Comentário aplicado da Lição da Escola Sabatina – Lição 05

Comentário aplicado da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 3º Trimestre 2012
(28 de julho a 4 de agosto)

Comentário: Gilberto G. Theiss[1]

SÁBADO, 28 DE JULHO
O exemplo apostólico

            “Visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração” (1Ts 2:1-12).

Pensamento Chave: Não se trata apenas de uma mudança de religião, pois o evangelho só pode ser pregado de duas maneiras: 1º Com a própria vida; 2º e somente depois com as palavras.


            Na vida, todos nós influenciamos ou somos influenciados. Como uma banda de internet que envia e recebe dados a todo o momento, desta mesma forma, todos nós recebemos algo do meio em que vivemos e ao mesmo tempo, os outros recebem algo de nós. O exemplo é uma das marcas do cristianismo, pois, quando professamos a fé em Jesus Cristo, passamos a ofertar gratuitamente àquilo que nos tornou em nova criatura. A palavra de Deus, objetiva ou subjetivamente, em diversos contextos, é categórica em afirmar que, sem o exemplo cristão de uma vida renovada jamais seremos capazes de falar do poder do evangelho, justamente por ele não ser demonstrado na prática. Deus nos confiou o evangelho, mas, não se trata apenas de uma mudança de religião, pois o evangelho só pode ser pregado de duas maneiras: 1º Com a própria vida; 2º e somente depois com as palavras.?
DOMINGO, 29 de JULHO
Ousadia no sofrimento
(1 Ts 2:1,2, à luz de Atos 16)

            Quantos dos pregadores modernos já não passaram por experiências dolorosas com a pregação do evangelho? A ira de Satanás se acende violentamente contra aqueles que se tornam ousados em apresentar as verdades que claramente o desmascara e liberta as pessoas de suas garras. No entanto, devido a intensas perseguições e problemas, alguns recuam de seu dever. Claro que, como Jonas, alguns, após o recuo, acabam soando a trombeta novamente. Este fato pode ser comum quando se trata de amadurecimento na forma como pregamos. As experiências dolorosas às vezes nos fazem recuar apenas para tomar fôlego e nos fazer repensar na forma como apresentar as mesmas verdades, no entanto, de maneira mais sutil e estratégica. Paulo e Silas sofreram muito em Filipos e por conta deste desgaste físico e psicológico, poderiam recuar e justificar com tal história. No entanto, mesmo tendo passado por dores terríveis naquela cidade, o amor deles por Cristo e pelo evangelho era maior que o sofrimento. Que exemplo fantástico. Quantos são os que abandonam os cargos da igreja por conta dos desgastes advindos de sua liderança? Quantos abandonam até mesmo a fé por causa de problemas que lhes surgem na vida cristã? Paulo era ser humano como qualquer um, no entanto, seu amor pelo Céu, por Cristo e pelo evangelho o ajudava a superar as dores e perseguições de seu trabalho. À exemplo deste grande homem, nós, em pleno século XXI precisamos aprender a amar as coisas que Deus ama, e a odiar as coisas que Deus odeia. Amar a missão de Cristo mais do que qualquer coisa, a ponto de sermos capazes de, em meio à pregação, suportar as agruras que a vida e as pessoas nos impõem por causa de nossa mensagem. Leia as histórias dos martírios dos apóstolos, por causa de sua fé e mensagem. No entanto, estes testemunhos de perseverança não estão confinados as páginas das Escrituras, leia a história do martírio de Policarpo, que morreu por sua fé. Leia também as histórias dos reformadores que Deus levantou em meio às inquisições. Estes grandes homens, à exemplo de Paulo e Silas, foram ousados, mesmo em meio ao sofrimento. Precisamos orar, com fervor, pedindo a Deus que nos conceda  o dom do heroísmo como foi concedido aos cristãos do passado.
           
