Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 4º Trimestre 2011 (5 a 12 de Novembro)

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 4º Trimestre 2011 (5 a 12 de Novembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 05 DE NOVEMBRO
                                                         Caminho para a fé
(Gl 3:22)

            Repensando na aplicação anterior: Quando pensarmos em obediência, pensemos na lei. Imagine que você corre perigo de vida e precisa ultrapassar um determinado campo para estar a salvo. O problema é que você não tem permissão para ultrapassar o campo. No entanto, mesmo não merecendo, o dono do campo lhe concede permissão para ultrapassar. Porém, lhe orienta a seguir fielmente as instruções do campo por haver ao longo deste caminho 10 placas indicando para não pisar nos locais em específico, pois ali havia bombas soterradas. Bom, a lei de Deus cumpre exatamente este propósito. Se seguirmos fielmente o trajeto não pisando exatamente onde a lei está dizendo para não pisar, ultrapassaremos o campo da minado da vida ileso das tragédia ou consequência da transgressão/pecado. Entretanto, a possibilidade de ultrapassar o campo para chegar ao outro lado, é concedida por Cristo ou por Sua graça. Se não fosse Sua graça, não teríamos a concessão para ultrapassar este território e chegar a salvo do outro lado do campo. A lei serve apenas para dar orientação do que é pecado na vida e assim, se nós obedecermos, nos poupará das consequências danosas. A graça é a concessão de Cristo para ultrapassarmos o campo desta vida e alcançar o Céu em Seus próprios méritos. Como bem ilustrado, a graça não concede permissão para pecar. A lei nos orienta o caminho que devemos andar.

Leitura Adicional

            “A lei e o evangelho andam de mãos dadas. Um é o complemento do outro. A lei, sem fé no evangelho de Cristo, é incapaz de salvar o transgressor. O evangelho, sem a lei, é ineficaz e impotente. A lei e o evangelho são um todo perfeito. O Senhor Jesus colocou a fundação do edifício, e prevê ‘Ele colocará a pedra de remate, em meio a aclamações: Haja graça e graça para ela!’ (Zc 4:7). Ele é autor e consumador da nossa fé, o alfa e o ômega, e princípio e o fim, o primeiro e o último. Os dois misturados, o evangelho de Cristo e a lei de Deus – produzem o amor e a fé não fingida” (Materiais de Ellen White, 1888, p 783).

            “A santa lei de Deus é breve    e abrangente, pois é facilmente compreendida e lembrada, e ainda é uma expressão da vontade de Deus. Sua abrangência é resumida nas seguintes palavras: ‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento.’ Obedeçam aos Meus decretos e ordenanças, pois o homem que os praticar viverá por eles. Eu sou o Senhor’ (Lv 18:5). ‘Maldito quem não puser em prática as palavras desta lei. Todo o povo dirá: Amém’ (Dt 27:26). ‘Entretanto, se vocês não obedecerem ao Senhor, o seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os Seus mandamentos e decretos que hoje lhes dou, todas estas maldições cairão sobre vocês e os atingirão” (Dt 28:15 [Todos os textos deste parágrafo são da NVI]; Signs of the Times, 5 de setembro de 1892).

DOMINGO, 06 DE NOVEMBRO
A lei e a promessa
(Gl 3:21; Lv 18:5; Dt 6:24)

