Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 4º Trimestre
2011 (22 a 29 de outubro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 22 DE OUTUBRO
Fé
e Antigo Testamento
(Gl 3:13)
Facilmente
nos prendemos em coisas que, por algum motivo são muito valiosas. Apegamo-nos a
casas, carros, pedras preciosas ou até mesmo em posições e títulos acadêmicos.
Quanto maior o valor com mais força nos agarramos a eles. Sob o mesmo ponto de
vista, poderíamos dizer que Deus também se apega a algo que possui um valor
extraordinário. No entanto, Ele não se apega a coisas como, rotineiramente nós
fazemos. Deus se prendeu a algo de extremo valor ao ponto de não soltar mesmo
em face da morte – este algo somos nós, seres humanos caídos.
O
amor de Deus pela humanidade será matéria nas escolas do Céu, e o conhecimento
absorvido nesta matéria não terá fim. Este amor inigualável é um assombro mesmo
para os anjos que estão a Sua volta. Os seres do universo contemplam com
espanto e admiração a dimensão e amplitude do profundo amor do onipotente. Quão
bom seria se fosse possível contemplar com mais clareza este nobre princípio
que faz parte da essência da divindade. Talvez teríamos mais seriedade ao
tratar das coisas espirituais. Talvez seríamos mais consagrados e desesperados
em alcançar o Céu. Talvez teríamos mais coragem, fé e ousadia em pregar o
evangelho e ofertar os recursos financeiros para o mesmo. Um dia, ao chegar no
Céu, quando percebermos o quanto o sacrifício de Jesus realmente foi
extraordinário, talvez tenhamos profundo lamento por não termos sido mais
altruísta e menos egoísta em ofertar nossa vida e nossos recursos...
Leitura
Adicional
“Assim
o Apóstolo Paulo descreve sua maneira de trabalhar. Não se aproximava dos
judeus de forma a despertar preconceito. Não queria correr o risco de torna-los
seus inimigos, dizendo-lhes logo no primeiro esforço que eles deveriam crer em
Jesus de Nazaré, mas se demorava nas promessas das Escrituras do Antigo Testamento, que testemunhava de
Cristo, de Sua missão e de Sua obra. Assim, levava-os passo a passo,
mostrando-lhe à lei cerimonial, mostrando que foi Cristo quem instituiu todo o
sistema sacrificial. Depois de se demorar sobre essas coisas, tornando-se
evidente que ele mesmo tinha uma clara compreensão, levava-os até o primeiro advento
de Cristo e provava que, em Jesus crucificado, todas as especificações das
profecias se haviam cumprido. Essa era a sabedoria que Paulo exercia.
Ele
se aproximava dos gentios não exaltando a lei, em um primeiro momento, mas
exaltando Cristo e, depois, mostrando os obrigatórios reclamos da lei.
Mostrava-lhes claramente como a luz da cruz do calvário dava importância e
glória a todo o sistema judaico. Mesmo assim, embora haja mudado seu modo de
trabalhar e, sempre adequando a mensagem às circunstâncias em que estava
colocado, depois de paciente trabalho, tivesse alcançado grande sucesso, muitos
não eram convencidos. Alguns não serão convencidos por nenhuma apresentação da
verdade. O obreiro de Deus deve, no entanto, estudar cuidadosamente o melhor
método, a fim de não criar preconceito nem despertar em seus ouvintes” (Review and Herald, 25 de novembro de 1890).
DOMINGO, 23 DE OUTUBRO
Os insensatos gálatas
(Gl 3:1-5)
A
praga da heresia havia se estendido nas igrejas da Galácia. Como nos dias de
hoje, estas heresias são difundidas no meio da igreja através dos próprios
membros. A heresia é uma espécie de
verdade doente que sempre encontra os seus simpatizantes, especialmente os que
andam, por algum motivo, amargurados com a obra ou com o ministério. Há heresia
para todos os gostos e elas são capazes de trazer grande contenda e divisões.
Aliás, a única coisa que a heresia trás é exatamente a dissensão, e mais nada.
Como Paulo em Gálatas, precisamos estar atentos a toda e qualquer aparente
verdade, pois, mesmo sendo mentira, lembremo-nos que ela definitivamente
funciona. Independente do engano propagado, é capaz de arrastar multidões de
pessoas. As igrejas da Galácia estão sofrendo com estes judaizantes que
ensinavam justificação pelas obras e obediência à algumas leis cerimoniais.
