Para o pastor Marcos Gladstone, da
inclusiva Igreja Cristã Contemporânea, o trecho da bíblia que iria contra a
homossexualidade sofreu tradução maliciosa, que mudou o seu sentido
"Por causa disso Deus os entregou à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão." (Rm 1:26,27). Entre os pecados aos quais Deus entregou o ser humano estão a idolatria (25 cf. v. 23) e os pecados de ordem sexual, especialmente o pecado da homossexualidade. Paulo concorda aqui com a tradição judaica - e com o Antigo Testamento, em lançar mãos das práticas homossexuais como exemplo particular da rejeição de Deus pelos gentios[4].
Evangélico e homossexual, Marcos
Gladstone cansou de esperar pela acolhida da igreja que frequentava e
decidiu fundar a própria instituição religiosa. Em 2006, junto com o atual
companheiro, o pastor Fabio Inácio , criou a Igreja Cristã
Contemporânea, que hoje conta com nove sedes (no Rio de Janeiro, Belo Horizonte
e São Paulo) e mais de 1.800 membros, sendo 90% deles gays.
Segundo Gladstone, que também é pastor,
os cultos recebem abertamente os casais do mesmo sexo, além de realizar
matrimônios – inclusive o dele, celebrado em 2009 – e batizados. “Defendemos
uma teologia inclusiva, de acolhimento ao homoafetivo. Tomamos como exemplo
Jesus, que sempre cuidou das minorias, acolhendo os que a sociedade excluía”,
diz.
Na visão do pastor Gladstone, a bíblia
não condena a homossexualidade, mas, sim, os rituais pagãos. Ele defende que
algumas traduções do livro sagrado dos cristãos foram feitas de forma
“maliciosa” e cita como exemplo o texto de 1 Coríntios, capítulo 6, versículo
9. “Versões preconceituosas traduziram o trecho como ‘Efeminados e sodomitas
não herdarão o Reino dos Céus’, porém, o escrito original do grego diz
‘Depravados e pessoas de costumes infames não herdarão o Reino dos Céus’”,
comenta...
Para ler esta matéria na íntegra - portal IG
Nota Gilberto Theiss: Tenho evitado entrar no mérito desta discussão
por acreditar que, qualquer cidadão deve ter o direito de ser o que bem
quiserem desde que isto não interfira nos direitos do próximo. Mas, como alguns
tem feito interpretações bíblicas que ao meu ver são equivocadas, então, faço
uso do meu direito para defender o que acredito ser mais coerente com a
revelação. Sem muita enrolação, segundo Gladstone, que afirma ser pastor, diz
que a Bíblia não condena a homossexualidade e que os textos bíblicos que
estabelece uma oposição ao homossexualismo, na verdade, foram traduzidos de
maneira equivocada. Na matéria acima, ele cita como exemplo 1º Coríntios 6:9-10
como, em realidade se referindo a ‘depravados e pessoas de costumes infames’,
ao invés de ‘efeminados e sodomitas’.
As palavras gregas ‘malakoi’ e ‘apsenokoitai’
não parecem fáceis de serem traduzidas, pois, o contexto, segundo alguns, não
viabiliza uma tradução 100% segura. No entanto, mesmo com todas as dificuldades
existentes pela falta de clareza, precisamos ter em mente que, os dicionários
do grego koinê possibilitam a tradução para efeminados (homossexuais passivos)
e sodomitas (homossexuais ativos). Embora, como já destacado, não seja fácil
traduzir tais palavras, também não é coerente a incisiva afirmação de que Paulo
não estava se referindo a efeminados e homossexuais. A possibilidade de
tradução para este sentido não é indevida e incoerente como pretende alguns.
