Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 6 – 3º Trimestre 2011 (30 de julho a 6 de agosto)
Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 30 DE JULHO
Adoração, música e louvor
(Sl 96:1)
A vida de Davi apresenta inúmeras lições de vitórias e derrotas, de sucessos e de fracassos. As narrativas bíblicas a respeito de sua vida e relação com Deus foram marcadas por atos de devoção, adoração e música permeados de situações, muitas das vezes estranhas e outras coerentes com a vontade de Deus. No entanto, com muita atenção, é possível perceber uma gradativa mudança, transformação e melhoria moral, espiritual e musical na vida deste notável homem.
Davi foi o compositor de uma grande parte dos salmos e sua vida foi praticamente uma canção. Músico por excelência passou pelas experiências mais trágicas de sua vida como pecador, filho de Deus, rei e como músico. Seus pecados mais graves lhe custaram sua própria família – especialmente os filhos. Suas músicas fazem do louvor em cânticos ganhar força em toda a Escritura. Temos muito o que aprender com Davi no tocante a verdadeira e falsa adoração, pois, sua vida foi marcada por períodos e experiências que permeiam essas duas características do culto. Olhando para os erros de Davi e seus posteriores acertos, podemos administrar melhor nossos erros e acertos de hoje. A fidelidade a Deus é a nota tônica da verdadeira adoração e este foi o motivo da queda do rei Saul. No entanto, embora a vida de Davi tivesse sido pautada também pela desobediência, ele foi humilde em reconhecer seus erros e se humilhar perante o Senhor.
Leitura Adicional
“Nesta história, Davi e Saul se apresentam a nós como homens muito diferentes quanto ao caráter. A história de Davi torna manifesto o fato de que ele considerava o temor do Senhor o princípio da sabedoria. Saul, porém, foi despojado de sua força porque não conseguiu tornar a obediência aos mandamentos de Deus a regra de sua vida. É coisa terrível alguém levantar a vontade própria contra a vontade de Deus claramente revelada. Toda a honra que a pessoa poderia receber no trono de um reino seria uma pobre compensação pela perda do favor de Deus por causa de um ato de deslealdade contra o Céu. A desobediência aos mandamentos de Deus só pode trazer desastre e, finalmente, desonra. Deus deu a cada um seu trabalho, tão verdadeiramente como designou a Saul o governo de Israel, e a lição prática e importante para nós e cumprir nosso trabalho designado de tal maneira que possamos ver nossos registros da vida com alegria, e não com dor” (Signs of the Times, 7 de setembro de 1888).
DOMINGO, 31 DE JULHO
Entre Saul e Davi
(I Sm 16:6-13; 17:45-47; 18:14; 24:10; 26:9; 30:6-8)
A ruína de Saul foi determinada por sua negligência em atender a sua própria necessidade de manter o controle de sua vida nas mãos de Deus. Não se humilhou e não se arrependeu de seus pecados como deveria. Embora não tenha cometido as atrocidades cometidas por Davi, a grande diferença que pode ser notada entre ambos é justamente a busca amargurada pelo perdão e a profunda humilhação e sofrimento que Davi suportou por causa de seus próprios erros grotescos. Saul não se humilhou e não seguiu as orientações de Deus. É exatamente isto que determina a verdadeira vida cristã da falsa vida cristã. Isto também é o que determina a verdadeira adoração da falsa. O problema não é a transgressão em si, mas a maneira como reagimos diante de tal pecado cometido. Seguir as próprias inclinações quando não conhecemos a Deus, embora não justificável, é compreensível. No entanto, Saul conhecia a Deus e Sua vontade, mas não seguiu suas orientações. Davi, ao contrário de Saul, conhecia a Deus, cometeu atrocidades terríveis, mas quando teve a oportunidade de arrepender-se, não a desperdiçou e se humilhou amargamente diante do Senhor. Daí em diante, Davi procurou, da melhor maneira possível, seguir as orientações de Deus para sua vida.
Percebe-se nas narrativas da vida de Davi uma progressiva mudança moral, comportamental e espiritual. Ele, provavelmente, temia o Senhor, tanto que, ao ter sido alertado pelo profeta Natan de sua real condição diante de Deus, sofreu amargamente por ter pecado contra seu Deus e contra o seu próximo. Por mais abominável que tenha sido a vida deste rei, Deus o alcançou e o transformou. O que determinou essa diferença entre Saul foi sua disposição de servir e de fazer a vontade Deus.
