Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 2º Trimestre 2012
(2 a 9 de junho)

Comentário: Gilberto G. Theiss[1]

SÁBADO, 2 DE JUNHO
Uma resposta de amor

            “ Se vocês Me amam, obedecerão aos Meus mandamentos” (Jo 14:15)

            Pensamento Chave: As nossas ações demonstram os princípios das nossas verdadeiras intenções


                        Tudo o que fazemos na vida parecem se materializar motivados por alguma coisa. Seja o que for, há sempre uma razão clara, como pano de fundo, para nos incentivar a realizar, cumprir e perfazer. Um jovem compra uma flor para sua namorada motivado pelo dever da conquista. Uma mulher prepara um jantar especial no dia do aniversário do esposo motivada pelo encanto que tem por ele. Um pai, às vezes se sacrifica pelos filhos devido ao grande amor que possui por eles. Enfim, ninguém move uma centelha de nada se, por algum motivo, não for motivado a fazê-lo. Na igreja, no relacionamento pessoal com Deus e na obra evangelística jamais será diferente. Àqueles que realizam algo por Cristo, por Sua obra e por Sua igreja, geralmente são àqueles que possuem maior gratidão, amor e convicção do dever diante de Deus. As nossas ações demonstram, claramente, os verdadeiros princípios das nossas reais intenções. Por isto que, em se tratando de salvação, sempre afirmo que as obras  não foram feitas para salvar, mas elas demonstram o quanto somos gratos a Deus e o quanto O amamos.

DOMINGO, 3 de JUNHO
Motivado pelo amor
(1Jo 4:18,19; Js 22:5; Lc 7:41-43; 2Co 5:12-18)

            Não há dúvidas de que o amor é a essência de todo o comportamento altruísta. A abnegação, devoção e a obediência são frutos promovidos pelo verdadeiro amor. O amor é o único princípio capaz de criar estes elementos tão sublimes sem a mancha do egoísmo. Por isto que, o verdadeiro reavivamento vem da experiência de conhecer profundamente a Deus, Sua grandeza, Seu amor e seus planos para a humanidade. O conhecimento desta verdade é importante para o despertamento do amor em nossos corações para com Deus e consequentemente fará que seja despertado em nós o senso de missão. Lembre-se sempre que, motivar as pessoas pelos motivos errados pode até funcionar no começo, mas, jamais será capaz de manter a chama acesa por muito tempo. Motivar a igreja toda a se empenhar na obra de Deus pelo senso da obrigação poderá fazer com que eles se envolvam, mas não por muito tempo. O único princípio vitalício capaz de envolver-nos a ponto de sacrificarmos pela obra de Deus do começo até o fim, somente por amor e gratidão a Deus. Com estes verdadeiros motivos, mesmo com sofrimento, obstáculos e frustrações, seremos capazes de continuar perseverando. O que motiva um soldado, depois de atingido seriamente, ainda desejar permanecer na guerra? O motivo que o impulsiona é o amor por seu país. No dia em que a igreja for ensinada a amar a Deus acima de qualquer coisa desta vida, não tenha dúvidas, acontecerá um despertamento jamais visto e ela estará preparada para fazer grandes feitos como nunca feitos.
           
SEGUNDA, 4 DE JUNHO
Motivação pela culpa?
 (Rm 3:19-20; Tg 2:8-10)

            A grande verdade é que todos nós estávamos perdidos e sem esperança. No entanto, Deus, motivado por Seu infinito amor pela raça perdida, foi capaz de fazer o inimaginável para redimir-nos. Ele poderia ter lançado este planeta nos confins do universo para dele nunca mais se lembrar, mas, como bem sabemos, não foi isso o que o Onipotente fez. Não é compreensível a nós a dimensão racional do amor de Deus por seus filhos errantes. Os próprios anjos não compreenderam a magnitude e amplitude deste tão imensurável amor. Deus seria completamente justo se virasse as costas para nós deixando-nos perecer em nossa própria pecaminosidade e irracionalidade. Nada há de bom em nós se não fosse a ação do Espirito Santo. É Ele quem freia a maldade humana e nos possibilita a realizar boas obras. Observando com extrema atenção estes detalhes, só nos resta uma coisa a fazer, amá-lo com todas as nossas forças e ser gratos com toda a energia que nos resta. No entanto, amor e gratidão se manifestam através dos nossos atos. É impossível amar e ser grato ficando de braços cruzados ou fazendo coisas que desagradam o ser que amamos. Toda e qualquer boa obra que realizarmos será um reflexo do que sentimos por Deus. Precisamos implorar a Deus por este sublime despertamento, onde, motivados pelo profundo amor a Deus, sejamos capazes de nos doar plenamente para Sua obra. Salvar pessoas não é uma coisa qualquer, pois, as pessoas que estão perdidas são, na mais pura verdade, nossos parentes em Cristo. Os homens e mulheres que nos cercam, fazem parte de nossa família. É preciso ser despertado em nós o desejo de salvá-los assim como desejamos a salvação de nossos pais, irmãos e filhos. Todos os seres humanos são nossos irmãos, pois todos vieram do mesmo pai e mãe em que viemos – de Adão e Eva.

