Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 2º Trimestre
2012
(21 a 28 de abril)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 21 DE ABRIL
Evangelismo e testemunho como estilo de
vida
“Em
Jope havia uma discípula chamada Tabita, que em grego é Dorcas, que se dedicava
a praticar boas obras e dar esmolas” (At 9:36, NVI)
Pensamento Chave: Um exemplo vale mais
que mil sermões
O
período pós-moderno, o que estamos vivendo neste momento, construiu paradigmas
repleto de filosofias relativistas capazes de comprometer princípios e valores
inestimáveis para a fé cristã. Hoje, devido ao relativismo, as pessoas tendem a
não levar muito a sério alguns valores da vida ou de sua religião. Portanto,
saiba que, independente dos paradigmas criados pela sociedade, os paradigmas de
Deus nunca mudam. O relativismo tem a força de enfraquecer nossas concepções,
mesmo as mais sérias. Por este motivo é que existem tantas pessoas hipócritas,
que não vivem o que ensinam. É o relativismo que relativa as verdades
existentes, mesmo no meio religioso transformando as pessoas em mero ouvintes,
porém sem o alicerce da prática. Mais do que nunca, Deus deseja que sejamos
cristãos genuínos. Viver sob o manto da fidelidade em nossos dias requer muito
amor a Deus e sincero desejo de agradá-lo em nosso comportamento e palavras.
Mas, infelizmente, são poucos os que assim procedem. Em se tratando de
evangelismo, não é diferente, pois, evangelismo deve ser um estilo de vida
repleto de palavras e atos que expressem a verdade. Como bem expressou Ellen
White, “pregue a palavra, e se for preciso falar, fale”. Em outras palavras,
devemos ser pregadores com a vida, e se a vida não condisser com as nossas
palavras, então tudo será vazio e destituído de poder.
DOMINGO, 22 de ABRIL
Sermões silenciosos
(Jo 13:35; 2Co 3:2-3)
Há muita discussão em
nossos dias sobre que roupa usar, se a mulher pode usar calça, ou se pode usar
jóias, maquiagem, etc... Embora o nosso estilo de vida externo tenha alguma
relevância, nada é mais relevante do que a maneira como tratamos as pessoas. Há
uma frase muito impactante que afirma: “As pessoas se esquecerão do que você
disse, mas jamais esquecerão a maneira como você as tratou”. De fato, esta
frase revela uma verdade inigualável e
cheia de poder. Às vezes as pessoas se preocupam muito com a aparência exterior
e acabam se esquecendo do mais importante – o interior. Não estou afirmando que
não devamos nos preocupar com nossa aparência exterior, estou dizendo que, pra
ser mais claro, há pessoas que são muito alinhadas no exterior, mas não sentem
compaixão, amor e pena dos outros. Não são capazes de sacrificar seu dinheiro e
comida pra ajudar os mais necessitados. Isto não é religião, isto é puramente
fachada repudiável. Os maiores e melhores sermões são, sem dúvida, os que
pregamos com a vida. O poder de Deus, de maneira misteriosa, está presente na
vida dos que praticam a verdade, e este poder faz com que as pessoas de fora
consigam observar algo diferente, surpreendente e magnificamente belo neste
indivíduo. A fragrância de uma vida cristã séria é sentida de longe, e qualquer
pessoa, mesmo um cego, pode notar radicalmente o poder vivificante existente
nos que vivem a essência do evangelho. No entanto, só poderá passar por tal
experiência os que vivem, ou melhor, que não vivem, mas que permitem Cristo
viver por eles. O testemunho em silêncio, com a vida, é o melhor termômetro pra
saber como estamos com Deus.