SEGUNDA, 30 DE JULHO
O caráter dos apóstolos
 (1Ts 2:3)

             Em nossos dias a ciência e a religião são fortemente contestados. A religião, pelo seu macabro histórico de derramamento de sangue durante a idade média e moderna, fez com que o ateísmo se levantasse com força. Mesmo dentre muitos que acreditam em Deus, há muito preconceito quanto à religião justamente por causa das atrocidades realizadas em nome de Deus durante aquele período. Infelizmente, todo este testemunho fez com que houvesse muito descrédito na pregação e nas mensagens bíblicas que são transmitidas. Por causa do fracasso da religião, a esperança para os problemas da vida foram depositados na ciência. No entanto, a credibilidade na ciência não durou muito até que ela demonstrou ser incapaz de resolver os grandes problemas da humanidade. Em nossos dias, são muitos os que pretendem ser religiosos, mas, não possuem as credenciais do poder do evangelho. No tempo da igreja primitiva, Paulo sabia que uma de suas maiores armas a favor da pregação do evangelho era o testemunho pessoal. Ele foi enfático em chamar a atenção dos ouvintes com a afirmação de que a exortação deles não procedia de engano, nem de impureza, nem de baseava em dolo. Parece que os problemas que eles tiveram são semelhantes aos dos nossos dias. Há muitos que pretendem possuir a verdade, mas, de alguma forma, não vivem a verdade. Por causa da incapacidade das pessoas de viverem o que pregam e de fornecer soluções claras para os seus grandes anseios, a sociedade, por este motivo, deixa de acreditar na ciência e menos ainda na religião. Mais do que nunca, se torna importante pregar o evangelho, mas, acima de tudo pregar com a própria vida. É através da vida que fundamentamos nossa pregação. É através da vida que provamos para as pessoas que a mensagem que acreditamos funciona de verdade. É através da vida que as pessoas observam os fatos de nossa mensagem de maneira racional e vívida. É impossível convencer as pessoas da verdade quando não vivemos esta verdade. O caráter puro e íntegro, embora muito combatido em nossos dias, até mesmo pelas religiões, são uma das ferramentas necessárias para evidenciar que nossa fé é de fato verdadeira.
           

TERÇA, 31 DE JULHO
Agradar a Deus
(1 Ts 2:4-6)

            Agradar aos homens em detrimento de agradar a Deus é um dos empecilhos que travam incisivamente o progresso da obra de Deus. Infelizmente, vivemos na era das estrelas, dos líderes bacanas e da veneração ao próprio eu.
           
1º Era das estrelas – Há aqueles que apreciam serem estrelas no sentido de serem admirados, aplaudidos e bajulados. Parece que, o fato de Paulo levantar esta questão, pode nos indicar que este problema, assim como outros, eram comum em seus dias. O fato é que, se este fato não fosse um problema para os seus dias, que sentido teria Paulo levantar esta questão? Na atualidade, este problema é mais do que sério, pois, seja na música, nos cargos, nas funções ou no próprio ministério, sempre há àqueles que trabalham, não para a honra e glória de Deus, mas para sua própria glória.

2º Líderes bacanas – Kevin Deyoung e Ted Kluck descrevem bem esta realidade em seu livro “Não quero um pastor bacana”. Na contra capa, a seguinte descrição vai ao ponto: “Um púlpito, um microfone e um pastor. Combinação que pode resultar numa grande pregação ou num grande espetáculo. Colocado em altos pedestais, acima de suas ovelhas e, em alguns casos, adorado como o próprio Deus”. A declaração pode ser muito forte, mas não está longe da realidade. Muitos líderes, para serem bacanas, são capazes de sacrificar valores, princípios, doutrinas ou a Bíblia como um todo para alcançar seus objetivos egoístas. Estamos na era dos líderes que se tornam bacanas para alcançar objetivos egoístas.

3º Próprio eu – Muitos são motivados e incentivados unicamente quando possuem o ego massageado. Tem pessoas que são movidos a elogios e palmas. Seu ego deve ser valorizado e bajulado para que consiga encontrar forças, energias e criatividades para continuarem exercendo o trabalho de Deus. Uma prova disto é que, geralmente estas pessoas não suportam críticas ou observações.

