Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 01 – 4º Trimestre 2010 (25 de Setembro à 02 de Outubro)

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 01 – 4º Trimestre 2010 (25 de Setembro à 02 de Outubro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 25 DE SETEMBRO
HISTÓRIA E HISTÓRIAS
(II Tm 3:16-17)

2Tm 3.16 Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;
2Tm 3.17 para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.

Todas as civilizações possuem alguma bagagem de realidades que contam sua existência através da história. Tudo e todos que vivem, querendo ou não, aceitando ou não, possuem sua própria identidade histórica. Um povo sem história é um povo sem passado, e um povo sem passado é um povo inexistente. A identidade de uma pessoa, grupo ou civilização pode ser afirmada ou confirmada através de seus registros peculiares. De geração por geração, de alguma forma, as características e o CPF das civilizações são na maioria das vezes mantidas e preservadas. De qualquer forma, caso seus costumes ou valores não tenham sido preservados, o melhor meio de identificar a possível transição de mudanças pode ser visto através da história.

Em se tratando da Bíblia, este, é um livro repleto de histórias centrado nos aspectos da relação humana diante das atitudes do transcendente para com os seres caídos. A palavra de Deus é repleta de histórias enriquecidas com biografias e ações humanas que hoje servem de auxílio para o nosso próprio desenvolvimento de fé e de fundamentação dos valores que aprendemos. No entanto, além de ser um mero livro de história, a Bíblia também é para os cristãos um livro inspirado, cuja revelação vem de Deus mediante a orientação do Espírito Santo.

“A Bíblia contém as histórias mais antigas e abrangentes que os homens possuem. Procedeu diretamente da fonte da verdade eterna e, no decorrer dos séculos a mão divina tem preservado sua pureza. Ela ilumina o remoto passado, onde a pesquisa humana em vão procura penetrar. Somente na palavra de Deus contemplamos o poder que lançou os fundamentos da Terra e estendeu os céus. Unicamente ali encontramos um relato autêntico da origem da nações. Apenas ali se apresenta a história da humanidade, não maculada pelo orgulho e preconceito humanos. Nos anais da história o crescimento das nações, o levantamento e queda de impérios, aparecem como dependendo da vontade e façanhas do homem. O desenrolar dos acontecimentos em grande parte parece determinar-se por seu poder, ambição ou capricho. Na palavra de Deus, porém, afasta-se a cortina, e contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um Ser todo misericordioso, a executar, silenciosamente, pacientemente, os conselhos de Sua própria vontade” (Educação, p. 173).

Neste trimestre aprenderemos um pouco do muito que existe neste livro transformador, pois, embora escrito por homens, seu único e verdadeiro autor é àquele que estabeleceu todas as coisas e que conhece o fim da história desde o seu princípio.

DOMINGO 26 DE SETEMBRO
PESSOAS E ENREDOS
(Jó 1:1-12; 2 Rs 22:14)

Nos relatos a respeito de Jó podemos notar como Deus age em todos os canais da história. Seja ela intergaláctico ou terrestre Deus está presente atuando direta ou indiretamente. Como ilustrado pelo autor, a impressão que temos é que, como numa TV, o canal fora mudado para nos dar um vislumbre do que tem acontecido por trás das cortinas. Ambas as histórias, de alguma forma estavam conectadas, embora os lugares tenham sido radicalmente diferentes elas estavam acontecendo de forma interligada.

Outro fato notável que é válido ser ressaltado, a narrativa bíblica é sempre muito concisa e resumida, e muitas das vezes faz questão de fazer menção até dos fatos que aparentemente são irrelevantes ou pequenos. Desta forma, os relatos, mesmo que resumidos, formam um conjunto de verdades e fatos que reforçam a história. A profetisa Hulda é um exemplo, pois, embora não haja muitos detalhes sobre sua pessoa, o historiados (escritor) nos deixa detalhes sobre seu marido e família. O interessante é que naquele tempo as mulheres eram identificadas através da família do marido. Informações como esta que exige de nós mais atenção aos detalhes, nos faz conhecer o tipo de cultura e cosmo visão que era predominante nos tempos do Antigo Testamento. São muitas das vezes estes detalhes e minúcias que poderão nos dar uma visão mais ampla da história de alguns personagens e dos valores espirituais que os envolvem.

