(Gl 4:7) - Alguma vez você já refletiu
na dimensão das bênçãos que recebemos diariamente? A água que bebemos, o ar que
respiramos, a chuva que nos refresca, o sol que nos aquece, o alimento que
comemos, enfim, todas estas coisas são dadas a nós mesmo sem merecermos. Da
mesma forma, a graça redentiva nos é concedida diariamente somente nos méritos
de Cristo. Em tudo o que recebemos - não merecemos absolutamente nada. Tudo nos
é ofertado por bondade da parte de Deus. Não há nada em nós que pague ou pagará
o que Deus tem nos oferecido. A verdade é que, Deus é bondoso demais, e por
este motivo temos dificuldades em entender a dimensão do alcance de Sua graça. É
o coração mau e perverso que temos que ofusca a nossa capacidade de entender e
aceitar a graça gratuita de Cristo.
Isto não significa que Deus é conivente com o pecado, mas indica que Deus entende nossas lutas, nossa história, nossas lágrimas, nossas mais tenras dificuldades e sofrimentos. Ele sabe interpretar cada situação em que passamos e sabe julgar todas elas com justiça, misericórdia e bondade. Se os pais deste mundo sabem ser compassivos com seus filhos errantes, muito mais Deus.
Isto não significa que Deus é conivente com o pecado, mas indica que Deus entende nossas lutas, nossa história, nossas lágrimas, nossas mais tenras dificuldades e sofrimentos. Ele sabe interpretar cada situação em que passamos e sabe julgar todas elas com justiça, misericórdia e bondade. Se os pais deste mundo sabem ser compassivos com seus filhos errantes, muito mais Deus.
Nossa condição em Cristo
(Gl
3:25-28; Rm 6:1-11; 1 Pe 3:21) - Ser descendente de Abraão era e é uma das
maiores virtudes e honras judaicas. No entanto, Jesus estende a descendência
para fora dos limites da nação Israelita alcançando todos que se revestissem de
Cristo. Sua afirmação de que todos somos filhos de Deus em Cristo, é uma
realidade indivisível em todos os níveis e pormenores da vida cristã. Não
apenas o Judeu, mas todos os demais que não professavam a fé judaica
anteriormente. A nossa verdadeira condição em Cristo não depende de nossa
nacionalidade e de nossas boas obras, é um dom concedido a qualquer ser humano
que nascesse no reino de Deus através de uma entrega absoluta da vida a Jesus.
Assim, todos, inclusive os gentios, podem se tornar descendentes de Abraão e,
consequentemente, herdeiros conforme a promessa. Esta era uma mensagem dura
para aquele que tivesse todo o paradigma de um Judeu da época. Era tão difícil
para um judeu aceitar esta declaração quanto é difícil para um espírita de hoje
aceitar que não existe reencarnação. É tão difícil um Judeu ortodoxo aceitar um
gentio como herdeiros da promessa quanto é difícil para um muçulmano aceitar os
Israelitas como irmãos.
Independente de qualquer lógica ou
paradigma humano, Jesus morreu por todos, assim como foi o originador da
existência de todos. Deus não impõe barreiras alfandegárias ou faz exigências
de passaporte para ultrapassarmos a fronteira desta vida para a vida eterna. A
única coisa exigida pelo Céu é que a vida seja entregue e derramada aos pés da
cruz do calvário. O sangue precioso de Jesus é a única condição para viver uma
vida em Cristo e fazer parte da gloriosa promessa. A favor de Cristo, renúncia
de si mesmo, eis a maior de todas as ciências.
Escravizados aos princípios
elementares
(Gl
4:1-3) - Mesmo Jesus sendo para os judeus conversos uma evidência do verdadeiro
“cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29), ainda estavam fundamentados em
certos rituais antigos. Devemos ter muito cuidado para não cairmos no mesmo
erro, pois nossa visão pode ser tão escrava a certas circunstâncias quanto
foram esses homens do passado. Somos falhos como os judeus cristãos da Galácia,
e não estamos livres de cometer erros. Por este motivo devemos ser humildes e
desconfiar sempre de nossa própria sabedoria. Paulo não perdeu seu precioso
tempo. De imediato, deu uma bela aula de teologia a respeito das leis que
apontavam para Cristo. Chamou esses princípios de elementares por serem apenas
passageiros e sombra de uma realidade muito maior – Jesus Cristo. Cristo era a
essência de tudo e nada poderia substituir esta realidade. Observe: “As ofertas
sacrificais e o sacerdócio do sistema judaico foram instituídos para
representar a morte e a obra mediadora de Cristo. Todas essas cerimônias não
tinham nenhuma significação e mérito, a não ser em relação com Cristo, o qual
era o fundamento de todo o sistema e o trouxera à existência. O Senhor informara
a Adão, Abel, Sete, Enoque, Noé, Abraão e a antigas pessoas ilustres,
especialmente Moisés, que o sistema cerimonial de sacrifícios e o sacerdócio,
por si mesmos, não eram suficientes para assegurar a salvação de uma só pessoa.
...
O infinito sacrifício
que Cristo fez voluntariamente pelo homem continua sendo um mistério que os
anjos não conseguem compreender plenamente”. (Review and Herald, 17 de dezembro de 1872).
