O
LIVRO DE LUCAS
Pr. Gilberto Theiss
Este importante evangelho,
assim como os demais, era anônimo até o segundo século, mas, de acordo com a
tradição antiga e confirmado pelos eruditos contemporâneos, foi escrito por um
médico e pesquisador chamado Lucas, de origem gentílica (Cl 4:10-14), que, por
sua vez, acredita-se, também foi o autor do livro de Atos. Embora não tenha
sido apóstolo, deixou marcas profundas em seu ministério prático e escrito. O
escritor foi amigo pessoal de Paulo e, segundo Tertuliano, por volta do segundo
século, Paulo foi o grande iluminador de Lucas, encorajando-o e fornecendo-lhe
grande parte das informações.[1]
O
Evangelho foi escrito por volta de 61 a 63 d.C. e enviado a um converso grego
chamado Teófilo e posteriormente espalhado entre os gregos e gentios que
desfrutavam da fé cristã. A mensagem central e universal do evangelho, assim
como em toda a Bíblia, é o tema da salvação fundamentada em Jesus Cristo e da
proclamação das boas novas.
Lucas
parecia ter em mente a necessidade de conciliar fatos reais da história de sua
época com os testemunhos contidos a respeito de Jesus e Seu ministério.
Apresentar Herodes como o rei da Judéia (Lc 1:5), o primeiro imperador Romano
César Augusto após a morte do temível Júlio César (Lc 2:1) e do Sacerdote
Zacarias, que cumpria o seu turno no templo de Jerusalém (Lc 1:5, 9), revela o
interesse do escritor em evidenciar aos leitores que Jesus e a igreja primitiva
tiveram um sólido fundamento histórico. Sob esta premissa, Lucas demonstra ter
excelentes dons literários, historiográficos, além da habilidade em mostrar o
significado teológico do ocorrido e da preocupação pastoral para com os seus
leitores[2]. No
intuito de reforçar um pouco mais a credibilidade de suas pesquisas, ele cita
testemunhas que tiveram contato direto com Jesus e os primeiros anos de atos da
igreja, além de apresentar com precisão o contexto político e geográfico. Toda essa
precisão faz de Lucas um homem profundamente centrado, sábio, inteligente e
excelente historiador. Por este motivo muitos eruditos reconhecem que Lucas, em
muitos aspectos, se aproxima consideravelmente dos grandes escritores gregos da
sua época.
A
primeira vinda de Jesus (lição 01) (Sábado)
Embora rejeitado por muitos estudiosos
críticos, o nascimento de Jesus, com grande ênfase no livro de Lucas, é
apresentado como um ato milagroso, uma ação sobrenatural de Deus através de uma
mulher virgem. Os críticos afirmam que a ciência, por se basear no naturalismo
científico, elimina a possibilidade de milagres. Para os naturalistas, o
sobrenatural fere os limites da razão e do experimento, no entanto, esses não
demonstram esse senso comum diante de fenômenos parecidos.Como bem afirmou
Keith Ward, “as mesmas pessoas que não gostam de falar sobre milagres muitas
vezes não têm maiores problemas para falar sobre fenômenos paranormais[3].”
Portanto parece haver uma dissonância
intelectual, ou melhor, preconceito religioso nesse quesito. Outro argumento
utilizado é que a história do nascimento de Jesus se assemelha ao nascimento
dos grandes heróis concebidos por deuses ou por mulheres mortais que foram engravidadas
por seres sobrenaturais, como é comum encontrar na mitologia grega. Desta forma,
especula-se que essas mitologias tenham influenciado os cristãos judaizantes da
época a compor uma narrativa específica sobre a sobrenaturalidade do Deus dos
cristãos[4].
Embora essa classe de pensamento seja quase inexistente, é valido lembrar que
as narrativas gregas pagãs são claramente reconhecidas pela academia científica
como uma mera mitologia sem sentido filosófico ou histórico. Nenhum
pesquisador, acadêmico, erudito atual admite realidade ou verdade nessas
mitologias gregas, mas em se tratando das narrativas de Lucas, além de amplo
testemunho de pessoas que conviveram com Jesus, os Seus atos sobrenaturais
podem ser reforçados pelo profundo respaldo histórico, geográfico, arqueológico
e filosófico. A premissa é exatamente esta, se os fatos narrados que compõem o
enredo histórico são reais, como admite a grande maioria dos estudiosos, então
o sobrenatural apresentado, entrelaçado, também deve receber um considerável
peso de veracidade. Sob esta premissa,
podemos levar em conta, de maneira mais significativa, os dois atos
sobrenaturais mais importantes da história de Cristo, o Seu nascimento e o Seu
glorioso retorno.