Este tipo de mensagem estava trazendo grandes males a ponto de Paulo agir com
extrema dureza contra os que insistiam com tais ideias.
Se
Paulo não enfrentasse o problema o que
teria sido destas igrejas? Em nossos dias, como Paulo, precisamos estar
atentos, e encarar os problemas e heresias que batem a nossas portas com
conhecimento, coragem, ousadia e com seriedade. Não podemos e não devemos
ignorar, pois, lembremo-nos mais uma vez, a mentira, mesmo sendo mentira, ela
funciona.
Infelizmente, os cristãos de hoje, não
demonstram estar tão interessados em estudar a Bíblia. As pessoas se contentam
com aqueles estudos bíblicos que receberam para se batizarem, e depois acabam
se acomodando às novelas, filmes e gibis da vida. É nesta circunstância que a
heresia se torna interessante, agradável e aparente verdade. Na realidade, a
mentira possui essas virtudes na mente de muitas pessoas por elas não terem
conhecimento suficiente para discernir – isto se torna fatal. Há sempre mentira misturada com verdade, pois
esta foi a tática infalível de Satanás no Céu e têm sido sua estratégia para o
nosso século. A mentira é como uma trepadeira, que precisa da verdade para se
apoiar. Por este motivo faz-se necessário ser intenso estudioso das verdades
para não sermos abalados pelas pseudo-doutrinas ensinadas por aqueles que se
renderam ao erro, ao fanatismo e ódio ao ministério.
Leitura
Adicional
“Enquanto
permanecia em Corinto, Paulo teve motivos para sérias apreensões com respeito a
algumas das igrejas já estabelecidas. Através da influência de falsos
ensinadores que se tinham levantado entre os crentes em Jerusalém, a divisão,
heresia e sensualismo estavam rapidamente ganhando terreno entre os crentes na
Galácia. Esses falsos ensinadores estavam misturando tradições judaicas com as
verdades do evangelho. Desconsiderando a decisão do concílio geral de
Jerusalém, impuseram aos crentes gentios a observância da lei cerimonial.
A situação era crítica. Os males que
haviam sido introduzidos ameaçavam destruir rapidamente as igrejas da Galácia.
Paulo tinha o coração cortado e sua alma estava
contristada por essa franca apostasia da parte daqueles a quem ensinara
fielmente os princípios do evangelho. Imediatamente ele escreveu aos enganados
crentes, expondo as falsas teorias que tinham aceitado, e com grande severidade
repreendia a todos os que se estavam apartando da fé. Após saudar os gálatas
com as palavras "graça e paz da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor
Jesus Cristo", dirige-lhes estas palavras de penetrante reprovação:
"Maravilho-me de que tão depressa
passásseis dAquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho. O
qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o
evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do Céu vos anuncie
outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema." Gál.
1:3, 6-8. Os ensinos de Paulo estavam em harmonia com as Escrituras, e o
Espírito Santo tinha dado testemunho de seu trabalho; por isso ele advertia a
seus irmãos a não atentarem para coisa alguma que contradissesse as verdades
que lhes havia ensinado.
O apóstolo aconselha os crentes
gálatas a considerarem cuidadosamente sua primeira experiência na vida cristã.
"Ó insensatos gálatas!" exclama, "quem vos fascinou para não
obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já
representado como crucificado? Só quisera saber isto de vós: Recebestes o
Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois vós tão insensatos
que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne? Será em vão que
tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão. Aquele pois que vos dá
o Espírito e que obra maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela
pregação da fé?" Gál. 3:1-5.
Assim Paulo colocava os crentes da
Galácia perante o tribunal de sua própria consciência, e procurava detê-los em
seu caminho. Confiando no poder de Deus para salvar, e recusando-se a
reconhecer as doutrinas dos ensinadores apóstatas, o apóstolo buscava levar os
conversos a ver que haviam sido grosseiramente enganados, mas que pelo retorno
a sua primeira fé no evangelho eles podiam ainda anular os propósitos de
Satanás. Ele tomou posição firmemente ao lado da verdade e da justiça; e sua
suprema fé e confiança na mensagem que apresentara, ajudou a muitos cuja fé
havia fracassado, a retornarem à obediência ao Salvador.
