Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 4º Trimestre 2010 (30 de Outubro a 06 de Novembro)




Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 4º Trimestre 2010 (30 de Outubro a 06 de Novembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 30 DE OUTUBRO
Urias: Um estrangeiro de fé
(Dt 6:5)

            “Amarás...o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6:5).

            Há situações na vida que nos causam grande desapontamento e amargura, especialmente quando elas demonstram estranha falta de ética ou caráter contra nós mesmos. Olhamos para exemplos alheios e desejamos que jamais aconteçam conosco. Pior do que isto, são as injustiças que se cometem mesmo contra aqueles que viveram em plena piedade e fidelidade para os tais, como no exemplo de Urias e Davi.

Se Deus deixasse a situação de Davi em nossas mãos para julgamento, com certeza, muitos o condenariam sem nenhuma margem de dúvida. É possível que nesta semana, muitos cristãos adventistas sintam uma pequena ou grande amargura pelo ocorrido com Urias, e este sentimento, movido por insatisfação ou não, pode ser bem justificável.

No entanto, se observarmos a nossa vida em todos os pormenores, perceberemos que não temos sido tão menos injusto quanto Davi. Acredito que Deus permitiu o registro desta história, talvez por dois motivos: 1º Para nos arrebatar nosso próprio orgulho e sentimento de grandeza; 2º para nos mostrar que sem Cristo, definitivamente somos piores do que imaginamos de nós mesmos.

A lição desta semana precisa ser bem aproveitada e servir de espelho para vermos nestas injustiças cometidas por Davi, a nossa própria história.

Leitura Adicional

“A obra de Deus requer homens de alto poder moral para empenhar-se em sua divulgação. Procuram-se homens cujo coração seja fortalecido com santo fervor, homens de firme propósito que não sejam facilmente abalados, que possam renunciar a todo interesse egoísta e dar tudo pela cruz e a coroa. A causa da verdade presente está precisando de homens leais à retidão e ao dever, cuja integridade moral seja firme, e cuja energia seja compatível à generosidade da providência de Deus. Qualificações como estas são de maior valor do que riqueza incalculável investida na obra e causa de Deus. Energia, integridade moral e forte propósito pelo que é reto são qualidades que não podem ser supridas com qualquer quantia de ouro. Homens que possuem estas qualidades têm influência em toda parte. A vida deles é mais poderosa do que eloquência sublime. Deus requer homens de sensibilidade, homens inteligentes, homens de integridade moral, os quais Ele possa fazer depositários de Sua verdade, e que representem corretamente Seus sagrados princípios na vida diária.” (Testemunhos para a Igreja, v.3, p. 23).

DOMINGO, 31 DE OUTUBRO
Declive escorregadio
(2Sm 11)

            Poderíamos indagar: Por que a lição desta semana faz uma recapitulação da vida de Urias? Bom, fazer uma avaliação da vida deste homem pode ser a melhor forma de observar a dimensão do deteriorado caráter de Davi e do poder de atração do pecado com suas consequências.

            Outra lição importante que este relato pode nos fazer enxergar é o da extraordinária capacidade do perdão de Deus. Quando há arrependimento, o mais vil pecador pode ainda ser alcançado pela graça divina. Os pecados e as injustiças cometidas por Davi são demasiadamente grandes aos nossos olhos, mas não podemos olhar apenas para os aspectos da crueldade humana, mas olhar para a capacidade de Deus em oferecer o perdão. A grandiosidade maior aqui não é do pecado em si, mas de Deus em perdoar tamanha transgressão.

            Por outro lado, não podemos usar o perdão de Deus aqui como cabide para cometermos as nossas atrocidades diárias e achar que ainda seremos alcançados pelo perdão. Lembremo-nos que Davi, por mais que tenha errado, e por mais que suas atitudes sejam das piores, somente foi perdoado porque o seu arrependimento foi genuíno. Deus conhece os corações e sabe perfeitamente o nível de sinceridade existente neles.