            A promessa e a aliança andam de mãos dadas, pois são como unha e carne. Não existe aliança sem. A lei foi dada junto com a promessa e isto indica que, embora a aliança ou a promessa seja a base para nossa redenção, a lei existe para um fim bem definido. A lei não promove graça, não promove fé, não derrama sangue pelo pecador e não pode oferecer vida, mas a lei, dada por Deus sinaliza nossa jornada cristã. Ela é a resposta do amor divino para nos ajudar a entender a diferença do que é e não é correto diante dos olhos de Deus. Ela nos ajuda a delimitar nossa vida de forma que fiquemos bem longe do pecado e de suas consequências. Agora, o que a lei não pode fazer, a graça pode, encher-nos de vida e salvação pelos méritos de Cristo.
            A lei e a promessa exercem papéis diferentes e ao mesmo tempo cumprem os propósitos de Deus para a vida humana.
            Infelizmente o nosso século tem sido o palco para o relativismo e secularismo. Isto significa que, as pessoas não estão interessadas nem um pouco de submeter suas vidas ao controle de outro. Por este motivo cada um cria suas próprias leis de vida. Quem é que faz a moral? Moral não existe, somos nós é que criamos a moral, afirma a sociedade. O relativismo tem sido tão forte que mesmo as igrejas cristãs tem sido fortemente influenciadas por este pensamento contemporâneo. Por este motivo é que se os pregadores antinomistas se levantam com força de seus púlpitos para dizerem que não existem mais leis, pois Jesus já as cumpriu por nós na cruz, por este motivo não precisamos mais cumprir. Com isto, imperceptivelmente, abrem as comportas da miséria em suas mais diversas formas. É por isso que vemos tanta injustiça, traição, adultério, maldade, falcatruas, desonestidade e perversidade sexual mesmo dentre os evangélicos. Jesus não alcançou a humanidade com uma graça que não é capaz de transformar. Embora a lei de Deus não tenha poder nenhum para salvar e nem para transformar, é ela, sob a orientação e toque do Espírito Santo, que nos apresenta a vontade Daquele que é sábio demais para errar. Pense nisso...

Leitura Adicional

            “Não admira que os transgressores da lei de Deus no tempo presente se afastem dela o máximo possível, pois ela os condena. Mas os que afirmam que os Dez Mandamentos foram abolidos na crucifixão de Cristo encontram-se num engano análogo ao dos judeus. O ponto de vista de que a lei de Deus é rigorosa e insuportável constitui um desacato Àquele que governa o Universo de acordo com os seus santos preceitos. Há um véu sobre o coração dos que sustentam esse ponto de vista ao lerem tanto o Antigo como o Novo Testamentos. O castigo pela menor transgressão dessa lei é a morte, e se não fosse Cristo, o Advogado do pecador, ele seria aplicado sumariamente a todo ofensor. A justiça e a misericórdia se acham mescladas. Cristo e a lei permanecem lado a lado. A lei condena o transgressor e Cristo intercede pelo pecador.
Com o primeiro advento de Cristo foi introduzida uma era de maior luz e glória; mas seria de fato pecaminosa ingratidão desprezar e ridicularizar a luz menor porque raiou uma luz mais completa e mais gloriosa. Os que desprezam as bênçãos e a glória da era judaica não se acham preparados para tirarem proveito da pregação do evangelho. O fulgor da glória do Pai e a excelência e perfeição de Sua sagrada lei só podem ser compreendidos por meio da expiação efetuada no Calvário por Seu querido Filho; mas até mesmo a expiação perde o seu significado quando é rejeitada a lei de Deus.
A vida de Cristo foi uma perfeitíssima e cabal vindicação da lei de Seu Pai, e Sua morte atestou sua imutabilidade. Assumindo a culpa do pecador, Cristo não eximiu o homem de sua obrigação de obedecer à lei; pois se a lei pudesse ser modificada ou abolida, Ele não precisaria ter vindo a este mundo para sofrer e morrer. O próprio fato de que Cristo morreu por causa das transgressões da lei atesta o caráter imutável da lei do Pai.
Os judeus haviam-se afastado de Deus, e, em seus ensinos, substituíram a lei divina por suas próprias tradições. A vida e os ensinos de Cristo tornaram claros e distintos os princípios dessa lei violada. O exército celestial compreendeu que o objetivo de Sua missão era exaltar a lei do Pai e torná-la honrosa, e justificar suas reivindicações”. (Signs of the Times, 25 de agosto de 1887).

