Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 4º Trimestre
2011 (29 de Outubro a 05 de Novembro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 29 DE OUTUBRO
A
superioridade da promessa
(Gl 3:18)
Conheci
um rapaz que havia noivado três vezes e se casado duas. Infelizmente nas três
em que estava noivo, a noiva o abandonou, e nas duas vezes em que esteve
casado, foi traído e abandonado. Infelizmente, as promessas humanas parecem ter
alguma dificuldade em manter-se firme até o fim. As pessoas mudam de opinião
com facilidade e às vezes até rapidamente. Mesmo que gere desconforto e
sofrimento as promessas humanas não cumpridas tem se tornado muito comum. Outro
dia visitei uma jovem que sofria muito por ter sido abandonada pelo marido.
Promessas humanas, promessas que, às vezes, trazem mais complexo de culpa e dor
por não se cumprirem.
Esta
semana vamos falar da promessa superior a nossa. Deus parece ser o único capaz
de levar até o fim Suas promessas. Ao longo dos anos, desde a criação do homem,
Deus tem se revelado com promessas e a maior evidência da integridade,
durabilidade e fidelidade das promessas de Deus, é que, elas continuam firmes
até hoje. Se em seres humanos não podemos confiar, saiba que, em Deus podemos.
Nele nossas esperanças poderão ser depositadas sem nenhum receio. Nele nossa
vida poderá ser depositada com toda firmeza e confiança. Aliás, Deus é o único
que jamais nos frustrará. Sua promessa é superior em todos os sentidos e são
eternas não sofrendo mudança e nem sombra de variação.
Leitura
Adicional
“O
espírito de escravidão é gerado pela tentativa de viver de acordo com a
religião legal, pelo esforço de cumprir as exigências da lei mediante as
próprias forças. Não há esperança para nós a não se sob a aliança abraãmica,
que é a aliança da graça pela fé em Cristo Jesus. O evangelho pregado a Abraão,
através do qual ele obteve esperança, foi o mesmo evangelho pregado a nos hoje,
pelo que temos a nossa fé” (The Youlth’ Instructor, 22 de setembro de
1892).
“Dada
por Deus por intermédio de Moisés, a lei cerimonial, com seus sacrifícios e
ordenanças, devia ser obrigatória para os hebreus até que o tipo encontrasse o
antítipo na morte de Cristo como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Então, todas as ofertas e rituais seriam abolidos. Paulo e os outros apóstolos
trabalharam para mostrar isso e resistiram resolutamente aos mestres
judaizantes, que declaravam que os cristãos deviam observar a lei cerimonial.
A
lei dos dez preceitos, pronunciada no Monte Sinai, o próprio Cristo declara que
não veio destruir. Esse testemunho deveria resolver a questão de uma vez por
todas. A lei de Deus é tão imutável quanto o trono do Senhor. Ela mantém suas
reinvindicações perante toda a humanidade em todas as épocas, inalterada por
tempo, lugar e nem por circunstância. O sistema cerimonial tinha um caráter
completamente diferente, acrescentando à guarda dos dez preceitos do Eterno.
Cristo declara que não veio destruir a lei, mas cumpri-la, para engrandecer a
lei e fazê-la gloriosa, como profetizou Isaías, centenas de anos antes, que
seria a tarefa do Messias” (Review and
Herald, 27 de setembro de 1881).
