A decadência humana parece não ter fim
e o fundo do poço moral da humanidade continua sendo cavado. Prova disso é a
exibição em um canal pago – com classificação de apenas 16 anos mas ao alcance
de qualquer pessoa de qualquer idade – de uma animação pornográfica intitulada
“Festa da Salsicha”. O desenho animado aparentemente infantil tem cenas de sexo
grupal, orgias, linguagem obscena e homossexualismo. E pode atrair as crianças
justamente por parecer inofensivo. O portal G1 descreve assim essa animação pra
lá de “animada”:
“Depois da vida secreta dos brinquedos (‘Toy Story’) e de ‘A
vida secreta dos bichos’, ‘Festa da Salsicha’ mostra a vida secreta dos
produtos de supermercado. Sério, é um filme sobre isso. Eles creem que humanos
são deuses e os levarão da prateleira ao paraíso. A salsicha Frank é separada
de seus amigos de pacote, enquanto todos começam a descobrir que o céu não
existe e todos serão devorados. A ideia absurda é a cara do chapado Seth Rogen
(Frank), roteirista e ator de ‘Superbad’ (2007) [e outras produções]. […] Não é
uma superprodução, mas com orçamento estimado em US$ 19 milhões foi um sucesso
inesperado no verão dos EUA. Já rendeu por lá US$ 96 milhões. […] Quando você
acha que vai ficar só em brincadeiras de ‘e se minha comida falasse’, pegação
de salsicha com pão e treta de alimento árabe com judeu, começa a realmente se
comover com o destino dos personagens. Ponto para as assustadoras cenas de
mutilação em que uma banana descascada vira um pobre rosto sem pele e fofas
‘cenouras baby’
são mastigadas vivas. Assim, a animação questiona religião (o pão árabe
acredita que será recebido no paraíso por 77 garrafas de azeite extravirgem,
por exemplo) e vai parar em niilismo (a perda da fé leva ao pavor, mas também a
incríveis orgias) e metafísica. É quando o filme começa a questionar sua
própria existência. Mas aí você precisa ver tudo desde o começo para acompanhar
a viagem – e pensar que tudo começou com uma piada de enfiar a salsicha no
pão.”
E aí está a obra maravilhosa elogiada pela crítica. Sobre uma
criança, o menor dos males seria o de fazer com que ela passasse a ter pena dos
vegetais que come. O público conservador em geral vai concentrar a atenção na
pornografia suja e descarada. Mas muito pior do que tudo isso é o deboche da
religião e a apresentação da promiscuidade como alternativa aos que não têm
mesmo futuro. Os deuses humanos, em lugar de salvar os vegetais, vão fatiá-los,
triturá-los, esmagá-los e devorá-los. Não há esperança além do supermercado (ou
seja, da vida). E já que vão todos morrer mesmo, por que não “aproveitar” e dar
vazão a todos os instintos vegetais animais?
Então a única alternativa para os que concluem que Deus não
existe é a perversão sexual e o niilismo inconsequente? Bem, essa é a ideia dos
produtores e do roteirista “chapado” Seth Rogen. Uma ideia que, infelizmente,
multidões estão pagando para ver – e imitar.