            Outra lição importante que não pode ser passada por alto, são as consequências das decisões que tomamos, sejam elas para o bem ou para o mal. Uma fumante com um bebê no útero, trará infortúnios não somente para sua vida, mas principalmente para seu inocente filho. Da mesma forma, assim como Davi, muitos de nossos pecados poderão trazer grandes desgraças para nós e também para os que nos rodeiam. É trágico quando um inocente sofre por causa de nossas más atitudes especialmente quando as consequências trazem marcas para o resto da vida.

Leitura Adicional

“Caminho nenhum é seguro a não ser aquele que se torna mais claro e firme à medida que nele prosseguimos. O pé pode às vezes deslizar na trilha mais confiável. Para andar sem temor, precisamos saber que nossa mão está firmemente segura pela mão de Cristo. Não devemos pensar nem por um momento que não haja perigo para nós. Os mais sábios cometem erros. Os mais fortes falham por vezes. Os imprudentes, confiantes em si mesmos, teimosos e orgulhosos, que avançam sem dar atenção por veredas proibidas, lisonjeando-se de que podem mudar de direção quando lhes aprouver, caminham por uma senda de precipícios. Eles podem se recuperar de uma queda, de um erro por eles cometido, mas quantos dão um passo em falso que se demonstra sua eterna ruína! (Mensagens Escolhidas, v.2, p. 169).

SEGUNDA, 01 DE NOVEMBRO
Ninguém é uma ilha
(2Sm 11:1; 1Sm 26:5-11; 2Sm 11)

            O poder, dinheiro e fama, são coisas que facilmente podem subir à cabeça das pessoas. Enquanto somos pobres dizemos com segurança que se fossemos ricos ou se nos envolvêssemos na política, seríamos altruístas e faríamos grandes coisas pelos menos favorecidos. Ledo engano, pois nossa natureza ruim, quando camuflada pelas circunstâncias, nos dá uma falsa aparência de bondade, mas, quando esta mesma natureza aflora por algo que vem para nos beneficiar como fama, dinheiro ou poder, ficamos surpresos com nossos sentimentos e atitudes. Davi foi um homem bom e correto enquanto não tinha nada, mas quando passou a ter tudo, sua bondade e retidão foram suplantadas pela natureza perversa que estava aparentemente adormecida. 

            Davi, muitas vezes havia estado à frente de seu batalhão, mas agora, motivado por sentimentos nada animadores, se ausentou da guerra. O mesmo Davi que tolerou ou demonstrou bondade com seus adversários, agora demonstra intolerância e perversidade com seu súdito fiel. Que antagonismo mais estranho. O que o ser humano é capaz de fazer sem Deus!

            Olhando para esta vitrine histórica, não vemos apenas Davi com suas crueldades, mas todos os seres humanos pecadores. Se tiver dúvidas do que um cristão é capaz de fazer num simples descuido com Deus, então contemple esta narrativa e veja com detalhes de como podemos ser traídos por nossas falsas concepções. O que estou querendo dizer é que muitas das vezes podemos estar sendo traídos por nós mesmos, pois por mais que estejamos bem com Deus e com a vida espiritual, por mais que nos sintamos transformados por Deus, se dermos um simples descuido na vida espiritual ou se brincarmos com a tentação, poderemos ser escravos do momento, cegados pelas circunstâncias.  Quando nossos olhos se abrirem, será tarde, a desgraça terá acontecido e as consequências prontas para agirem nos trazendo grande humilhação, sofrimento, angústia e desprezo. 

Lamentavelmente, muitas das decisões erradas que tomarmos atingirão até mesmo pessoas inocentes que estão próximas de nós trazendo-lhes grande pesar, dor e sofrimento. Lembremo-nos de que a história de Davi será a nossa história se não dermos atenção a estes detalhes e consequentemente vigiarmos e orarmos por nós mesmos. A proximidade com Deus, a contemplação de sua justiça e retidão, o prazer pelas coisas celestiais e o desejo de amar a Cristo cada vez mais, serão nossa segurança e combustível diário para sermos revestidos pelo poder e proteção de Deus. Isto é muito sério, portanto pense sempre nisto.