DOMINGO, 30 DE OUTUBRO
Lei e fé
(Gl 3:15-18)
Duas
frases são importantes nestas citações, a primeira tem haver com a aliança
feita por intermédio de um descendente (v.16), e a segunda tem haver com a
promessa feita por Deus a Abraão gratuitamente (v.18). A preocupação de Paulo
tem por base o valor da fé diante do legalismo plantado na mente de alguns. De
forma alguma estava ele anulando a lei, pois, segundo suas próprias palavras em
Romanos 3:31, a lei tem a sua devida importância. O que o apóstolo combate
nestas declarações é a salvação por intermédio da lei. Por este motivo ele
apresenta a aliança que fez com Abraão que surgira por intermédio de Jesus. Jesus
foi e é o sustento da aliança concedendo-nos gratuitamente a redenção. A lei
não atribui salvação porque não foi dada por Deus para desempenhar este
propósito. O centro da aliança não era a lei e quando esta foi dada no Sinai,
não provocou anulamento da aliança da graça feita com sangue. O que muitos não
compreendem é que, os dez mandamentos não foram uma inovação nos tempos de
Moisés. O próprio Moisés, ao escrever o livro de Gênesis (26:5) deixou evidente
a obediência de Abraão à Deus dizendo: “obedeceu à minha voz, e guardou o meu
mandado, os meus preceitos, os meus [estatutos] e as minhas leis”. José, ao se
recusar deitar-se com a esposa de Potifar, revelou sua obediência ao sétimo
mandamento da lei de Deus. Estas e outras narrativas indicam que os mandamentos
já existiam mesmo antes de Moisés. No monte Sinai eles apenas foram escritos em
pedra e em rolos para que o povo de Israel não esquecesse mais da vontade do
Senhor. Portanto, a aliança da fé foi instituída gratuitamente por Deus mesmo
diante da existência da lei. O propósito da lei era mostrar ao povo a maldição
do pecado e a necessidade da redenção que só poderia ser encontrada fora de nós
– através do Messias prometido. Esta aliança, embora refeita várias vezes por
causa da desobediência do povo, sempre foi pela fé. Em Cristo a aliança foi
chamada de nova por ter sido ratificada por Ele, mediante o seu sangue, mas a
essência sempre foi a mesma, salvação pela fé.
Leitura
Adicional
“Assim
como a Bíblia apresenta duas leis, uma imutável e eterna, e outra provisória e
temporária, assim há dois concertos. O concerto da graça foi feito
primeiramente com o homem no Éden, quando, depois da queda, foi feita uma
promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A
todos os homens este concerto oferecia perdão, e a graça auxiliadora de Deus
para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida
eterna sob condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os
patriarcas a esperança da salvação.
Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na
promessa: "Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra."
Gên. 22:18. Esta promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu
(Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que
lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a
autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse: "Eu sou o
Deus todo-poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito." Gên. 17:1. O
testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: "Abraão obedeceu à
Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as
Minhas leis." Gên. 26:5. E o Senhor lhe declarou: "Estabelecerei o
Meu concerto entre Mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por
concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus, e à tua semente depois de
ti." Gên. 17:7.
Se bem que este concerto houvesse sido
feito com Adão e renovado a Abraão, não poderia ser ratificado antes da morte
de Cristo. Existira pela promessa de Deus desde que se fez a primeira indicação
de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por Cristo, é
chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste concerto, que era
simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de novo à harmonia com
a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei de Deus.
Outro pacto, chamado nas Escrituras o
"velho" concerto, foi formado entre Deus e Israel no Sinai, e foi
então ratificado pelo sangue de um sacrifício. O concerto abraâmico foi ratificado
pelo sangue de Cristo, e é chamado o "segundo", ou o "novo"
concerto, porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido depois do sangue do
primeiro concerto. Que o novo concerto era válido nos dias de Abraão,
evidencia-se do fato de que foi então confirmado tanto pela promessa como pelo
juramento de Deus, "duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus
minta". Heb. 6:18.
Mas, se o concerto abraâmico continha
a promessa da redenção, por que se formou outro concerto no Sinai? - Em seu
cativeiro, o povo em grande parte perdera o conhecimento de Deus e os
princípios do concerto abraâmico. Libertando-os do Egito, Deus procurou
revelar-lhes Seu poder e misericórdia, a fim de que fossem levados a amá-Lo e
confiar nEle. Trouxe-os ao Mar Vermelho - onde, perseguidos pelos egípcios,
parecia impossível escaparem - a fim de que se compenetrassem de seu completo
desamparo, e da necessidade de auxílio divino; e então lhes operou o
livramento. Assim eles se encheram de amor e gratidão para com Deus, e de confiança
em Seu poder para os ajudar. Ele os ligara a Si na qualidade de seu Libertador
do cativeiro temporal.” (Patriarcas e
Profetas, p. 370, 371).
