Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 4º Trimestre 2010 (16 a 23 de Outubro)

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 4º Trimestre 2010 (16 a 23 de Outubro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 16 DE OUTUBRO
NASCIDO PARA A GRANDEZA
(1 Sm 14:6)

            “Disse... Jônata ao seu Escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos!” (1 Sm 2:1,2).

Muitas pessoas desejam ser grandes e notáveis na vida. Lutam por uma posição importante ou que estabeleça uma imagem de grandeza. Há aqueles que, honestamente buscam ser importantes, no entanto, há outros que estão dispostos até mesmo a jogar sujo para alcançar o poder, o status ou uma boa posição. Parece ridículo, mas há alguns meses atrás estive assistindo um noticiário que apresentou o assassinato do gerente de uma grande empresa. Pasmem, o maior suspeito era justamente o vice gerente. O que isto tem a nos ensinar? Observe que, quanto mais próximo do poder, mais tentador ele se torna. Foi o que exatamente aconteceu com Lúcifer no céu.
Infelizmente a busca pelo valor tem sido de certa forma equivocada. Não se fala em valor como sendo consequência de uma vida digna, íntegra e altruísta. Para muitos, sinônimo de grandeza significa poder, dinheiro e autoridade, quando na verdade o valor da verdadeira grandeza está bem longe destas coisas.

Como destacado pelo autor, “na vida de Jônatas, aprendemos a avaliar a vida pelos olhos do céu”. Como você espera ser visto por Deus? Como ter uma vida de grandeza diante do universo? Quais são os verdadeiros dogmas que nos tornam dignos e valorosos? Nesta semana, através da vida de Jônatas, encontraremos respostas a estas indagações e muitas outras. Que Deus o abençoe neste estudo cheio de significado para as verdadeiras ambições da vida.

Leitura adicional

“A verdadeira grandeza não depende de posição, mas de pureza e fidelidade. Nossa dignidade não é encontrada em nós, mas em Cristo. Somos avaliados pela fé no Salvador e pela verdade e integridade de nossa vida. Evitemos os perigos da auto exaltação e nos revistamos de humildade, pois “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4:6). Os servos de Cristo devem consagrar a vida ao Seu serviço, revelando Seu caráter na beleza da santidade.” (Signs of the Times, 13 de dezembro de 1899).

“Podem os homens aspirar ao renome. Podem desejar possuir um grande nome. Para alguns a posse de casas, terras e bastante dinheiro que os torna grandes segundo a medida do mundo, é o auge de sua ambição. Desejam alcançar o lugar em que possam olhar de cima para baixo, com uma sensação de sua casa ruirá subitamente. Não é verdadeira grandeza a superioridade de posição. De nenhum valor real, em si, é aquilo que não aumenta o valor do caráter. Aquilo que, unicamente, vale a pena obter, é a grandeza de espírito à vista do Céu. Talvez, nunca venha a saber a verdadeira e exaltada natureza de sua obra. O valor de seu próprio ser você só poderá apreciar pelo valor daquela Vida que foi dada para salvar a todos os que a queiram receber.” (Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p.173).

DOMINGO, 17 DE OUTUBRO
O ELEVADO OFÍCIO DA AMIZADE
(Êx 33:11; Jó 16:20,21; Pr 17:17; 27:9; Ec 4:10; Jo 15:13-15)

A experiência da vida de Jônatas é capaz de apresentar-nos a grandeza de uma amizade profunda e verdadeira. A amizade demonstrada entre Jônatas e Davi (2Sm 1:26; 18:1-4) na visão de alguns, por ser muito próxima, é tida como sendo um relacionamento homossexual. Mas esta afirmação está longe de ser verdadeira, especialmente por serem pessoas tementes a Deus e por conhecerem os valores da lei Mosaica a este respeito (Lv 18:22).  Do ponto de vista linguístico, a palavra Hebraica utilizada por Samuel (2Sm 1:26; 18:1) para descrever o amor de Jônatas por Davi “hb'h]a; (ahabah)” é a mesma utilizada por Jeremias (Jr 31:3) para descrever o amor de Deus por seu povo. Isto não resolve muitas implicações, mas pode nos dar uma noção profunda do significado de uma séria amizade existente entre eles.