Leitura Adicional

“Muitos dos que estão em postos de comando, que ocupam cargos de responsabilidade, têm pouca consciência ou nobreza de caráter. Eles podem exercer sua autoridade, até mesmo para a destruição dos que lhe estão sob as ordens. Isso é ignorado. Estes comandantes podem abusar do poder a eles dado, e fazer com que seus subordinados ocupem posições perigosas, onde estariam expostos a encontros fatais com os rebeldes, sem a menor esperança de vencê-los. Assim podem desfazer-se de homens corajosos e conscienciosos, a exemplo do que Davi fez com Urias” (2Sm 11:14,15; Testemunhas para a Igreja, v.1, p.255).

“A ociosidade é uma das maiores maldiçoes que podem incidir sobre o homem; pois o vício e o crime seguem em sua esteira. Satanás está à espreita, pronto a apanhar de improviso e destruir os incautos cuja ociosidade lhe dá a oportunidade de captar a amizade deles, sob algum disfarce atraente. Ele nunca é mais bem sucedido do que quando se acerca dos homens em suas horas vagas” (Este dia com Deus [MM 1980], p. 131).

“Levem um livro consigo para ler enquanto viajam...Empreguem todo momento vago em fazer alguma coisa. Assim, uma porta eficaz se fechará a milhares de tentações. Tivesse o rei Davi se empenhado em algum trabalho útil não teria sido culpado de assassinar Urias. Satanás está sempre pronto para ocupar aquele que não se ocupa” (Testemunhos para a Igreja, v.4, p.412).

TERÇA, 02 DE NOVEMBRO
UM ESTRANGEIRO EM ISRAEL
(Js 6:25; Rt 1:1-16; Et 8:17; Is 56:3-7)

            Urias era um estrangeiro em Israel, porém, tinha um coração Israelita. Sua fidelidade e submissão ao rei Davi era uma demonstração ou exemplo de sua nacionalidade espiritual.

            Quantos de nós, hoje, como Urias, viemos de nacionalidades físicas e espirituais diferentes? Servimos ao Rei eterno, mas antes, servíamos o pecado e a satanás. Na verdade, a nacionalidade jamais importou para Deus. Israel era apenas um conduto para que a mensagem alcançasse outros povos. Embora este propósito tenha falhado, vários estrangeiros que conhecemos na literatura bíblica como Rute, Raabe, e muitos outros não mencionados e desconhecidos, de alguma forma conheceram que havia um único Deus verdadeiro entre os céus e a terra, e por esta razão, tomaram a decisão de juntar-se a Israel para servir e adorar a Jeová.

            O Espírito Santo encontrou seus meios para conseguir alcançar tais pessoas mesmo sob a condição da falha de Israel na propagação da mensagem salvífica. Desta mesma forma, em nossos dias, muitos estrangeiros espirituais se juntam à igreja para servir e adorar a Jesus Cristo. O que mais importa nestas citações é que, embora Deus tenha sua verdade em uma igreja, nenhum sincero que não esteja nela deixará de ser alcançado pela atuação do Espírito Santo. A salvação vem dos Judeus (Jo 4:22), mas não permanece apenas neles. A verdade não é estática, e mesmo que falhemos em levá-la a outros, de alguma forma estas verdades alcançarão o entendimento daqueles que sinceramente se encontram no erro.

            Urias, de alguma forma foi alcançado por Deus e tudo leva-nos a crer que, embora injustiçado, morreu valentemente no Senhor cumprindo o seu memorável dever. Seria Davi quem estaria perdido para sempre se não tivesse se arrependido profundamente do grotesco pecado cometido contra Urias. Quanto maior o pecado, maior a humilhação do arrependimento, e Davi, com certeza, viveu longos anos com a dor da culpa por ter feita tamanha crueldade contra um estrangeiro fiel.

            Algo interessante que podemos destacar desta lição é que, muitas das vezes, os estrangeiros que se filiam ao exército do Senhor são mais fiéis e firmes na fé do que os de berço. É possível que em Israel, não tivesse alguém tão fiel ao dever quanto Urias, um estrangeiro.

