COMENTÁRIO DA
LIÇÃO 7 – O POVO ESPECIAL DE DEUS (MIQUEIAS)
SÁBADO
–
INTRODUÇÃO (Miqueias 6:8)
“Ele te
declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques
a justiça, e ames a misericórdia” (Miqueias 6:8).
Miqueias
é oriundo de Moresete-Gate (1:1, 14), a moderna cidade de Tell el –Judeida, nas
colinas sudoeste de Judá, próximo uns 35 kilômetros de Jerusalém. Seu nome
significa “quem é como Javé?”. Sua missão era advertir Judá de seus pecados,
especialmente os cometidos contra os indefesos e classes mais pobres. A
injustiça social e o suborno eram um dos graves erros cometidos pelo povo mais
favorecido. Miqueias viveu no período da invasão da Assíria contra Israel no
ano 722 a.C. ao norte e presenciou a mesma apostasia entrando para as
fronteiras de Judá que, futuramente, os faria cativos de Nabucodonosor. Deus
permitiu a desgraça sobre Samaria e sua extensão Israel por causa das
transgressões, e o mesmo fim seria a Jerusalém e toda a Judá por suas obras más
diante de Deus e do próximo. Deus, em Sua infinita paciência e misericórida
entra em cena, através de Miqueias, para profetizar a vinda dAquele que viria
para dar fim a opressão espiritual dos sinceros. O Messias seria o centro de
suas profecias de esperança.
DOMINGO – A AGONIA DO
PROFETA (Miqueias 1:1-9)
Quando
enfrentamos a adversidade por causa de nossa fidelidade nos angustiamos por ter
que colher consequências drásticas por fazer algo que é correto. No entanto, há
aqueles que também sofrem por ver as consequências da infidelidade dos que
estão a nossa volta. O senso de interesse pela felicidade e sucesso dos outros
nos levam a sofrer junto com os que sofrem devido a seus infortúnios causados
pela transgressão. Os profetas levantados por Deus possuíam este senso de amor
profundo pelos que viviam escravizados às consequências de uma vida espiritual
indisciplinada. Lembrando que, existe diferença entre sofrer por causa de nossa
infidelidade, e, sofrer por causa do sofrimento dos outros. O primeiro tem
haver com a dor de uma vida em pecado, e a outra tem haver com a dor de outrem causada
pelo pecado. Por mais estranho que seja, Deus deseja, pela atuação do Espírito
Santo, regenerar nosso coração, de tal maneira, a ponto de sermos capazes de entristecer
por causa da tristeza de outros, mesmo que sejam merecedores de tal sofrimento.
Os profetas se lamentavam e choraram porque não queriam ver o povo passar pela
angústia e sofrimento de uma vida de decisões inconsequentes. Os profetas
desejavam que eles se arrependessem e votassem atrás em suas decisões erradas
para que Deus tivesse a abertura e possibilidade de diluir as consequências que
lhes adviriam. Nossa missão, em nossos dias, é de alertar o mundo, advertindo
os povos do juízo e destruição que está por vir. Nosso trabalho incessante deve
ter em mente poupá-los desta catástrofe ofertando-lhe a redenção que trará como
consequência a felicidade eterna. Deus nos chama não para sermos membros da
igreja, mas para sermos pescadores de homens e mulheres perdidos.
SEGUNDA
– AQUELE
QUE TRAMA INIQUIDADE (Miquéias 2:1-11; 3)
Israel
havia recebido grande luz a respeito da verdade para o seu tempo. No entanto,
iludiram-se com a premissa de jamais serem amaldiçoados por serem os portadores
desta luz. Embora portadores da luz da verdade, o povo também se cegou com a
norma do dever ao tornar justas as suas transgressões. A guarda dos mandamentos
de Deus, em especial a idolatria era uma das notas tônicas de sua rebeldia,
porém, massageada com a ilusão de uma vida religiosa equilibrada e relevante.
Por incrível que pareça, em nossos dias parece que ouvimos os mesmos discursos
que, tendem fazer da experiência cristã uma prática mais fácil de ser experimentada. Alguns alegam que a
mensagem precisa ser mais relevante caso queiramos manter os membros que temos
e ao mesmo tempo trazer para a fé novos conversos. O grande problema neste tipo
de declaração é que, se a relevância não estiver embasada solidamente na
Escritura, correremos o risco de tentar mesclar a verdade bíblica com as nossas
próprias inclinações. Este foi o grande dilema para Israel, pois, mantiveram
sua identidade como povo de Deus, porém, amalgamadas com um estilo de vida
pagão de satisfação ao ego e às inclinações.
TERÇA – O NOVO REI DE BELÉM – (Miquéias 5:2).
Belém, cidade de
Davi, também chamada de Efrata (Gn 35:19), a menor cidade das tribos de Judá,
com a promessa da vinda do Messias, alcançaria a aclamação universal. Desta pequena
cidade nasceria Àquele que reinaria por todos os tempos com cetro onipotente.