            “Se o transgressor fosse tratado de acordo com a letra dessa aliança, não haveria esperança para a humanidade caída, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. A humanidade caída de Adão não pode contemplar nada além da letra dessa aliança a não ser o ministério da morte, e a morte será a recompensa de todos os que em vão estão procurando formar uma justiça própria, que atenda às reivindicações da lei. Por Sua palavra, Deus Se comprometeu a executar a pena da lei sobre todos os transgressores. Repetidas vezes, os homens cometem pecado, e ainda não parecem crer que devem sofrer a pena por transgredir a lei. Desfiam suas boas intenções diante do Senhor e aliviam a consciência, invocando Sua misericórdia, mas o único motivo de esperança para os caídos filhos e filhas de Adão é conveter-se de seus pecados e aceitar a justiça de Cristo, abandonandos toda esperança de salvação com base na justiça própria. O Senhor não pode salvar ninguém por motivo de boas obras”. (Signs of the Times, 5 de setembro de 1892).


                                           SEGUNDA, 07 DE NOVEMBRO
“Prisioneiros da lei”
 (Gl 3:22, 23; Rm 6:14; 15:; I Co 9:20; Gl 4:4,5,21; 5:18)

            Em contraste com as palavras de Paulo ao afirmar que “antes que chegasse o tempo da fé, nós éramos prisioneiros da lei” (Gl 3:23), Tiago ensina que seremos julgados “pela lei da liberdade” (Tg 2:12). Aparentemente há uma contradição entre Paulo e Tiago. Na verdade as duas expressões se harmonizam perfeitamente, pois Paulo ao se referir que “nós eramos prisioneiros da lei” faz referência ao período em que Jesus ainda não havia confirmado Sua graça prometida. Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento a salvação sempre foi pela graça somente, mas a promessa tornou real e vivificante esta verdade somente através da realidade da cruz. Imagine se Deus, depois de tantos sacrifícios no Templo, durante centenas de anos, desistisse de concretizar sua promessa do Messias, com certeza todos nós estaríamos perdidos assim como os povos antes de Cristo. A graça é o único meio existente capaz de cumprir a justiça da lei. Esta realidade era nítida no santuário quando um cordeiro era imolado no lugar do ser humano. O cordeiro estava pagando a culpa diante da lei daquele homem ou mulher. Da mesma forma, em nossos dias, Jesus pagou na cruz a nossa culpa diante da lei de Deus. Nós fomos inocentados e isentados do sacrifício da morte através do sangue do próprio Deus derramado no Golgota. Isto deveria fazer-nos ficar constrangidos e cheios de admiração por tamanha demonstração de amor. A lei não pode remediar nossa culpa, pelo contrário, apenas nos trazer mais culpa. No entanto, arrependidos, podemos encontrar em Cristo novamente refúgio, amparo e perdão.

Leitura Adicional

            “O Filho de Deus compreendia plenamente a enormidade do pecado do transgressor, e com Seu caráter sem pecado, só Ele podia fazer uma expiação aceitável em favor do homem, sofrendo a sensação do desprazer de Seu Pai. A aflição e angústia do Filho de Deus pelos pecados do mundo foram proporcionais à Sua divina excelência e pureza, assim como à magnitude da ofensa.” (Mensagens Escolhidas, .v, p. 283, 284).

            “Mediante a transgressão, o homem perdeu sua santa inocência, e hipotecou-se a Satanás. Cristo, o Filho unigênito de Deus, empenhou-Se para a redenção do homem, e pagou o preço de seu resgate na cruz do Calvário. Deixou os mundos não caídos, a sociedade dos santos anjos no universo celeste; pois não poderia estar satisfeito enquanto a humanidade se achasse dEle alienada. O Negociante celeste põe de lado as vestes e a coroa reais. Se bem que sendo o Príncipe e Comandante de todo o Céu toma sobre Si o invólucro humano, e vem a um mundo manchado e ressequido pela maldição, em busca da pérola perdida, à procura do homem perdido pela desobediência. ...
Encontra Sua pérola sepultada no lixo. O egoísmo incrusta o coração humano, que está ligado pela tirania de Satanás. Ele, porém, ergue o ser humano de sua escuridão, para manifestar os louvores dAquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Somos levados a uma relação de concerto com Deus, recebemos perdão e encontramos paz. Jesus acha a pérola da humanidade perdida e repõe-na em Seu diadema” (Youth's Instructor, 10 de outubro de 1895.)
           
