Há poucos dias, tive de me submeter a
um procedimento cirúrgico bem simples. Mas, mesmo tais necessitam de exames
pré-operatórios, a exemplo do coagulograma (ou teste de coagulação, se
preferir).
A razão do exame é identificar se a
pessoa tem nível normal de coagulação do sangue, podendo, portanto, se submeter
a sangramentos moderados sem risco à vida do paciente.
Conforme sabemos, a coagulação é o
processo por meio do qual o sangue líquido se torna sólido nos casos de
sangramento, para evitar que a hemorragia leve o organismo à morte.
O que ocorre é que, sempre que
uma pessoa sofre um corte, ou seja, sempre que há rompimento de um vaso
sanguíneo, as plaquetas do sangue, as proteínas da coagulação, entre outros
elementos, entram em ação para estancar o sangramento após um tempo, promovendo
a criação do coágulo.
O que poucas pessoas sabem é que este
processo de coagulação é extremamente complexo, funcionando como uma reação em
cadeia, em que o processo ativado pelas plaquetas libera proteínas (denominadas
fatores de coagulação) que iniciam uma série de reações químicas.
Há doze tipos de proteínas
envolvidas na coagulação. Elas são nomeadas apenas numerando-as da seguinte
forma: Fator I, Fator II, e assim por diante, até que chegamos ao Fator XII.
A ativação do Fator I é que leva à
ativação do II, da mesma forma que a ativação do II leva à do III, e assim por
diante até que alcancemos o Fator III e, por consequência, tenhamos o coágulo.
Sem qualquer desses fatores, não
haverá coagulação e a pessoa sangrará até a morte.
Existe um distúrbio genético (e hereditário)
em que certas pessoas nascem com deficiência na atividade do Fator VIII ou IX.
É a chamada hemofilia, que se divide no tipo A (problema no fator VIII) e B
(Problema no fator IX). Essas pessoas tem a atividade desses fatores bastante
reduzidas, por isso exigem cuidados especiais.
Você pode está-se perguntando agora o
que tudo isso tem a ver com a evolução? Ora, o processo de coagulação no ser
humano contem o que chamamos de complexidade irredutível.
Não só os doze fatores são essenciais, mas também têm de ocorrer em uma
ordem específica.
Ou seja, um processo de coagulação
seria absolutamente inútil com apenas um a menos dos doze fatores, pois
não desembocaria no coágulo. Em outras palavras, qualquer estágio menos
evoluído do processo de coagulação seria inviável em um ser vivo, pois ele
seria um fortíssimo candidato a sangrar até a morte.
Dessa maneira, a ideia de que um
processo evolutivo possa fazer com que organismos menos complexos ganhem grande
quantidade de complexidade por um processo puramente natural encontra aqui mais
um obstáculo instransponível para as suas afirmativas.
Na lógica do neo-darwinismo (mutação
por acaso mais seleção natural), quaisquer versões menos complexas desses
sistemas seriam automaticamente descartadas pelo processo da seleção
natural, já que não trariam qualquer função competitiva.
A explicação mais plausível é mesmo a
que que os organismos foram criados já complexos, de acordo com seus grupos
genéticos, tal como preconiza as Escrituras Sagrados do Cristianismo.
Tassos Lycurgo