Os teólogos da teologia inclusiva
defendem, naturalmente, uma tradução que possibilite o despreconceito do
homossexualismo na Bíblia, e, consequentemente na mente de Deus. Mas, é
importante olhar para textos bíblicos, como este citado, com a visão do apóstolo Paulo
e dos demais contextos, e não com a visão da inclusão. Daqui a pouco até os envolvidos na prostituição criarão uma teologia de inclusão, uma vez que existe projeto de lei que visa descriminar e legalizar a prostituição como algo natural e normal. Agora, onde isto vai parar? Na verdade não vai. Claro que, não penso que a Bíblia ou
Deus tenha preconceitos quanto à homossexualidade, mas, que há claros indícios
de reprovação divina, disto não há dúvidas. No Éden Deus não ofereceu a Adão o
Evo, e nem deu escolhas pra Eva ter como parceiro uma outra mulher.
Na genealogia de Adão e Eva, vemos
outra subjetividade que fortalece a objetividade. Não há, nas genealogias de
Adão e Eva, e, outra mais, nenhum caso de união afetiva entre homens com homens
e mulheres com mulheres. Se a homossexualidade fosse algo tão natural e
aprovado por Deus, porque em todas as genealogias isto não é encontrado? Existe
ainda a afirmação de que a Bíblia omite informações que favorecem os gays por
causa dos tradutores e escrivães bíblicos preconceituosos. Pretender afirmar
que os homens preconceituosos controlaram as narrativas bíblicas para criar uma
apologia contra os homossexuais é no mínimo perigosa, e, cheia de descrédito na
proteção mínima de Deus à Sua Própria Palavra. Isto colocaria em risco toda a
inspiração e, naturalmente, não seríamos exercitados a confiar na Bíblia. Nem
mesmo os homossexuais religiosos poderiam se amparar em um livro que não se
pode confiar plenamente. Enfim, toda e qualquer religião sustentada pela Bíblia
Cristã seriam radicalmente demolidas.
E quanto a palavra ‘malakoi’ e ‘arsenokoitai’
de 1º Coríntios 6:9,10?
Vários dicionários do grego Koinês dos
mais conceituados traduzem ‘malakoi’ como afeminados e suas nuanças
seguem a mesma inclinação, Observe: ‘Malakoi’, de ‘malakós’, um
adjetivo masculino, significando “mole, macio, suave (Mt 11:8; Lc 7:25)”, e,
naturalmente efeminado como descrito em 1º Coríntios 6:9[1].
A palavra efeminado não foi inventada e
não é simplesmente uma junção das palavras mole, macio e suave, mas, os
dicionários trazem-na como fazendo parte do conjunto de sinônimos. Portanto, a
inferência pode ser subjetiva, mas, temos que reconhecer que a subjetividade
cria um claro link até a objetividade descrita na maioria das traduções para o
português – como sendo efeminado mesmo. De todas as palavras sugeridas pelo
dicionário, efeminado é mais lógica, pois, não é razoável que Paulo esteja
falando sobre juízo para a classe de pessoas moles, macias e suaves.
A palavra ‘arsenokoitai’, também
é alvo das discussões da teologia inclusiva, pois, comumente é traduzida por
‘homossexualismo’ ou ‘sodomismo’. Argumentam que tais traduções são evocadas
pela ótica da discriminação e preconceito. Embora a palavra seja uma junção de
‘arsen’ (macho) e ‘koite’ (cama, vida íntima do casal, relação
conjugal, impureza sexual, casamento), percebe-se que Paulo a usa, inclusive em
1º Tm 1:10, apenas em contextos de impureza sexual. O reconhecidíssimo
dicionário internacional de teologia argumenta que “Paulo empregou o
substantivo arsenokoites, ‘homossexual masculino’, ‘pederata’,
‘sodomita’ (casamento, art. Koite), como alguém que está excluído
do reino (1º Co 6:9) e condenado pela Lei (1º Tm 1:10; cf. Gn cap. 19; Lv
18:22, 29; 20:13; Dt 23:17; castigo)”[2].