Leitura Adicional
“Na pessoa de Saul Deus dera a Israel um rei segundo o coração deles, conforme Samuel dissera quando o reino se confirmou a Saul, em Gilgal: "Vedes aí o rei que elegestes, e que pedistes." I Sam. 12:13. Garboso em sua aparência pessoal, de nobre estatura e porte principesco, seu parecer estava de acordo com as concepções que tinham da dignidade real; e seu valor pessoal e sua habilidade para dirigir exércitos eram qualidades que consideravam mais bem calculadas para conseguirem o respeito e a honra de outras nações. Pouca solicitude experimentavam quanto a possuir o seu rei aquelas qualidades mais elevadas que unicamente poderiam habilitá-lo a governar com justiça e eqüidade. Não pediram alguém que tivesse a verdadeira nobreza de caráter, que possuísse o amor e o temor de Deus. Não procuraram o conselho de Deus quanto às qualidades que um governante deveria possuir, a fim de preservar o caráter distintivo e santo deles como Seu povo escolhido. Não estavam a procurar o caminho de Deus, mas o seu próprio caminho. Portanto Deus lhes deu um rei tal como desejavam - rei este cujo caráter era o reflexo do deles. Seus corações não estavam em submissão a Deus, e seu rei também não era dominado pela graça divina. Sob o governo deste rei, obteriam a experiência necessária para poderem ver seu erro, e voltarem à sua fidelidade para com Deus.
Contudo, tendo o Senhor posto sobre Saul a responsabilidade do reino, não o deixou entregue a si mesmo. Fez com que o Espírito Santo repousasse sobre Saul para revelar-lhe suas fraquezas, e sua necessidade de graça divina; e, se Saul tivesse depositado confiança em Deus, teria Deus estado com ele. Enquanto sua vontade foi dirigida pela vontade de Deus, enquanto se entregou à disciplina de Seu Espírito, Deus pôde coroar de êxito os seus esforços. Mas, quando Saul preferiu agir independentemente de Deus, o Senhor não mais pôde ser seu guia, e foi obrigado a pô-lo de parte. Então Ele chamou ao trono "um homem segundo o Seu coração" (I Sam. 13:14); não um que fosse irrepreensível em seu caráter, mas que, em vez de confiar em si, confiaria em Deus, e seria guiado por Seu Espírito; que, ao pecar, sujeitar-se-ia à reprovação e correção” (Patriarcas e Profetas, p. 636).
SEGUNDA, 1 DE AGOSTO
Coração contrito, espírito quebrantado
(Sl 51:17)
Nada é mais significativo e profundamente comovedor diante de Deus do que um coração contrito e espírito quebrantado. O preço desta realidade no coração humano, para Deus, não possuí valor que pague. Deus se comove quando nos apresentamos a Ele com a vida assim. Nada mais poderá ser mais valioso como símbolo de verdadeira adoração do que isto.
Possuir o coração contrito e o espírito quebrantado significa possuir profunda convicção de nossa mais profunda e verdadeira realidade. Somo pecadores, falhos, doentes, imperfeitos, cheios de erros e totalmente voltados para o mal. Se permitíssemos que nossa natureza real nos governasse completamente, então, entenderíamos muito bem o que significa possuir uma natureza propensa para o pecado. Entender a grandiosidade do plano da redenção em nosso favor e o que de fato merecemos ultrapassa qualquer lógica e deve nos levar a mais profunda experiência de contrição e de quebrantamento. A única coisa que merecemos é o sofrimento e a morte. Deus poderia ter lançado este mísero planeta nos confins do universo para dele nunca mais se lembrar, mas, não foi isso que Deus fez! Ele preferiu elaborar uma estratégia de salvação, mesmo em detrimento de Sua própria vida.