SEGUNDA, 24 DE OUTUBRO
Fundamentado
nas Escrituras
(Gl 3:6-8; Rm 1:2; 4:3; 9:17)
Paulo faz menção, em
romanos, da citação de Moisés inserida em Gênesis 15:6 referente à promessa do
filho (v. 15). Esta mesma abordagem é citada em Romanos 3:22 e em Gálatas 3:6. “Abraão
creu em Deus, e isto foi-lhe imputado para justiça”. Segundo alguns
comentaristas, tanto aqui quanto em Romanos 3:4-11, 22-24, o texto grego usa um
verbo que, em contabilidade, significa creditar ou lançar na conta. A narrativa
extraída do Antigo Testamento, segundo Paulo, não é estranha do ponto de vista
teológico do Apóstolo. Ele, ao dar esclarecimento da redenção unicamente pela
graça mediante a fé, se reportava ao pentateuco como base substancial. Para
Paulo, não existia outro evangelho a não ser aquele que eles já possuíam em
mãos – o Antigo Testamento. Sobre esta perspectiva, ao fazer menção do
“evangelho” que é o “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm
1:16), era uma referência cristalina do verdadeiro fundamento da salvação
contida nos escritos antigos. A conclusão não pode ser diferente pelo fato de o
Novo Testamento ainda não ter vindo à existência. Isto indica que, mesmo no
pentateuco e nos profetas, a salvação sempre foi pela graça mediante a fé. O
problema nunca esteve com a Escritura, mas com os que a interpretavam
equivocadamente atribuindo à lei créditos salvíficos. Este jamais foi o
propósito da lei e muito menos do legislador. O sacrifício diário implantado
por Deus no AT, por quase quatro mil anos, era uma clara evidência deste
princípio de salvação fora das obras. No entanto, assim como no passado, em
nossos dias, corremos o mesmo risco, de interpretar equivocadamente o plano da
redenção creditando nela nossas obras e obediência. Nunca a salvação foi pela
lei e nunca será. A obediência à lei é uma fortíssima demonstração de submissão
e amor de nossa parte para com Deus, mas ela não pode servir de passaporte para
o Céu. O passaporte é a cruz com o sangue derramado por nós.
Leitura Adicional
“O espírito de
escravidão é gerado pela tentativa de viver de acordo com a religião legalista,
pelo esforço de cumprir as exigências da lei mediante as próprias forças. Não
há esperança para nós, a não ser sob a aliança abraãmica, que é a aliança da
graça pela fé em Cristo Jesus. O evangelho pregado a Abraão, pelo quel ele teve
esperança, foi o mesmo evangelho pregado a nós hoje, pelo qual temos esperança.
Abraão olhou a Jesus, que também é o autor e consumador de nossa fé” (The Youth’s instructor, 22 de setembro de
1892).
“Paulo podia ser tão
zeloso quanto os mais zelosos na fidelidade à lei de Deus, e mostrar que estava
perfeitamente familiarizado com as Escrituras do AT. Ele poderia se demorar
sobre os tipos e sombras, que representavam Cristo; podia exaltar Cristo e
dizer tudo sobre Cristo e Sua obra especial em favor da humanidade, e que campo
havia para explorar! Ele podia lançar a mais preciosa luz sobre as profecias,
que eles não haviam visto e, ainda assim, não ofendê-los. Dessa forma, foram
bem lançadas as bases para que, quando chegasse o momento em que sua mente
estivesse abrandada, ele pudesse dizer, na linguagem de João: Eis aqui Jesus
Cristo, que Se fez carne e habitou entre nós, o Cordeiro de Deus, que tira os
pecados do mundo.
Para os gentios, ele
pregava Cristo como sua única esperança de salvação, mas, a princípio, não
tinha nada a dizer sobre a lei. Depois que os corações estivessem aquecidos com
a apresentação de Cristo como dom de Deus ao mundo, e o que estava envolvido na
obra do Redentor no custoso sacrifício para manifestar o amor de Deus pelo
homem, mostrava, na simplicidade mais eloquente, aquele amor por toda
humanidade, judeus e gentios, para que fossem salvos, entregando-Lhe o coração.