TERÇA, 5 DE JUNHO
Motivados para servir
(Jo 15:13; Rm 5:6-8; Jo 14:21)

            Certa feita, conheci uma criança que possuía um comportamento um tanto que estranho para seus pais. No entanto, para mim o comportamento desta criança, além de não ser estranho era uma grande lição para todos nós. Sempre que os pais compravam algo para ele, tipo, um saco de balas, esse garoto imediatamente saia oferecendo para muitas pessoas até lhe restar apenas algumas poucas em suas mãos. Nesta ocasião, presenciando tal feito, alguém se apresentou dizendo que ela não deveria sair por ai distribuindo o que era dela e para ela. Incrível exemplo para nós hoje, pois foi é exatamente o que Deus deseja plantar em nosso coração. Tenhamos em mente que, tudo o que recebemos, recebemos de graça. Além de receber de graça, recebemos com o objetivo de repassar a outros. Com Deus as coisas funcionam assim, pois, o que temos em mãos somente se multiplicará se o dividirmos com os demais. A motivação de servir nasce em um coração que fora quebrantado pelo senso de culpa diante de Deus e pela alegria de ser tão profundamente amado pelo todo poderoso. Tudo o que recebemos não foi dado para ser usufruído apenas por nós, mas foi-nos dado para ser partilhado. Isto deveria nos motivar a servir, uma vez que Deus deseja usar-nos para tingir tal objetivo, o de alcançar os demais com o que Ele nos concede.

QUARTA, 6 DE JUNHO
A armadilha do legalismo
(Rm 10:1-4; 11:5-6; Gl 2:16; Jo 6:28-29)

            O legalismo é real e como um câncer, é capaz de corroer as mais preciosas verdades do dom de Deus concedido, materializado e oferecido gratuitamente na cruz do calvário. No entanto, precisamos compreender que, legalismo não é obedecer a Deus. Este adendo é importante, pois, existem àqueles que confundem obediência com legalismo. A obediência, pelos motivos corretos é fundamental para o testemunho cristão, enquanto que o legalismo é nada mais que a ideia de fazer das obras uma espécie de veículo para a salvação. As pessoas evangelizadas sob a roupagem do legalismo possuirão uma experiência um tanto amarga e distorcida. Estes serão mais preocupados com a vida dos outros e com as questões exteriores. Não estou dizendo que não devamos nos preocupar com o testemunho dos irmãos ou com o nosso, mas, estou me referindo àquela preocupação de ordem equivocada que acaba resultando em juízo e condenação promovida por alguns. Quando compreendemos que a salvação é unicamente pela graça, nossa vida, nossos atos, e até a maneira como julgamos as pessoas mudam. Passamos a ver as pessoas com uma lente mais repleta de amor e misericórdia. O fato de sabermos que, mesmo os nossos melhores atos não nos faz melhores que os demais, leva-nos a olhar para os outros como estando no mesmo nível que nós. A graça, quando compreendida da maneira correta, exerce o poder de  fazermos olhar menos para os erros dos outros para olhar mais para as soluções. Assim, com mais afinidade, nos tornamos obreiros para sarar as feridas dos outros da mesma maneira em que precisamos. O legalismo, até certo ponto, impede a igreja de trabalhar e perseverar pela salvação dos que nos rodeiam, pois tende a criar em nós o sentimento de superioridade e acaba nos distanciando dos que aparentemente erram mais.

QUINTA E SEXTA 7 e 8 DE JUNHO
Livre para ser escravo
(Fp 1:1; Tg 1:1; 2Pe 1:1; Jo 8:34-36)

            Livre para ser escravo não parece ser estranho, na verdade é muito estranho. Quando lemos ou ouvimos falar das histórias da escravidão no mundo ou no Brasil, ficamos um tanto que consternados. Se pararmos para analisar, até hoje o sistema de escravidão permanece no mundo, inclusive em nosso país. Quando nos submetemos para trabalhar oito horas por dia para ganhar um ou dois salários mínimos enquanto que o patrão ganha poucos milhões por mês, não me parece nem um pouco com um sistema democrático. A diferença da escravidão antiga para a atual é que hoje o sistema é legalizado e organizado. Portanto, a escravidão existe e todos nós somos submetidos a ela. Bom, mas retornando à Escritura, a palavra de Deus nos orienta que somos libertos, mas, a nossa liberdade parece nos conduzir à submissão a outro ser, neste caso, o de Deus. Para que não fiquemos receosos, a escravidão em que nos envolvemos com Cristo é aquela que fazemos por vontade própria, pois, quem não gostaria de ser escravo do amor de Deus? Ou de Sua bondade? Quem não gostaria de ser escravo dos infinitos cuidados, amparos e proteção de Deus? Esta escravidão não é promovida por Deus, na verdade somos nós é que desejamos ser escravos das bênçãos, glórias e amor do Senhor. Poderíamos dizer que não se trata de escravidão, mas de submissão promovida pelo amor que aprendemos a ter de Deus. Nossa gratidão é tão grandiosa que, viver longe dEle seria uma eterna loucura e irracionalidade. O problema não é servir, mas a quem servir.



[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br