Somos salvos em Cristo sem merecer. Somos redimidos por Jesus sem nenhuma razão lógica em nossa defesa. Somos miseráveis, pobres e sem absolutamente nada de bom que possa favorecer sermos recebidos no Céu! A única lógica que existe é que, Deus ultrapassou todos os limites e qualquer tipo de racionalidade para nos oferecer justamente o que jamais mereceremos. Isto tudo não seria motivo para termos o coração contrito e o espírito quebrantado? Porque motivos muitos ainda acreditam que podemos ser salvos por algum tipo de obra? Não seria arrogância ou soberba de nossa parte acreditar que, podemos exigir de Deus alguma coisa caso tenhamos bons comportamentos e uma vida correta? Já somos doentes de natureza, mas, aqueles que acham que podemos ser salvos por alguma obra, esses, são mais doentes ainda. A verdadeira adoração, como estudado até aqui, nos conduz a materializar na vida unicamente a soberana vontade de Deus. O assunto de hoje é mais uma evidência cristalina da verdadeira adoração. Com a certeza e convicção de nossa real situação diante de Deus, com o coração contrito, somos levados a refletir e a cumprir com sabedoria, temor e amor a terna vontade do Senhor. Aqueles que realmente entendem esta grandiosa verdade jamais desejarão fazer sua própria vontade em detrimento da vontade daquele que não poupou a própria vida por nós.
Leitura Adicional
“Quanto mais uma pessoa vê do caráter de Deus, tanto mais humilde ela se torna, e tanto menos se estima a si mesma. Isto é na verdade a prova de que ela contempla a Deus, de que se encontra em união com Jesus Cristo. A menos que sejamos mansos e humildes, não podemos, na verdade, pretender possuir nenhuma visão do caráter divino.
Os homens podem pensar que possuem aptidões superiores. Seus talentos admiráveis, o grande saber, a eloqüência, atividade e zelo, podem deslumbrar os olhos, deleitar a fantasia e despertar a admiração dos que não podem ler para além da superfície; mas a menos que a humildade e a modéstia se ache ligada a esses outros dons, manifestar-se-ão exaltação e glorificação próprias. A menos que cada qualidade seja consagrada ao Senhor, a menos que aqueles a quem Ele confiou dons busquem a graça que, unicamente, pode tornar esses talentos aceitáveis a Deus, eles são considerados pelo Senhor... como servos inúteis. "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito, não desprezarás, ó Deus." Sal. 51:17. ... Aquele cujo coração se acha abrandado e rendido, que viu a gloriosa manifestação do caráter de Deus, não apresentará descuidosa presunção. ... O próprio eu se perderá na consciência que têm da maravilhosa glória de Deus, e de sua própria indizível indignidade. Todos quantos apreciam o valor do feliz andar com o Senhor, e prezam o conforto e a bênção que o conhecimento dEle nos traz, não deixarão de fazer coisa alguma, se tão-somente lhes for dado um vislumbre de Sua glória. Em todo lugar e sob toda circunstância, orarão a Deus para que lhes seja concedido vê-Lo. Cultivarão aquele espírito manso e contrito que treme ante a palavra de Deus. Carta 87, 1896.
TERÇA, 2 DE AGOSTO
Davi: uma canção de louvor e adoração
(I Cr 16:8, 12, 15, 16, 22)
Davi foi um músico por excelência e suas canções devem ter feito uma grande diferença para o seu tempo. Possivelmente muitos haviam sido influenciados pelos cânticos de Davi e neste sentido, suas canções apresentavam a essência da verdadeira adoração – o de exaltar somente a Deus por Suas obras e misericórdia.
A vida deste nobre homem mostra como deve ser a nossa. Nossa vida deve ser um eterno louvor para Deus por Suas brilhantes obras a nosso favor. Somos feitos em Cristo - nova criatura. Fomos resgatados do mais escuro poço. Estávamos perdidos, mas, pelo amor e graça de Jesus, fomos achados e purificados. Imagine se Deus tivesse simplesmente permitido que a justiça fosse feita quando o homem pecou? Hoje, com certeza, não teríamos existido. Deus suplantou nossa eterna morte com sua eterna vida. Suas pegadas trilharam o caminho que era nosso. Ele Se fez pó para revestir-nos de Sua glória. Tudo indica que Davi, em algum momento de sua vida, pode entender cada verdade que permeia nossa condição e a resposta de Deus diante de tudo isto. Davi teve uma vida de cânticos, pois, como ninguém, percebeu a assombrosa atitude da divindade em nosso favor, inclusive dele. Como Davi, se formos tocados por esta realidade, seremos eternamente gratos e nossa vida será pautada de eternas canções de louvor e gratidão. O amor de Deus é rodeado de grande mistério que foi capaz de assustar até mesmo os mais nobres anjos que existem nos Céus. Lembre-se, não se trata apenas de cantar, pois, na verdade, a vida como um todo precisa ser um verdadeiro e suave cântico de alegria ao Senhor.
