Na página 123,
apresenta que, “A ciência nos diz que o ser humano é produto de forças
evolucionistas e que a moral não passa de uma ideia de desenvolvimento.
Consequentemente, não há base objetiva absoluta para a moral; os seres humanos
criam seus próprios padrões. Uma vez que a única realidade objetiva que existe
é o mundo natural, e este se encontra em constante fluxo evolucionário, nossas
ideias acerca de certo e errado também estão constantemente em mutação. O
resultado é um relativismo ético radical”. Portanto, na dialética do autor, “se
o darwinismo está certo, não há leis divinas nem ordem moral transcendente, e
não há base normativa e final para o direito [...]”, e que a “lei é reduzida a
uma técnica de gerência – usada a serviço da engenharia social – a visão
atualmente predominante na área legal”. Isto traria grandes complicações para uma
sociedade cada vez mais mergulhada no caos, injustiça, violência, e todo tipo
de mazela sexual.
Colson argumenta ainda que, apesar de grandes avanços
científicos, a ciência veio para desvendar os mistérios naturais e não
espirituais. A ciência tem o poder de apresentar como as coisas funcionam e não
o seu propósito. Umas das ideias mais exploradas e discursadas pelo autor é
que, uma vez que a ciência se limita especificamente ao campo da discussão experimental,
isto indica que, o “ centro da controvérsia não é a ciência: trata-se de uma
luta titânica entre cosmovisões ou visões de mundo conflitantes – entre naturalismo
filosófico e teísmo. O universo é governado por forças materiais cegas ou por
um ser pessoal amoroso?” (p. 120).
Embora
o livro contenha excelentes pensamentos que podem nos ajudar a fortalecer
nossas convicções cristãs, Colson conta uma história muito interessante que
pode ser uma realidade em muitos dos lares cristãos de hoje. A história de Dave
e Katy, pai e filha que em algum momento se chocam por suas convicções
adversas. Dave, um cristão temente cheio de fé em suas convicções religiosas,
enquanto que, Katy, uma adolescente que entrou em crise religiosa após atentar
para os argumentos filosóficos do naturalismo em sua escola. Dave, preocupado
com a indiferença da filha, suspeita que, talvez, ela esteja usando drogas,
quando na verdade sua crença em Deus era o motivo central de sua frieza e
ceticismo. No entanto, Dave, em uma prévia de discussão com sua filha, percebe que
seus argumentos religiosos não eram pálios para os argumentos dela, absorvidos no
meio acadêmico. O pai percebe então que,
não lhe resta nenhuma opção a não ser pesquisar, a fundo, sobre os argumentos
do naturalismo filosófico que haviam levado sua filha ao ceticismo.
Compreendendo o mundo em que Katy estava mergulhada, Dave pode também
compreender as intensas fragilidades do pensamento científico filosófico e como
poderia fazer uso destas para reconquistar sua filha para a ciência verdadeira –
àquela que apresenta claramente a complexidade da vida como clara evidência de
um design plenamente inteligente. Portanto, em seus passeios pela busca de
inteireza nestes assuntos, compreendeu que, “o avanço da ciência não está fazendo
emergir novos desafios à fé cristã, como tem sido dito tão frequentemente. Ao
invés disso, está descobrindo evidências ainda mais poderosas de que aquilo em
que os cristãos acreditam é verdade em todos os níveis, incluindo o mundo
natural”. Como bem expressou Francis bacon, “um pouco de ciência afasta o homem
de Deus. Muita ciência o traz de volta”, e era exatamente isto que faltava a
Katy. A história é emocionante e as respostas concedidas por Colson e Percey
são pontuais e claras.
E
agora como viveremos? De Charles Colson e Nancy Percey é riquíssimo de bons
argumentos de como compreender as fragilidades das retóricas evolucionistas e
relativistas. O livro é composto de 640 páginas com informações valiosas capazes
de devolver, aos que se encontram em crise, a fé em Deus e a certeza da criação
como verdade suprema de nosso princípio e existência neste mundo. Tenho certeza
que, para os que buscam enriquecer-se com este tipo de assunto, encontrarão
neste livro um grande e profundo foço de bons argumentos a favor da verdade
absoluta de um Deus amorável e inteligente, e da fragilidade dos argumentos
naturalistas.
Gilberto
G. Theiss