Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 09 – 4º Trimestre 2011 (19 a 26 de Novembro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 09 – 4º Trimestre 2011 (19 a 26 de Novembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 19 DE NOVEMBRO
                                                    Apelo pastoral de Paulo
(Gl 4:12)

            A heresia embora seja uma mentira, temos que ter em mente que ela funciona. A mentira funcionou no Céu, funcionou no Éden, funcionou em outros tempos no passado e continua funcionando em pleno século XXI. Assim como Paulo, precisamos defender a verdade a qualquer custo, sem delonga ou extrema passividade. Às vezes faz-se necessário sermos mais contundentes, resolutos e determinados ao fazer menção da verdade. O interessante é que, há religiosos no mundo que gritam com força e protegem suas mensagens falsas com tanta disposição como se fosse a verdade. Os Adventistas do Sétimo Dia que possuem definitivamente a verdade, às vezes se levantam de maneira acanhada para defender o que conhecem. Na narrativa que conta as experiências de Paulo diante do erro, é uma demonstração clara de como precisamos agir diante da mentira. Embora precisemos falar com amor, a mentira não merece piedade e precisa ser combatida com rigor. Nunca a mentira avançou com tanta força como nos dias de hoje. As pessoas estão sendo enganadas em cada esquina e os falos profetas vão se acumulando e se multiplicando como uma praga de plantação. Deus nos chama para uma obra que visa confrontar, abertamente e com coragem, os enganos sutis de Satanás que tanto nos rodeiam. Sejamos firmes como uma roxa e cheio de ânimo para levantar a bandeira da verdade acima da bandeira da mentira.

Leitura Adicional

            “Assim foram os gálatas ensinados no que respeita às verdades fundamentais concernentes a "Deus Pai" e a "nosso Senhor Jesus Cristo, o qual Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai". Gál. 1:3 e 4. "Pela pregação da fé", receberam o Espírito de Deus, e tornaram-se "filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus." Gál. 3:2 e 26.
A maneira como Paulo viveu entre os gálatas foi tal que ele pôde afirmar mas tarde: "Rogo-vos que sejais como eu." Gál. 4:12. Seus lábios tinham sido tocados com a brasa viva do altar, e ele foi habilitado a sobrepor-se às fraquezas do corpo e a apresentar a Jesus como a única esperança do pecador. Os que o ouviam sabiam que ele havia estado com Jesus. Assistido com o poder do alto, estava capacitado a comparar as coisas espirituais com as espirituais e a demolir as fortalezas de Satanás. Corações eram quebrantados ao apresentar ele o amor de Deus como revelado no sacrifício de Seu único Filho, e muitos eram levados a perguntar: Que devo fazer para salvar-me?
Este método de apresentar o evangelho caracterizou o trabalho do apóstolo através de seu ministério entre os gentios. Conservava sempre diante deles a cruz do Calvário. "Não nos pregamos a nós mesmos", declarou ele depois de anos em sua experiência, "mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo." II Cor. 4:5 e 6.
Os consagrados mensageiros que nos primeiros dias do cristianismo levaram as alegres novas da salvação a um mundo a perecer, não permitiam que pensamentos de exaltação própria viessem empanar sua apresentação de Cristo, e Este crucificado. Não cobiçavam nem autoridade nem preeminência. Ocultando-se no Salvador, exaltavam o grande plano da salvação e a vida de Cristo, o Autor e Consumador deste plano. Cristo, o mesmo ontem, hoje e eternamente, era o seu insistente ensino” (Atos dos Apóstolos, p. 208, 209).