Jônatas foi uma providência de Deus para auxiliar Davi em sua ascensão ao trono (WHITE, Ellen G. (Minha Consagração Hoje [MM 1989/1953], p. 210). Foi o amigo ideal que Davi precisava naquela circunstância tão complicada e difícil.
Vários especialistas em áreas de relacionamentos, afirmam categoricamente que é impossível alguém viver bem consigo mesmo e com a sociedade se não tiver no mínimo 8 amigos, e pelo menos 2 ou 3 que sejam muito próximos e íntimos. Sem dúvida alguma, o valor de uma amizade em alguns casos pode exceder o de um irmão da família. Entretanto, como famílias de sangue, devemos reforçar ao máximo os graus de amizade existentes entre nós para que os alicerces familiares sejam bem firmes.

            Caso você não tenha ainda aprendido os verdadeiros valores que envolve uma amizade, a história de Jônatas e Davi pode dar muitas lições preciosas dignas de serem copiadas. Pastor Jorge Mário, em um sermão pregado no Unasp, delineou 4 princípios básicos que podem ser absorvidos desta tão preciosa história sobre a verdadeira amizade. Observe e tome nota:

4 Características de uma verdadeira amizade

- 1º Samuel 20:4 – Amigos íntimos estão dispostos a sacrificar-se.
* Jônatas tirou seu manto, túnica, arco, cinturão, espada. Isto revela amizade desinteressada. Perceba que Davi não pediu, Jônatas deu, doou, desinteressadamente.  Pessoas de amizades verdadeiras se completam. É alicerçada no desinteresse.

- 1º Samuel 19:4,5 – O amigo íntimo é um defensor de seu amigo. Arrisca sua vida.
* Não é amigo apenas de bons tempos. Aqui Jonas arrisca sua vida defendendo Davi perante seu pai.

- 1º Samuel 20:40-43 – Os amigos íntimos não sufocam o amigo, compreende.
* Você pode desabafar que o amigo houve e entende. Não há manipulação.

- 1º Samuel 23:7-18 – Um amigo verdadeiro é fonte de encorajamento
* Jônatas é que deveria ser o rei, mas ele abdica para dar força e encorajamento a Davi. Jônatas cumpre a vontade de Deus deixando para Davi seu trono.
Deus foi muito sábio em criar a amizade, que pena que o pecado a desfigurou.

Leitura adicional

“Depois de matar Golias Davi foi levado diante do rei Saul, e o rei perguntou a respeito de sua família e sua vida. “Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma.” Saul manteve Davi consigo, e não permitiu que retornasse à casa de seu pai. Jônatas e Davi fizeram o pacto de ser unidos como irmãos, e o filho do rei “despojou-se...da capa que vestia e a deu a Davi, como também a armadura, inclusive a espada, o arco e o cinto”. Davi foi incumbido de importantes responsabilidades, mas preservou a modéstia, e todos o amavam. Mas não havia ninguém tão estimado por ele quanto Jônatas, porque este possuía um espírito puro e nobre (1Sm 18:1; Signs of the Times, 17 de agosto de 1888).

“ A amizade de Jônatas por Davi era também da providência de Deus, a fim de preservar a vida do futuro governante de Israel (Minha Consagração Hoje [MM 1989/1953], p. 210).

“Devemos ter no coração o amor de Cristo a tal ponto, que nosso interesse nos outros seja imparcial e sincero. Nossas afeições devem ter amplitude e não se centralizarem apenas em alguns que nos lisonjeiam por meio de confidências especiais. A tendência de tais amizades é levar-nos a negligenciar os que se acham em maior necessidade de amor do que aqueles a quem concedemos nossa atenção. Não devemos estreitar nosso círculo de amigos a uns poucos prediletos...” (Nossa Alta Vocação [MM 1962], p. 257).

“Hão de sobrevir dificuldades a cada um; toda pessoa será pressionada pela tristeza e o desânimo; então, uma presença pessoal, um amigo que conforte e comunique força rebaterá os dardos do inimigo, destinados a destruir. Os amigos cristãos não são nem a metade em número, do que deviam ser. Nas horas da tentação, em uma crise, que valor tem um amigo verdadeiro? Em tais ocasiões, Satanás manda sues agentes para fazer com que tropecem os membros trementes; mas os amigos genuínos que aconselham, que comunicam esperança magnética, a fé calma que ergue a pessoa – oh, esse auxílio vale mais que pérolas preciosas! (Carta , 1883; Filhos e Filhas de Deus [MM 1956], p.16).