SEGUNDA 27 DE SETEMBRO
Onde e como?
(I Sm 24:1-6; Gn 39:6-12)

Estas duas histórias são fascinantes e uma das mais preferidas por mim. Dois homens, duas realidades, dois lugares, duas circunstâncias, dois desafios, duas sentenças, dois contextos, dois duelos, duas culturas, duas aflições, porém, a mesma postura de caráter fidedigno e fundamental para uma demonstração viva do que o poder de Deus é capaz de realizar na vida de pessoas que tomam a decisão de demonstrar integridade.

Embora essas narrativas não passem de simples histórias para alguns, elas estão escritas e são apresentadas sob algumas perspectivas que merecem ser apresentadas. O contexto dos cenários, os detalhes de informações e valor da postura apresentada por estes dois atores principais, com certeza foram inseridos propositalmente para trazer-nos algumas lições importantes.

Outro fato relevante, é compreender que toda a história escrita pode não ter sido contada fielmente  sobre todos os seus verdadeiros ângulos. Acreditasse que toda e qualquer história narrada sofre a influência do parecer ou da forma como é vista do próprio autor responsável pela narração. Embora haja verdades nesta tese, não podemos tratar a história Bíblica sobre a mesma perspectiva da história secular, pois, se os historiadores comum narraram os fatos contaminando-os com sua própria maneira de ver as coisas, as histórias bíblicas foram protegidas da parcialidade e da subjetividade humana mediante a inspiração. A história comum foi revelada por mãos de homens não inspirados por Deus, enquanto que as histórias bíblicas foram (II Tm 3:16).

“Histórias humanas relatam as realizações do homem, suas vitórias na batalha, seu êxito em elevar-se à grandeza mundana. A história de Deus descreve o homem como o céu o considera. Nos registros divinos é constatado que todo o seu mérito consiste em sua obediência à exigências de Deus. Sua desobediência é fielmente relatada como merecendo o castigo que ele certamente receberá. À luz da eternidade, se verá que Deus lida com os homens de acordo com a momentosa questão da obediência ou desobediência. Centenas de anos antes de um povo chegar ao paco da ação, a palavra profética, sob a direção do Espírito Santo, traçou sua história (Signs of the times, 12 de outubro de 1888).

TERÇA, 28 DE SETEMBRO
DA VITÓRIA À “IDADE DAS TREVAS?
(Js 3:9-17; Jz 17:6)

Canaã não foi conquistada pelas notáveis habilidades de Josué ou do povo. Embora entre eles tenha havido homens de grandes talentos e fabulosas capacidades para guerras, a força e o resultado da conquista foi totalmente pela intervenção de Deus. 

Quando Israel foi obediente, as bênçãos de Deus foram derramadas, mas quando se voltavam contra o Senhor, as bênçãos eram retidas. A este respeito a revelação nos orienta que “Os israelitas não haviam obtido a vitória pela sua própria força; a conquista havia sido inteiramente do Senhor; e,como as primícias da terra, a cidade, com tudo que continha, deveria ser votada como sacrifício a Deus. Israel devia se impressionar com o fato de que, na conquista de Canaã, não deveriam combater por si mesmos, mas simplesmente como instrumentos para executar a vontade de Deus; não para buscar riquezas ou exaltação própria, mas a glória de Jeová, seu Rei. Antes da tomada havia sido dada esta ordem: “Guardai-vos do anátema, para que vos não metais em anátema...e assim façais maldito o arraial de Israel, e o turbeis” (Js 6:17,18; Patriarcas e Profetas, p.491).

Da mesma forma, entre os que servem a Deus lhe entregando totalmente a vida, todo avanço ou vitória na vida deve ser atribuído a Deus. Se nossa vida realmente estiver oculta Nele, com certeza Ele nos dará grandes vitórias e fundamentará nossa história de forma que sejamos honrados nela. A partir do dia que começarmos a acreditar que todos os avanços e vitórias foram conquistadas pelos nossos talentos, isto redundará mais cedo ou mais tarde, em pura desgraça. O que mais poderia acontecer se Deus permitir que venhamos a seguir nossos próprios caminhos e ser guiados pela nossa suposta sabedoria? Com certeza, sem Deus, não seremos capazes de escrever nossa própria história sem relatos que venha nos trazer vergonha e desespero.