DOMINGO, 20 DE NOVEMBRO
O coração de Paulo
(Gl 4:12-20)

            A maior alegria de um evangelista ou pregador é ver suas ovelhas seguras na igreja. No entanto, há lobos ferozes que tentam raptar e desvirtuar essas ovelhas. A maior tristeza para um evangelista e pregador é justamente ver suas ovelhas serem desviadas por heresias. Paulo sentiu isso na pele quando esteve com o povo da Galácia. Suas palavras fortes revelam seu desespero em ver o povo novamente instruído e vacinados contra o erro. Mesmo que a ovelha não seja diretamente um fruto de seu trabalho, seja quem for, todos recebem um carinho especial por parte daqueles que foram chamados por Deus para o  ministério. O Apóstolo estava interessado pela segurança daquele povo e pelos demais que seriam ouvidos por eles. Os erros doutrinários precisam ser enfrentados e extirpados do meio da igreja antes que faça mais vítimas. Como já mencionado, a mentira, embora seja mentira, ela funciona. Paulo entendeu bem disto, pois ele era uma pessoa enganada pelo erro, e por conta da má compreensão do evangelho, cometeu terríveis atrocidades.  O coração de Paulo fremia de desejos em ver o povo liberto das concepções erradas que se levantavam naqueles dias na Galácia. Proteger o rebanho não é uma opção, é um dever de todos que professam fé em Cristo. Foi perguntado a Caim onde estava o seu irmão, ele respondeu: "Por acaso, sou eu tutor de meu irmão?". Hoje Deus nos faz essa mesma pergunta, e deseja que saibamos que todos nós somos tutores de nossos irmãos. Somos comissionados a protegê-los de qualquer perigo.

Leitura Adicional

            “A vida religiosa de um grande número de indivíduos que professam ser cristãos é de molde a revelar que não são cristãos. Estão constantemente representando mal a Cristo, falsificando-Lhe o caráter. Não percebem a importância dessa transformação de caráter, e que precisam adaptar-se a Sua semelhança divina. Às vezes exibirão também ao mundo um falso aspecto do cristianismo, que causará a ruína das almas colocadas em associação com eles, pelo próprio motivo de que, embora professem ser cristãos, não se acham sob a direção de Jesus Cristo. Seus traços de caráter hereditários e cultivados são acariciados como preciosas habilitações, quando, em realidade, exercem deletéria influência sobre outras mentes. Em termos bem claros e simples, caminham nas faíscas que eles mesmos acenderam. Possuem uma religião sujeita às circunstâncias e controlada por elas. Se tudo parece correr da maneira que lhes apraz, e não há circunstâncias irritantes que ponham a descoberto sua natureza insubmissa e que não se assemelha à de Cristo, são condescendentes e agradáveis, e serão muito atraentes.
Quando ocorrerem certas coisas na família ou em sua associação com outros, que perturbem sua paz e provoquem seu mau temperamento, se colocarem todas as circunstâncias diante de Deus e continuarem a fazer seu pedido, suplicando Sua graça antes de se empenharem nas tarefas diárias como professores, e conhecerem por si mesmos o poder e a graça e o amor de Cristo habitando em seu coração antes de iniciarem suas labutas, anjos de Deus são levados com eles para a sala de aula. Se entrarem, porém, na sala de aula com um espírito exasperado e irritado, a atmosfera moral que circunda sua alma deixará sua impressão sobre as crianças que se acham sob os seus cuidados, e, em vez de estarem habilitados para instruir as crianças, necessitam de alguém para ensinar-lhes as lições de Jesus Cristo” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 265, 266).


                                           SEGUNDA, 21 DE NOVEMBRO
O desafio da transformação
 (Gl 4:12; ICo 11:1; Fp 3:17; 2Ts 3:7-9; At 26:28-29)