 SEGUNDA, 18 DE OUTUBRO
UMA GRANDE VITÓRIA
(1 Sm 13:19-22; 2Rs 6:8-17; 1Sm 14:6-13)

            Jônatas era um homem integro e junto com seu escudeiro agiu com fé no que Deus podia fazer por eles. O exército dos Filisteus era superior em todos os sentidos, menos em um, Deus era com Israel. O fato do Senhor ser com Seu povo era tudo o que precisavam para derrotar e subjugar qualquer exército inimigo. Ao longo das histórias bíblicas, especialmente das guerras ganhas por Israel, a mão de Deus era evidente, pois uma tropa celestial, porém invisível ia a frente do frágil exército Israelita dando-lhes a vitória. Jônatas, por sua confiança em Deus, recebeu do céu toda a ajuda necessária para sair das batalhas com a vitória em mãos. Quando os inimigos Filisteu perceberam que sua derrota era resultado de forças sobrenaturais que auxiliavam Israel, eles temeram assombradamente.

            Estas mesmas forças especiais que ajudaram Jônatas e Israel, estão à disposição de todo aquele que genuinamente depositar fé em Jesus Cristo. O Senhor há de pelejar por nós sempre que confiarmos em sua guia. Por mais difícil que seja a situação, por mais que as circunstâncias pareçam estar contra nós, se entregarmos e confiarmos, Deus pelejará a nosso favor. Se pudéssemos abrir os olhos para enxergar além, veríamos a miríade de seres angelicais que estarão sempre a postos para combater a nossa luta. A razão porque muitas das vezes saímos derrotados nos desafios da vida é não termos exercido fé no que Jeová pode fazer por nós. O problema jamais estará com Deus; somos nós que falhamos na confiança de sua intervenção a nosso favor.

Leitura Adicional

            “Em Jônatas, filho de Saul, viu o Senhor um homem de pura integridade – alguém a quem Ele podia atrair para perto de Si, e em cujo coração podia atuar...Esses dois jovens [Jônatas e seu escudeiro] deram mostras de que estavam agindo sob a influência e mando de um General mais que humano. Aparentemente, sua aventura foi temerária, e contrária às regras militantes. Mas o ato de Jônatas não foi praticado por precipitação humana. Ele não confiava no que ele e seu pajem de armas por si mesmos poderiam fazer; foi o instrumento que Deus empregou em favor de Seu povo Israel. Eles fizeram seus planos, e puseram a causa nas mãos de Deus. Caso os exércitos dos filisteus desafiassem, avançariam. ...Este ousado feito infundiu pânico no acampamento (dos filisteus). Jaziam ali os corpos mortos de vinte homens e, aos olhos do inimigo, havia centenas de homens preparados para a guerra. Os exércitos do Céu foram revelados à multidão dos oponentes filisteus. “E houve tremor no arraial, no campo em em todo o povo; também a mesma guarnição e os destruidores tremeram, e até a terra se alvoroçou, porquanto era tremor de Deus.” (ISm 14:15; The Youth's Instructor; 24 de novembro de 1898; Filhos e Filhas de Deus [MM 1956], p. 208).

TERÇA, 19 DE OUTUBRO
RELAÇÃO PAI-FILHO
(Ism 19:1-7; 14:24-46)

            Se a dúvida for concernente ao respeito ou não de Jônatas para com o pai Saul, a resposta direta e objetiva seria: ele foi cumpridor autêntico do mandamento que ordena honrar os pais. Mesmo Saul não dando exemplo, mesmo sendo um pai egoísta e insensato, Jônatas demonstrou ter seguido o bom exemplo: se tornando o elo forte da família. Mesmo sendo subjulgado por uma violação irracional, ele se manteve firme a este dever. Saul transgredira a lei do Senhor que era mais sublime que qualquer outra lei. Mas, agora, diante de uma lei humana irracional, Jônatas tinha que ser sacrificado. O povo recusou a decisão de Saul e se colocou entre Saul e Jônatas para impedir tal irracionalismo (1 Sm 14).

            Quanto aos nossos dias, precisamos olhar com atenção para o exemplo de Jônatas. É muito fácil servir e honrar um pai que merece todo o respeito dos filhos por suas atitudes dignas, mas o que dizer de honrar um pai que não merece ser honrado? Ele poderia buscar justificativas para não depositar probidade em Saul, mas escolheu fazer o certo. O certo é exatamente aquilo que eu e você, possuindo motivos ou não, devemos fazer para com nossos pais. Lembremo-nos que, o mandamento que pede para honrar o pai e mãe é o único mandamento entre os dez que termina com promessas, “Para que se prolonguem os teus dias na terra” (Êx 2012). Penso que esta promessa se refira não apenas a vida longa, mas também no viver em abundância.

