Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 09 – 4º Trimestre
2011 (19 a 26 de Novembro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 19 DE NOVEMBRO
Apelo
pastoral de Paulo
(Gl 4:12)
A heresia embora seja
uma mentira, temos que ter em mente que ela funciona. A mentira funcionou no
Céu, funcionou no Éden, funcionou em outros tempos no passado e continua
funcionando em pleno século XXI. Assim como Paulo, precisamos defender a
verdade a qualquer custo, sem delonga ou extrema passividade. Às vezes faz-se
necessário sermos mais contundentes, resolutos e determinados ao fazer menção
da verdade. O interessante é que, há religiosos no mundo que gritam com força e
protegem suas mensagens falsas com tanta disposição como se fosse a verdade. Os
Adventistas do Sétimo Dia que possuem definitivamente a verdade, às vezes se
levantam de maneira acanhada para defender o que conhecem. Na narrativa que
conta as experiências de Paulo diante do erro, é uma demonstração clara de
como precisamos agir diante da mentira. Embora precisemos falar com
amor, a mentira não merece piedade e precisa ser combatida com rigor. Nunca a
mentira avançou com tanta força como nos dias de hoje. As pessoas estão sendo
enganadas em cada esquina e os falos profetas vão se acumulando e se multiplicando
como uma praga de plantação. Deus nos chama para uma obra que visa confrontar,
abertamente e com coragem, os enganos sutis de Satanás que tanto nos rodeiam.
Sejamos firmes como uma roxa e cheio de ânimo para levantar a bandeira da
verdade acima da bandeira da mentira.
Leitura Adicional
“Assim foram os gálatas
ensinados no que respeita às verdades fundamentais concernentes a "Deus
Pai" e a "nosso Senhor Jesus Cristo, o qual Se deu a Si mesmo por
nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de
Deus nosso Pai". Gál. 1:3 e 4. "Pela pregação da fé", receberam
o Espírito de Deus, e tornaram-se "filhos de Deus pela fé em Cristo
Jesus." Gál. 3:2 e 26.
A maneira como Paulo viveu entre os
gálatas foi tal que ele pôde afirmar mas tarde: "Rogo-vos que sejais como
eu." Gál. 4:12. Seus lábios tinham sido tocados com a brasa viva do altar,
e ele foi habilitado a sobrepor-se às fraquezas do corpo e a apresentar a Jesus
como a única esperança do pecador. Os que o ouviam sabiam que ele havia estado
com Jesus. Assistido com o poder do alto, estava capacitado a comparar as
coisas espirituais com as espirituais e a demolir as fortalezas de Satanás.
Corações eram quebrantados ao apresentar ele o amor de Deus como revelado no
sacrifício de Seu único Filho, e muitos eram levados a perguntar: Que devo
fazer para salvar-me?
Este método de apresentar o evangelho
caracterizou o trabalho do apóstolo através de seu ministério entre os gentios.
Conservava sempre diante deles a cruz do Calvário. "Não nos pregamos a nós
mesmos", declarou ele depois de anos em sua experiência, "mas a
Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu
em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face
de Jesus Cristo." II Cor. 4:5 e 6.
Os consagrados mensageiros que nos
primeiros dias do cristianismo levaram as alegres novas da salvação a um mundo
a perecer, não permitiam que pensamentos de exaltação própria viessem empanar
sua apresentação de Cristo, e Este crucificado. Não cobiçavam nem autoridade
nem preeminência. Ocultando-se no Salvador, exaltavam o grande plano da
salvação e a vida de Cristo, o Autor e Consumador deste plano. Cristo, o mesmo
ontem, hoje e eternamente, era o seu insistente ensino” (Atos dos Apóstolos, p. 208, 209).