            Os Gálatas estavam enraizados no pensamento da salvação pelas obras da lei. Paulo lutava com eles para que entendessem o que ele já havia entendido – Jesus não se pendurou entre a Terra e o Céu para que vivêssemos pela lei. Nossa vida deve ser moldada por Cristo. Nossa redenção necessita ligar-se à cruz do calvário. O sangue de Cristo é tudo para nós. A lei não foi estabelecida para cumprir este propósito, pois se fosse, Jesus não precisava derramar sua morte na cruz por nós. A lei não pode substituir-nos. Deus sabia que, se fossemos nos amparar na lei, nenhuma alma se salvaria, por este motivo é que Jesus se ofertou para substituir-nos na morte eterna. Seu sofrimento, dor, desespero e angústia representam no mais puro sentido da palavra, o que todos nós deveríamos ter suportado além da morte eterna. Ele pagou o preço que não lhe pertencia para que pudéssemos ser amparados pela Sua graça excelsa. A lei é grandiosa e necessária, mas ela cumpre um papel totalmente diferente do proposto pelos Gálatas, o de limitar nossa vida do perigo. A lei deve apresentar a condição em que estamos e a necessidade de um poder que está fora de nós – Jesus Cristo. Em nossos dias, temos que ajudar as pessoas que não conseguem se aperceber desta realidade. Há pessoas boas em nosso meio que ainda não compreenderam esta importante mensagem. Precisam de ajuda, de uma palavra, de um amparo teológico, e Deus espera nos usar, assim como ajudou Paulo a abrir os olhos do povo daquele tempo. Estudemos detidamente este assunto importante e demandemos tempo para pregar e ensinar aos que nos rodeiam. A justificação pela fé é crucial para a conclusão da obra ao redor do mundo pois o primeiro anjo surge no cenário profético de apocalipse 14 com um “evangelho eterno” nas mãos. Evangelho é o “poder de Deus para salvação” (Rm 1:15-17), Justificação pela fé.

Leitura Adicional

            “Suprir formas externas de religião em lugar de santidade de coração e de vida, é ainda tão agradável à natureza não renovada como o foi nos dias desses ensinadores judeus. Hoje, como então, existem falsos guias espirituais, para cujas doutrinas muitos atentam avidamente. É estudado esforço de Satanás desviar as mentes da esperança da salvação pela fé em Cristo e obediência à lei de Deus. Em cada século o arquiinimigo adapta suas tentações aos preconceitos ou inclinações daqueles a quem está procurando enganar. Nos tempos apostólicos levou os judeus a exaltar a lei cerimonial e rejeitar a Cristo; no presente ele induz muitos cristãos professos, sob a pretensão de honrarem a Cristo, a pôr em controvérsia a lei moral, e a ensinar que seus preceitos podem ser transgredidos impunemente. É dever de cada servo de Deus opor-se firme e decididamente a esses pervertedores da fé, e expor destemidamente seus erros pela Palavra da verdade.” (Atos dos Apóstolos, p. 387).

            “Mas Israel não percebera a natureza espiritual da lei, e com demasiada freqüência sua professada obediência não passava de uma observância de formas e cerimônias, em vez de ser uma entrega do coração à soberania do amor. Quando Jesus, em Seu caráter e Sua obra, apresentava aos homens os santos, generosos e paternais atributos de Deus, e lhes mostrava a inutilidade de meras formas cerimoniais de obediência, os guias judaicos não recebiam nem compreendiam Suas palavras. Achavam que Ele Se demorava muito ligeiramente nas exigências da lei; e quando lhes expunha as próprias verdades que constituíam a alma do serviço que lhes era divinamente indicado, eles, olhando apenas ao exterior, acusavam-nO de buscar derribá-la.” (Maior Discurso de Cristo, p. 46).

            “O perdão do pecado é prometido àquele que se arrepende e crê; a coroa da vida será a recompensa daquele que for fiel até o fim. Podemos crescer na graça aproveitando a graça que já temos. Devemos manter-nos incontaminados do mundo se quisermos ser achados irrepreensíveis no dia de Deus. A fé e as obras andam de mãos dadas; elas atuam harmoniosamente na obra de vencer. As obras sem fé são mortas, e a fé sem obras é inoperante. As obras nunca nos salvarão; é o mérito de Cristo que será eficaz em nosso favor. Mediante a fé nEle, Cristo tornará todos os nossos esforços imperfeitos aceitáveis a Deus. A fé que precisamos ter não é uma fé indolente; a fé que salva é aquela que opera pelo amor e purifica o ser. Quem quer levantar a Deus mãos santas, sem ira e sem rancor, andará inteligentemente no caminho dos mandamentos de Deus.” (Fé e Obras, p. 48, 49).