            "Vem o príncipe do mundo", disse Jesus; "e ele nada tem em Mim." João 14:30. Nada havia nEle que correspondesse aos sofismas de Satanás. Ele não consentia com o pecado. Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar conosco. A humanidade de Cristo estava unida a divindade; estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo. E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós. Deus nos toma a mão da fé, e a leva a apoderar-se firmemente da divindade de Cristo, a fim de atingirmos a perfeição de caráter.” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 123.)

            “É engano de Satanás que a morte de Cristo trouxe a graça para tomar o lugar da lei. A morte de Jesus não mudou, não anulou, ou diminuiu no menor ponto a lei dos Dez Mandamentos. A preciosa graça oferecida aos homens mediante o sangue do Salvador, estabelece a lei de Deus. Desde a queda do homem, o governo moral de Deus e Sua graça são inseparáveis. Andam de mãos dadas em todas as dispensações. "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram." Sal. 85:10. (Review and Herald, 8 de março de 1881).

“Cada lei divina é uma determinação de misericórdia, amor e poder salvador. Seus preceitos obedecidos, são nossa vida, salvação, felicidade e paz.” (SDA Bible Commentary, vol. 3, pág. 1.153.)

“Obediência aos Seus estatutos e leis constitui a vida e a prosperidade de Seu povo”. (SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.120.)

“A influência da esperança evangélica não levará o pecador a considerar a salvação de Cristo como uma questão de livre graça, enquanto continuar vivendo em transgressão à lei de Deus. ... Ela mudará seus caminhos, tornar-se-á leal a Deus mediante a força obtida de seu Salvador, e o levará a uma vida nova e mais pura”. (Testimonies, vol. 4, págs. 294 e 295).

“Como foi completo o sacrifício feito em nosso favor, assim deve ser a nossa restauração do aviltamento do pecado. Nenhum ato de impiedade será desculpado pela lei de Deus; injustiça alguma lhe pode escapar à condenação. A ética evangélica não reconhece nenhuma norma senão a perfeição do caráter divino. A vida de Cristo foi um perfeito cumprimento de todo preceito da lei. Ele disse: "Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai." João 15:10. Sua vida é nosso exemplo de obediência e serviço. Somente Deus pode renovar o coração. "Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade." Filip. 2:13. Mas é-nos ordenado: "Operai a vossa salvação." Filip. (2:12. A Ciência do Bom Viver, págs. 451 e 452).

“Para o obediente filho de Deus, os mandamentos constituem um deleite”. (SDA Bible Commentary, vol. 3, pág. 1.152).

TERÇA, 08 DE NOVEMBRO
A lei como nosso “vigilante”
(Gl 3:19-24; Rm 3:1,2; Dt 7:12-24; Lv 18:20-30)

            É um tremendo equívoco dizer que a lei foi abolida, extinta ou anulada por Cristo. A maior prova da eternidade da lei é que, Jesus preferiu dar a Sua vida por nós que anular Sua lei transgredida. Não há o mínimo de coerência com tal pensamento. A lei de Deus é como um termômetro, mostra nosso estado febril, mas jamais poderá curar a febre.  Ela é como uma lupa - revela significativamente aquilo que não pode ser enxergado a olho nu. Revela a miséria humana e ainda pode desempenhar o papel de nos conduzir a Cristo por  apresentar nossa condição perdida e desesperadora. A lei do Senhor foi estabelecida para sempre (Sl 111:7,8; 119:142,144); foram escritos pelo dedo de Deus e receberam o nome de testemunho (Êx 31:18). Sem esta instrução não saberíamos o que é pecado.
            Alguns afirmam que não precisamos mais da lei e que o Espírito Santo é que nos guia nos deveres corretos da vida. Bom, se este pensamento fosse de fato correto, poderíamos dizer que também não precisamos mais da Bíblia, pois se o Espírito Santo é capaz de nos orientar sem os mandamentos, então Ele poderia também nos guiar sem a Bíblia. Isto mostra a fragilidade de tal pensamento, pois se precisamos da Bíblia para sermos instruídos, também precisamos dos mandamentos de Deus para ser instruídos na moralidade. É impressionante observar como muitos professos cristãos insistem na ideia fixa do abolimento da lei mesmo sem autorização da palavra de Deus. No entanto, todos estes que ensinam tais pensamentos humanos darão conta a Deus por sua teimosia em desempenhar o mesmo papel que Satanás realizou no Céu – de pregar contra a lei do Senhor. Não se esqueça que, pecado é a transgressão da lei (1 Jo 3:4).