DOMINGO, 20 DE NOVEMBRO
O coração de Paulo
(Gl 4:12-20)
A
maior alegria de um evangelista ou pregador é ver suas ovelhas seguras na
igreja. No entanto, há lobos ferozes que tentam raptar e desvirtuar essas
ovelhas. A maior tristeza para um evangelista e pregador é justamente ver suas
ovelhas serem desviadas por heresias. Paulo sentiu isso na pele quando esteve
com o povo da Galácia. Suas palavras fortes revelam seu desespero em ver o povo
novamente instruído e vacinados contra o erro. Mesmo que a ovelha não seja
diretamente um fruto de seu trabalho, seja quem for, todos recebem um carinho
especial por parte daqueles que foram chamados por Deus para o ministério. O Apóstolo estava interessado
pela segurança daquele povo e pelos demais que seriam ouvidos por eles. Os
erros doutrinários precisam ser enfrentados e extirpados do meio da igreja
antes que faça mais vítimas. Como já mencionado, a mentira, embora seja mentira,
ela funciona. Paulo entendeu bem disto, pois ele era uma pessoa enganada pelo
erro, e por conta da má compreensão do evangelho, cometeu terríveis
atrocidades. O coração de Paulo fremia
de desejos em ver o povo liberto das concepções erradas que se levantavam
naqueles dias na Galácia. Proteger o rebanho não é uma opção, é um dever de
todos que professam fé em Cristo. Foi perguntado a Caim onde estava o seu
irmão, ele respondeu: "Por acaso, sou eu tutor de meu irmão?". Hoje Deus nos faz
essa mesma pergunta, e deseja que saibamos que todos nós somos tutores de
nossos irmãos. Somos comissionados a protegê-los de qualquer perigo.
Leitura
Adicional
“A
vida religiosa de um grande número de indivíduos que professam ser cristãos é
de molde a revelar que não são cristãos. Estão constantemente representando mal
a Cristo, falsificando-Lhe o caráter. Não percebem a importância dessa
transformação de caráter, e que precisam adaptar-se a Sua semelhança divina. Às
vezes exibirão também ao mundo um falso aspecto do cristianismo, que causará a
ruína das almas colocadas em associação com eles, pelo próprio motivo de que,
embora professem ser cristãos, não se acham sob a direção de Jesus Cristo. Seus
traços de caráter hereditários e cultivados são acariciados como preciosas
habilitações, quando, em realidade, exercem deletéria influência sobre outras
mentes. Em termos bem claros e simples, caminham nas faíscas que eles mesmos
acenderam. Possuem uma religião sujeita às circunstâncias e controlada por
elas. Se tudo parece correr da maneira que lhes apraz, e não há circunstâncias
irritantes que ponham a descoberto sua natureza insubmissa e que não se
assemelha à de Cristo, são condescendentes e agradáveis, e serão muito
atraentes.
Quando ocorrerem certas coisas na
família ou em sua associação com outros, que perturbem sua paz e provoquem seu
mau temperamento, se colocarem todas as circunstâncias diante de Deus e
continuarem a fazer seu pedido, suplicando Sua graça antes de se empenharem nas
tarefas diárias como professores, e conhecerem por si mesmos o poder e a graça
e o amor de Cristo habitando em seu coração antes de iniciarem suas labutas,
anjos de Deus são levados com eles para a sala de aula. Se entrarem, porém, na
sala de aula com um espírito exasperado e irritado, a atmosfera moral que
circunda sua alma deixará sua impressão sobre as crianças que se acham sob os
seus cuidados, e, em vez de estarem habilitados para instruir as crianças,
necessitam de alguém para ensinar-lhes as lições de Jesus Cristo” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 265, 266).
SEGUNDA, 21 DE NOVEMBRO
O
desafio da transformação
(Gl 4:12; ICo 11:1; Fp 3:17; 2Ts 3:7-9; At
26:28-29)
Os Gálatas estavam
enraizados no pensamento da salvação pelas obras da lei. Paulo lutava com eles
para que entendessem o que ele já havia entendido – Jesus não se pendurou entre
a Terra e o Céu para que vivêssemos pela lei. Nossa vida deve ser moldada por
Cristo. Nossa redenção necessita ligar-se à cruz do calvário. O sangue de
Cristo é tudo para nós. A lei não foi estabelecida para cumprir este propósito,
pois se fosse, Jesus não precisava derramar sua morte na cruz por nós. A lei
não pode substituir-nos. Deus sabia que, se fossemos nos amparar na lei,
nenhuma alma se salvaria, por este motivo é que Jesus se ofertou para
substituir-nos na morte eterna. Seu sofrimento, dor, desespero e angústia
representam no mais puro sentido da palavra, o que todos nós deveríamos ter
suportado além da morte eterna. Ele pagou o preço que não lhe pertencia para
que pudéssemos ser amparados pela Sua graça excelsa. A lei é grandiosa e
necessária, mas ela cumpre um papel totalmente diferente do proposto pelos
Gálatas, o de limitar nossa vida do perigo. A lei deve apresentar a condição em
que estamos e a necessidade de um poder que está fora de nós – Jesus Cristo. Em
nossos dias, temos que ajudar as pessoas que não conseguem se aperceber desta
realidade. Há pessoas boas em nosso meio que ainda não compreenderam esta
importante mensagem. Precisam de ajuda, de uma palavra, de um amparo teológico,
e Deus espera nos usar, assim como ajudou Paulo a abrir os olhos do povo daquele
tempo. Estudemos detidamente este assunto importante e demandemos tempo para
pregar e ensinar aos que nos rodeiam. A justificação pela fé é crucial para a
conclusão da obra ao redor do mundo pois o primeiro anjo surge no cenário
profético de apocalipse 14 com um “evangelho eterno” nas mãos. Evangelho é o
“poder de Deus para salvação” (Rm 1:15-17), Justificação pela fé.