Os demais dicionários e léxicos
analíticos, com unanimidade seguem o mesmo raciocínio descrevendo a palavra ‘arsenokoitai’
como se referindo à homossexualismo.
É importante compreender que, a
teologia de Paulo era ortodoxa no sentido de chamar pecadores ao arrependimento
e conversão, e, no tocante à homossexualidade, seu discurso era fundamentado na
teologia do Antigo Testamento que, por sua vez, reprovava com veemência as
práticas homossexuais. Os teólogos da teologia inclusiva argumentam que o
Antigo Testamento, em especial, Levítico capítulo 20, não reprova o
homossexualismo, mas as práticas e rituais pagãos. No entanto, se atentarmos
para o contexto de Levítico 20, perceberemos que a reprovação era generalizada
tanto no paganismo quanto dentro da esfera Israelita, pois, a proibição era
explícita.
Era proibido homens tomarem (ter
relação íntima) as mulheres de outros homens, homens tomarem as mulheres de
seus pais, homens tomarem suas noras, suas irmãs, suas tias, os animais, e
inclusive, homens tomarem outros homens, assim como mulheres tomarem outras
mulheres. Todos estes comportamentos eram considerados abomináveis perante o
Senhor. No verso 23 Deus mesmo diz: “E não andeis nos costumes das nações que
eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas
coisas, portanto, fui enfadado deles”. O que o verso alega é que, tais
costumes eram proibidos entre o povo de Deus.
Quanto a narrativa da destruição de
Sodoma descrito em Gênesis 19, os teólogos da teologia inclusiva afirmam que,
na verdade, o que recebeu reprovação divina foi o comportamento agressivo e a
tentativa violenta dos povos de Sodoma em tomar os dois homens que entraram na
casa de Ló. De fato, o abuso, a violência sexual e a tentativa de forçar a
relação com os dois homens (anjos em forma humana) que entraram na casa de Ló
fizeram parte do pacote, mas, observe que, no capítulo 18:20 e 21, afirma que
os pecados tem-se agravado naquela cidade e que este foi o motivo de Deus
visitar Sodoma com Seu juízo. Mas, a pergunta que surge é, seria apenas a
violência e abuso sexual o pecado agravante de Sodoma? Se analisarmos Judas 1:7
“como Sodoma [...] entregues a prostituição”, perceberemos que o pecado estava
além das portas da violência e abuso, pois, a palavra “prostituição”, (ekporneusasai de ekporneu),
praticar imoralidade, também significa fornicação[3].
Portanto, a palavra em si não está
ligada a atos de violência em si, mas, a prática comum do que a Bíblia chama de
imoralidade sexual em suas diversas formas. Um ocorrido narrado em Gênesis 19:4
perfaz e reforça esta ideia. Observe que veio homens de todos os lados, tanto
jovens quanto velhos com o mesmo objetivo, o de ter relações com os homens que
ali entraram. Observe que eles não queriam ter relações com as moças, mas, com
os homens, em outras palavras, relacionamento homossexual. Uma vez que veio uma
multidão de homens de todos os lados da cidade, isto pode indicar que havia
consenso e unidade no propósito. Portanto, se havia propósito e unidade entre
eles, significa que a prática sexual entre eles era algo comum, o que reforça a
tese de pecado agravante estando além da mera violência e abuso.
Além do mais, há unanimidade entre os
maiores teólogos linguísticos de que a prática homossexual em Sodoma era uma
das razões da reprovação divina e consequentemente destruição da mesma.
Entretanto, se o que analisamos ainda não for suficiente, temos um texto nas
mangas que torna explícita as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo como
não sendo uma prática autorizada por Deus. Observe:
"Por causa disso Deus os entregou à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão." (Rm 1:26,27). Entre os pecados aos quais Deus entregou o ser humano estão a idolatria (25 cf. v. 23) e os pecados de ordem sexual, especialmente o pecado da homossexualidade. Paulo concorda aqui com a tradição judaica - e com o Antigo Testamento, em lançar mãos das práticas homossexuais como exemplo particular da rejeição de Deus pelos gentios[4].