Leitura Adicional

            “Deus escolhera Israel para revelar Seu caráter aos homens. Ele queria que eles fossem fontes de salvação no mundo. A eles foram entregues os oráculos do Céu, a revelação da vontade de Deus. Nos primeiros dias de Israel, as nações do mundo, mediante práticas corruptas tinham perdido o conhecimento de Deus. Eles O haviam conhecido antes; mas porque "não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu". Rom. 1:21. Mas em Sua misericórdia Deus não as riscou da existência. Ele Se propôs dar-lhes nova oportunidade de se familiarizarem com Ele por intermédio de Seu povo escolhido.” (Atos dos Apóstolos, p. 14).

            “Essas instruções, que o Senhor deu a Seu povo, expressam os princípios da lei do reino de Deus, e são tornados específicos, de modo que a mente do povo não seja deixada em ignorância e incerteza. Esses textos escriturísticos apresentam a permanente obrigação de todos aqueles a quem Deus tem abençoado com vida e saúde e vantagens em coisas temporais e espirituais. A mensagem não diminuiu de força com o passar do tempo. As reivindicações de Deus são tão obrigatórias agora, tão atuais em sua importância, como constantes e contínuos são os dons de Deus.
Para que ninguém se esquecesse dessas importantes instruções, Cristo repetiu-as com Sua própria voz. Ele convoca os Seus seguidores para uma vida de consagração e abnegação. Diz: "Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, e tome a sua cruz e siga-Me." Mat. 16:24. Isto significa exatamente aquilo que diz. Somente pela abnegação e o sacrifício próprio podemos mostrar que somos verdadeiros discípulos de Cristo.
Cristo considerou essencial lembrar a Seu povo que a obediência aos mandamentos de Deus é para o seu bem presente e futuro. Obediência produz bênção; desobediência, maldição. E mais, quando o Senhor de modo especial favorece o Seu povo, exorta-o publicamente a reconhecer Sua bondade. Desta maneira o Seu nome será glorificado, pois tal reconhecimento é um testemunho de que Suas palavras são fiéis e verdadeiras. "Alegrar-te-ás por todo o bem que o Senhor, teu Deus, te tem dado a ti e a tua casa." Deut. 26:11. (Manuscrito 67, 1907.)
                       
QUARTA, 09 DE NOVEMBRO
A lei como nosso tutor
(Gl 3:23,24)

            A lei em Gálatas descrita por Paulo inúmeras vezes abrange na verdade toda a torá. A lei moral está inserida nas mesmas declarações. A este respeito Ellen White afirma que “Nesta passagem [Gl 3:24], o Espírito Santo, pelo apóstolo, Se refere especialmente à lei moral. A lei nos revela o pecado, levando-nos a sentir nossa necessidade de Cristo e a fugir para Ele em busca de perdão e paz mediante o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (Mensagens Escolhidas, v.1, p. 234). Alguns Adventistas têm certas dificuldades para aceitar esta clara mensagem, no entanto, a preocupação é a negativa expressão que poderia ser outorgada à lei de Deus. Mas na verdade, a lei de Deus possui um caráter nem um pouco agradável, pois suas prescrições exigem de nós estrita obediência. O “aio” na descrição do apóstolo ou paidagogos no grego é uma descrição clara na cultura romana de um vigia ou escravo colocado numa posição de tutor dos deveres que precisavam ser cumpridos na vida de outrem. A lei, embora seja boa no sentido de delimitar nossa vida contra o pecado, também pode não ser agradável caso estejamos em um tipo de pecado que não queiramos abandonar. Claro que, uma pessoa pode muito bem esconder seu mau comportamento de um paidagogo, mas jamais poderá esconder-se de si mesmo ou de Deus. A maneira como vemos a lei depende muito de cada um. Há aqueles que apreciam a correção e a presença de um paidagogo, mas há os que aborrecem a correção e qualquer um que apresente seus erros, mesmo que seja por/com amor.