“Uma
exposição em ordem” (DOMINGO) (Lucas 1:1-3; At 1:1-3)
O livro
de Lucas, segundo a descrição de Atos 1:1, foi o primeiro a ser escrito por
Lucas e enviado ao amigo Teófilo. Em Lucas 1:3 o escritor chama Teófilo de
“excelentíssimo”, destacando-o como um alto oficial a serviço de Roma, ou um
membro da ordem equestre. Este fato também confirma a impressão de que era uma
pessoa real, já discipulada ou no mínimo muito interessado em Jesus e sua
mensagem[5].
A
dedicação do livro a Teófilo também sugere que o evangelho estava começando a
espalhar-se pelas comunidades mais cultas no mundo greco-romano, uma vez que já
havia atingido boa parte da comunidade relativamente desfavorecida. Os livros
intitulados de Lucas e Atos dos Apóstolos poderiam ser divididos em volume um e
dois.
Lucas
não foi testemunha ocular das obras de Cristo, no entanto, não há dúvidas de
que ele tenha visto necessidade de dar um novo tratamento aos primórdios do
cristianismo mediante relatos de tudo o que se seguiu. Ele fez uma investigação
meticulosa dos fatos inserindo-os numa narrativa cronológica e clara[6].
Sua intenção ao escrever a Teófilo era fornecer um relato histórico de que o
que ele havia aprendido sobre Jesus e Sua mensagem era solidamente sustentável.
Cada discípulo, em sua redação, tinha um público alvo. No caso de Lucas, sendo
um gentio, tinha como alvo, através de seus escritos, alcançar especialmente os
gregos e gentios. O fato de intentar alcançar os gregos justifica sua
preocupação em fornecer uma pesquisa sólida e científica para aquela época.
“A
quem darás o nome de João” (SEGUNDA) (Lucas 1:5-22)
O
historiador inicia a narrativa do ministério de Jesus com um prólogo que
retrata o Seu nascimento de maneira extraordinária como o Filho de Deus.
Mateus, em sua narrativa, parece se concentrar na pessoa de José, enquanto
Lucas demonstra mais interesse em frisar um pouco mais a pessoa de Maria.
Interligado a essas narrativas está o nascimento de João Batista, cuja missão
era dar início a preparação do povo para receber o Messias. O fato de João
ganhar espaço na narrativa indica o valor e importância deste mensageiro para o
nascimento, propósito e missão do Messias. João Batista tinha um papel
importante no plano de Deus, e Lucas permitiu que este fato fosse conhecido a
seus leitores. Como Lucas colheu estas informações não sabemos, mas tudo indica
que ele deve ter ouvido pessoas que presenciaram o ministério profético de João
Batista.
O nome
João significa “Deus é gracioso”, e talvez tenha sido dado justamente para
simbolizar a bondade de Deus em conceder a Zacarias um filho, em concepção
milagrosa, por sua esposa ser ultrapassada em idade, e também por ser ele,
João, aquele que traria cumprimento às profecias referentes ao esperado
Messias. João seria especialmente dedicado ao serviço de Deus como Samuel (1Sm
1:11), e receberia unção especial do Espírito Santo para exercer o seu
ministério[7].
O
conflito acirrado do monte Carmelo nos dias de Elias (I Rs 17:1; 18:1-19,
36-40) fez do profeta João uma marca do reavivamento e reforma em Israel. Nos
dias de João essa mesma necessidade de reforma espiritual e de conversão plena
trouxe sobre ele a prerrogativa de ser esse mensageiro especial descrito como
vindo no espírito de Elias (Mt 3:1-10). Até os escribas compreenderam que
“Elias deveria vir primeiro”, antes da vinda do Messias (Mt 17:10; Mc 9:11,
12). João assemelhava-se a Elias não apenas na obra que ele deveria fazer e na
coragem com que deveria proclamar a verdade (I Rs 21:17-24; Mt 3:7-10), mas até
mesmo em seu modo de vida e em sua aparência externa (Mt 3:4; II Rs 1:8). Por
isso ambos sofreram perseguição (I Rs 18:10; 19:2; Mt 14:10). As semelhanças
foram tantas que o povo e os líderes reconheceram a semelhança entre eles (Jo
1:19-21).[8]
No
final dos tempos, Deus levantaria homens e mulheres no mesmo espírito com o
objetivo de preparar o povo para a segunda vinda de Cristo. Esses deverão proclamar a verdade com tamanha intrepidez que, a exemplo de
Elias e de João, também sofrerão perseguições pela mensagem apresentada.