SEGUNDA, 23 DE ABRIL
Compaixão pelas pessoas
(Mt
9:36-38)
Certa vez um homem chamado John Vastra, pregador, visitador e um
verdadeiro homem de Deus, resolveu bater de porta em porta para anunciar a
vinda de Jesus. Em uma das casas por onde ele passou, algo surpreendente
aconteceu. Ao bater na porta, uma senhora lhe atendeu apressadamente. Quando a
porta se abriu, John Vastra, com sorriso estendido lhe disse que para ele era
uma grande alegria avisá-la do retorno de Jesus. Aquela senhora, olhou bem nos
olhos deste grande homem e lhe disse: “Quem lhe perguntou alguma coisa? Saia
daqui antes que eu chame a polícia.” E, com força fechou a porta na cara de
John Vastra. Ressentido, ele sentou-se bem no canto da calçada e começou chorar
compulsivamente. A senhora, ouvindo os gemidos de Vastra se comoveu
profundamente. Para a nossa surpresa, ela saiu da casa e ao se aproximar de
John, colocou suas mãos em seus ombros e lhe disse: “O que você estava me
dizendo mesmo?” O amor de Deus, presente naquele homem foi o que tocou o
coração daquela senhora. Em outras palavras, foi o amor de John Vastra pelas
almas perdidas que salvou aquela mulher. É exatamente isso que falta em muitos
dos cristãos contemporâneos. Infelizmente o secularismo e o relativismo tem
moldado os cristãos a serem superficiais e vazios. Muita gente está brincando
de ser cristão enquanto que Satanás não está brincando de ser Satanás. O mundo
carece de homens que não se comprem e que não se vendam. Homens que sejam
realmente fiéis ao dever, tanto quanto a bússola é ao polo (Ed, 57). Esta
declaração de Ellen White, além de ser surpreendente, ela é um dever de todos
os que se intitulam cristãos. Nada menos que isso deve ser nossa vida em
Cristo, com Cristo e por Cristo. Amor incondicional pelas pessoas, será um
único meio de conseguir alcançar os corações perdidos.
TERÇA, 24 DE ABRIL
Calçando os sapatos das pessoas
(ICo 9:20-22; Hb 4:15)
Muitos cristãos
estão profundamente interessadas no bem-estar e salvação das pessoas, mas, nem
todos estão dispostos a irem muito longe por elas. Às vezes, nossos
preconceitos nos impedem de sermos mais úteis nas mãos do Espírito de Deus com
fins evangelísticos. Faltam em muitos de nós a capacidade e sensibilidade para
entender as pessoas. As lutas, sofrimentos, problemas são diferentes e muitos
desses problemas podem causar transtornos psicológicos variáveis e
consequentemente vida espiritual com pouco sentido ou apatia espiritual. Já me
deparei com situações em que, apenas dizer Jesus te ama, ou Jesus tem poder
para te libertar, não foi suficiente para ajudar. É necessário algo mais, que
vá além das palavras. É necessários se aproximar destas pessoas com paixão
ilimitada. Mas, infelizmente, cada um prefere seguir sua própria vida e encarar
os choros de outros como falta de domínio ou falta de sinceridade. Na verdade
não é bem assim. A falta de sensibilidade pode nos impedir de alcançar os mais
sofridos e desamparados. O que as palavras não conseguirem fazer por alguém,
faz-se necessário ajudar com os atos. Se colocar no lugar das pessoas é a
melhor maneira de entender que este alguém precisa ser cuidado e compreendido
da mesma maneira que gostaríamos, caso estivéssemos no lugar dela.