Leitura Adicional
“Suprir formas externas
de religião em lugar de santidade de coração e de vida, é ainda tão agradável à
natureza não renovada como o foi nos dias desses ensinadores judeus. Hoje, como
então, existem falsos guias espirituais, para cujas doutrinas muitos atentam
avidamente. É estudado esforço de Satanás desviar as mentes da esperança da
salvação pela fé em Cristo e obediência à lei de Deus. Em cada século o
arquiinimigo adapta suas tentações aos preconceitos ou inclinações daqueles a
quem está procurando enganar. Nos tempos apostólicos levou os judeus a exaltar
a lei cerimonial e rejeitar a Cristo; no presente ele induz muitos cristãos
professos, sob a pretensão de honrarem a Cristo, a pôr em controvérsia a lei
moral, e a ensinar que seus preceitos podem ser transgredidos impunemente. É
dever de cada servo de Deus opor-se firme e decididamente a esses pervertedores
da fé, e expor destemidamente seus erros pela Palavra da verdade.” (Atos dos
Apóstolos, p. 387).
“Mas Israel não
percebera a natureza espiritual da lei, e com demasiada freqüência sua professada
obediência não passava de uma observância de formas e cerimônias, em vez de ser
uma entrega do coração à soberania do amor. Quando Jesus, em Seu caráter e Sua
obra, apresentava aos homens os santos, generosos e paternais atributos de
Deus, e lhes mostrava a inutilidade de meras formas cerimoniais de obediência,
os guias judaicos não recebiam nem compreendiam Suas palavras. Achavam que Ele
Se demorava muito ligeiramente nas exigências da lei; e quando lhes expunha as
próprias verdades que constituíam a alma do serviço que lhes era divinamente
indicado, eles, olhando apenas ao exterior, acusavam-nO de buscar derribá-la.”
(Maior Discurso de Cristo, p. 46).
“O perdão do pecado é
prometido àquele que se arrepende e crê; a coroa da vida será a recompensa daquele
que for fiel até o fim. Podemos crescer na graça aproveitando a graça que já
temos. Devemos manter-nos incontaminados do mundo se quisermos ser achados
irrepreensíveis no dia de Deus. A fé e as obras andam de mãos dadas; elas atuam
harmoniosamente na obra de vencer. As obras sem fé são mortas, e a fé sem obras
é inoperante. As obras nunca nos salvarão; é o mérito de Cristo que será eficaz
em nosso favor. Mediante a fé nEle, Cristo tornará todos os nossos esforços
imperfeitos aceitáveis a Deus. A fé que precisamos ter não é uma fé indolente;
a fé que salva é aquela que opera pelo amor e purifica o ser. Quem quer
levantar a Deus mãos santas, sem ira e sem rancor, andará inteligentemente no
caminho dos mandamentos de Deus.” (Fé e
Obras, p. 48, 49).