Poderíamos dizer, por estar no final dos tempos, que esses dias já chegaram. A
obra de Elias e de João são necessárias num tempo em que a cegueira espiritual
e corrupção moral assolam as igrejas atuais. Há hoje uma necessidade de uma
obra de reforma sincera, não apenas fora da igreja, mas, especialmente, dentro
dela. Deus convida a todos que O amam e O servem para irem “no espírito e poder
de Elias” [9].
João
Batista, sob a perspectiva profética, era o Elias para o tempo que antecederia
o nascimento do Messias e, com certeza, deve ter sido uma surpresa para o
profeta Zacarias. Ninguém menos do que Gabriel seria o mensageiro dessa boa
nova. No entanto, por causa de sua idade avançada, Zacarias não recebeu a
mensagem com muita confiança. Naquele tempo, com exceção dos sacerdotes que
permaneciam na ativa até a morte, os Levitas aposentavam-se aos 50 anos de
idade (Nm 8:24). Zacarias, neste tempo, provavelmente, tinha em torno de 60 a
70 anos e deve ter sido por este motivo que acabou não compreendendo bem a
mensagem do anjo. O mais importante é que Deus não esqueceu do Seu povo, pois
mesmo depois de 400 anos, mesmo período em que Israel havia sido aprisionado no
Egito, Deus faz ressurgir a esperança de um libertador. João, a exemplo de
Moisés, faz renascer a esperança da vinda dAquele que seria o grande Libertador
de Seu povo das algemas do pecado e da ruína eterna.
“A
quem chamarás pelo meu nome” (TERÇA) (Lucas 1:31)
Seis
meses após o encontro com Zacarias, o anjo Gabriel agora vai ao encontro de
Maria. Quando ela recebeu a mensagem que daria à luz de maneira milagrosa, sua
reação foi bem mais amistosa do que a de Zacarias. Mesmo sendo virgem, ela
encarou com alegria e confiança a notícia[10]
O
mais notável na narrativa e digno de reflexão é “como o Rei do universo poderia
e condescenderia em ser feito carne (Jo 1:14), ser nascido de mulher (Gl 4:4),
em semelhança de homens (Fp 2:7), é um mistério insondável e incompreensível
que a Bíblia não revela. Com que temor e reverência o Céu deve ter observado o
Filho de Deus descer do trono do Universo[11],
partir das cortes da glória e condescender em tomar sobre Si a humanidade, ser
feito em todas as coisas [...] semelhante aos irmãos (Hb 2:17), humilhar-Se e
ser reconhecido em figura humana (Fp 2:7, 8; João 1)[12].
Para
uma cultura cética como a nossa, o nascimento de Jesus fere todo e qualquer
racionalismo científico. No entanto, para os pesquisadores e testemunhas do
Novo Testamento, por causa dos inúmeros milagres realizados por Jesus, o Seu
nascimento sobrenatural não era obstáculo para a fé deles. A descrição do Seu
nome explica imensuravelmente a Sua própria pessoa. Será “chamado filho de
Deus” (v. 35) e receberá o nome de Jesus (v. 31).
O
nome Jesus, Iesous no grego, consta
nos melhores manuscritos gregos mais antigos que temos do Novo Testamento. Esse
nome é uma transliteração de Yehoshua
do hebraico ou Yeshua para o latim em
consonância com o nome de Josué. A própria enciclopédia Judaica registra o nome
hebraico de Yehoshua transliterado
como Jesus.
A expressão Jesus Cristo (At 5:42) é a combinação do nome “Jesus” (Messias), do hebraico, com “Cristo” (ungido), do grego[13]. Portanto, Jesus era, em essência, propósito e em nome, o cumprimento exato da promessa de Deus em Se tornar Deus-homem com o objetivo de renovar a esperança de remissão eterna à raça caída. Sobre este nome todo joelho se dobraria (Fl 2:5-10), receberíamos as mais preciosas bênçãos e cuidados (Jo 14:13-14), os demônios seriam enfrentados (At 16:18), e todos que o invocassem poderiam ser salvos (At 2:21). Através deste nome é que nossa vida, sonhos, projetos, planejamentos e perspectivas deve ser pautada. Jesus precisa estar no centro de todas as nossas idealizações. Se assim for, o poder de Deus nos acompanhará por onde quer que andarmos e o Céu será uma realidade para as nossas vidas mesmo sem ainda termos chegado lá.