Leitura Adicional
“Sentindo que seu próprio coração não era inteiramente reto para com Deus, Davi, vendo o golpe desferido em Uzá, temera a arca, receoso de que algum pecado de sua parte acarretasse juízo sobre si. Mas Obede-Edom, embora se regozijasse com temor, acolheu gratamente o símbolo sagrado como a garantia do favor de Deus aos obedientes. A atenção de todo o Israel dirigiu-se agora ao geteu e sua casa; todos estavam vigilantes para ver o que lhes aconteceria. "E abençoou o Senhor a Obede-Edom, e a toda a sua casa." II Sam. 6:12.
A reprovação divina cumpriu a sua obra em Davi. Foi levado a compenetrar-se, como nunca dantes, da santidade da lei de Deus, e da necessidade de obediência estrita. O favor manifesto à casa de Obede-Edom levou Davi novamente a esperar que a arca pudesse trazer uma bênção a ele e a seu povo.
No fim de três meses, resolveu fazer outra tentativa para mudar a arca, e dispensou agora cuidadosa atenção à execução das instruções do Senhor, em todo pormenor. De novo foram convocados os homens principais da nação; e uma vasta congregação se reuniu em torno da residência do geteu. Com reverente cuidado a arca foi agora posta sobre os ombros de homens divinamente designados, a multidão pôs-se em linha, e, com corações a tremer, o grande séquito partiu novamente. Depois de caminharem seis passos, a trombeta deu sinal de parada. Por determinação de Davi deveriam ser oferecidos sacrifícios de "bois e carneiros cevados". II Sam. 6:13. O júbilo então tomou o lugar do tremor e terror. O rei depusera suas vestes reais, e vestira-se com um simples éfode de linho, como o que era usado pelos sacerdotes. Não dava a entender por este ato que assumira as funções sacerdotais, pois que o éfode era algumas vezes usado por outros além dos sacerdotes. Antes, neste serviço santo ele queria, perante Deus, tomar lugar igual ao de seus súditos. Naquele dia, Jeová devia ser adorado. Devia Ele ser o único objeto de reverência” (Patriarcas e Profetas, p. 706 e 707).
“As cerimônias solenes que acompanharam a mudança da arca tinham produzido uma impressão duradoura no povo de Israel, despertando um interesse maior no serviço do santuário, e acendendo de novo seu zelo por Jeová. Davi se esforçara por todos os meios ao seu alcance por aprofundar estas impressões. O serviço do cântico tornou-se uma parte regular do culto religioso; e Davi compôs salmos, não somente para o uso dos sacerdotes no serviço do santuário, mas também para serem cantados pelo povo em suas jornadas ao altar nacional nas festas anuais. A influência assim exercida era de grande alcance, e teve como resultado libertar da idolatria a nação. Muitos dos povos circunvizinhos, vendo a prosperidade de Israel, eram levados a pensar favoravelmente acerca do Deus de Israel, que havia feito tão grandes coisas por Seu povo” (Patriarcas e Profetas, p. 711).
QUARTA, 3 DE AGOSTO
O cântico de Davi
(Jó 38:7; Ap 4:9-11; 5:9-13; 7:10-12; 14:1-3)
A música está em todos os lugares. Parece que em tudo há música. Observe que, os sapos cantam, os grilos cantam, os pássaros cantam e especialistas em genética afirmam que em nossas células há música. Tudo na natureza é permeado de música. O homem foi dotado de um poder especial para produzir música. Enfim, Deus fez um mundo totalmente musical.
Davi usou a música para adorar a Deus em seu tempo. Embora suas melodias tenham sido perdidas pelo tempo, as letras de muitas de suas canções estão registradas na palavra de Deus. Através destas letras percebemos a intimidade de Davi com Deus através dos cânticos. Ele usava a música para fins de louvor e adoração a seu Deus.
A música é o mais poderoso instrumento para elevar os homens até o Céu. No entanto, é bom que tenhamos em mente que, a música também possui poder para desviar a mente do Céu. A Bíblia não deixa claro como eram as canções de Davi mas nos deixa alguns suficientes princípios que visam diferenciar a música que é entoada a Deus das que possuem algum tipo de traço e simpatia com o pecado.
