de Deus. Um grupo é totalmente submisso ao assim diz o Senhor, e outro é submisso ao assim diz “eu”. Um grupo se deleita em cumprir os desígnios de Deus, e o outro se deleita em cumprir as exigências do mundo. Um grupo vive pela fé e ama a correção e a justiça, mas, o outro grupo, vive pelas suas próprias obras e detesta a correção e a justiça. Um grupo, como Moisés, sempre tira as sandálias dos pés para entrar na presença do Senhor, mas o outro, se recusa a tirar as sandálias dos pés e busca entrar na presença do Senhor do seu próprio jeito. Um grupo adora o Senhor e o louva da maneira como Deus deseja e orienta, enquanto que o outro adora e louva do seu próprio modo. Um grupo, como Abel, oferece a Deus àquilo que satisfaz a Deus, enquanto que o outro oferece a Deus os seus próprios gostos e vontades. Esta disparidade será sempre latente ou visível até o fim – Ismaeis X Isaques. Há um imenso cativeiro espiritual à semelhança do cativeiro literal desembainhado contra Israel. Mas Deus, através dos Isaques de nosso século, proclama a mensagem dos 3 anjos de Apocalipse 14, a mensagem do “evangelho eterno”, a todas as nações, tribos e línguas, para livrar todos os sinceros que ainda estão escravizados na Babilônia espiritual. Muitos ouvirão a voz do verdadeiro pastor e aceitarão submeter sua vontade a expressa vontade de Deus.

Leitura Adicional

            “Aquilo que Deus propôs realizar em favor do mundo por intermédio de Israel, a nação escolhida, Ele executará afinal por meio de Sua igreja na Terra hoje. Ele arrendou Sua vinha "a outros lavradores", isto é, ao Seu povo que guarda o concerto, e que fielmente dá "os seus frutos". Jamais esteve o Senhor sem verdadeiros representantes na Terra e que fazem do interesse de Deus o seu próprio interesse. Essas testemunhas do Senhor são contadas entre o Israel espiritual, e em relação a eles se cumprirão todas as promessas do concerto feitas por Jeová a Seu antigo povo.
Hoje a igreja de Deus é livre para levar a êxito o plano divino para a salvação de uma raça perdida. Por muitos séculos o povo de Deus sofreu restrição de sua liberdade. A pregação do evangelho em sua pureza foi proibida, e as mais severas penalidades aplicadas aos que ousaram desobedecer aos mandamentos de homens. Como conseqüência, a grande vinha moral do Senhor ficou quase inteiramente desabitada. O povo viu-se privado da luz da Palavra de Deus. As trevas do erro e da superstição ameaçavam obliterar o conhecimento da verdadeira religião. A igreja de Deus na Terra esteve tão verdadeiramente em cativeiro durante este longo período de feroz perseguição, como estiveram os filhos de Israel em Babilônia durante o período do exílio.
Mas, graças a Deus, Sua igreja não está mais em cativeiro. Ao Israel espiritual foram restaurados os privilégios concedidos ao povo de Deus por ocasião do seu livramento de Babilônia. Em todas as partes da Terra homens e mulheres estão respondendo à mensagem enviada do Céu, da qual João o revelador profetizou que seria proclamada antes da segunda vinda de Cristo: "Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo." Apoc. 14:7. Não mais têm as forças do mal poder para conservar cativa a igreja; pois "caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição" (Apoc. 14:8); e ao Israel espiritual é dada a mensagem: "Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas." Apoc. 18:4. Assim como os exilados ouviram a mensagem: "Saí do meio de Babilônia" (Jer. 51:6), e foram restaurados à terra da promessa, assim os que temem a Deus hoje estão aceitando a mensagem para retirar-se da Babilônia espiritual, e logo devem permanecer como troféus da graça divina na Terra renovada, a Canaã celestial” (Profetas e Reis, p. 713-715).

“A Seus seguidores não dá Jesus nenhuma esperança de glória ou riquezas terrestres ou de uma vida livre de tentações, mas mostra-lhes o privilégio de trilhar com o Senhor o caminho da abnegação e suportar calúnias do mundo que os não conhece.
A Ele que viera para salvar o mundo perdido, opuseram-se unidas as forças do inimigo de Deus e dos homens. Em cruel conspiração levantaram-se os homens e anjos maus contra o Príncipe da paz. Embora cada palavra e ação testificassem da compaixão divina, Sua falta de semelhança com o mundo provocava a mais amarga inimizade. Porque não consentisse em nenhuma inclinação má da natureza humana, despertou a mais feroz oposição e inimizade. Assim acontece a todos quantos desejam viver piamente em Cristo Jesus. Entre a justiça e o pecado, amor e ódio, verdade e falsidade há conflito irreprimível. Quem manifestar, na conduta, o amor de Cristo e a beleza da santidade, subtrai a Satanás os seus súditos, e por isso o príncipe das trevas contra ele se levanta. Opróbrio e perseguições atingirão a todos os que estão cheios do espírito de Cristo. A maneira das perseguições poderá mudar com o tempo, mas o fundamento - o espírito que lhes serve de base - é o mesmo que, desde os tempos de Abel, assassinou os escolhidos de Deus” (O Maior Discurso de Cristo, p. 29).

           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br