SEGUNDA, 31 DE OUTUBRO
Fé e lei
(Rm 3:31; 7:7, 12; 8:3-4; Mt 5:17-20)
A declaração de Paulo em
Romanos 3:31 nos dá suporte para entender melhor a dinâmica da fé e da lei em
todo o enredo do plano da redenção. Alguns afirmam categoricamente que, a fé
anula lei. A este respeito Paulo foi
enfático dizendo que não. Outros afirmam que a lei é superior à fé. Com isto conseguem fazer da lei um meio de
salvação. Bom, todas as duas ideias são distorções da verdade. Se a fé pudesse
anular a obediência, Jesus teria morrido em vão, pois era mais simples abolir a
lei do que cumprir a justiça da lei em Sua vida/morte. Da mesma forma, se a lei
pudesse salvar, Jesus teria morrido em vão, pois não seria o Seu sangue fator
único e primordial para aceitar o arrependimento humano, mas a obediência.
Neste caso em específico, nem a fé e nem a lei são superiores um ao outro. Na
verdade tanto a fé quanto a lei são fundamentais em todo o contexto da vida
cristã, pois a fé tem sua função muito peculiar e a lei também a sua função
muito própria. A fé nos conduz à aceitação do que Jesus efetuou por nós, e a
lei nos conduz aos deveres da vida cristã. Uma tem haver com salvação e outra
com conduta cristã. Um exemplo meio que patético mas que pode nos ajudar a
ilustrar bem é o óleo e a gasolina de uma veículo. A gasolina comparado à fé, é
o que faz o motor funcionar e consequentemente o veículo andar, o óleo
comparado à lei é o que mantém as engrenagens do motor em condições de
funcionamento mantendo o veículo em possibilidade de andar. Neste exemplo
notamos que um depende do outro. Isto significa que, embora a salvação seja
unicamente pela fé, nossa vida ao ser alcançada pela graça maravilhosa de
Jesus, se torna abundante em boas obras. Quanto mais próximo de Jesus estamos,
mais semelhante a ele e mais obedientes à Sua vontade nos tornamos. A fé é a
gasolina que nos move em direção ao Céu nos méritos de Jesus e a lei é a graxa
que nos condiciona a continuar nossa jornada como cristãos autênticos e
obedientes e livres das consequências do pecado.
Leitura Adicional
“Cristo suportou a
maldição da lei, sofrendo sua pena, levando a término o plano segundo o qual
devia o homem ser colocado onde pudesse guardar a lei de Deus e ser aceito
graças aos méritos do Redentor; e por Seu sacrifício derramou-se glória sobre a
lei. Então a glória daquilo que não é transitório - a lei de Deus, dos Dez
Mandamentos, Sua norma de justiça - foi claramente vista por todos os que viram
o fim daquilo que era transitório.
"Todos nós, com o rosto
desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o
Espírito." II Cor. 3:18. Cristo é o Advogado do pecador. Os que aceitam
Seu evangelho, contemplam-nO de rosto descoberto. Vêem a relação de sua missão
para com a lei, e reconhecem a sabedoria e glória de Deus, tais como são
reveladas pelo Salvador. A glória de Cristo revela-se na lei, que é uma
transcrição de Seu caráter, e Sua transformadora eficácia é sentida na alma,
até que os homens se transformem em Sua semelhança. São feitos participantes da
natureza divina, e tornam-se mais e mais semelhantes ao seu Salvador,
caminhando passo a passo em conformidade com a vontade de Deus, até alcançarem
a perfeição.
A lei e o evangelho estão em perfeita
harmonia. Um sustenta o outro. Em toda a sua majestade a lei confronta a
consciência, levando o pecador a sentir sua necessidade de Cristo como propiciação
do pecado. O evangelho reconhece o poder e imutabilidade da lei. "Eu não
teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei", declara Paulo.
Rom. 7:7. A intuição do pecado, acentuada pela lei, impele o pecador para o
Salvador. Em sua necessidade pode o homem apresentar o poderoso argumento
fornecido pela cruz do Calvário. Pode ele reclamar a justiça de Cristo, pois é
comunicada a todo pecador arrependido. Diz Deus: "O que vem a Mim, de modo
nenhum o lançarei fora." João 6:37. "Se confessarmos os nossos
pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça." I João 1:9. (Mensagens
Escolhidas, v.1, p.33).