“Não assuma ninguém a
atitude limitada e acanhada de que qualquer das obras do homem possa ajudar, no
mínimo que seja, a liquidar a dívida de sua transgressão. É este um engano
fatal. Se o quiserdes entender, deveis cessar de acariciar vossas idéias
favoritas, e de coração humilde contemplar a expiação. Este assunto é
compreendido tão vagamente que milhares de milhares, afirmando ser filhos de
Deus, são filhos do maligno, porque confiam em suas próprias obras. Deus sempre
exigiu boas obras, a lei as exige, mas como o homem se colocou no pecado, onde
suas boas obras não tinham valor, unicamente a justiça de Cristo pode
prevalecer. Cristo pode salvar perfeitamente, porque sempre vive para fazer
intercessão por nós. Tudo que o homem pode fazer no sentido de sua salvação, é
aceitar o convite: "Quem quiser, tome de graça da água da vida."
Apoc. 22:17. Pecado algum pode ser cometido pelo homem, para o qual não se
tenha dado satisfação no Calvário. Assim a cruz, em fervorosos apelos,
constantemente oferece ao pecador uma expiação cabal.” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 343).
TERÇA, 22 DE NOVEMBRO
Eu me tornei como vocês
(Gl 4:12; ICo
9:19-23; At 17:16-34; ICo 8:8-13; Gl 2:11-14)
Paulo
apelou algumas vezes para que as pessoas fossem seus imitadores. Você teria
coragem de dizer a mesma coisa para as pessoas que estão ao seu redor? A
fidelidade, integridade e serviço de Paulo o encorajava a afirmar tais palavras
sem nenhum medo. Isto nos ensina que a vida prática é essencial para uma vida
cristã. Ele não queria que os Judeus da Galácia fossem como ele em questões
morais, pois disso eles entendiam muito bem ao se refugiarem nas leis. Na verdade ele pretendia que seu
público fosse como ele no sentido de ser obediente a Cristo nos deveres da vida
cristã, mas com a esperança da redenção unicamente no sacrifício expiatório de
Cristo. Paulo foi um bom Judeu, zeloso e exigente nos quesitos da lei. No
entanto, agora, depois de seu encontro com Cristo e conhecimento claro do
significado da expressão “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”
entendeu bem a natureza do grande conflito entre o bem e o mal e a oferta pelos
pecados da humanidade – Jesus Cristo. Percebeu bem que, a misericórdia e a
justiça em Cristo se abraçaram. Assim, perfeitamente pode nos oferecer
esperança e descanso. Paulo havia se tornado como eles, mas sem abrir mão de
princípios importantes. Com isto pode se aproximar e ensinar a verdade sublime
da justiça de Cristo aos Judeus cristãos. Paulo dá exemplo de como se
aproximar das pessoas sem perder a essência dos valores cristãos. É possível
ser diferente para ganhar pessoas diferentes sem perder a nossa diferença. É
possível, como um camaleão, aproximarmos das pessoas sem perder nossa
identidade e princípios. No entanto, devemos ter muito cuidado para não abrir
mão de princípios imutáveis. Para isto exigirá de nós muita sabedoria e muita
comunhão com Deus. Não esqueçamos que, Paulo era um homem muito dotado de
conhecimentos e possuía uma vasta experiência. Ele era um erudito no
conhecimento e ao mesmo tempo muito temente a Deus. Estas características o
ajudaram a pisar no molhado sem se molhar.
Leitura
Adicional
“O
pastor não deve julgar que toda a verdade tem que ser apresentada aos
incrédulos em toda e qualquer ocasião. Ele deve estudar com cuidado quando
convém falar, o que dizer, e o que deixar de mencionar. Isso não é usar de
engano; é trabalhar como Paulo fazia. "Porque, sendo livre para com
todos," escreveu ele aos coríntios, "fiz-me servo de todos, para
ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus;
para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar
os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei,
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como se estivera sem lei (não
estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os
que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos.
Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns."
I Cor. 9:19-22. Paulo não se aproximava dos judeus de maneira a despertar-lhes
os preconceitos. Não lhes dizia, a princípio, que deviam crer em Jesus de
Nazaré; mas insistia nas profecias que falavam de Cristo, Sua missão e obra.
Levava seus ouvintes passo a passo, mostrando-lhes a importância de honrar a
lei de Deus. Dava a devida honra à lei cerimonial, mostrando que fora Cristo
que instituíra a ordem judaica e o serviço sacrifical. Levava-os, então, até ao
primeiro advento do Redentor, e mostrava que, na vida e morte de Cristo, se
havia cumprido tudo como estava especificado nesse serviço sacrifical.