A expressão Jesus Cristo (At 5:42) é a combinação do nome “Jesus” (Messias), do hebraico, com “Cristo” (ungido), do grego[13]. Portanto, Jesus era, em essência, propósito e em nome, o cumprimento exato da promessa de Deus em Se tornar Deus-homem com o objetivo de renovar a esperança de remissão eterna à raça caída. Sobre este nome todo joelho se dobraria (Fl 2:5-10), receberíamos as mais preciosas bênçãos e cuidados (Jo 14:13-14), os demônios seriam enfrentados (At 16:18), e todos que o invocassem poderiam ser salvos (At 2:21). Através deste nome é que nossa vida, sonhos, projetos, planejamentos e perspectivas deve ser pautada. Jesus precisa estar no centro de todas as nossas idealizações. Se assim for, o poder de Deus nos acompanhará por onde quer que andarmos e o Céu será uma realidade para as nossas vidas mesmo sem ainda termos chegado lá.
A
manjedoura de Belém (QUARTA) (Lucas 2:7)
Belém
fica a 9 km ao sul de Jerusalém e a 110 km ao sul de Nazaré. Além de ser a
cidade natal do rei Davi, segundo os relatos, ali haviam morado Boaz e Rute [14].
A
cidade em si não era especial para Jesus, mas a manjedoura, de forma inusitada,
sim. Embora tenha sido recepcionado por um coro angelical, Seu nascimento ficou
marcado pela simplicidade classificada como estando abaixo de uma família
pobre. O Seu nascimento foi marcado também por grande tribulação, pois o
imperador Otaviano, mais conhecido como César Augusto, sobrinho de Júlio César,
audaciosamente se intitulou “Divi Filius”, que significa filho do
divino. Interessante notar que foi justamente em seu período de governo (27
a.C. a 14 d.C.) que Jesus, desprovido de trono, coroa, riqueza ou conforto
nascera para implantar de vez o verdadeiro reino do verdadeiro Filho Divino [15].
Contrastando
com a pompa de Seu suposto rival, humanamente falando, sob a perspectiva dos
olhos da sociedade de Seu tempo, Jesus jamais seria reconhecido como rei. Seu
comportamento, Suas palavras, maneira de vestir-Se e as pessoas com quem andava
não era típico de um rei terreno. Sua vida foi notadamente humilde, simples e
totalmente desprovida de qualquer tipo de conforto. “Em todos os atos de
benignidade praticados por Jesus, Ele procurou impressionar os homens quanto
aos atributos benévolos e paternais de Deus. Em todas as Suas lições, procurava
ensinar aos homens a verdade de que "Deus amou o mundo de tal maneira que
deu O Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas
tenha a vida eterna" [...]Jesus veio ao mundo para exemplificar o caráter
de Deus em Sua vida, e afastou as falsidades originadas por Satanás, revelando
a glória de Deus. Era unicamente vivendo entre os homens que Ele podia revelar
a misericórdia, compaixão e amor de Seu Pai celeste; pois apenas por atos de
beneficência podia Ele salientar a graça de Deus” [16]. “Naquela
ocasião veio como o Filho do Deus infinito, mas Sua glória foi encoberta pelas
vestes da humanidade. Veio daquela vez sem nenhuma distinção mundana de
realeza, sem nenhuma visível manifestação de glória; mas ao aparecer pela
segunda vez, virá com Sua própria glória e a glória do Pai, e acompanhado pelos
exércitos angelicais do Céu. Em lugar daquela coroa de espinhos que Lhe feriu a
fronte, usará uma coroa de glória. Não mais Se veste com os trajes da
humildade, com o velho manto real que Lhe impuseram os escarnecedores. Não:
Virá envergando vestes mais brancas que o mais alvo branco. Em Suas vestes e na
Sua coxa, está escrito este nome: "Rei dos reis e Senhor dos
senhores." Apoc. 19:16[17].
Os que
deram testemunho a respeito do Salvador (Quinta e Sexta) (Lucas 2:22-32)
Simeão
era homem justo e piedoso diante de Deus e diante dos homens. Ele pertencia ao
grupo dos que estudavam e pesquisavam nas Escrituras as profecias referentes à
vinda do Messias. Assim como Simeão, é nosso dever cavar o mais fundo possível
para encontrar as gemas mais preciosas das verdade de Deus. A expressão “meu
povo perece por falta de conhecimento” (Os 4:6) deve ser acompanhada de seu
contexto de que perecem porque “rejeitam o conhecimento”. Assim, como nos dias
de Jesus, o século XXI é repleto de revelações que visam o nosso
amadurecimento e preparação espiritual para enfrentar os últimos eventos. Os
que negligenciam o estudo apurado da Escritura serão como os perdidos daquele
tempo que foram identificados como aqueles que não O conheceram e não O
receberam (Jo 1:10-11).