Assim, quando, eles se davam ao Senhor, enternecidos e subjugados, ele lhes
apresentava a lei de Deus com prova de sua obediência. Era assim que ele
adaptava seus métodos de trabalhos para levar as pessoas a Cristo. Se Paulo
tivesse agido de forma inesperada e sem habilidade no manejo da palavra, ele
não teria alcançado nem os judeus nem os gentios.
Ele levava os gentios a
compreender as estupendas verdades do amor de Deus, que não poupou Seu próprio filho,
mas O entregou por todos nós; Como não nos dará com Ele graciosamente todas as
coisas? A pergunta foi feita porque esse imenso sacrifício foi necessário, e
então, ele voltou aos tipos, e ao longo das Escrituras do AT, revelando Cristo
na lei, e eles foram convertidos a Cristo e a Lei” (Special Testimonies for Ministers and Workers, Série A, No. 6, p. 54-55).
TERÇA, 25 DE OUTUBRO
Considerado justo
(Gl 3:6; Gn 15:6; Rm
4:3-6, 8-11, 22-24)
Como
considerar alguém justo quando o próprio Espírito Santo nos orienta em sua
revelação que “não há homem justo sobre a terra”? (Ec 7:20). Se você crê
plenamente nas Escrituras como um todo não poderá ignorar tal revelação.
Salomão, em sua incrível sabedoria e experiência não atribui, neste caso em
específico, a virtude de justo à seres humanos. O mesmo texto ainda afirma que
“não há quem não peque”, e comparado a 1º João 1:8-10, “Se dissermos que não
temos pecado nenhum, a nós mesmos estamos enganando”, estas palavras são
contundente em apresentar nossa real condição e responderia a afirmação de
Salomão. Ellen White também afirma que, “a alegação de estarem sem pecado é em
si mesma evidencia que aquele que a alimenta longe está de ser santo. É porque
não tem nenhuma concepção verdadeira da infinita pureza e santidade de Deus, ou
do que devem ser os que se hão de harmonizar com Seu caráter; é porque não
aprendeu o verdadeiro conceito da pureza e perfeição supremas de Jesus, bem
como da malignidade e horror do pecado, que o homem pode considerar-se santo.
Quanto maior a distância entre ele e Cristo, e quanto mais impróprias forem
suas concepções do caráter e requisitos divinos, tanto mais justo parecerá a
seus próprios olhos” (O Grande
Conflito, p. 473).
É importante
lembrar que, estas declarações não devem ser utilizadas para estabelecer uma
apologia a favor do pecado, pois não há apoio para tal em toda a Bíblia, mas,
para nos alertar que, por mais perfeitos que sejamos e por mais obedientes e
exemplares que formos ainda seremos imperfeitos e devedores diante da justiça
divina. A sujeira do pecado nos encardiu a natureza a tal ponto, que, mesmo com
a vida limpa, suas manchas ainda permanecem. Por este motivo, Paulo inseriu no
discurso a experiência de Abraão e o motivo que o levou a ser considerado
justo. Não foi pelas obras que o patriarca recebeu o título de justo, mas pela
fé unicamente. Deus nos considera, em Cristo, justo ou justificado. Ele credita
na conta de nossa vida os méritos da justiça de Jesus. Alguns possuem
dificuldades sérias para aceitar este fato, mas se assim não fosse, todos nós
estaríamos completamente perdidos, pois nossa dívida diante de nossa condição é
impagável sob a perspectiva humana. Ellen White afirma que, “A lei requer justiça –
vida justa, caráter perfeito; e isso não tem o homem para dar. Não pode
satisfazer as reivindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à terra
como homem, viveu vida santa, e desenvolveu caráter perfeito. Estes oferece Ele
como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos
homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus.
Mais que isso, Cristo lhes comunica os atributos divinos. Forma o caráter
humano segunda a semelhança do caráter de Deus, uma esplêndida estrutura de
força e beleza espirituais. Assim, a própria justiça da lei se cumpre no crente
em Cristo. Deus pode ser “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 762).
Sobra-nos
então as declarações de Tiago 2:21-24, que parecem contrariar o pensamento de Paulo,
de Salomão e de Ellen White. Até Lutero teve dificuldades com as declarações de
Tiago e, por algum tempo, imaginou que não fosse um livro inspirado ou
considerado como evangelho, por aparentemente creditar justiça pelas obras da
lei. No entanto, precisamos entender que, não há contradição em ambas as
declarações, pois Paulo está falando sobre salvação, e Tiago sobre obediência.