TERÇA, 01 DE NOVEMBRO
O propósito da lei
(Gl 3:19-29; Rm 5:13,20)
Esta
é uma seção bastante complexa do livro de Gálatas, pois, ao longo de anos,
muitos tem traduzido a lei em Gálatas como sendo a lei cerimonial. É comum ver
irmãos, ainda hoje, insistindo com a ideia da lei escrita em livros (Gl 3:10)
sendo a lei cerimonial. No entanto, é importante entendermos que o apóstolo não
fazia separação de leis. Ao afirmar “as coisas que estão escritas no livro da
lei” não estava se referindo a determinada lei em específico, mas a toda a lei
descrita no Pentateuco. O livro da lei não era outra a não ser o próprio Pentateuco.
Uma forte evidência desta verdade, que inclusive foi o cerne da discussão em
Minneápolis no ano de 1888, é que, Paulo ao mencionar no verso 19 que a lei “foi acrescentada por causa da
transgressão”, temos ai duas evidências de que ele se referia a todo o conjunto
de leis e não apenas a cerimonial. 1º - Não era a lei cerimonial que imputava
transgressão, mas a lei moral; 2º- A lei moral também foi acrescentada no Sinai
por causa da transgressão do povo pelos anos em que permaneceram no Egito. A
lei já existia antes do Sinai (Gn 26:5), mas foi no Sinai que ela foi redigida
sobre condições que causaram espanto e temor no povo para que não mais se
esquecessem.
Como
mencionado, esta foi a base da discussão em Minneápolis em 1888. De um lado,
defendendo que a lei em Gálatas era a cerimonial estava o presidente da igreja
Jorge Battler e o exímio estudante de profecias Urias Smith. De outro lado,
defendendo que a lei era moral dois novatos na teologia daquele tempo, A. T.
Jones e seu companheiro Waggoner. Com endosso de Ellen White o resultado final
da discussão favoreceu o pensamento de A. T. Jones e Waggoner ao afirmar
categoricamente que a lei em Gálatas era de fato não apenas a lei cerimonial,
mas também a lei moral. A este respeito,
ao ser questionada, Ellen White escreveu: “Perguntam-me acerca da lei em
Gálatas. Que lei é o aio que nos deve levar a Cristo? Respondo: Tanto o código
cerimonial como o moral, dos Dez Mandamentos” (Mensagens Escolhidas, v.1, p. 233). Isto não significa que Paulo
esteja combatendo a lei moral. Na verdade ele está combatendo o legalismo. Interpretar
desta maneira não causa implicações aos dez mandamentos. Na verdade, dá mais
sustento e credibilidade, pois o discípulo apresenta o seu real valor, o de
conduzir à Cristo, o único capaz de sarar as feridas da transgressão. Caso lhe
interesse saber mais a este respeito, abaixo estará algumas biografias que
tratam deste tema do conflito em Minneápolis.
·
Livro:
Em busca de identidade – Autor: George Knight – Editora: CPB
·
Livro:
Portadores de luz – Autor: Richard W. Schwarz – Editora: Unaspress
·
Livro: Origin and history of seventh-day – Autor: Arthur W. Spalding –
Editora: RH
·
Livro:
A história revelada e a verdade confirmada – Autor: Gilberto Theiss – Editora:
Clínica dos Livros
·
Livro:
A mensagem de 1888 – Autor: George Knight – Editora: CPB
Leitura
Adicional
“O povo de Deus, a quem Ele chama
Seu peculiar tesouro, fora privilegiado com um duplo sistema de lei: a moral e
a cerimonial. ...
Desde
a Criação era a lei moral parte essencial do plano divino, e tão imutável como
Ele próprio. A lei cerimonial existiu para atender a um propósito particular no
plano de Cristo para a salvação da humanidade. O sistema típico de sacrifícios
e ofertas fora estabelecido para que através dele o pecador pudesse discernir a
grande oferta: Cristo. ... A lei cerimonial era gloriosa; era a provisão feita
por Jesus Cristo em conselho com Seu Pai, para auxiliar na salvação da raça.