Dos gentios,
Paulo se aproximava exaltando a Cristo, e apresentando as exigências da lei. Mostrava como a luz
refletida pela cruz do Calvário dava significação e glória a toda a ordem
judaica.
Assim variava o
apóstolo sua maneira de trabalhar, adaptando sua mensagem às circunstâncias em
que se achava. Depois de paciente trabalho, tinha grande medida de êxito;
entretanto, muitos havia que não se convenciam. Alguns há, hoje, que não se
convencerão seja qual for o método de apresentar a verdade; e o obreiro de Deus
deve estudar cuidadosamente métodos melhores, a fim de não despertar
preconceitos nem combatividade. Eis onde alguns têm fracassado. Seguindo suas
inclinações naturais, têm fechado portas pelas quais, com outra maneira de
agir, poderiam ter encontrado acesso a corações e, por intermédio desses, a
outros ainda.
Os obreiros de
Deus devem ser homens de múltiplas facetas; isto é, devem possuir largueza de
caráter. Não devem ser homens apegados a uma só idéia, estereotipados em sua
maneira de agir, incapazes de ver que sua defesa da verdade deve variar segundo
a espécie de pessoas entre as quais trabalham, e as circunstâncias que se lhes
deparam.
Delicada é a
obra que se apresenta ao pastor quando o enfrentam o afastamento, a inimizade
encarniçada e a oposição. Ele necessita, mais que os outros, daquela sabedoria
que é "primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia". Tia.
3:17. Como o orvalho e os chuveiros silenciosos caem suavemente sobre as
ressequidas plantas, assim devem cair-lhe as palavras brandamente ao proclamar
a verdade. Cumpre-lhe ganhar almas, não repeli-las. Deve estudar a fim de ser
hábil, onde não há regras para fazer face à situação.
Muitas almas têm
sido desviadas para uma direção errada, e assim perdidas para a causa de Deus,
devido à falta de habilidade e sabedoria da parte do obreiro. O tato e o
critério centuplicam a utilidade do obreiro. Se profere as palavras
convenientes no tempo oportuno, e manifesta o devido espírito, isso terá no
coração daquele que ele está procurando ajudar, uma influência capaz de o
comover.” (Obreiros Evangélicos, p.
118,119).
QUARTA, 23 DE NOVEMBRO
Naquele tempo e agora
(Gl 4:13; Rm 8:28; 2Co 4:7-12; 12:7-10)
As
dificuldades para pregar o evangelho são imensas. Mesmo no tempo de Paulo as
barreiras eram enormes e algumas delas pareciam intransponíveis. Não há
dúvidas que, é necessário ter muita fé, amor pela obra, consagração e perseverança.
Sem estes ingredientes dificilmente haveria disposição para enfrentar os
obstáculos que surgem. Paulo foi um dos maiores heróis da pregação e um
evangelista por excelência. Seu amor por Deus e por Sua obra era a razão de sua
existência. Ele enfrentou diversidades que muitos talvez não suportariam. Paulo
poderia ter se revoltado com Deus algumas vezes ou abandonado a missão, mas,
mesmo em circunstâncias que, para alguns poderiam ser uma oportunidade de
abandonar, para ele era oportunidade de manter-se mais firme ainda. Sua vida
foi sacrificada pela pregação e desejo de alertar o mundo do reino vindouro.
Temos muito o que aprender deste grande homem destemido. Sua vida é uma severa
repreensão àqueles que não largam o conforto de sua casa por nada, nem pelo
amor as almas perdidas. A igreja da Galácia, mais do que outras igrejas, foram
testemunhas de sua persistência, motivação e perseverança em alcançar os perdidos.
Na verdade a igreja da Galácia existiu graças a ele. Mesmo enfermo, continuou com eles
disseminando a palavra de Deus. Que exemplo notável...
Leitura
Adicional
“A
igreja cristã estava a esse tempo entrando numa fase importante. A obra de
proclamar a mensagem evangélica entre os gentios devia agora prosseguir com
vigor; e, em resultado, a igreja se havia de fortalecer por uma grande colheita
de almas. Os apóstolos que tinham sido designados para dirigir essa obra,
estariam expostos a suspeitas, preconceitos e ciúmes. Seus ensinos a respeito
da demolição da "parede de separação que estava no meio" (Efés.