Paulo está combatendo o legalismo e Tiago o liberalismo. Paulo está falando
sobre justificação diante de Deus, e Tiago sobre justificação diante dos
homens. Paulo está mostrando que para Deus, nossa justificação depende da fé, e
Tiago o testemunho diante dos homens exige cumprimento dos deveres cristãos.
Paulo usa Abraão para mostrar que, perante Deus, somos justificados somente
pela fé. Tiago usa Abraão para mostrar que somos justificados diante dos
homens. Como poderíamos evidenciar que nossa fé é genuína quando não obedecemos
a Deus? Era a nota tônica de Tiago. Portanto, as duas declarações se harmonizam
perfeitamente. Embora sejamos considerados justos unicamente pela fé, a
obediência deve ser um fruto de sermos considerados justos. Isto não significa
que a obediência deva ser anulada, aliás, os que interpretam desta maneira,
estão seguindo suas próprias inclinações e não um “assim diz o Senhor”. Embora
não sejamos salvos pelas obras, sem elas jamais ultrapassaremos os portais do
Céu, por serem uma evidência que não fomos justificados, já que elas são o
fruto, resultado e consequência.
Leitura
Adicional
“"E
creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o
amigo de Deus." Tia. 2:23. E Paulo diz: "Os que são da fé são filhos
de Abraão". Gálatas 3:7. Mas a fé de Abraão foi manifesta pelas suas
obras. "O nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando
ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as
suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada." Tia. 2:21 e 22. Há
muitos que não podem compreender a relação da fé com as obras. Dizem eles:
"Crê apenas em Cristo, e estás salvo. Nada tens que ver com a guarda da
lei." Mas a fé genuína se manifestará pela obediência. Disse Cristo aos
judeus incrédulos: "Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de
Abraão." João 8:39. E, com relação ao pai dos fiéis, declara o Senhor:
"Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos,
os Meus estatutos, e as Minhas leis". Gên. 26:5. Diz o apóstolo Tiago:
"A fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma." Tia. 2:17. E
João, que tão amplamente se ocupa com o amor, diz-nos: "Este é o amor de
Deus: que guardemos os Seus mandamentos." I João 5:3.” (Patriarcas e Profetas, p. 153, 154).
“Muitos
estão a perder o caminho certo, por pensarem que têm de alçar-se ao Céu; que
têm de fazer algo para merecer o favor de Deus. Procuram tornar-se melhores por
seus próprios esforços, desajudados. Isso jamais conseguirão realizar. Cristo
abriu caminho morrendo como nosso sacrifício, vivendo como nosso exemplo,
tornando-Se nosso grande Sumo Sacerdote. Diz Ele: "Eu sou o caminho, e a
verdade e a vida." João 14:6. Se por qualquer esforço nosso pudéssemos
subir um único degrau na escada, as palavras de Cristo não seriam verdadeiras.
Mas quando aceitamos a Cristo, as boas obras aparecerão como frutífera prova de
que nos achamos no caminho da vida, que Cristo é nosso caminho, e que estamos
palmilhando a vereda certa, que conduz ao Céu.” (Review and Herald, 4 de Novembro de 1890).
“Há
necessidade não só de fé, mas também de confiança em Deus. Esta é a verdadeira
fé de Abraão, uma fé que produziu frutos. "Abraão creu em Deus, e isso lhe
foi imputado para justiça." Tia. 2:23. Quando Deus mandou que ele
oferecesse seu filho em sacrifício, era a mesma voz que falara ordenando que
ele deixasse seu país e fosse para uma terra que Deus lhe mostraria. Abraão foi
tão verdadeiramente salvo pela fé em Cristo como o pecador é salvo pela fé em
Cristo hoje em dia.
A fé que justifica sempre produz
primeiro verdadeiro arrependimento, e então boas obras, as quais constituem o
fruto dessa fé. Não há fé para a salvação que não produza bom fruto. Deus deu
Cristo ao nosso mundo para que Se tornasse o substituto do pecador. No momento
em que é exercida verdadeira fé nos méritos do custoso sacrifício expiatório,
reivindicando a Cristo como Salvador pessoal, nesse próprio momento o pecador é
justificado diante de Deus, porque está perdoado.” (Mensagens Escolhidas, v.3, p. 195).
