Mulher: de objeto a objeto

Rô Moreira

Ao longo da história da humanidade a mulher durante muito tempo foi vista como mais um dos pertences masculinos, sua propriedade. Até na Bíblia podemos ver isto, vide o décimo mandamento: “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença”; na antiga cultura grega helenista as mulheres eram depreciadas em favor da preferência dos grandes guerreiros pelos pares do mesmo sexo; somente no século VIII foi reconhecido pela igreja católica que as mesmas tinham alma; até que chegamos ao século XIX, origem do feminismo no Brasil. As primeiras manifestações desafiaram ao mesmo tempo a ordem conservadora que excluía a mulher do mundo público, onde não tinham o direito ao voto como cidadã, mas também abrangiam a sua emancipação na relação de dominação masculina sobre a feminina em todos os aspectos da vida da mulher. Uma causa justa que merece ser apreciada com toda maturidade e compreensão. Atualmente algumas bandeiras bem interessantes tem se levantado no Brasil, como o combate à violência doméstica, que atinge a níveis altíssimos, o combate à discriminação e ao assédio no trabalho e o direito de igual remuneração no exercício idêntico de trabalho em relação aos homens. Todas estas lutas são de suma importância para classe feminina, mas como nada é perfeito, nem todas as causas podem ser apoiadas e aplaudidas, nem mesmo pelo universo feminino.

O desejo igualitário neste mundo de muitas desigualdades mais que reconhecidas até o último século, traz a repulsa por parte das mulheres contra qualquer pessoa contrária a esses direitos. Situações vivas na mente de muitas mulheres, que veem hoje a oportunidade reaverem a identidade perdida em algum momento de suas histórias. Mas, infelizmente as coisas estão saindo dos trilhos, atualmente têm aparecido situações no mínimo constrangedoras. A mulher que um dia foi objeto do homem por causa de uma sociedade machista, hoje se faz de objeto, pegando o que pior tem no homem, com fins de se igualar ao outro lado da história.
A legalização do aborto (que atualmente só é permitido em condições excepcionais) é um grande equivoco nesta luta. A mulher alega o direito de decisão sobre o seu próprio corpo, mas ela esquece que é hospedeira natural da criança ali presente, além de estar se igualando ao outro lado da história, que tanto a obrigou abortar pondo em risco a sua vida. Neste momento de luta e conquista, a mulher deveria obrigar o governo a ter assistente social e advogado nas maternidades para acompanhar o pré-natal e exigir o direito da pensão alimentícia e a ligadura de trompas, mas não, preferem o aborto, sabe por quê? No fundo elas têm esperanças de quando passar a fase das aventuras, acharem um homem que irá querer um herdeiro, aí estão prontas para maternidade. Porém a consciência estará cheia de remorsos pelos filhos assassinados a sangue frio com o consentimento delas.
A adoção de estilos de vida independente são metas de alguns grupos feministas, esse estilo de vida é similar aos dos homens tão criticados por elas ao longo da história. Descem ao nível mais baixo, falando alto gíria e palavrões, se embebedando, usando drogas e fazendo sexo com o primeiro que aparece, deixando assim todo romantismo e emoção inerente a esse sexo. Podemos ver isso claramente nas marchas que tem se sucedido por Brasil a fora, as bandeiras levantadas não são lutas dignas pelos direitos das mulheres, mas sim, é a busca de um liberalismo desenfreado onde a imoralidade torna-se o produto mais valioso para essas mulheres.

Haja vista a quantidade de marchas sem sentido espalhadas pela nossa nação. Mulheres colocando seios de fora, fazendo passeatas com os corpos em forma de outdoors afrontando a igreja e o bom senso. Hoje a luta é por liberdade de sexo, marcha da pornografia, das vadias, do nudismo, e por aí vai, marchas, marchas e marchas... Qual o significado real para tanto barulho?? Na realidade este tipo de comportamento banaliza lutas históricas tais como (salários inferiores ao dos homens e ainda são minoria nos espaços de decisão, no âmbito legislativo, judiciário, executivo, nas hierarquias religiosa e militar e porque não dizer, nos espaços do mundo do trabalho)  lutas importantes para o universo feminino, não deveriam existir por respeito às grandes mulheres do passado que quebraram paradigmas em busca da liberdade feminina quem não se lembra de (Leila Diniz,  uma dessas personalidades que quebrou paradigmas ao posar de biquíni numa praia carioca grávida, um escândalo para a época, mas um avanço para classe feminina). Muito diferente dessa libertinagem que tanto insiste assolar a sociedade brasileira. Infelizmente a mulher perdeu o bom senso  em  busca de dignidade e respeito.