Outro
fato curioso a ser notado, exatamente no cântico de Simeão, é o tríplice
ministério de Jesus; sendo a salvação através de Jesus; a salvação sendo preparada por
Deus; e a salvação sendo estabelecida para todos os povos; que, inclusive, se harmoniza com as três mensagens
angelicais de Apocalipse 14:6-12. Especialmente na primeira mensagem de
Apocalipse 14:6 e 7, onde a salvação é apresentada pela expressão “evangelho
eterno” (Ap 14:6ª), que, segundo Paulo, “é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê” (Rm 1:16), e é trazida do Céu, por Deus, mediante o
ministério de um anjo simbólico. Na mesma descrição de João, esse evangelho que
é vindo da parte de Deus é levado a “cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap
14:6b).
Outra realidade desta mensagem do cântico
testemunhal de Simeão, é que a verdade em Cristo é absoluta. Em contrapartida à
visão relativista, a mensagem que se harmoniza com as três mensagens angelicais
no tempo do fim, desafia consideravelmente o secularismo e suas bases
relativistas. Em detrimento do que propaga o mundo atual, a Palavra pronunciada
por Simeão e proclamada em Apocalipse apresenta um “Jesus exclusivista ao
afirmar Ser a “verdade”, o Único meio de acesso a Deus (Jo 14:6), e que a vida
eterna seria alcançada somente por quem se relacionasse com o Deus Verdadeiro e
Ele, Seu representante (Jo 17:3). Além disso, Jesus identificou a Bíblia como a
própria Verdade revelada (Jo 17:17). Por toda a Bíblia, profetas apóstolos e
mesmo Jesus lutaram para estabelecer limites bem definidos para a Verdade, em
oposição declarada às religiões pagãs, ao sincretismo religioso e a heresias
dentro da fé. Seria impossível, desta forma, conciliar Cristianismo e
Pós-modernismo, porque a fé cristã reivindica possuir uma verdade absoluta,
revelada por Deus e aplicável a qualquer ser humano em qualquer época.[18]
REFERÊNCIAS
[1] NICHOL,
Francis D.; DORNELES, Vanderlei. Comentário Bíblico Adventista: do
Sétimo Dia Mateus a João. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013. v. 5.
P. 727.
[3] ALEXANDER, Pat e David (Ed.). Manual
Bíblico SBB. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 606.
[8] NICHOL,
Francis D.; DORNELES, Vanderlei. Comentário Bíblico Adventista: do
Sétimo Dia Mateus a João. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013. v. 5.
P. 740.
[9] WHITE,
Ellen G.; BUTLER, Raphael de Azambuja. Testemunhos seletos: Vol.
3. Tradução de Isolina Avelino Waldvogel. 5. ed. Santo André - SP: Casa
Publicadora Brasileira, 1985. v. 3. P. 61; NICHOL,
Francis D.; DORNELES, Vanderlei. Comentário Bíblico
Adventista: do Sétimo Dia Mateus a João. Tatuí - SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2013. v. 5 P. 740
[10] ALEXANDER, Pat e David (Ed.). Manual
Bíblico SBB. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 598.
[11] WHITE,
Ellen G. O Desejado de todas as nações. Tradução de
Isolina A. Waldvogel. 22. ed. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007. P.
23.
[12] NICHOL,
Francis D.; DORNELES, Vanderlei. Comentário Bíblico Adventista: do
Sétimo Dia Mateus a João. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013. v. 5.
P. 747.
[13] ELWELL, W. A. (Ed.)
Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Vida,
2009. P. 367.
[14] ALEXANDER, Pat e David (Ed.). Manual
Bíblico SBB. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 599
[16] WHITE,
Ellen G. Filhos e filhas de Deus: meditações diárias.
Tradução de Isolina A. Waldvogel. 1. ed. Tatuí - SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2005. P. 139.
[17] WHITE,
Ellen G. Nos lugares celestiais: meditações matinais.
1. ed. Santo André - SP: Casa Publicadora Brasileira, 1968. P. 357.
[18] REIS, D. Explosão Y:
Adventismo, pós-modernismo e gerações emergentes. Ivatuba, PR: Instituto
Adventista Paraense, 2013. P. 105.
* Contribuição em
revisão ortográfica: Patrícia Vilela das Neves
Gilberto Theiss
é formado em Teologia pelo Seminário
Adventista Latino-Americano de Teologia, com Especialização em Filosofia pela
Universidade Cândido Mendes. Atualmente é pastor no estado do Ceará pela
Associação Costa Norte da Igreja Adventista do Sétimo Dia.