Todos os dispositivos do sistema típico foram baseados em Cristo. Adão vira
Cristo prefigurado no inocente animal que sofria, a penalidade da sua própria
transgressão à lei de Jeová”. (SDA Bible
Commentary, vol. 6, pág. 1.094).
“A
necessidade do sistema de sacrifícios e ofertas cessou quando o tipo encontrou
o antítipo na morte de Cristo. NEle a sombra encontrou a realidade. ... A lei
divina manterá seu exaltado caráter enquanto durar o trono de Jeová. Esta lei é
a expressão do caráter de Deus. ... Tipos e sombras, ofertas e sacrifícios não
tiveram mais virtude alguma depois da morte de Cristo na cruz; a lei de Deus,
porém, não fora crucificada com Cristo. ... Satanás está hoje enganando seres
humanos em relação à lei de Deus. A lei dos Dez Mandamentos vive e viverá através
das eras eternas.
Deus
não fez o infinito sacrifício em dar Seu Filho unigênito para o nosso mundo,
para assegurar ao homem o privilégio de quebrar os mandamentos divinos nesta
vida ou na futura vida eterna”. (SDA
Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.116).
“Ele
[Jesus] deu Sua vida preciosa e inocente para salvar os culpados seres humanos
da eterna ruína, para que pela fé nEle possam permanecer sem culpa diante do
trono de Deus. (SDA Bible Commentary,
vol. 7, pág. 914).
QUARTA, 02 DE NOVEMBRO
A duração da lei de Deus
(Gn 9:5, 6; 18:19; 26:5; 39:7-10; Êx
16:22-26)
Será que a lei de Deus durou apenas até
Cristo? A expressão de Paulo “até que” estaria indicando o fim da lei? Jesus na
cruz cravou os dez mandamentos extinguindo-os por completo eliminando a
necessidade de obedecê-los?
Observe
que, todo o Pentateuco com suas leis foram adicionadas no Sinai. Os dez
mandamentos também foram adicionados no Sinai. No entanto, a lei já existia
antes do Sinai. Se o pecado é a transgressão da lei (1 Jo 3:4), isto significa
que já exista antes de Deus dar a Moisés. A não ser que creiamos na
possibilidade de não ter existido pecado antes do monte Sinai, o que seria uma
compreensão um tanto estranha. A diferença é que, no monte, Deus escreveu suas
leis de maneira poderosa, estrondosa ao ponto de o monte tremer, haver
relâmpagos e trovões provocando no povo muito temor. Na verdade a maneira como
Deus se manifestou com Sua lei era para mostrar ao povo o quanto o pecado é
terrível perante Ele e a sagracidade de Seus mandamentos. O povo de Israel
havia sido escravo por cerca de 400 anos e aprenderam ser desobedientes e
totalmente levianos a qualquer regra moral. Desta forma Sua lei precisava ser
dada de uma maneira que causasse no povo espanto, temor e respeito, de maneira
que pensassem duas vezes antes de transgredi-la.
Quanto
a expressão “até que” não está se referindo ao fim da lei, mas ao fim do poder
do pecado. Jesus ao ser pendurado entre o Céu e a Terra daria solução
definitiva a um problema que a lei jamais daria solução – o de redimir o homem.
A lei existia apenas para mostrar nossa condição diante de Deus. Agora, com
Cristo, a solução estava sendo oferecida. Sua graça nos daria capacidade de
sermos redimidos e ao mesmo tempo capacitados para a obediência. Quanto à lei
cerimonial, esta sim seria transitória, pois, o verdadeiro cordeiro que tira o
pecado do mundo (Jo 1:29) estava sendo imolado no calvário (Mt 27:50,51).
Leitura
adicional
“De
novo seu líder subiu a montanha; e o Senhor lhe disse: "Eis que Eu virei a
ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando Eu contigo, e para que
também te creiam eternamente." Quando deparavam dificuldades no caminho,
estavam dispostos a murmurar contra Moisés e Arão, e acusá-los de tirar as
hostes de Israel do Egito para as destruir. O Senhor queria honrar Moisés
perante eles, a fim de que pudessem ser levados a confiar em suas instruções.