Após a morte dos principais líderes, como Josué e Calebe, o povo foi perdendo aos poucos a visão e o discernimento espiritual do ideal de Deus, e consequentemente foram perdendo sua própria identidade e sendo consumidos pelo sentimento de independência. E como bem sabemos, viver dissociado de Deus é pedir para que todas as desgraças da vida permeiem nossa vida.
O declínio espiritual e moral de Israel lhes trouxeram consequências amiguíssimas, pois gradativamente, por se separarem de Deus, começaram a receber os salários de sua própria ingratidão. O casamento com pagãos, a aproximação com os costumes antibíblicos, a miscigenação com a cultura da época, a idolatria e a falta de valorização dos valores espirituais fez com que o processo de declínio fosse mais rápido e certeiro.

Quanta diferença faz para um povo a presença de um líder consagrado e fiel. Homens e mulheres que lideram sobre o total cuidado de Deus são capazes de fazer com que o povo jamais perca a visão de dependência plena de Deus. Observe bem, quando Josué e Calebe desceram a sepultura, parece que tudo desandou. Da mesma forma, hoje a igreja precisa de grandes líderes, homens que não se comprem e não se vendam, homens que sejam tão firmes aos deveres de liderança espiritual e de cuidado do povo quanto é a bússola ao polo (Educação, p.54).

Mais importante do que liderar é sem dúvida o de preparar novos líderes. A história foi apresentada a nós com o objetivo de nos ajudar a acertar onde eles erraram. A história, além de proteger nossa identidade, também é capaz de nos dar detalhes precisos de como, no mínimo, podemos errar menos na história presente.

QUARTA, 29 DE SETEMBRO
SOBRE REIS E PRINCIPES
(I Sm 8:7-20)

A história do povo de Israel revela através das inferências que eles estavam cansados dos governantes que eram fiéis a Deus, pois estes insistiam em manter a lealdade e a honra à vontade de Deus. Como nos dias de hoje, os israelitas começaram a olhar para as nações pagãs e desejar muitas de suas práticas. A cobiça e a soberba começou a permear os sentidos do povo de Deus e gradativamente foram perdendo o desejo e a sensibilidade pela ordem e práticas espirituais que Deus desejava que mantivessem. Deus permitiu que eles não apenas desejassem mas também lutassem pelo que queriam. O interesse em tronar um Rei em Israel nascia não pelo desejo de ver a nação bem governada, organizada ou estruturada, na verdade foram suas paixões e ingratidões que foram a verdadeira motivação de levantar um rei.

 O que talvez não perceberam de imediato é que, com esta atitude eles estavam genuinamente destronando a Deus de suas vidas. A sorte do povo é que, o Deus ofendido ainda permaneceu com eles exercendo ainda compaixão e misericórdia levantando reis que pudessem, pelo menos, não ser tão ruim para o eles, isto é, quando a circunstância e fidelidade deles permitiam. Temos neste contexto a história de Saul e de Davi, dois reis que se tornaram exemplo clássico da participação de Deus no que diz respeito aos cuidados e interesse Dele por Seu povo.

Se olharmos para os nossos dias, perceberemos que as coisas não mudaram muito. Os cristãos, que as vezes se julgam melhores do que o povo de Israel, muitas das vezes acabam cometendo erros maiores. Geralmente quando o caminho se torna estreito e as provas se tornam intensas, muitos abandonam o Rei do Israel Espiritual (Deus) para abraçar o comando dos reis deste mundo. Quando o caminho se torna estreito, muitos o abandonam para seguir o caminho mais espaçoso. As vezes a pressão da vida, os desajustes financeiros e as paixões da carne nos levam a fazer loucuras tolas e sem sentido, fazendo com que abandonemos os valores espirituais dados por Deus. Observe bem esta advertência e apelo da mensageira do Senhor para seu povo:

