O Pastor Ted Wilson foi hoje nomeado como novo presidente da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, até 2015. Ele sucederá ao Pr. Jan Paulsen, que estava no cargo desde 1999.
Tenho de confessar que só o conheço através dos spots do Hope Channel no qual participou e pelo fato de ser filho de um antigo presidente da Conferência Geral. Soube agora que já ministrou e serviu a igreja em vários lugares do mundo, como os EUA, a Rússia e África. Por esta razão, não tinha, ao ouvir a confirmação da sua nomeação, qualquer expetativa específica em relação ao trabalho que ele exercerá (pelo menos) nos próximos cinco anos. Daí que, a partir deste momento, passe a ser um observador atento e interessado de todas as suas intervenções e palavras.
A primeira dessas intervenções surgiu logo após a nomeação ser aceite pelos delegados presentes na Assembleia, dirigindo-se aos mesmos pela primeira vez como líder máximo da Igreja mundial. E o meu interesse foi de imediato despertado!
O Pr. Wilson começou por recordar a razão pela qual existimos como igreja, dizendo o seguinte: 'esta não é apenas uma organização, esta não é apenas outra denominação. Esta é a igreja remanescente de Deus'.
Ora, só por aqui, ele assume para si a séria responsabilidade que dirigir humanamente a igreja que Deus estabeleceu na Terra para os últimos dias. Fica-lhe bem e é isso que se pretende: alguém na liderança que não fuja nem um pouco da grande tarefa que lhe é entregue; que não se atemorize com a dimensão da empreitada; que não tente um caminho lateral mais fácil, mas porventura não o designado; mas que reconheça em todos os aspetos que esta é uma igreja, diria melhor uma missão, especial para todo o céu!
O Pr. Wilson proferiu então uma frase que descreve quais devem ser os fundamentos, cada qual à sua escala, da nossa ação como igreja: 'eu não sei tudo, mas procurarei sabedoria de conselheiros, da Bíblia e do Espírito de Profecia', referindo-se à obra inspirada de Ellen White.
Se quanto à Bíblia não há discussão e quanto aos conselheiros sei que muito gostamos de nos reunir e abordar juntos assuntos da igreja, creio que deveríamos rever a nossa postura recente com relação aos escritos da irmã White.
O novo presidente não deixou esses escritos com mais de cem anos fora da sua lista de fontes de conhecimento para a tarefa que o aguarda; poderiam, então, os membros negligenciar esse enorme legado na lida da igreja e na sua vida, em termos pessoais?! Poderemos nós começar a determinar a validade dos testemunhos conforme aquela que julgamos ser a nossa própria conveniência?!
Creio que, nos últimos tempos, a pena inspirada da irmã tem vindo a perder alguma relevância entre nós; não por culpa dos escritos em si, mas devido às tentativas de relativizá-los ao tempo em que vivemos. Este é, digo eu, um erro crasso. Oxalá o Pr. Wilson consiga devolver a importância que lhes tem sido retirada. Para o bem da igreja e do povo que dela faz parte.
Mas, o melhor da sua intervenção inicial estava reservado para o fim...
Na sua última linha, neste primeiro curto e improvisado discurso, o Pr. Wilson pediu o apoio dos membros presentes, afirmando sem reservas: 'orem para que o Espírito Santo nos traga reavivamento e reforma'!
Se há necessidade de reavivamento é porque algo está a morrer, a perder vida; se há necessidade de reforma, é porque algo está errado e precisa ser mudado. Pois bem, eu concordo totalmente e subscrevo o repto do nosso novo presidente!
Temos de admitir que não será fácil para alguém que agora chega à liderança transmitir de imediato uma mensagem de mudança. Poderia ser mal interpretado e os ouvintes julgarem que ele estava a colocar em causa a validade do trabalho do(s) seu(s) antecessore(s).
Estou seguro que não é, de todo, essa a intenção das suas palavras. O Pr. Wilson quis trazer à mente da igreja o urgente apelo de Deus na, já abordada, pena inspirada de Ellen White:
'Tem que ocorrer um reavivamento e reforma, sob o ministério do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diferentes. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivificação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da morte espiritual. Reforma significa reorganização, mudança de idéias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não produzirá os bons frutos da justiça a menos que esteja ligada a um reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem fazer a obra que lhes é designada, e para fazerem essa obra têm de se unir' (Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902).
Também lhe reconheço coragem, porque desafia a igreja a olhar para si mesma e reconhecer que algo de muito sério deve ser operado no seu interior, para que ela possa alcançar o exterior com grande poder - obra essa sobre a qual já muito ouvimos falar, mas teimamos em adiar indefinidamente...
Esta é uma ruptura de qualidade; não para quebrar valores e princípios que amamos e são inalteráveis, mas para provocar um retorno à prática original do Adventismo! Algo que, foi sendo sorrateira e consecutivamente substituído entre nós por hábitos que não deviam fazer parte da nossa vida. E que terão, inevitavelmente, de ser abandonados!