            “Não assuma ninguém a atitude limitada e acanhada de que qualquer das obras do homem possa ajudar, no mínimo que seja, a liquidar a dívida de sua transgressão. É este um engano fatal. Se o quiserdes entender, deveis cessar de acariciar vossas idéias favoritas, e de coração humilde contemplar a expiação. Este assunto é compreendido tão vagamente que milhares de milhares, afirmando ser filhos de Deus, são filhos do maligno, porque confiam em suas próprias obras. Deus sempre exigiu boas obras, a lei as exige, mas como o homem se colocou no pecado, onde suas boas obras não tinham valor, unicamente a justiça de Cristo pode prevalecer. Cristo pode salvar perfeitamente, porque sempre vive para fazer intercessão por nós. Tudo que o homem pode fazer no sentido de sua salvação, é aceitar o convite: "Quem quiser, tome de graça da água da vida." Apoc. 22:17. Pecado algum pode ser cometido pelo homem, para o qual não se tenha dado satisfação no Calvário. Assim a cruz, em fervorosos apelos, constantemente oferece ao pecador uma expiação cabal.” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 343).
           
TERÇA, 22 DE NOVEMBRO
Eu me tornei como vocês
(Gl 4:12; ICo 9:19-23; At 17:16-34; ICo 8:8-13; Gl 2:11-14)

            Paulo apelou algumas vezes para que as pessoas fossem seus imitadores. Você teria coragem de dizer a mesma coisa para as pessoas que estão ao seu redor? A fidelidade, integridade e serviço de Paulo o encorajava a afirmar tais palavras sem nenhum medo. Isto nos ensina que a vida prática é essencial para uma vida cristã. Ele não queria que os Judeus da Galácia fossem como ele em questões morais, pois disso eles entendiam muito bem ao se refugiarem nas leis. Na verdade ele pretendia que seu público fosse como ele no sentido de ser obediente a Cristo nos deveres da vida cristã, mas com a esperança da redenção unicamente no sacrifício expiatório de Cristo. Paulo foi um bom Judeu, zeloso e exigente nos quesitos da lei. No entanto, agora, depois de seu encontro com Cristo e conhecimento claro do significado da expressão “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” entendeu bem a natureza do grande conflito entre o bem e o mal e a oferta pelos pecados da humanidade – Jesus Cristo. Percebeu bem que, a misericórdia e a justiça em Cristo se abraçaram. Assim, perfeitamente pode nos oferecer esperança e descanso. Paulo havia se tornado como eles, mas sem abrir mão de princípios importantes. Com isto pode se aproximar e ensinar a verdade sublime da justiça de Cristo aos Judeus cristãos. Paulo dá exemplo de como se aproximar das pessoas sem perder a essência dos valores cristãos. É possível ser diferente para ganhar pessoas diferentes sem perder a nossa diferença. É possível, como um camaleão, aproximarmos das pessoas sem perder nossa identidade e princípios. No entanto, devemos ter muito cuidado para não abrir mão de princípios imutáveis. Para isto exigirá de nós muita sabedoria e muita comunhão com Deus. Não esqueçamos que, Paulo era um homem muito dotado de conhecimentos e possuía uma vasta experiência. Ele era um erudito no conhecimento e ao mesmo tempo muito temente a Deus. Estas características o ajudaram a pisar no molhado sem se molhar.