“Deus enviou Seu Filho”
(Gl 4:4; Jo 1:14; Rm 8:3-4; 2Co 5:21; Fp 2:5-8; Hb 2:14-15) - Na
plenitude dos tempos, Jesus veio como um presente do Céu para a humanidade
caída. Nascido sob a lei, se tornou pecado por nós a fim de livrar-nos da
condenação. Ele não veio para libertar o Seu povo das garras romanas, mas para
trazer liberdade das correntes do coração. Em Cristo, aconteceu o que
aparentemente era impossível, a justiça e a misericórdia se abraçaram. Ouve
harmonia entre ambas pela primeira vez em toda a história da existência de
Deus. Mas como estes dois elementos tão opostos poderiam se abraçar? Como é
possível Deus cumprir a justiça e ao mesmo tempo ser misericordioso? A justiça
de Deus precisava ser mudada ou anulada para que a misericórdia pudesse ser
efetuada, mas não foi isso que ocorreu. Jesus satisfez a justiça da lei em Sua
própria vida. Todas as penas e consequências da transgressão recaíram sobre Ele
- o ferido de Deus. Jesus aceitou levar sobre si toda a mazela de nossas
transgressões. Assim, satisfazendo as exigências da santa lei Divina em Si
mesmo, comprou o direito de oferecer misericórdia e perdão a todos que o
aceitassem como Senhor. Somos libertos do poder da morte porque Cristo se
entregou a ela por nós. Somos inocentados da dor por causa das feridas
Dele. Paulo foi contundente ao afirmar
que "Convinha que Aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem
tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o
Príncipe da salvação deles." (Heb. 2:10). "Porque não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém Um que, como
nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." (Heb. 4:15).
Os privilégios da adoção
(Gl
4:5-7; Ef 1:5; Rm 8:15-16, 23; 9:4-5) - Certa feita, conheci um casal que havia
adotado duas lindas crianças. Convivendo com eles algum tempo percebi o carinho
e afeto que tinham com elas. Um certo dia, houve a possibilidade das crianças
não mais poderem ser adotadas por este casal. Isto lhes causou um peso enorme
ao coração e choraram devido ao medo de perderem as crianças. Este sofrimento
não veio à tona por não terem outros filhos, pois eles tinham. Queriam tanto
aquelas crianças que os tratavam como filhos legítimos concedendo-lhes todos os
direitos que os filhos originais tinham na família. Observe que se nós sendo
maus e egoístas ou limitados em fazer o bem ainda somos capazes de oferecer
esse tipo de amor e bondade, o que dirá então de Deus? O Seu amor é inigualável
e Ele nos concederá um nome melhor do que de filhos e filhas (Is 56), isto
significa que as honras e direitos serão extensivamente melhores do que
imaginamos. Recebemos de Deus, além da salvação imerecida, as riquezas e
glórias infindáveis. Seremos tratados no Céu como verdadeiros herdeiros de
Cristo e de Seu Pai. Seremos recebidos em glória e coroados diante de Deus. Meu
querido leitor, convido você, no momento da coroação, não manter sua coroa na
cabeça, mas lança-la aos pés do Cordeiro que foi morto antes da fundação do
mundo. Ele é e será o único digno por nossa redenção. Único. “Tudo devemos à
graça, abundante graça, graça soberana. A graça no concerto ordenou nossa
adoção. A graça no Salvador, efetuou nossa redenção, regeneração e adoção a
co-herdeiros de Cristo. Manifeste-se aos outros esta mesma graça”. (Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 506).
Por que voltar à escravidão
(Gl
4:8-20) - A lei
de Deus é chamada de lei da liberdade (Tg 2:12). Como uma lei que, no conceito
bíblico de liberdade, pode ser chamada de voltar à escravidão? Esse paradigma
foi criado e muito bem fundamentado pelo movimento evangélico antinomista que faz da lei de Deus uma
maldição para os crentes. Não é de se admirar que muitas igrejas evangélicas de
hoje vivam uma religiosidade cheio de liberalismo e de tratamento leviano à
vida cristã. Uma concepção equivocada de pecado tem entrado nestas igrejas por
rejeitarem a única norma em toda a Bíblia que sistematicamente nos ensina o que
é pecado. Os dez mandamentos, especialmente o sábado, se tornará o ponto de
toque entre a verdade e a mentira no final dos tempos. Embora a graça seja
claramente indicada pela Escritura como a única norma de salvação de todo
àquele que crê em Jesus, a mesma Bíblia ensina que a lei de Deus é Sua norma de
conduta gravada nas tábuas do coração pela ação do Espírito Santo. A
desobediência foi o problema do pecado no Céu, foi o problema no Éden e
continua sendo problema em nossos dias. Lembre-se que, a mesma cruz que salva é
a mesma que condena. A rejeição consciente e deliberada da vontade Deus é
retratada como rebelião contra Deus. O coração sincero desejará negar a si
mesmo e carregar a sua cruz para servir e render-se a Cristo.
Gilberto Theiss - Graduado em Teologia, Mestrando em Interpretação Bíblica, Pós-Graduado em Filosofia, Ciências da Religião e Pós-Graduando em História e Antropologia. Atualmente é pastor no Estado do Ceará.