            Quantos filhos ingratos e profanos existem hoje; quantos filhos, em nossos dias, tem se tornado um canal de desgraça para a família. Tem se tornado muito comum ouvir noticiários de jovens que tem praticado abusos aos pais. Também, quantos pais, hoje, têm sido assassinados pelos filhos. Nesta semana, assistindo a um jornal de notícias, veio a manchete: Um casal de classe alta é assassinado a sangue frio, e os maiores suspeitos são a filha e o genro...Acredita-se que a razão do assassinato seja por dinheiro. Mas, no caso de Jônatas, assim como no caso dos cristãos, temos o dever de amar, servir e honrar nossos pais, merecendo eles ou não. Deus pedirá conta de nossos atos diante de nossos familiares. Quantos filhos deixarão de subir para o céu por terem negligenciado este mandamento tão sublime e importante? Todos os que desonrarem os pais não participarão da festa das bodas, pois a graça de Cristo jamais alcançará os negligentes que conscientemente negaram o cumprimento do dever de amar os que os rodeiam, especialmente seus familiares.

Leitura adicional

“Quando a sorte caiu sobre Jônatas, o rei exigiu com grande severidade. “O que foi que você fez?” (1Sm 14:43). Jônatas respondeu sinceramente reconhecendo o ato e protestando contra a terrível punição. Nesse momento finalmente se poderia esperar que Saul percebesse, a afeição paterna seria colocada acima da autoridade real. Mas não; Saul quis que o povo visse que a justiça do rei era superior à afeição do pai. Ele não havia compartilhado da honra da vitória, mas esperava agora obter honra por seu zelo em manter a santidade do seu voto. Mesmo com o sacrifício de seu filho, impressionaria seus súditos com o fato de que a autoridade real devia ser mantida. Quão terrivelmente significativas foram as palavras que escaparam dos lábios desse pai: “Deus me faça o que bem lhe aprouver; é certo que morrerá, Jônatas” (1Sm 14:44). …
            Quando o transgressor foi indicado, sendo constatado que seu único crime foi a violação de uma exigência irracional, por falta de conhecimento, o rei e pai friamente condenou o filho à morte. Que contraste entre a coragem com a qual o próprio Saul violara a lei de Deus e desafiara a reprovação, e a cruel severidade manifestada por ele para com alguém a quem Deus havia honrado!
            O povo se recusou a permitir que essa injusta sentença fosse executada. Todos podiam ver de quem era a culpa e que o próprio Saul era aquele a quem Deus estava reprovando. ...Saul apenas podia sentir que seu filho havia sido colocado acima dele, tanto pelo povo quanto pelo Senhor.” (Signs of the Times, 17 de agosto de 1882).

QUARTA, 20 DE OUTUBRO
TOMANDO O SEGUNDO LUGAR
(Ism 23:17; Is 14:13-14; 1Rs 1:5; Mc 10:35-37)

            O pedido de Tiago e João para assentarem-se ao lado de Cristo na eternidade, a usurpação do trono por Adonias e a obstinada exaltação de Lúcifer no céu, são perigos que rodeiam todo o ser humano. Há pessoas que são capazes até mesmo de matar o próximo por uma posição de autonomia, destaque e poder. Isto pode ser visível em simples atos, dos menores até os maiores. Uma simples política para presidente de uma sala de aula em uma escola pode revelar o verdadeiro caráter de uma pessoa.

            Todos estão sujeitos a possuírem um sentimento de valor excessivo e consequentemente acabam se tornando egoístas e sedentos pelo desejo de alguma coisa que lhes dê primazia, poder e vantagens sobre outros. Se às vezes este tipo de sentimento toma conta de você, não demore em refletir na história de Jônatas, absorvendo dela a humildade e submissão deste jovem pela vontade e planos de Deus. O princípio bíblico de que os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros tem sido um princípio vitalício. Todos, pelo menos os que conheci, que lutaram exaustivamente pelo primeiro lugar em detrimento dos demais, após terem conquistado tal posição, algum tempo depois colheram amargura, vergonha e humilhação.