Leitura Adicional

            “O pastor não deve julgar que toda a verdade tem que ser apresentada aos incrédulos em toda e qualquer ocasião. Ele deve estudar com cuidado quando convém falar, o que dizer, e o que deixar de mencionar. Isso não é usar de engano; é trabalhar como Paulo fazia. "Porque, sendo livre para com todos," escreveu ele aos coríntios, "fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei,
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como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns." I Cor. 9:19-22. Paulo não se aproximava dos judeus de maneira a despertar-lhes os preconceitos. Não lhes dizia, a princípio, que deviam crer em Jesus de Nazaré; mas insistia nas profecias que falavam de Cristo, Sua missão e obra. Levava seus ouvintes passo a passo, mostrando-lhes a importância de honrar a lei de Deus. Dava a devida honra à lei cerimonial, mostrando que fora Cristo que instituíra a ordem judaica e o serviço sacrifical. Levava-os, então, até ao primeiro advento do Redentor, e mostrava que, na vida e morte de Cristo, se havia cumprido tudo como estava especificado nesse serviço sacrifical.
Dos gentios, Paulo se aproximava exaltando a Cristo, e apresentando as  exigências da lei. Mostrava como a luz refletida pela cruz do Calvário dava significação e glória a toda a ordem judaica.
Assim variava o apóstolo sua maneira de trabalhar, adaptando sua mensagem às circunstâncias em que se achava. Depois de paciente trabalho, tinha grande medida de êxito; entretanto, muitos havia que não se convenciam. Alguns há, hoje, que não se convencerão seja qual for o método de apresentar a verdade; e o obreiro de Deus deve estudar cuidadosamente métodos melhores, a fim de não despertar preconceitos nem combatividade. Eis onde alguns têm fracassado. Seguindo suas inclinações naturais, têm fechado portas pelas quais, com outra maneira de agir, poderiam ter encontrado acesso a corações e, por intermédio desses, a outros ainda.
Os obreiros de Deus devem ser homens de múltiplas facetas; isto é, devem possuir largueza de caráter. Não devem ser homens apegados a uma só idéia, estereotipados em sua maneira de agir, incapazes de ver que sua defesa da verdade deve variar segundo a espécie de pessoas entre as quais trabalham, e as circunstâncias que se lhes deparam.
Delicada é a obra que se apresenta ao pastor quando o enfrentam o afastamento, a inimizade encarniçada e a oposição. Ele necessita, mais que os outros, daquela sabedoria que é "primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia". Tia. 3:17. Como o orvalho e os chuveiros silenciosos caem suavemente sobre as ressequidas plantas, assim devem cair-lhe as palavras brandamente ao proclamar a verdade. Cumpre-lhe ganhar almas, não repeli-las. Deve estudar a fim de ser hábil, onde não há regras para fazer face à situação.
Muitas almas têm sido desviadas para uma direção errada, e assim perdidas para a causa de Deus, devido à falta de habilidade e sabedoria da parte do obreiro. O tato e o critério centuplicam a utilidade do obreiro. Se profere as palavras convenientes no tempo oportuno, e manifesta o devido espírito, isso terá no coração daquele que ele está procurando ajudar, uma influência capaz de o comover.” (Obreiros Evangélicos, p. 118,119).
           
QUARTA, 23 DE NOVEMBRO
Naquele tempo e agora
(Gl 4:13; Rm 8:28; 2Co 4:7-12; 12:7-10)

            As dificuldades para pregar o evangelho são imensas. Mesmo no tempo de Paulo as barreiras eram enormes e algumas delas pareciam intransponíveis. Não há dúvidas que, é necessário ter muita fé, amor pela obra, consagração e perseverança. Sem estes ingredientes dificilmente haveria disposição para enfrentar os obstáculos que surgem. Paulo foi um dos maiores heróis da pregação e um evangelista por excelência. Seu amor por Deus e por Sua obra era a razão de sua existência. Ele enfrentou diversidades que muitos talvez não suportariam. Paulo poderia ter se revoltado com Deus algumas vezes ou abandonado a missão, mas, mesmo em circunstâncias que, para alguns poderiam ser uma oportunidade de abandonar, para ele era oportunidade de manter-se mais firme ainda. Sua vida foi sacrificada pela pregação e desejo de alertar o mundo do reino vindouro. Temos muito o que aprender deste grande homem destemido. Sua vida é uma severa repreensão àqueles que não largam o conforto de sua casa por nada, nem pelo amor as almas perdidas. A igreja da Galácia, mais do que outras igrejas, foram testemunhas de sua persistência, motivação e perseverança em alcançar os perdidos. Na verdade a igreja da Galácia existiu graças a ele. Mesmo enfermo, continuou com eles disseminando a palavra de Deus. Que exemplo notável...