QUARTA, 25 DE ABRIL
Uma vida acolhedora
(Mc 5:1-19)
Me
lembro da história de um jovem que passou por uma experiência muito
interessante e curiosa. Estava realizando uma semana de palestras em uma igreja
em São Paulo. Havia um jovem que apreciava permanecer um pouco mais após as
palestras para fazer perguntas e tirar dúvidas. Geralmente ele ia embora
próximo de meia noite, e se não fosse tão tarde, pelo interesse, provavelmente
ficaria um pouco mais de tempo. Por curiosidade perguntei-lhe se não tinha medo
de ir embora naquele horário, já que São Paulo não era uma das cidades mais
seguras e nem pouco violenta. Ele me disse que não tinha medo e que quase foi
assaltado umas três vezes. “Inclusive, numa das vezes,” dizia ele, que um
ladrão o abordou, apontou-lhe a arma e pediu para passar tudo o que tinha. O
curioso é que ele tinha apenas a Bíblia. Quando o ladrão viu a Bíblia em sua
mão, baixou a arma e fez algumas perguntas sobre questões bíblicas. Lembrando
que, este jovem adventista, ficou ali pregando para o bandido por cerca de uma
hora e meia em plena madrugada na cidade de São Paulo. O mais importante aqui é
que, o jovem se colocou a disposição
daquele bandido para falar de Jesus, e claro, o criminoso parou para ouvir. Como
visto pela narrativa, mesmo as pessoas mais perdidas que possam existir neste
mundo, quando lhes é oferecido oportunidade para ouvir e mensagem de salvação,
eles estarão aptos a ouvir desde que exista alguém que demonstre interesse por
eles. O ladrão da história poderia ter ido embora, mas percebeu que ali havia
alguém que poderia ter interesse por ele. Não há coração que resista ao apelo
de uma pessoa apaixonada por sua salvação e bem-estar. Não há coração que
resista quando nossos braços se tornam ternamente acolhedores. Talvez, se
tivéssemos mais amor e paixão pela vitória e salvação dos outros, possivelmente,
milhares mais teriam aceitado a Cristo e Sua palavra. Deus pretende usar homens
e mulheres que seja capazes de fazer qualquer coisa pela salvação de outrem.
Nossos corações precisam fremir e chorar pelo bem dos outros. Senão ficamos
tristes quando alguém rejeita o evangelho, pode significar que estamos muito
longe de ser verdadeiramente um discípulo de Jesus.
QUINTA E SEXTA 26 e 27 DE ABRIL
Ampliando seu círculo de amigos
(Jo 17:11-19; Cl 4:2-6)
Uma das tarefas mais
desafiadora, sem dúvida, é a de conseguir ser amigo das pessoas do mundo sem
comprometer nossos valores. Um pai e mãe entendem bem deste dilema ao ter
perdido seus filhos após eles terem se envolvido com pessoas não adventistas. Para
que este tipo de envolvimento aconteça sem que princípios sejam perdidos, é
necessário muita maturidade espiritual e profunda convicção religiosa e moral.
Desta forma, evangelizar as pessoas fazendo uso da amizade que temos com elas,
pode se tornar uma das ferramentas mais poderosas. Jesus se misturava com
pessoas que, muitos de nós jamais seríamos capazes de nos misturar. Embora isto
seja uma verdadeira barreira, não é possível negar que Jesus tenha desenvolvido
exemplo bem diferenciado. O problema é que, muitos confundem envolver-se com o
objetivo de salvar, com envolver-se mesmo que custe baixar as normas com o
objetivo de salvar. Alguns interpretam muito mal a expressão “fazer-se de fraco
para ganhar os fracos”, como se estivesse ensinando que devemos agir e falar
como as pessoas sem princípios. Embora não sejamos deste mundo, querendo ou
não, todos nós estamos neste mundo. Ser amigos das pessoas que não vivem os valores
que vivemos significa ser amigos com o objetivo de atraí-las com o nosso
testemunho. Não é razoável frequentar uma boate e justificar este ato com
questões de salvação, pois, como alguém poderia ser atraído por um testemunho
irrazoável como este? Ser amigo de alguém não é se prostituir ou se alcoolizar
com ela, pois, tal comportamento jamais terá poder de mostrar o quanto é melhor
e satisfatória a vida cristã. Devemos sim, nos aproximar das pessoas, sermos
amigos delas, para que, através de nossa amizade, elas possam perceber que
existe algo maravilhoso e infinitamente melhor em nós do que a vida que elas
vivem. Mas, lembrando, ser amigos das pessoas não significa ser evangelizados
por elas, e sim, elas serem evangelizadas por nos.
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente
próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente
submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no
movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita
por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br