Bom, a igreja tem grandemente padecido com tais posturas. Por este motivo entre tantos é que, precisamos buscar um genuíno reavivamento e reforma em nossas vidas, especialmente os que se encaixam nesta realidade acima. Voltar às origens e resgatar o que foi perdido não é um retrocesso, mas sim um passo rumo ao sucesso da obra e concretização da volta de Jesus a esta terra. Analise o seu coração e tente ler bem lá no fundo se estas três questões se encaixam em sua vida. Se por ventura se encaixarem, está em tempo de cair aos pés de Jesus e lutar com Ele por sua conversão verdadeira. Olhe para Paulo e demais discípulos, e observe com atenção o que o poder da verdadeira conversão é capaz de fazer na vida de todo pregador sincero. Não se iluda com o estrelismo, pois nossa missão é outra. Não temos tempo para estas besteiras. Lembre-se que posições e bajulações são ambições apenas para os fracos.

QUARTA, 1 de AGOSTO
Afeição profunda
(1 Ts 2:7,8)

             Não é necessário nenhum esforço de pesquisa para perceber que Paulo e os demais discípulos estavam unicamente preocupados com a glória do evangelho perante as pessoas. Que tipo de exaltação poderia Paulo desejar no sofrimento, angústia, perseguição, chicotes, prisões e morte? A única afeição de Paulo era, essencialmente, cumprir sua missão como servo de Deus e dos homens, através da propagação do evangelho que salva em Jesus Cristo. Como bem ilustrou João Batista que, “importa que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3:30), o apóstolo perseverou para que a cruz de Cristo fosse exaltada acima de qualquer filosofia humana. Doou sua vida para que este propósito fosse cumprido com força. Se todos os líderes seguissem este perspicaz exemplo, será que a segunda vinda de Cristo já não teria ocorrido? O maior entrave para receber o poder do Espírito Santo é, sem dúvida, a ambição por honra própria. Enquanto este sentimento perdurou no coração dos discípulos, vimos claramente a restrição da excelência do poder de Deus. Precisamos urgentemente parar de brincar de coração duro e deixar de agir como se a igreja fosse uma empresa com planos de carreira. Precisamos estar dispostos a permitir Deus guiar-nos os passos nesta obra. Precisamos desconfiar da sinceridade de nosso coração esmurrando-o diariamente para que não corra atrás das vanglórias desta terra. Que a nossa única glória seja a de conhecer ao Senhor (Jr 9:24). Lembre-se que, aquele que receber sua parte nesta terra, não terá muito o que receber na nova terra. Pense nisso...

QUINTA E SEXTA 2 e 3 de AGOSTO
Para não ser um fardo
(1 Ts 2:9, 10)

            Paulo possuía grande preocupação na maneira como as pessoas compreenderiam a igreja e o evangelho. Se ele vivesse em nossos dias, como será que se comportaria vendo pessoas se aproveitando das igrejas, dos irmãos e do nome de Jesus? Ele não queria ser uma vergonha ou um fardo para a igreja de Deus. Trabalhava arduamente para não depender dos favores dos homens. Não queria dar nenhum motivo que fosse capaz de estabelecer alguma censura contra o evangelho. Desejava que a pureza plena da mensagem fosse progressiva e sem obstáculos. Sua vida era integra e sua pureza de caráter era uma virtude para garantir a boa aparência do poder do evangelho. Que glorioso pensamento era o deste homem de Deus. Hoje em dia, este exemplo é seguido de longe por muitos professos cristãos. Decadência moral associado à graça barata, tem tornado o evangelho de Cristo uma vergonha para a sociedade. Há um vale tudo propagado a custa de um “aceita Jesus”, na religião cristã de hoje que, as piores aberrações tem manchado a fé cristã tornando-a foco de deboche. No entanto, estes que fazem do nome de Jesus uma marca, vendendo suas baixarias, pagarão um preço que, ninguém seria capaz de desejar nem aos seus piores inimigos. As pessoas podem brincar com o evangelho, fazer da cruz de Cristo uma vergonha para a sociedade, mas, Deus, um dia virá para dizer “a festa acabou”,  e assim, a maior angústia e desprezo jamais vistos serão contemplados por estes professos cristãos. Nossa vida deve ser pautada pela genuína conversão. Lembre-se que, é melhor nunca ter sido líder no evangelho de Cristo, do que conduzir o rebanho do Senhor na contramão da vontade Deus. Grande perigo é rejeitar o chamado de Deus, mas, maior perigo é aceitar um chamado que nunca houve e cumpri-lo de maneira vergonhosa.



[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br