Leitura Adicional

            “A lei revela ao homem os seus pecados, mas não provê remédio. Ao mesmo tempo que promete vida ao obediente, declara que a morte é o quinhão do transgressor. Unicamente o evangelho de Cristo o pode livrar da condenação ou contaminação do pecado. Deve ele exercer o arrependimento em relação a Deus, cuja lei transgrediu, e fé em Cristo, seu sacrifício expiatório. Obtém assim "remissão dos pecados passados", e se torna participante da natureza divina. É filho de Deus, tendo recebido o espírito de adoção, pelo qual clama: "Aba, Pai!"
Estaria agora na liberdade de transgredir a lei de Deus? Diz Paulo: "Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei." "Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" E João declara: "Esta é a caridade de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; e os Seus mandamentos não são pesados." Rom. 3:31; 6:2; I João 5:3. No novo nascimento o coração é posto em harmonia com Deus, ao colocar-se em conformidade com a Sua lei. Quando esta poderosa transformação se efetua no pecador, passou ele da morte para a vida, do pecado para a santidade, da transgressão e rebelião para a obediência e lealdade. Terminou a velha vida de afastamento de Deus, começando a nova vida de reconciliação, de fé e amor. Então, "a justiça da lei" se cumpre "em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito". Rom. 8:4. E a linguagem da alma será: "Oh! quanto amo a Tua lei! é a minha meditação em todo o dia." Sal. 119:97.
"A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma." Sal. 19:7. Sem a lei os homens não têm uma concepção justa da pureza e santidade de Deus, ou da culpa e impureza deles mesmos. Não têm verdadeira convicção do pecado, e não sentem necessidade de arrependimento. Não vendo a sua condição perdida, como transgressores da lei de Deus, não se compenetram da necessidade do sangue expiatório de Cristo. A esperança de salvação é aceita sem a mudança radical do coração ou reforma da vida. São assim abundantes as conversões superficiais, e unem-se às igrejas multidões que nunca se uniram a Cristo”. (O Grande Conflito, p. 467-468)
           
QUINTA E SEXTA, 10 e 11  DE NOVEMBRO
A lei e o Cristão
(Gl 3:25; Rm 8:1-3)

            Um dia desses conheci um homem que se dizia ser pastor de uma igreja evangélica. Observando-o com muito interesse, a princípio imaginei que fosse um delinquente e escravo de algum vício. Meu interesse era tentar ajuda-lo apresentando a ele o evangelho de Jesus. O cabelo era penteado todo arrepiado para cima, o corpo todo era repleto de tatuagens e o seu olhar era de fato um olhar decaído como de um drogado. Quando ele me disse que era pastor fiquei muito surpreso. Mais tarde ganhei um folheto de alguns colegas dele para estar em um culto de adoração na  tal igreja evangélica. Quando olhei para o folheto que recebi me surpreendi mais ainda, haveria um show de adoração na igreja com música rap para Jesus. No folheto havia homens fazendo gestos de malandro e vestidos como se fossem para uma discoteca. Infelizmente é assim que a sociedade cristã contemporânea tem se comportado. Com o objetivo de encher as igrejas estão fazendo muitas concessões. No entanto, este tipo de concessão já começou há muitos anos, quando deram passos largos contra a lei de Deus. O sábado de maneira especial foi abandonado e no lugar se introduziu o domingo. De fato, guardar o Sábado no contexto que vivemos hoje exige muita fé das pessoas e isto é um entrave sério para as igrejas cristãs. Hoje não é somente o sábado um entrave, já existem igrejas que estão liberando até mesmo o sexo antes do casamento e o homossexualismo. Uma enquete foi levantada nos EUA para descobrir o nível de perversidade entre cristãos que frequentam uma igreja e outros que não frequentam igreja nenhuma. Para nossa surpresa o resultado da enquete apresenta que o índice de perversidade das mais variadas entre ambos é quase o mesmo. O que de fato está acontecendo com os cristãos eu não sei, mas entendo que a raiz do problema foi ter abandonado a lei de Deus ensinando que fora abolida para viverem na direção da própria consciência que erroneamente chamam de instrução do Espírito Santo. A lei apresenta nossa miséria e a necessidade de Cristo para sair da miséria. O mundo está amadurecendo para a destruição e muitos evangélicos estão contribuindo para isto. Em breve os dez mandamentos aparecerão no Céu abertos pelas mãos de anjos para anunciar a lei que fora rejeitada mesmo dentro os que professaram o nome de Jesus. No entanto, quando isto acontecer, será tarde demais (Sincronizar todos este textos com o último - Sl 119:142,144; Êx 31:18; Sl 50:6).