Muitos foram os reis que neste mundo passaram e que dominaram grandes e ricas
cidades como, Roma, Constantinopla, Babilônia, Atenas, Susã, Assur, Tinis,
Mênfis, e outras mais, no entanto, nenhum destes reis se igualou ao grande rei
que surgiria (surgiu) da humilde e pequena Belém. Nenhum rei foi amável,
solidário, compassivo, humilde, manso, altruísta e ao mesmo tempo poderosíssimo
como o Messias. Nenhum rei governou plenamente para o povo como Jesus. Nenhum
rei foi capaz de dar sua própria vida em favor de seu povo como o Cristo prometido.
Nenhum rei desceu a sepultura levando as misérias da humanidade para ressurgir
três dias depois com a garantia da glória eterna para eles. Jesus Cristo, o
Deus encarnado, em fato e verdade, foi o único rei digno de ser chamado verdadeiramente
de REI. Suas dores existiram para nos oferecer alegria. Aliás, sua maior dor
não era a física, mas a angústia de alma por um mundo perdido. Seus pés acolheram
os cruéis espinhos a fim de tornar mais fácil o trilho de nossa jornada. A mão
traspassada no passado estende-se agora para abençoar Seus filhos que estão no
mundo, porém, que não pertencem ao mundo. Por tudo isto e infinitamente mais, é
que Ele é digno de ser Rei.
QUARTA – O QUE É BOM (Miquéias 6:1-8)
Quando
observamos os escritos dos profetas, somos tentados a imaginar que Deus tivesse
agrado em receber do povo ofertas materiais como sacrifícios de animais,
dízimos, azeite, e outros, no entanto, às vezes deixamos de observar o que de
fato está por detrás destas ofertas. Deus não tem interesse nas obras externas
manifestadas em dádivas, presentes e sacrifícios, mas, no que se encontra no
interior humano. Por trás de uma oferta ou sacrifício pode estar a mais
profunda convicção e profundo amor para com o Criador, ou, então, para com a
própria satisfação mundana. Estas coisas servem para provocar em nós um senso de
pertencimento e certeza de entrega. Infelizmente, este exercício se tornara
necessário, uma vez que estavam acostumados a associar sua própria vida as
coisas. Por exemplo, cada dia de trabalho representa uma fatia do salário que,
acumulado em 30 dias se transforma em seu salário mensal. Portanto, quando
devolvemos a Deus 10% de nossa renda seria como se estivéssemos devolvendo uma
parte de nossa própria vida, porque neste caso específico, estamos dando a Deus
3 dias de nosso suor, de nossas lutas, de nosso sacrifício e de nosso desgaste
que foi necessário para ganhar. Em outras palavras, o desprendimento de algo ao
ser oferecido a Deus, deve ser o maior significado de entrega da vida. O
Onipotente apenas está fazendo uso daquilo que é difícil ser arrancado para
exercitar em nós o senso de entrega do que está no íntimo do coração. A
justiça, a misericórdia e a comunhão com Deus não deve ser substituída por
absolutamente nada que exista neste mundo. Por trás das regras se encontra os
maiores valores e princípios para a vida. O que é importante não é a regra em
si, mas o princípio que está por trás – um coração regenerado a semelhança do
coração de Deus.
QUINTA
E SEXTA – NAS
PROFUNDEZAS DO MAR (Miquéias 7:18-20)
É
comum ouvir pessoas dizerem que o Deus do Antigo Testamento é diferente do Novo
Testamento. Na verdade o Deus do antigo e do novo é o mesmo. O mesmo Deus
repleto de amor e compaixão e ao mesmo tempo repleto de juízo. Sempre que uma
mensagem de juízo é apresentada por um profeta, munido a esta mensagem vem os
apelos de conversão e arrependimento. O grande problema é que, embora Deus
deseje salvar a todos, nem todos estão dispostos a serem salvos. Ele não
obriga-nos a desejar o que deveria ser desejável. A escravidão ao pecado é
capaz de cegar de tal maneira a ponto de levar-nos a acreditar que vale a pena
aproveitar o pecado mesmo que tenhamos que perder as coisas mais preciosas da
vida. Neste terrível engano é que alguns acabam escolhendo permanecer na
rebelião, na transgressão e na sedução dos prazeres. Deus é o Deus da
misericórdia e da compaixão, e estas dádivas são oferecidas mais abundantemente
que os Seus juízos. Ele promete, se nos arrependermos e convertermos de nossos
maus caminhos, lançar nossos pecados nas profundezas do mar. Interessante notar
que, o ponto mais fundo do mar são as fossas próximas as ilhas Marianas no
oceano pacífico que fica a 2500 km a leste das Filipinas. A profundidade deste
local chega a cerca de 11037 metros abaixo da superfície. O curioso é que
ninguém jamais conseguiu chegar no limite das profundezas do mar. Isto pode nos
render uma ótima analogia, a de que: 1º Deus lança nossos pecados em lugares
tão profundos que ninguém jamais seria capaz de trazê-los de volta; 2º Isto
indica que, quando Deus perdoa, Ele perdoa pra valer.
Gilberto G.
Theiss é formado em teologia pelo (SALT/IAENE), Especialização
em filosofia pela (UCM), Extensão em arqueologia pela (UEPB), e, leitura e
interpretação pela (UNISEB). No momento coordena o centro de capacitação
teológica Alto Clamor, e exerce a função integral de pastor distrital na cidade
de Itapajé-Ce.