Teólogas feministas de um grupo que reúne católicas e
protestantes de diversas partes do mundo está lançando uma nova versão da
Bíblia que, visa "empoderar as mulheres" e promover os valores do feminismo. À medida que o movimento #MeToo continua a expor o abuso
sexual que mulheres sofrem em diversas culturas, este grupo de teólogas propõe
uma nova interpretação dos textos bíblicos, pois elas afirmam as Escrituras têm
sido usadas para expor imagens negativas de mulheres. Uma das teólogas chegou a
afirmar que os valores do feminismo podem estar de acordo com a Bíblia. "Valores
feministas e a leitura da Bíblia não são incompatíveis", insistiu Lauriane
Savoy, uma das duas professoras de Teologia de Genebra por trás da iniciativa
de redigir a versão "Une Bible des Femmes" ("Uma Bíblia
Feminina"), publicada em outubro.
Nota Gilberto Theiss: O movimento feminista que resolveu ancorar-se no mecanismo teológico teve por objetivo combater o suposto patriarcalismo
dominante. O primeiro passo foi estabelecer uma crítica teológica, afirmar que
a Bíblia não passa de um livro sexista. O próximo passo foi vender a ideia de
que a Bíblia é um mero produto da cultura patriarcal. Desta forma, o movimento
conseguiu impregnar o conceito de que a cultura contemporânea foi formatada
pela cultura sexista dos tempos bíblicos. Portanto, para o feminismo, a solução
para resolver o problema patriarcal seria a elaboração de uma nova hermenêutica
bíblica, porém em uma roupagem mais feminista. O objetivo dessa nova hermenêutica
seria libertar o texto bíblico da leitura opressora e o único caminho para
alcançar este objetivo seria empoderando a interpretação do texto, porém fora
do texto.
Para elas, a força da interpretação não deveria ser encontrada
no texto ou no autor do texto, mas na consciência do leitor contemporâneo. Mas,
quem determinaria essa nova interpretação? O que você acha? Esta nova leitura ocorreria
mediante a própria experiência feminista. Isto mesmo, as experiências
feministas é que determinariam a interpretação do texto bíblico. O que os
autores pretendiam ensinar como verdade de Deus passa a ser substituído pela
teologia da cultura dominante ou da mera adaptação social.
Para estas relativistas, a verdade dos escritores foi verdade
apenas para o tempo deles, mas deixa de ser para as gerações posteriores. Por
isto a necessidade de adaptar a mensagem bíblica para a necessidade e cultura
contemporânea. Mas, lamento informar que as pessoas nascem e morrem, mas a
Palavra de Deus é eterna e nela não há mudança. A sociedade pode até tentar fazer
alterações na Palavra de Deus, mas os seus valores permanecem para sempre porque
eles estão acima da autoridade humana (1Pe 1:24, 25; Sl 89:34; Ml 3:6; Tg 1:17;
Ec 3:14; Jo 16:33; Ap 22:18, 19). É válido lembrar que a Bíblia não promove o machismo e, menos ainda, a indiferença ou intolerência quanto ao valor da mulher. O problema está, como sempre, nas interpretações erradas sem critério exegético coerente. Assim como as feministas pretendem interpretar o texto fora do texto, o mesmo se deu com àqueles que a interpretam de forma machista. Mas, se interpretarmos o texto de acordo com as regras exegéticas, mantendo o sentido original do que pretendeu os escritores bíblicos, perceberemos que, embora as culturas de épocas passadas tratassem a mulher com indiferença, a revelação ou intervenção de Deus sempre foi no sentido de minimizar tais opressões. O patriarcalismo bíblico, na verdade, tinha por finalidade a proteção da mulher e dos filhos - da família em geral. O machismo foi uma introdução das culturas sem Deus e tem sido confundido com o pastriarcalismo pelos que promovem a interpretação do texto ignorando a verdade do próprio autor (Deus) e do escritor (profeta).
Abaixo, um estudo síntese em power point sobre o movimento feminista e a criação de uma nova hermenêutica.