Leitura Adicional

“Por meio da nação judaica era o propósito de Deus comunicar ricas bênçãos a todos os povos. Por Israel devia ser preparado o caminho para a difusão de Sua luz a todo o mundo. Por seguirem práticas corruptas as nações da Terra perderam o conhecimento de Deus. Contudo, em Sua misericórdia Ele não as destruiu. Planejava dar-lhes a oportunidade de conhecê-lo por intermédio de Sua igreja. Tinha e vista que os princípios revelados por Seu povo fossem o meio de restaurar no homem a imagem moral de Deus...
O Senhor desejava fazer do povo de Israel um louvor e glória. Todos os privilégios espirituais lhes foram concedidos. Deus nada reteve que pudesse ser útil para a formação do caráter que os tornaria representantes Seus.
             Sua obediência à lei de Deus os tornaria a maravilha da prosperidade ante as nações do mundo. Ele que lhes podia dar sabedoria e perícia em todo artifício, continuaria a ser seu Mestre, e os enobreceria e elevaria pela obediência a Suas leis. Se fossem obedientes seriam preservados das enfermidades que afligiam outras nações, e abençoados com vigor intelectual. A glória de Deus, Sua majestade e poder deveriam ser revelados em toda a sua prosperidade. Deveriam ser um reino de sacerdotes príncipes. Deus lhes proveu toda a possibilidade de se tornarem a maior nação da Terra (Parábolas de Jesus, p. 286-288).

            “O povo de Israel deveria ocupar todo o território que Deus lhes designara. As nações que rejeitassem o culto ou o serviço do verdadeiro Deus deveriam ser desapossadas. Era propósito de Deus, porém, que pela revelação de Seu caráter, por meio de Israel, os homens fossem atraídos a Ele. O convite do evangelho deveria ser transmitido a todo o mundo. Pela lição do sacrifício simbólico, Cristo deveria ser exaltado perante as nações, e todos os que O olhassem viveriam. Todos que, coo Raabe, a Cananeia, e Rute, a moabita, se volvessem da idolatria ao culto do verdadeiro Deus, deveriam se unir ao povo escolhido. Quando o número de Israel aumentasse, deveriam ampliar os limites até que seu reino abarcasse o mundo. Deus desejava trazer todos os povos sob Seu governo misericordioso. Queria que a Terra se enchesse de alegria e paz. Ele criou o homem para a felicidade, e anseia encher da paz do Céu o coração humano. Anela que as famílias da Terra sejam um tipo da grande família do Céu (Parábolas de Jesus, p.290).

            “Nenhuma distinção em matéria de nacionalidade, raça ou classe social, é reconhecida por Deus. Ele é o criador de toda a humanidade. Os homens são pela criação membros de uma mesma família, e todos são um pela redenção. Cristo veio ao mundo para desfazer todo muro de separação, para franquear cada compartimento das cortes do templo, a fim de que cada pessoa possa ter livre acesso a Deus. Seu amor é tão amplo, tão profundo, tão pleno, que penetra em toda parte. Ele subtrai à influência de Satanás os que foram iludidos por seus enganos, colocando-os ao alcance do trono de Deus, o trono circundado pelo arco-íris da promessa. Não há em Cristo judeu ou grego, servo ou livre (Profetas e Reis, p. 369, 370).

QUARTA, 03 DE NOVEMBRO
O QUE HÁ EM UM NOME
(Gn 17:5; 32:27,28; Dn 1:7)

O que há em um nome? Para a sociedade atual, parece que um nome não representa muita coisa. Aliás, parece que não representa absolutamente nada. Os pais de nosso século, quando pretendem escolher um nome para dar aos mais novos filhos, prestam extrema atenção na vida dos atores de novelas e filmes ou nos jogadores de futebol. Aquele autor (a) ou jogador de futebol admirado, será o indivíduo cujo o nome levará seus filhos para sempre. O interessante é que, não conhecemos a vida dos atores e jogadores, e como no caso do goleiro Bruno do Flamengo, um dia poderemos ficar decepcionados, porém o nome no filho permanecerá e as lembranças do real motivo da escolha do nome poderão perseguir a consciência dos pais para sempre.