QUARTA, 26 DE OUTUBRO
O evangelho no Antigo Testamento
(Gn 12:1-3; Lv 17:11; Sl 32:1-5; 2Sm 12:1-13; Zc 3:1-4)
Por alguns anos me defrontei com
pastores evangélicos que insistiam com a ideia fixa que a salvação no Antigo
Testamento havia sido pela guarda da lei e que Deus foi obrigado a realizar um
novo concerto baseado na fé eliminando radicalmente a lei na cruz. Isto está
muito distante de ser verdade e revela uma única coisa – carência de
conhecimento bíblico como um todo. Jesus mesmo enunciou que para encontrarmos a
“vida eterna” deveríamos examinar as escrituras (Jo 5:39). No entanto, é
importante entender que Jesus estava se referindo ao Antigo Testamento, pois, o
Novo ainda não existia. Paulo, inúmeras vezes se reportou ao Antigo Testamento
para referir-se à salvação pela fé, especialmente quando fez uso das
experiências de Abraão dizendo que fora “justificado pela fé” e não por obras
(Rm 4:3-6, 8-11, 22-24). Em Gálatas, ele retoma o assunto teológico da salvação
e novamente faz a afirmação que “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado
para justiça” (Gl 3:6). A própria natureza da aliança que fizera com Abraão
evidencia claramente que fora feita pela fé somente e não na base da troca –
por obras humanas (Gn 12:1-3). Neste concerto feito por Deus à Abraão
percebemos que somente Jeová fez promessas, foram quatro no total, e Abraão
respondeu realizando sacrifícios de animais. Este sacrifícios representaram em
todo o Antigo Testamento remissão unicamente pela fé, pois o sangue aspergido
apontava para o sangue que seria derramada mais tarde na cruz do calvário.
Moisés também ensinou este evangelho salvífico para o povo de Israel lhes
dizendo que “é o sangue que faz expiação” (Lv 17:11), e não a lei. Salmo 32:2
diz que “Bem aventura é o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade”. Neste
verso é o Senhor quem não atribui o pecado e não o homem. Em Zacarias 3
apresenta Josué recebendo do Senhor uma veste de fino traje, representando
claramente as veste da justiça de Cristo. Enfim, a salvação sempre foi pela
graça. Nunca existiu dois evangelhos, esta ideia não é conivente com a verdade
expressa em toda a Bíblia. A salvação sempre foi mediante um único evangelho
(Gl 1:7).
Leitura
Adicional
“Este
mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: "Em tua semente serão
benditas todas as nações da Terra." Gên. 22:18. Esta promessa apontava
para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo
para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O
concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus. O Senhor
apareceu a Abraão e disse: "Eu sou o Deus todo-poderoso, anda em Minha
presença e sê perfeito." Gên. 17:1. O testemunho de Deus concernente a Seu
fiel servo foi: "Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os
Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis." Gên. 26:5. E o
Senhor lhe declarou: "Estabelecerei o Meu concerto entre Mim e ti e a tua
semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti
por Deus, e à tua semente depois de ti." Gên. 17:7.
Se bem que este concerto houvesse sido
feito com Adão e renovado a Abraão, não poderia ser ratificado antes da morte
de Cristo. Existira pela promessa de Deus desde que se fez a primeira indicação
de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por Cristo, é
chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste concerto, que era
simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de novo à harmonia com
a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei de Deus.
Outro pacto, chamado nas Escrituras o
"velho" concerto, foi formado entre Deus e Israel no Sinai, e foi
então ratificado pelo sangue de um sacrifício. O concerto abraâmico foi
ratificado pelo sangue de Cristo, e é chamado o "segundo", ou o
"novo" concerto, porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido
depois do sangue do primeiro concerto. Que o novo concerto era válido nos dias
de Abraão, evidencia-se do fato de que foi então confirmado tanto pela promessa
como pelo juramento de Deus, "duas coisas imutáveis, nas quais é
impossível que Deus minta". Heb. 6:18.” (Patriarcas e Profetas, p. 370, 371).