Deus Se propunha fazer da ocasião em que falaria a
Sua lei uma cena de terrível grandeza, à altura do exaltado caráter da mesma. O
povo deveria receber a impressão de que todas as coisas ligadas ao serviço de
Deus, deviam ser consideradas com a maior reverência.” (Patriarcas e Profetas, p.303).
“Paulo
não apresentava nem a lei moral nem a cerimonial, como os pastores em nossos
dias se atrevem a fazer. Alguns nutrem tal antipatia para com a lei de Deus,
que se dão ao trabalho de denunciá-la e estigmatizá-la. Assim desdenham eles a
majestade e glória de Deus e lançam-nas ao desprezo.
A lei moral jamais foi um tipo ou
sombra. Existiu antes da criação do homem, e vigorará enquanto permanecer o
trono de Deus. Não podia Deus mudar ou alterar um só preceito de Sua lei a fim
de salvar o homem, pois é a lei o alicerce de Seu governo. É imutável,
inalterável, infinita e eterna. Para o homem ser salvo, e para ser mantida a
honra da lei, foi necessário que o Filho de Deus Se oferecesse como sacrifício
pelo pecado. Aquele que não conheceu pecado tornou-Se pecado por amor de nós.
Por nós morreu no Calvário. Sua morte demonstra o maravilhoso amor de Deus ao
homem, e a imutabilidade de Sua lei.
No Sermão da Montanha Cristo declarou: "Não
penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir. Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a Terra passem, nem um i
ou til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra." Mat. 5:17 e 18.
Cristo suportou a maldição da lei,
sofrendo sua pena, levando a término o plano segundo o qual devia o homem ser
colocado onde pudesse guardar a lei de Deus e ser aceito graças aos méritos do
Redentor; e por Seu sacrifício derramou-se glória sobre a lei. Então a glória
daquilo que não é transitório - a lei de Deus, dos Dez Mandamentos, Sua norma
de justiça - foi claramente vista por todos os que viram o fim daquilo que era
transitório.
"Todos nós, com o rosto
desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o
Espírito." II Cor. 3:18. Cristo é o Advogado do pecador. Os que aceitam
Seu evangelho, contemplam-nO de rosto descoberto. Vêem a relação de sua missão
para com a lei, e reconhecem a sabedoria e glória de Deus, tais como são
reveladas pelo Salvador. A glória de Cristo revela-se na lei, que é uma
transcrição de Seu caráter, e Sua transformadora eficácia é sentida na alma,
até que os homens se transformem em Sua semelhança. São feitos participantes da
natureza divina, e tornam-se mais e mais semelhantes ao seu Salvador,
caminhando passo a passo em conformidade com a vontade de Deus, até alcançarem
a perfeição.
A lei e o evangelho estão em perfeita harmonia. Um
sustenta o outro. Em toda a sua majestade a lei confronta a consciência,
levando o pecador a sentir sua necessidade de Cristo como propiciação do
pecado. O evangelho reconhece o poder e imutabilidade da lei. "Eu não
teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei", declara Paulo.
Rom. 7:7. A intuição do pecado, acentuada pela lei, impele o pecador para o
Salvador. Em sua necessidade pode o homem apresentar o poderoso argumento
fornecido pela cruz do Calvário. Pode ele reclamar a justiça de Cristo, pois é
comunicada a todo pecador arrependido. Diz Deus: "O que vem a Mim, de modo
nenhum o lançarei fora." João 6:37. "Se confessarmos os nossos
pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça." I João 1:9. (Mensagens
Escolhidas, v.1, p. 240-242).