Nos tempos bíblicos, um nome é coisa extremamente séria, pois a escolha era uma representação clara do caráter e religiosidade da família. Jacó (enganador) é um bom exemplo e um dos mais conhecidos nas histórias bíblicas, pois seu nome era bem apropriado devido às circunstâncias que viveu. No entanto, após seu arrependimento e conversão, uma das primeiras coisas que lhe ocorreu foi justamente a mudança do seu nome, Israel (que Deus se esforce por ele). A escolha do nome era tão importante que podia influenciar uma geração inteira, como no caso de Jacó, pois quando teve seu nome mudado para Israel, toda sua geração recebeu o título de Israelitas.

Não sei qual é o seu nome, não sei dizer se ele tem haver com a trajetória de sua vida. Porém, de uma coisa eu tenho certeza: um dia, após a volta de Cristo, uma das coisas que Deus não passará por alto, em hipótese alguma, será justamente a mudança de seu nome (Is 62:2; Ap 2:17). Aliás, todos os remidos, no céu, receberão um nome novíssimo com um significado glorioso que nos acompanhará  por toda a eternidade. Um nome novo que representará bem a nossa nova trajetória de vida e que represente muito bem a nossa vitória em Cristo. Muitas coisas no céu nos marcarão para sempre, criando-nos um impacto constante do que Deus foi capaz de fazer por nós, e o novo nome será sempre um desses impactos que dia a dia, nos fará lembrar da razão gloriosa de nossa presença no céu vivendo em glória com os nossos amigos e amados. Nos méritos de Jesus, eu não perco isto por nada nesta vida. Vejo você lá, ok?

Leitura Adicional

“Os nomes de Daniel e seus companheiros foram mudados para nomes que representavam divindades caldeias. Grande significação era atribuída aos nomes dados pelos pais hebreus a seus filhos. Frequentemente representavam traços de caráter que os pais desejavam ver desenvolvidos no filho.” (Profetas e Reis, p. 480, 481).

“Quando Abraão esteve quase vinte e cinco anos AM Canaã, o Senhor lhe apareceu e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito”. Com temor reverente, o patriarca se prostrou, rosto em terra, e a mensagem continuou: “Eis o Meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações”. Em sinal do cumprimento deste concerto, seu nome, que até ali era Abrão, foi mudado para Abraão, que significa: “pai de uma multidão”. O nome de Sarai tornou-se Sara – “Porque”, disse a voz divina, “Será mãe das nações, reis de povos sairão dela” (Gn 17:1-16; Patriarcas e Profetas, p. 137,138).

QUINTA E SEXTA, 04 E 05 DE NOVEMBRO
UM HOME DE PRINCÍPIOS
(2Sm 11:10-13)

            Davi foi um homem de princípios, no entanto, no desenrolar do desespero, acabou perdendo a percepção dos valores que o permeavam. Isto indica que, o fato de sermos bons hoje, não significa que seremos amanhã. O fato de sermos cristãos autênticos hoje, não significa que amanhã continuaremos com a auréola em torno da cabeça. Não significa também que devemos nos preparar para sermos corruptos, gananciosos e promíscuos amanhã, esta fatalidade pode e deve ser evitada pelos que professam seguir a Cristo. Infelizmente, muitos cristãos sucumbem na fé de um momento para o outro. 

               O que precisamos entender é que devemos buscar renovação de vida, renovação espiritual e proximidade com a cruz do calvário (Jesus Cristo), todos os dias de nossa vida. Isto precisa ser regra absoluta e inalterável. No dia em que começarmos gradativamente parar de orar, no dia em que começarmos a gradativamente parar de estudar a lição da escola sabatina, no dia em que começarmos a parar de ler o espírito de profecia, no dia em que bem vagarosamente deixarmos de crescer na fé e no amor por Deus, com certeza, mais cedo ou mais tarde, cometeremos alguma atitude trágica como cometeu Davi e Bate-seba. Davi colheu desgraças enormes em sua família. 