Leitura Adicional

            “Não há segurança nem repouso nem justificação na transgressão da lei. Não pode o homem esperar colocar-se inocente diante de Deus e em paz com Ele, mediante os méritos de Cristo, se ao mesmo tempo continua em pecado. Tem de deixar de transgredir, e tornar-se leal e verdadeiro. Ao olhar o pecador para o grande espelho moral, vê seus defeitos de caráter. Vê-se a si mesmo tal qual é, maculado, corrupto e condenado. Sabe, porém, ele que a lei não pode, de modo algum, remover a culpa ou perdoar ao transgressor. Tem de ir mais longe que isso. A lei é apenas o aio para levá-lo a Cristo. Tem de ele olhar para seu Salvador, o portador dos pecados. E ao ser-lhe revelado Cristo na cruz do Calvário, morrendo sob o peso dos pecados de todo o mundo, o Espírito Santo lhe mostra a atitude de Deus para com todos os que se arrependem de suas transgressões. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16.
Precisamos, individualmente, levar a sério, mais do que já o fizemos, o "assim diz o Senhor". Há homens infiéis a Deus, que profanam Seu santo sábado, que cavilam sobre as mais claras afirmações da Palavra, que torcem as Escrituras quanto ao seu sentido verdadeiro, fazendo ao mesmo tempo desesperados esforços para harmonizar com as mesmas Escrituras a sua desobediência. Mas a Palavra condena semelhantes práticas, como condenou os escribas e fariseus nos dias de Cristo. Precisamos saber o que é a verdade. Porventura deveríamos proceder como os fariseus? Volver-nos-emos do maior dos mestres que o mundo já conheceu, para as tradições e máximas e ditos dos homens?” (Mensagens Escolhidas, v.1, p. 213, 214).

“A lei dos Dez Mandamentos não deve ser considerada tanto do lado proibitivo, como do lado da misericórdia. Suas proibições são a segura garantia de felicidade na obediência. Recebida em Cristo, ela opera em nós a purificação do caráter que nos trará alegria através dos séculos da eternidade. Para os obedientes é ela um muro de proteção. Contemplamos nela a bondade de Deus que, revelando aos homens os imutáveis princípios da justiça, procura resguardá-los dos males que resultam da transgressão.
Não devemos olhar a Deus como aguardando o momento de punir o pecador por causa de seus pecados. O pecador mesmo acarreta sobre si a punição. Suas próprias ações dão princípio a uma cadeia de circunstâncias que trazem o resultado definido. Cada ato de transgressão reflete sobre o pecador, opera nele uma mudança de caráter e torna-lhe mais fácil transgredir de novo. Preferindo pecar, separam-se os homens de Deus, excluem-se do conduto de bênçãos, e o resultado certo é a ruína e morte.
A lei é uma expressão do pensamento de Deus. Quando a recebemos em Cristo ela se torna nosso pensamento. Ergue-nos acima do poder dos desejos e tendências naturais, acima das tentações que levam ao pecado. "Muita paz têm os que amam a Tua lei, e para eles não há tropeço" (Sal. 119:165) - coisa alguma os levará a tropeçar.
Não há paz na injustiça; os ímpios estão em guerra contra Deus. Aquele, porém, que recebe a justiça da lei em Cristo, está em harmonia com o Céu. "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram." Sal. 85: 10. (Carta 96, 1896).
           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br