QUINTA E SEXTA, 03 DE NOVEMBRO
A superioridade da promessa
(At 7:38; Gn 15:1-6; 18:1-33; 22:1-18)
Paulo
queria inculcar na mente dos judeus conversos que a plataforma da promessa ou
da aliança não era centralizada na lei. O sangue de Cristo era o centro e a
razão de ser da graça. A lei não poderia jamais ser superior ou anular a
aliança feita por Deus ao povo. Embora os dez mandamentos sejam fundamentais no
papel de orientar-nos para a obediência temos que ter em mente que, este é o
único papel da lei. Somente pela graça é que somos salvos. É muito simples,
quando pensarmos em remissão, esqueçam a lei. Quando pensarmos em obediência,
pensemos na lei. Imagine que você corre perigo de vida e precisa ultrapassar um
determinado campo para estar a salvo. O problema é que você não tem permissão
para ultrapassar o campo. No entanto, mesmo não merecendo, o dono do campo lhe
concede permissão para ultrapassar. Porém, lhe orienta a seguir fielmente as
instruções do campo por haver ao longo deste caminho 10 placas indicando para
não pisar nos locais em específico, pois ali havia bombas soterradas. Bom, a
lei de Deus cumpre exatamente este propósito. Se seguirmos fielmente o trajeto
não pisando exatamente onde a lei está dizendo para não pisar, ultrapassaremos
o campo minado ileso de qualquer tragédia ou consequência da
transgressão/pecado. Entretanto, a possibilidade de ultrapassar o campo para
chegar ao outro lado, é concedida por Cristo ou por Sua graça. Se não fosse Sua
graça, não teríamos a concessão para ultrapassar este campo e chegar a salvo do
outro lado do campo. A lei serve apenas para dar orientação do que é pecado na
vida e assim, se nós obedecermos, nos poupar de suas consequências danosas. A
graça é a concessão de Cristo para ultrapassarmos o campo desta vida e alcançar
o Céu em Seus próprios méritos.
Leitura
Adicional
“Abraão
desejara grandemente ver o prometido Salvador. Fazia as mais fervorosas orações
para que lhe fosse dado contemplar o Messias antes de Sua morte. E viu a
Cristo. Foi-lhe concedida uma luz sobrenatural, e ele reconheceu o divino
caráter de Cristo. Viu o Seu dia e alegrou-se. Foi-lhe dada uma visão do divino
sacrifício pelo pecado. Desse sacrifício tinha ele uma ilustração no que se
passara consigo mesmo. Fora-lhe dada a ordem: "Toma agora o teu filho, o
teu único filho, Isaque, a quem amas, e oferece-o... em holocausto." Gên.
22:2. Sobre o altar do sacrifício, depôs
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ele o filho da promessa, o filho
em quem se concentravam suas esperanças. Então, enquanto estava ao pé do altar
com o cutelo erguido para obedecer a Deus, ouviu uma voz do Céu, que dizia:
"Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto
agora sei que temes a Deus, e não Me negaste o teu filho, o teu único."
Gên. 22:12. Essa terrível prova foi imposta a Abraão, a fim de poder ver o dia
de Cristo e compreender o grande amor de Deus para com o mundo, tão grande que,
para erguê-lo da degradação, entregou Seu único Filho a tão vergonhosa morte.
Abraão aprendeu de Deus a maior
lição que já foi dada a um mortal. Foi atendida sua oração para ver a Cristo
antes de morrer. Contemplou-O; viu tudo quanto um mortal pode ver, e ao mesmo
tempo subsistir. Fazendo uma inteira entrega, habilitou-se a compreender a
visão de Cristo, que lhe fora concedida. Foi-lhe mostrado que, ao dar Seu Filho
unigênito para salvar os pecadores da ruína eterna, Deus estava fazendo um
sacrifício maior e mais admirável do que o homem jamais poderia fazer.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 468,469).
“A
fé que justifica sempre produz primeiro verdadeiro arrependimento, e então boas
obras, as quais constituem o fruto dessa fé. Não há fé para a salvação que não
produza bom fruto. Deus deu Cristo ao nosso mundo para que Se tornasse o
substituto do pecador. No momento em que é exercida verdadeira fé nos méritos
do custoso sacrifício expiatório, reivindicando a Cristo como Salvador pessoal,
nesse próprio momento o pecador é justificado diante de Deus, porque está
perdoado.” (Mensagens Escolhidas, v.3,
p.195).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é
inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus
superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem
falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br