               Presenciou seus filhos destruindo, matando e estuprando uns aos outros. O próprio Davi por pouco não morreu pelas mãos de um dos seus filhos. Bate-seba não foi inocente na história. Existe uma frase muito popular que diz: quando um não quer, dois não fazem. Ela colheu amargamente o sentimento de culpa por ter contribuído para o assassinato de seu esposo. Além do mais, colheu desgraça em sua própria carne. A maldição, em Bate-seba recaiu sobre aquilo que as mulheres têm de mais precioso na vida, o filho.

              Quanto a Urias, este sim foi um coitado injustiçado. Colheu os infortúnios do gravíssimo pecado da esposa e foi injustiçado por àquele que servia com sua vida se fosse preciso. Se você ainda não conhece a cara do pecado, meu amigo (a), observe com atenção esta história. Um simples momento com o pecado pode ser suficiente para colher uma desgraça enorme por toda a vida. Os atos humanos podem permanecer em oculto por algum tempo, mas os pecados com suas consequências podem se materializar de tal forma e com tal magnitude que jamais imaginaríamos.

              Por outro lado, a obediência a Deus, uma vida de consagração e lealdade às pessoas e à vida, devoção plena e crescimento em Cristo, desvio do pecado e abandono do próprio eu, nos farão grandiosos e nobres. Deus tem promessas gigantescas prontas a serem distribuídas durante nossa jornada nesta terra. Somente alcançarão estas bênçãos maravilhosas os que viverem pela fé, obedecerem pela fé e crescerem em Cristo pela fé. 



               Balaão um dia disse a Balaque, rei de Moabe, que o único jeito de fazer de Israel um povo perdido e sem a proteção de Deus, era levá-los à desobediência. Quem disse isto não foi Balaão, foi Satanás. Hoje, como Israel, a única forma de sermos prósperos e protegidos por Deus, é permanecendo em Cristo guardando pela fé os seus mandamentos.

Leitura Adicional

“Entre os perigos da primeira parte de sua vida, em conscienciosa integridade, Davi podia confiar seu caso a Deus. A mão do Senhor o havia conduzido com segurança através das inúmeras ciladas que tinham sido postas para seus pés. Mas agora culpado e não arrependido, não rogava auxílio e guia do Céu. Procurava desvencilhar-se dos perigos em que o pecado o envolvera. Bate-seba, cuja beleza fatal se havia mostrado uma cilada ao rei, era a esposa de Urias, o heteu, um dos mais corajosos e fiéis oficiais de Davi. Ninguém poderia prever qual seria o resultado se o crime fosse conhecido.

Todo o esforço que Davi fez para esconder seu crime se mostrou inútil. ...Em seu desespero, apressou-se a acrescentar o assassínio ao adultério. Aquele que tinha tramado a destruição de Saul, procurava levar Davi também à ruína. Embora as tentações fossem diferentes, levavam semelhantemente à transgressão da Lei de Deus. ... Urias foi feito portador de suor, a própria ordem de morte. Uma carta enviada pela sua mãos a Joabe, da parte do rei, ordenava: “Ponha Urias na linha de frente e deixe-o onde o combate estiver mais violento, para que seja ferido e morra” (2Sm 11:15). Joabe, já manchado com o crime de um afrontoso assassínio, não hesitou em obedecer às instruções do rei, e Urias tombou pela espada dos fihos de Amom. ...Aquele, cuja delicada consciência e elevado senso de honra não lhe permitiram, mesmo em perigo de vida, estender sua mãos contra o ungido do Senhor, caíra de tal maneira que foi capaz de prejudicar e assassinar um de seus soldados mais fiéis e valentes, e esperou desfrutar, sem ser incomodado, a recompensa de seu pecado. Ai! Como o ouro fino perdera o brilho! Como se transformara o ouro finíssimo! (Patriarcas e Profetas, p. 718-720).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br