2:14), a qual por tanto tempo separara o mundo judaico do gentílico, haviam
naturalmente de acarretar-lhes a acusação de heresia; e sua autoridade como
ministros do evangelho seria posta em dúvida por muitos judeus zelosos e
crentes. Deus previu as dificuldades que Seus servos seriam chamados a
enfrentar; e para que sua obra estivesse acima de acusação, instruiu a igreja,
mediante revelação, a separá-los publicamente para a obra do ministério. Sua
ordenação era um reconhecimento público de sua divina designação para levar aos
gentios as boas novas do evangelho.
Tanto Paulo como Barnabé já haviam
recebido sua comissão do próprio Deus, e a cerimônia da imposição das mãos não
ajuntou à mesma nenhuma graça ou virtual qualificação. Era uma forma
reconhecida de designação para um cargo específico bem como da autoridade da
pessoa no mesmo. Por ela o selo da igreja era colocado sobre a obra de Deus.” (Obreiros Evangélicos, p. 441, 442).
QUINTA E SEXTA, 24 e 25 DE NOVEMBRO
Falando a verdade
(Jo 3:19; Mt 26:64-65; Jr 36:17-23; Gl
4:17-20)
Falar
a verdade nunca foi popular e atraente. Para alguns corações sinceros a verdade
pode até soar como cheiro suave, mas, em realidade, para muitas pessoas, a
verdade pode ser um tanto que incômoda e difícil. Paulo mesmo enfrentou
adversidades duras por causa do peso que a verdade impunha. Ele enfrentou até
mesmo alguns amigos de ministério para que a mentira não ganhasse espaço entre
a verdade. Foi audacioso e bem firme mesmo em circunstâncias nada fáceis. Em nossos
dias, como Paulo, devemos não ter medo de dizer o que as pessoas precisam
ouvir. Com tato, amor e jeito, a verdade precisa ser esclarecida e proclamada
com força. Satanás e seus súditos espalham a mentira com tanta convicção como
se fosse a verdade, enquanto que muitos adventistas, receosos das consequências,
acabam inibindo o poder desta mensagem tão poderosa que temos. Não devemos ser
rudes e muito menos faltar com sabedoria na forma como devemos apresentar, mas
devemos ser pontuais, firmes e resolutos em proclamá-la. Retroceder jamais,
avançar sempre. A bandeira da verdade precisa ser proclamada com força e
levantada à uma altura que supere a bandeira da mentira. Falar a verdade pode
nos custar caro, mas não pronunciá-la pode trazer custos maiores ainda.
Leitura
Adicional
“Aprenda
cada pastor a usar os sapatos do evangelho. Quem está calçado com a preparação
do evangelho da paz, andará como Cristo andou. Poderá proferir palavras
adequadas, e fazê-lo com amor. Não buscará incutir pela força a divina mensagem
da verdade. Tratará com ternura cada coração, reconhecendo que o Espírito
imprimirá a verdade nos que são susceptíveis às impressões divinas. Nunca terá
maneiras impetuosas. Toda palavra que proferir exercerá influência suavizante e
subjugante. ...
Ao proferir palavras de
reprovação, ponhamos na voz toda a ternura e amor cristãos possíveis. Quanto
mais elevada for a posição de um pastor, tanto mais ponderado deve ele ser em
palavras e atos.” (Manuscrito 127, 1902).
“Ao
proferir palavras de reprovação, ponhamos na voz toda a ternura e amor cristãos
possíveis. Quanto mais elevada for a posição de um pastor, tanto mais ponderado
deve ele ser em palavras e atos”. (Manuscrito
127, 1902).
“Na
obra de reforma a ocorrer hoje, há necessidade de homens que, como Esdras e
Neemias não obscureçam ou desculpem o pecado, nem se esquivem de vindicar a
honra de Deus. Aqueles sobre quem repousa o fardo desta obra, não se sentirão
em paz quando o erro é praticado, nem cobrirão o mal com o manto da falsa
caridade. Eles se lembrarão que Deus não faz acepção de pessoas, e que a
severidade para com uns poucos pode representar misericórdia para com muitos.
Lembrar-se-ão também de que o Espírito de Cristo deve ser revelado naquele que
repreende o mal.” (Profetas e Reis, p.
675).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é
inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus
superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem
falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br