 “Toda essa história está escrita para admoestação nossa para quem o fim do mundo é chegado. Tem sido apresentado diante de mim repetidamente que o povo de Deus nestes últimos dias poderia não estar seguro confiando em homens, e fazendo da carne o seu braço. Pelo poderoso cutelo da verdade Deus os têm tirado da pedreira do mundo como pedras brutas, e os traz para Sua oficina para que possa, com o machado e o cinzel, tirar suas asperezas brutas, disformes, e prepará-los para um lugar em Sua edificação. Mas eles devem ser desbastados e ajustados por Seus profetas. Reprovações, advertências, admoestações e conselhos devem entrar em seu coração e conformá-los ao modelo de Cristo. Eles precisam ser transformados no coração e no caráter, e devem se manter no caminho do Senhor (Ellen White 1888 Materials, p. 922-924).

QUINTA E SEXTA, 30 DE SETEMBRO E 01 DE OUTUBRO
O ERRO DE ROBOÃO
(I Rs 12:1-16)

Roboão que significa "ele aumenta o povo", nasceu quando ainda faltava um ano para seu pai Salomão assumir o trono de Israel. Sua mãe era Naamá uma amonita. Pelo falto de não existir registros de outros filhos, alguns acreditam que ele era filho único de Salomão. Mais tarde, Deus havia prevenido a Salomão que, por causa da sua infidelidade ao SENHOR, a sua descendência, perderia o trono de Israel, restando-lhe apenas a tribo de Judá. Por volta de ano de 931, as tribos se dividiram ficando dez tribos ao norte sendo a capital Samaria e duas ao sul sendo a capital Judá.

Mesmo sem ser ungido rei por um profeta como fora outros reis,  todo o povo de Israel se reuniu em Siquém para o tronar como rei, e Roboão tendo completado o sepultamento e os dias de luto pelo seu pai Salomão, foi receber a investidura.
O povo presumia que tinha sido tratado de forma tirânica por Salomão e, quando Roboão chegou, exigiu que ele prometesse aliviar a sua carga.

Roboão pediu o prazo de três dias para decidir o assunto, e neste tempo foi consultar os velhos e sábios conselheiros do seu pai falecido. Estes lhe disseram que, se quisesse ganhar a lealdade o povo deveria fazer-lhe sua vontade.
Roboão ignorou seu conselho e foi buscar conselhos dos jovens que haviam crescido com ele e o serviam. Estes, por muita esperteza, sabiam o que ele queria e o compeliu a dar uma resposta amarga ao povo.

Infelizmente Roboão se agradou do conselho  e, terminado o prazo, com o povo reunido diante dele com Jeroboão, ele declarou que, ao invés de atender ao que o povo pedia, exigiria mais ainda dele do que Salomão.
Isto criou uma revolta entre o povo estabelecendo definitivamente a divisão. Roboão correu as pressas para Jerusalém enquanto que Jeroboão foi eleito rei das dez tribos ao norte.
A idolatria prevalecera em Israel (norte), e Jerobão erigiu dois altares, um em Betel e outro em Dã para evitar que o povo atravessasse a fronteira para adorar em Jerusalém.

A atitude de Roboão foi drástica, pois “Roboão cometeu um erro em Siquém que foi irreparável. Imprudente e insensível no exercício do poder, ele e seus conselheiros escolhidos revelaram a soberba da posição e autoridade. Se houvessem entendido o propósito de Deus com relação a Israel, teriam ouvido o pedido do povo por decididas reformas na administração do governo. Mas em lugar de seguir um plano em harmonia com o propósito de Deus, anunciaram sua intenção de perpetuar e aumentar os males introduzidos no reinado de Salomão […] Teria sido bom para Roboão se ele e seus associados e todo o Judá houvessem permanecido féis ao verdadeiro Deus. Mas a palavra da inspiração traçou o triste relato do sucessor de Salomão como alguém que também levou seu poro ao caminho da apostasia (Review and Herald, 10 de Julho de 1913).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: altoclamor@altoclamor.com
.