O cântico deve ser usado para elevar as pessoas até a atmosfera do Céu. Deve ser uma ferramenta que ajude as pessoas a se desvincularem das coisas do mundo que as afastam da pureza e da santidade. Não é qualquer música com letra religiosa que faz a música ser apropriada e muito menos a que venha satisfazer nossos gostos pessoais. Temos que ter em mente que, a natureza como um todo foi comprometida pelo pecado e nossos próprios gostos precisam passar pelo processo de regeneração e santificação. Segundo Salmo 96:1, a música não é uma questão de gosto mas de inteligência ou sabedoria. Como Davi, nossos cânticos que são oferecidos a Deus devem refletir a vontade de Deus. Com o tempo o rei Davi entendeu este grande propósito e não deixou de fazer o melhor que podia para alcançar esta realidade. É importante compreender que, devemos oferecer aquilo que Deus requer, ou seja, um cântico diferente do mundo e repleto de sinceridade subjugado pela vontade divina.
Leitura Adicional
“A melodia de louvor é a atmosfera do Céu; e, quando o Céu vem em contato com a Terra, há música e cântico - "ações de graças e voz de melodia". Isa. 51:3.
Sobre a Terra recém-criada que aí estava, linda e sem mácula, sob o sorriso de Deus, "as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam". Jó 38:7. Assim, os corações humanos, em simpatia com o Céu, têm correspondido à bondade de Deus em notas de louvor. Muitos dos fatos da história humana se têm ligado a cânticos” (Educação, p. 161).
“Com um cântico, Jesus, em Sua vida terrestre, defrontou a tentação. Muitas vezes, quando eram proferidas palavras cortantes, pungentes, outras vezes em que a atmosfera em redor dEle se tornava saturada de tristeza, descontentamento, desconfiança, temor opressivo, ouvia-se o Seu canto de fé e de santa animação” (Educação, p. 166).
“A história dos cânticos da Bíblia está repleta de sugestões quanto aos usos e benefícios da música e do canto. A música muitas vezes é pervertida para servir a fins maus, e assim se torna um dos poderes mais sedutores para a tentação. Corretamente empregada, porém, é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma. Assim como os filhos de Israel, jornadeando pelo deserto, suavizavam pela música de cânticos sagrados a sua viagem, Deus ordena a Seus filhos hoje que alegrem a sua vida peregrina. Poucos meios há mais eficazes para fixar Suas palavras na memória do que repeti-las em cânticos. E tal cântico tem maravilhoso poder. Tem poder para subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço. É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus - as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância - e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas!
Nunca se deve perder de vista o valor do canto como meio de educação. Que haja cântico no lar, de hinos que sejam suaves e puros, e haverá menos palavras de censura e mais de animação, esperança e alegria. Haja canto na escola, e os alunos serão levados para mais perto de Deus, dos professores e uns dos outros.
Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações. Se a criança é ensinada a compreender isto, ela pensará mais no sentido das palavras que canta, e se tornará mais suscetível à sua influência.
Ao guiar-nos nosso Redentor ao limiar do Infinito, resplandecente com a glória de Deus, podemos aprender o assunto dos louvores e ações de graças do coro celestial em redor do trono; e despertando-se o eco do cântico dos anjos em nossos lares terrestres, os corações serão levados para mais perto dos cantores celestiais. A comunhão do Céu começa na Terra. Aqui aprendemos a nota tônica de seu louvor” (Educação, p. 167-168).
QUINTA E SEXTA, 4 e 5 DE AGOSTO
“Cantai ao Senhor um cântico novo”
(I Co 10:31; Fp 4:8; Cl 1:18)
Este é um dos assuntos mais espinhosos na atualidade. Nada pode gerar tantos atritos quanto o tema da música. Observe bem, se você subisse em um ringue nas condições em que se encontra neste momento, para lutar com o famoso Mike Taison, quanto tempo levaria para você se retirar do ringue às pressas? Bom, se fosse ao meu caso, eu nem entraria no ringue. Portanto, saiba que, no assunto da música, se você resolver subir no ringue, antes, é bom que saiba que o seu grande adversário não é Mike Taison, mas o próprio Satanás. O diabo entende muito mais de música do que todos os músicos juntos e por esta razão é muito importante ter em mente que, todo o cuidado é ainda muito pouco no tocante ao louvor e adoração.