            Quando alcançamos a honra e o poder por nossa própria força e esperteza, mais cedo ou mais tarde somos deixados para colher as desgraças de nossos erros. No entanto, quando alcançamos a honra e o poder pela graça e vontade de Deus, Ele nos auxiliará a todo e qualquer momento. Neste último ponto Deus nos ajudará, porque foi por Seu propósito que chegamos até aquele degrau da vida. Cabe lembrar que, os mais despreparados para ocupar posições de poder na igreja, geralmente são os que mais desejam e lutam por elas. Um cargo de poder entre o povo de Deus não deve ser tratado como as pessoas do mundo tratam. Na igreja, ninguém possui poder, ou pelo menos não deveria. O líder da igreja, quando nomeado para uma posição relevante, passa a ter um poder em mãos que jamais poderá ser empregado. Este é um tipo de poder que, será perdido caso seja usado. O pastor possui uma autoridade eclesiástica que não pode ser confundida com poder e autoridade arbitrária. Somente Deus é detentor de autoridade plena e poder; nós somos apenas representantes do evangelho e temos em mãos apenas a obrigação do serviço e da organização do corpo de Cristo. Nada mais.

            Lembremo-nos sempre da maneira como Jônatas agiu diante da perda do trono para Davi. Ele se submeteu, não reclamou e não se revoltou. Quando percebeu que Deus estava na direção de tudo, aceitou sem queixas ou murmúrios. Assim, todos na igreja hoje devem agir. Não lutar por posições, não fazer políticas por mais que sejam necessárias. Se alguém possui tal fraqueza, de desejar posição, honra, poder, por mínimos que sejam, entregue isto a Cristo para que o Espírito de Deus remova esta doença de seu interior. Peça a Deus que lhe dê humildade, simplicidade e altruísmo. Se perceber alguma política ou luta por conquista de vagas na igreja, se isole, medite e ore a Deus para que os planos dos homens se frustrem e que prevaleça o plano sublime do Senhor. Falando sobre João Batista, Ellen White escreveu que ele “abalou a nação, por ocasião de seu aparecimento, na qualidade de arauto do Messias, De uma para outra parte seus passos eram seguidos por vastas multidões constituídas de pessoas de todas as classes e condições. Mas quando chegou Aquele de quem ele dera testemunho, tudo mudou. As multidões acompanharam Jesus, e a obra de João parecia encerrar-se rapidamente. Contudo não houve vacilação na sua fé. 'É necessário, disse ele, que Ele crença e que eu diminua'” (Jo 3:30; Educação, p. 156,157).

Leitura adicional

“Não somos encarregados da tarefa de exaltar a nós mesmos. Não precisamos trabalhar pelo mais alto lugar na avaliação dos outro, nem buscar a supremacia para nossas opiniões nas reuniões dos irmãos. A tarefa que Deus indica para nós é a da auto humilhação. Nosso dever “é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus” (Mq 6:8). Não devemos encorajar o amor-próprio e orgulho pessoal, nem acariciar o pensamento de que não somos apreciados, e de que nossa habilidade é menosprezada. Nosso trabalho é assumir nossos deveres, por mais humildes que sejam, e cumpri-los com fidelidade e coragem, fazendo todas as coisas “de todo o coração , como para o Senhor” (Cl 3:23).

            Somos propriedade de Deus; e não estaremos dispostos a permanecer no lugar que Ele nos determina, confiando em Seu julgamento, e aceitando com gratidão o privilégio de nos tornarmos Seus colaboradores em um aparte de Sua vinha?” (Signs of the Times, 9 de março de 1888).

            “Buscar reconhecimento e a glorificação de si mesmo deixarão o ser humano privado do Espírito de Deus, destituído daquela graça que pode torná-lo útil e eficiente obreiro de Cristo. Os que só desejam glorificar a Deus não procurarão fazer notórios seus pretensos méritos, obter consideração nem alcançar o lugar mais elevado. Os que ouvem o chamado do Redentor do mundo e atendem a esse chamado, serão reconhecidos como povo distinto, abnegado e santo” (Fundamentos da Educação, p. 387).

            “É o amor de si mesmo que traz desassossego. Quando somos nascidos de cima, haverá em nós o mesmo espírito que havia em Jesus, o espírito que O levou a humilhar-Se a Si mesmo para que pudéssemos ser salvos. Então, não andaremos em busca do lugar mais alto.” (Esaltai-O [MM 1992], p.163).