O mais curioso é que, desde que surgiu
a teologia da inclusão, passou a imperar uma forte apologia no sentido de fazer
da Bíblia um livro repleto de incentivos ao homossexualismo. Tem sido comum a
tentativa de massificar a ideia de que alguns patriarcas e personagens tenham
no mínimo praticado a homoafetividade. O amor de Jônata por Davi (1Sm
18:1), o apego de Rute a Noemi (Rt 1:16-17; 2:10-11), a graça e
misericórdia de Daniel para com Aspenas (Dn 1:9), e, a aproximação de João com
Jesus, tem sido manipulados e distorcidos de modo a defender com veemência a
homoafetividade. O famoso Elton John, em um discurso, foi contundente em
afirmar que Jesus era essencialmente gay[5], e Luiz Mott
Doutor em antropologia (não em teologia), foi ainda mais longe fazendo sérias
distorções dos textos bíblicos pra advogar as ideias do mesmo grupo fazendo da
pessoa de Jesus apenas um mito, e, nas melhores das hipóteses, se realmente ele
tivesse existido, seria o supremo gay da revelação[6].
Enfim, quando assisti o filme
“Alexandre o grande”, uma cena me incomodou, a de Alexandre ter comportamentos
homossexuais. Por conta desta cena, quando estive fazendo a faculdade de
história em um centro universitário secular, perguntei para uma professora doutora
em história da Grécia sobre tal possibilidade. A sua resposta foi
surpreendente, pois, disse que, não há evidências claras a este respeito e que tal
possibilidade surgiu apenas por especulação. Especulação? O que percebo em todo
enredo contemporâneo é que, podemos ver claramente uma proposital
massificação das ideias e conceitos homossexuais. Estão tentando transformar a
Bíblia e até a história comum em roteiros de incentivos à suas ideias.
Entendo que, lutar pelos direitos é o
dever de todo o grupo minoritário, mas, fazer uma forte apologia baseado em
distorções e suposições pra advogar suas ideias, entendo isto como fanatismo.
Acredito que os homossexuais precisam ter direitos que os faça viver em paz com
suas escolhas, assim como acredito que preciso de leis que me permitam fazer as
minhas escolhas cristãs em paz. No entanto, tentar entrar em minha cultura
cristã para transformá-la em uma cultura homossexual, parece, eu disse parece,
estabelecer uma nova ditadura. A democracia nos ensina que todos tem o direito
de dizer o que quiserem desde que estejam dispostos a ouvir o que não querem.
A partir do momento que sou proibido a pensar, significa que um direito está
sobrepujando outro.
[1] Dicionários
e léxicos consultados:
AZEVEDO, Joaquim. Léxico Analítico do
Grego do Novo Testamento. Cachoeira, Ba: CePLiB, 2010; Dicionário Grego de James Strong Anotado pela
AMG. Bíblia de Estudos Palavras-chave Hebraico e Grego. Rio de Janeiro:
CPAD, 2011; The Greek New Testament. Sociedade Bíblica do Brasil, 2008; GINGRICH, F. W.; DANKER W. F. Léxico do Novo
Testamento Grego Português. São Paulo: Vida Nova, 2007; Dicionário
Internacional de Teologia. Vida Nova, 2000
[2] Dicionário
Internacional de Teologia. Vida Nova, 2000, p. 972-973.
[3] AZEVEDO,
Joaquim. Léxico analítico do grego do Novo Testamento, p. 124.
[4] CARSON, D.A. Comentário Bíblico
Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 1689.
[5] Ver
http://br.noticias.yahoo.com/s/19022010/48/entretenimento-elton-john-jesus-gay.html
[6] Ver Matéria
de capa da revista Defesa da Fé de maio/2000. A revista Defesa da Fé é uma
publicação mensal do Instituto Cristão de Pesquisas, ICP