No contexto que aprendemos até o momento a respeito de verdadeira adoração, percebemos que a falsa adoração está relacionada à vontade humana em detrimento da vontade de Deus. Isto significa que não é o gosto humano que determina como deve ser a adoração a Deus. A adoração deve seguir parâmetros que envolvem os valores e princípios divinos. Infelizmente, devido ao forte relativismo e existencialismo, o que tem moldado a adoração a Deus de hoje é o gosto e cultura de nossa geração. Como no passado, o paganismo e o mundanismo têm entrado pelas portas sob o pseudo-argumento de que nem tudo no mundo é ruim e pode ser utilizado para atrair as mentes secularizadas para o evangelho. Na verdade, a geração de hoje está cometendo o mesmo erro do Israel antigo, transformar o que é mais importante na vida religiosa – a adoração - em um momento de entretenimento e satisfação emocional humana amalgamada com o mundanismo de uma geração corrupta e escrava do pecado. A música cristã de hoje, assim como bem expressou o autor da lição, está tão maculada com a música da cultura pecaminosa dos idólatras de nosso tempo que não mais podemos enxergar alguma diferença entre ambas. Isto é muito sério e infelizmente devido a cegueira espiritual de muitos, não estão conseguindo observar a linha que diferencia o sagrado do mundano. Um cântico novo significa o cântico de uma nova vida, de novos pensamentos, de novos ideais, de um novo coração repleto de desejo de ser diferente do mundo e mais semelhante a Cristo, e não um cântico velho, mundano e cheio de características de uma cultura voltada a idolatria e as paixões carnais.
Lembremo-nos que, no conflito final, as revelações contidas no livro do Apocalipse, especialmente o capítulo 14, apresentam um acirrado combate baseado em tudo o que esteja permeado de verdadeira e falsa adoração. Não é de se admirar que os alicerces que sustentam a verdadeira adoração, além do próprio estilo de vida, se baseiem também na observância do Sábado e no culto entoado por cânticos?
É válido lembrar também que a igreja não é contra a modernização da música, na realidade ela é fundamental e necessária. No entanto, devemos avançar nesta direção aplicando princípios de censura espiritual e bíblica naquilo que escolhemos e selecionamos. Todo cuidado ainda é pouco no uso de métodos para alcançar as pessoas com as boas novas do Evangelho. No entanto, como a revelação nos alertou “a conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo” (O Grande Conflito, p. 509). Falando a respeito do povo de Israel, Ellen White nos adverte que “Os israelitas não compreendiam que serem neste sentido diferentes de outras nações era um privilégio e bênção especiais. Deus havia separado os israelitas de todos os outros povos, para deles fazer Seu tesouro peculiar. Eles, porém, não tomando em consideração esta alta honra, desejaram avidamente imitar o exemplo dos gentios! E ainda o anelo de conformar-se às práticas e costumes mundanos existe entre o povo professo de Deus. Afastando-se eles do Senhor, tornam-se ambiciosos dos proveitos e honras do mundo. Cristãos acham-se constantemente procurando imitar as práticas dos que adoram o deus deste mundo. Muitos insistem em que, unindo-se aos mundanos e conformando-se aos seus costumes, poderiam exercer uma influência mais forte sobre os ímpios. Mas todos os que adotam tal método de proceder, separam-se desta maneira da Fonte de sua força. Tornando-se amigos do mundo, são inimigos de Deus. Por amor à distinção terrestre, sacrificam a indizível honra a que Deus os chamou, honra esta de mostrarem os louvores dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. I Ped. 2:9 (Patriarcas e Profetas, p. 607).
Como bem expressou o pastor Erton Koller, “precisamos modernizar, porém sem mundanizar” (Fonte: Paulistana.org.br)
Por outro lado, não é sábio de nossa parte sair por ai condenando as pessoas. Devemos pregar, ensinar, dialogar e sempre, no espírito cristão, buscar ajudar as pessoas a compreenderem melhor os aspectos que envolvem a adoração através da liturgia e música com muita paciência e com amor fraternal. Nem todos receberam a luz a este respeito. Muitos têm oferecido louvores com muita sinceridade e na ignorância, Deus os tem aceitado. Mas, devemos ter extremo cuidado, pois Deus também não aceitará louvores daqueles que persistentemente preferem permanecer na ignorância.