Leitura Adicional

            “A igreja cristã estava a esse tempo entrando numa fase importante. A obra de proclamar a mensagem evangélica entre os gentios devia agora prosseguir com vigor; e, em resultado, a igreja se havia de fortalecer por uma grande colheita de almas. Os apóstolos que tinham sido designados para dirigir essa obra, estariam expostos a suspeitas, preconceitos e ciúmes. Seus ensinos a respeito da demolição da "parede de separação que estava no meio" (Efés. 2:14), a qual por tanto tempo separara o mundo judaico do gentílico, haviam naturalmente de acarretar-lhes a acusação de heresia; e sua autoridade como ministros do evangelho seria posta em dúvida por muitos judeus zelosos e crentes. Deus previu as dificuldades que Seus servos seriam chamados a enfrentar; e para que sua obra estivesse acima de acusação, instruiu a igreja, mediante revelação, a separá-los publicamente para a obra do ministério. Sua ordenação era um reconhecimento público de sua divina designação para levar aos gentios as boas novas do evangelho.
Tanto Paulo como Barnabé já haviam recebido sua comissão do próprio Deus, e a cerimônia da imposição das mãos não ajuntou à mesma nenhuma graça ou virtual qualificação. Era uma forma reconhecida de designação para um cargo específico bem como da autoridade da pessoa no mesmo. Por ela o selo da igreja era colocado sobre a obra de Deus.” (Obreiros Evangélicos, p. 441, 442).
           
QUINTA E SEXTA, 24 e 25  DE NOVEMBRO
Falando a verdade
(Jo 3:19; Mt 26:64-65; Jr 36:17-23; Gl 4:17-20)

            Falar a verdade nunca foi popular e atraente. Para alguns corações sinceros a verdade pode até soar como cheiro suave, mas, em realidade, para muitas pessoas, a verdade pode ser um tanto que incômoda e difícil. Paulo mesmo enfrentou adversidades duras por causa do peso que a verdade impunha. Ele enfrentou até mesmo alguns amigos de ministério para que a mentira não ganhasse espaço entre a verdade. Foi audacioso e bem firme mesmo em circunstâncias nada fáceis. Em nossos dias, como Paulo, devemos não ter medo de dizer o que as pessoas precisam ouvir. Com tato, amor e jeito, a verdade precisa ser esclarecida e proclamada com força. Satanás e seus súditos espalham a mentira com tanta convicção como se fosse a verdade, enquanto que muitos adventistas, receosos das consequências, acabam inibindo o poder desta mensagem tão poderosa que temos. Não devemos ser rudes e muito menos faltar com sabedoria na forma como devemos apresentar, mas devemos ser pontuais, firmes e resolutos em proclamá-la. Retroceder jamais, avançar sempre. A bandeira da verdade precisa ser proclamada com força e levantada à uma altura que supere a bandeira da mentira. Falar a verdade pode nos custar caro, mas não pronunciá-la pode trazer custos maiores ainda.

Leitura Adicional

            “Aprenda cada pastor a usar os sapatos do evangelho. Quem está calçado com a preparação do evangelho da paz, andará como Cristo andou. Poderá proferir palavras adequadas, e fazê-lo com amor. Não buscará incutir pela força a divina mensagem da verdade. Tratará com ternura cada coração, reconhecendo que o Espírito imprimirá a verdade nos que são susceptíveis às impressões divinas. Nunca terá maneiras impetuosas. Toda palavra que proferir exercerá influência suavizante e subjugante. ...
Ao proferir palavras de reprovação, ponhamos na voz toda a ternura e amor cristãos possíveis. Quanto mais elevada for a posição de um pastor, tanto mais ponderado deve ele ser em palavras e atos.” (Manuscrito 127, 1902).

            “Ao proferir palavras de reprovação, ponhamos na voz toda a ternura e amor cristãos possíveis. Quanto mais elevada for a posição de um pastor, tanto mais ponderado deve ele ser em palavras e atos”. (Manuscrito 127, 1902).

            “Na obra de reforma a ocorrer hoje, há necessidade de homens que, como Esdras e Neemias não obscureçam ou desculpem o pecado, nem se esquivem de vindicar a honra de Deus. Aqueles sobre quem repousa o fardo desta obra, não se sentirão em paz quando o erro é praticado, nem cobrirão o mal com o manto da falsa caridade. Eles se lembrarão que Deus não faz acepção de pessoas, e que a severidade para com uns poucos pode representar misericórdia para com muitos. Lembrar-se-ão também de que o Espírito de Cristo deve ser revelado naquele que repreende o mal.” (Profetas e Reis, p. 675).

           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br