QUINTA E SEXTA, 21 E 22 DE OUTUBRO
QUANDO A VIDA NÃO É JUSTA
(1Sm 31:1-7; 2Sm 1:5-12; Gn 39:10-20; Jó 1,2)

            Quantas vezes ouvimos nos noticiários de pessoas que morreram por uma bala perdida? Certa vez um senhor foi assassinado a sangue frio, mas dias depois descobriram que ele havia sido confundido com outra pessoa. Um irmão da igreja, motorista de táxi, certa feita estava trabalhando. Um cliente apareceu pedindo o serviço. A caminho do lugar pretendido o cliente abordou este irmão para roubar-lhe o veículo. O cliente que na verdade era um ladrão, arrancou uma arma e atirou friamente neste irmão. Pela graça de Deus ele conseguiu escapar, mas para isto teve que fingir que havia morrido.
            Estas e outras histórias são comuns e tem trazido indignação para muitos cristãos. Na Bíblia encontramos a história de José e de Jó mencionadas pelo autor que nos mostram um quadro pintado com cores negras e desenhos bem foscos. Infelizmente as coisas que acontecem diante de nossos olhos parecem ser de extrema estranheza. O problema é que aprendemos a olhar para os fatos negativos com os óculos da incredulidade. Se pudéssemos visualizar as coisas com as lentes que Deus usa para ver, com certeza não somente entenderíamos, como também exultaríamos e louvaríamos o nome do Senhor. De fato, se pudéssemos enxergar o futuro como Deus, nós tomaríamos as mesmas decisões que Ele toma por nós. Muitas coisas que nos parecem estranhas hoje, são esclarecidas no amanhã trazendo-nos uma glória deslumbrante. Assim como somos limitados ao espaço que ocupamos, também somos limitados ao espaço da capacidade da visão que temos e do discernimento que possuímos.

            A história de Jônatas pode soar estranha ao nosso entendimento, mas um dia, Deus esclarecerá os fatos de uma maneira que arrancará de nós a mais notável admiração pela sabedoria e propósito dEle. Agora, talvez não compreendamos muitas coisas, mas chegará o dia em que ficaremos pasmos por perceber nossa tão limitada capacidade de enxergar os fatos pelo ângulo espiritual. Deus nos fez para sermos pensadores e racionais, Ele sabe que um dia iremos requerer respostas, e Ele está preparando respostas que irão nos surpreender de maneira grandiosa.

Leitura adicional

            “O céu está muito próximo daqueles que sofrem por amor da justiça. Cristo identifica Seus interesses com os interesses do Seu povo fiel; Ele sofre na pessoa dos Seus santos; e qualquer que toque em Seus escolhidos, toca nEle. O poder que está perto para livrar do dano físico e da angústia está perto também para salvar do mal maior, tornando possível ao servo de Deus manter sua integridade sob todas as circunstâncias, e triunfar através da graça divina (Profetas e Reis, p. 545).

            “Aos discípulos de Cristo, as perseguições deveriam causar alegria em lugar de tristeza, porque são uma demonstração de que eles seguem os passos do Senhor. Conquanto o Senhor não prometa estarem Seus servos livres de perseguição, assegura-lhes coisa muito melhor. Diz ele: “A tua força será como os teus dias”; “A minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (Dt 33:25; 2Co 12:9). Quem precisar, por amor de Cristo, passar pelo calor da fornalha, terá ao lado o Senhor, como os três fiéis de Babilônia. Quem amar ao Redentor, se alegrará em todas as ocasiões, de participar das Suas humilhações e insultos. O amor que tem ao Senhor torna doces os sofrimentos (O Maior Discurso de Cristo, p. 30; A Maravilhosa Graça de Deus [MM 1974], p. 88).

            “A purificação do povo de Deus não pode ser efetuada sem sofrimento. Deus permite que o fogo da aflição lhe consuma a escória, para separar o imprestável do que é valioso, a fim de que o metal puro possa brilhar. Passa-nos de uma a outra fornalha, provando nosso verdadeiro valor. Se não podemos suportar essas provas, que faremos no tempo de angústia? Se a prosperidade ou a adversidade descobre falsidade, orgulho ou egoísmo em nosso coração, que faremos quando Deus provar a obra de todo homem como pelo fogo e puser a descoberto os segredos de todos os corações?

            A graça genuína está disposta a ser provada; se relutamos em ser esquadrinhados pelo Senhor, nossa condição é realmente séria. Deus é o refinador e purificador de corações; no calor da fornalha separa-se para sempre a escória da prata e do ouro verdadeiros do caráter cristão. Jesus observa a provação. Sabe o que é preciso para purificar o precioso metal a fim de que Lhe reflita a glória do divino amor.” (Testemunhos Para a Igreja, v.4, p.84-86).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br
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