QUINTA E SEXTA, 27 e 28 DE OUTUBRO
Resgatados da maldição
(Gn 3:9-14)
Em
algum país, especialmente nos Estados Unidos, muitos criminosos, devido algum
tipo de crime hediondo, em seus julgamentos recebe a sentença de prisão
perpetua. Estes presos condenados a morrerem encarcerados vivem desolados
apenas esperando a morte dentro do presídio. Mesmo que se tornem bons homens,
mesmo que se arrependam de seus atos, mesmo que passem a ter um comportamento
exemplar e se tornem amigos dos responsáveis pelo presídio, ainda assim, terão
que cumprir a pena perpétua. As mudanças nos hábitos, o cumprimento das regras
outrora transgredidas e o arrependimento não são capazes de exonera-los da pena
– terão que cumprir ao pé da letra a sentença. Da mesma forma, a sentença que
todos nós recebemos como consequência da transgressão é impagável. Por mais que
tenhamos um comportamento exemplar, uma vida correta e justa, por mais que
estejamos arrependidos, ainda sim deveríamos cumprir a pena da morte eterna.
Por este motivo é que o plano da redenção fora estabelecido. Deus sabia que a
única consequência certa que recairia sobre a raça humana era a morte eterna.
No entanto, existia uma forma da pena ser paga de maneira que todos nós
pudéssemos estar livres da condenação. Um sangue inocente e completamente
imaculado poderia substituir-nos na horrenda morte eterna. A maldição da lei,
ou seja, a morte eterna deveria se cumprir em nós. Por isto, Jesus, o filho de
Deus, se ofereceu a morrer em nosso lugar para ser condenado por tal pena.
Assim se cumpriria o propósito de Deus em fazer sua misericórdia se abraçar à
justiça da lei. Deus faria justiça e ao mesmo tempo teria liberdade para
perdoar. O perdão seria concedido sem anular a justiça da lei. Deus mesmo se
encarnaria para nos dar espiritualidade. Ele se machucaria para sarar as nossas
feridas. Ele pisaria no pó da Terra para nos garantir o solo da eternidade. Ele
se faria pecado por nós para que a lei pudesse ser satisfeita. A justiça e a misericórdia
se abraçariam na cruz tornando possível a exoneração de nossa condenação. Em
Cristo, definitivamente todos nós teríamos a chance de não ir de encontro à
morte eterna. Como os criminosos sentenciados a ficarem presos perpetuamente, por
mais que sejamos cumpridores da lei e fiéis a todos os preceitos da vida, sem
Cristo estaríamos completamente perdidos. Nada poderia anular a sentença da
morte na prisão do pecado. Para sempre estaríamos perdidos. Isto é o que
significa ser salvo pela fé somente. A lei é importante e a obediência a ela
também, no entanto, não será por nossa boa conduta e obediência que todos nós
herdaremos o que não nos é merecido. Somente por intermédio de Jesus. Lembre-se
disto quando chegar ao Céu e não se esqueça de lançar sua coroa aos pés Dele,
pois é graça a Ele que você estará lá definitivamente. Deus seja louvado.
Leitura
Adicional
“Para
satisfazer os reclamos da lei, nossa fé tem de apoderar-se da justiça de
Cristo, aceitando-a como nossa justiça. Mediante a união com Cristo, mediante a
aceitação de Sua justiça pela fé, podemos ser habilitados para fazer as obras
de Deus e ser cooperadores de Cristo. Se estais dispostos a flutuar ao sabor da
corrente do mal, e não cooperardes com os seres celestes em restringir a
transgressão em vossa família, e na igreja, a fim de que seja introduzida a
justiça eterna, não tendes fé. A fé opera por amor e purifica a alma. Pela fé o
Espírito Santo opera no coração para ali criar a santidade; isto, porém, não
pode ser feito a menos que o agente humano coopere com Cristo. Só podemos ser
habilitados para o Céu mediante a operação do Espírito Santo no coração; pois
temos de ter a justiça de Cristo como credenciais nossas, se quisermos ter
acesso ao Pai. Para que tenhamos a justiça de Cristo, precisamos diariamente
ser transformados pela influência do Espírito, a fim de sermos participantes da
natureza divina. É obra do Espírito Santo enobrecer os gostos, santificar o
coração, enobrecer o homem todo.” (Mensagens Escolhidas, v.1, p. 374).
“Deus
condena justamente todos os que não fazem de Cristo seu Salvador pessoal, mas
Ele perdoa a todo que vem a Ele em fé, e lhe permite realizar as obras de Deus
e, pela fé, se um com Cristo.” (Review
and Herald, 1 de novembro de 1892).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é
inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus
superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem
falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br