A música é um dos veículos que pode nos conduzir à verdadeira ou falsa adoração. Aqueles que insistem em ensinar que o importante é a letra e não a estrutura da música, estão fazendo uso do mesmo pseudo-dialético evangélico ao dizerem que o importante é adorar a Deus e não o dia da semana que se guarda para adorar. Este mesmo raciocínio relativista tem sido freqüentemente usado em detrimento de diversas doutrinas e princípios bíblicos ensinados e requeridos por Deus levando o mundo religioso a um falso reavivamento. Vários eruditos da teologia evangélica tem feito uso deste silogismo para perpretar a observância do domingo ensinando que na verdade o que importa para Deus não é o dia em si mas o princípio existente nesse dia, o de adorar a Deus na mais pura sinceridade humana. Com isto advogam a idéia de que, não existe lei quando tudo é feito com sinceridade.
Observe que a sinceridade é aliada não da ignorância proposital, mas da verdade. Deus somente aceita o erro quando ele parte de um coração sincero que não conhece a verdade de Deus. Neste caso, podemos considerar sem nenhuma margem de erro que a oferta de Caim não pode ter sido sincera, e por esta razão é que foi recusada. A este respeito, servindo de lição para todos nós em pleno século XXI, White esclarece que Abel “estava determinado a adorar a Deus de acordo com a orientação dada por Ele. Isso desagradava Caim. Ele achava que seus próprios planos eram os melhores, e que o Senhor chegaria a um acordo com ele” (Manuscript Releases, v. 14, p. 115, 116). Também esclarece que “no caso de Caim e Abel, temos o modelo de duas classes que haverá no mundo até o fim do tempo, e esse tipo é digno de estudo aprofundado. Havia uma diferença marcante no caráter desses dois irmãos, e essa mesma diferença é vista hoje na família humana. Caim representa os que vivem pelos princípios e pelas obras de Satanás, adorando Deus à sua própria maneira. A exemplo do líder que seguem, eles estão dispostos a prestar obediência parcial, mas sem submissão completa a Deus” (Signis of the Times, 23 de dezembro de 1886).
Concluo com duas citações do Espírito de Profecia muito pertinentes e que não podem ser subestimadas. Observe e guarde-as no coração. Falando a respeito dos últimos dias, imediatamente antes do fechamento da porta graça, White diz que:
“Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 31-39).
Também escreveu que:
“Tudo parecia preparado para o trabalho de satanás. Ele convenceu muitos a porem de lado a razão e o discernimento e serem governados por impressões. O Senhor requer que Seu povo empregue a razão, e não a ponha de lado por impressões. Sua obra será compreensível a todos os Seus filhos. Seus ensinos serão de molde a se recomendarem ao entendimento das pessoas estudiosas. São designados a elevar a mente...Foram-me mostrados grupos em confusão, movidos por espírito equivocado, todos fazendo ruidosas orações, alguns clamando de um jeito, outros de outro; e era impossível dizer o que era som de flauta ou de harpa. “Deus não é Deus de confusão, senão de paz” (ICo 14:33). Satanás penetrou neles e controlou as coisas como bem quis. A razão e a saúde foram sacrificadas no altar desse engano. Deus não quer que seu povo imite os profetas de Baal, afligindo o corpo, gritando e clamando, em desvairadas atitudes e sem nenhuma consideração para com a ordem, até se lhes esgotarem as forças. Religião não consiste em ruidosas manifestações; contudo, quando o coração está cheio do Espírito do Senhor, glorifica a Deus com suave e sincero louvor (Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p.230, 231).
Artigos que vale apena serem lidos
(Cronologia do Salmo 150 e o uso de tambores e danças – Para ler o artigo na íntegra acesse aqui). Fonte: musica sacra e adoração
(Teste a natureza da música sacra, acesse aqui) Fonte: Centro White.
(Artigo, louve a Deus em cântico, acesse aqui) Fonte: Centro White.
(Cronologia do Salmo 150 e o uso de tambores e danças – Para ler o artigo na íntegra acesse aqui). Fonte: musica sacra e adoração
(Teste a natureza da música sacra, acesse aqui) Fonte: Centro White.
(Artigo, louve a Deus em cântico, acesse aqui) Fonte: Centro White.
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br