Se o Pr. Wilson quiser fazer desta frase a motivação para a sua liderança, pois poderá contar com este espaço para subscrever e divulgar as suas ideias para a igreja entre os irmãos de língua portuguesa. Será a minha humilde forma de apoiar o que ele me permitiu perceber nestas primeiras palavras.
Ora, só por aqui, ele assume para si a séria responsabilidade que dirigir humanamente a igreja que Deus estabeleceu na Terra para os últimos dias. Fica-lhe bem e é isso que se pretende: alguém na liderança que não fuja nem um pouco da grande tarefa que lhe é entregue; que não se atemorize com a dimensão da empreitada; que não tente um caminho lateral mais fácil, mas porventura não o designado; mas que reconheça em todos os aspetos que esta é uma igreja, diria melhor uma missão, especial para todo o céu!
O Pr. Wilson proferiu então uma frase que descreve quais devem ser os fundamentos, cada qual à sua escala, da nossa ação como igreja: 'eu não sei tudo, mas procurarei sabedoria de conselheiros, da Bíblia e do Espírito de Profecia', referindo-se à obra inspirada de Ellen White.
Se quanto à Bíblia não há discussão e quanto aos conselheiros sei que muito gostamos de nos reunir e abordar juntos assuntos da igreja, creio que deveríamos rever a nossa postura recente com relação aos escritos da irmã White.
O novo presidente não deixou esses escritos com mais de cem anos fora da sua lista de fontes de conhecimento para a tarefa que o aguarda; poderiam, então, os membros negligenciar esse enorme legado na lida da igreja e na sua vida, em termos pessoais?! Poderemos nós começar a determinar a validade dos testemunhos conforme aquela que julgamos ser a nossa própria conveniência?!
Creio que, nos últimos tempos, a pena inspirada da irmã tem vindo a perder alguma relevância entre nós; não por culpa dos escritos em si, mas devido às tentativas de relativizá-los ao tempo em que vivemos. Este é, digo eu, um erro crasso. Oxalá o Pr. Wilson consiga devolver a importância que lhes tem sido retirada. Para o bem da igreja e do povo que dela faz parte.
Mas, o melhor da sua intervenção inicial estava reservado para o fim...
Na sua última linha, neste primeiro curto e improvisado discurso, o Pr. Wilson pediu o apoio dos membros presentes, afirmando sem reservas: 'orem para que o Espírito Santo nos traga reavivamento e reforma'!
Se há necessidade de reavivamento é porque algo está a morrer, a perder vida; se há necessidade de reforma, é porque algo está errado e precisa ser mudado. Pois bem, eu concordo totalmente e subscrevo o repto do nosso novo presidente!
Temos de admitir que não será fácil para alguém que agora chega à liderança transmitir de imediato uma mensagem de mudança. Poderia ser mal interpretado e os ouvintes julgarem que ele estava a colocar em causa a validade do trabalho do(s) seu(s) antecessore(s).
Estou seguro que não é, de todo, essa a intenção das suas palavras. O Pr. Wilson quis trazer à mente da igreja o urgente apelo de Deus na, já abordada, pena inspirada de Ellen White:
'Tem que ocorrer um reavivamento e reforma, sob o ministério do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diferentes. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivificação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da morte espiritual. Reforma significa reorganização, mudança de idéias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não produzirá os bons frutos da justiça a menos que esteja ligada a um reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem fazer a obra que lhes é designada, e para fazerem essa obra têm de se unir' (Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902).
Também lhe reconheço coragem, porque desafia a igreja a olhar para si mesma e reconhecer que algo de muito sério deve ser operado no seu interior, para que ela possa alcançar o exterior com grande poder - obra essa sobre a qual já muito ouvimos falar, mas teimamos em adiar indefinidamente...
Esta é uma ruptura de qualidade; não para quebrar valores e princípios que amamos e são inalteráveis, mas para provocar um retorno à prática original do Adventismo! Algo que, foi sendo sorrateira e consecutivamente substituído entre nós por hábitos que não deviam fazer parte da nossa vida. E que terão, inevitavelmente, de ser abandonados!
Se o Pr. Wilson quiser fazer desta frase a motivação para a sua liderança, pois poderá contar com este espaço para subscrever e divulgar as suas ideias para a igreja entre os irmãos de língua portuguesa. Será a minha humilde forma de apoiar o que ele me permitiu perceber nestas primeiras palavras.
Fonte - O Tempo Final
Parte 2
ResponderExcluirCom base na Bíblia e nos escritos do Espírito de Profecia, a Igreja Adventista do Sétimo Dia adota a inspiração do pensamento como a teoria padrão para explicar o processo de comunicação entre Deus e o homem. Este modelo compreende a união harmônica do divino com o humano, ou seja, a mente e a vontade divina são combinadas com a mente e a vontade humana. Tal fenômeno representa uma ação sobrenatural. “Ao formular ou escolher palavras e expressões para representar os pensamentos recebidos de Deus, o profeta exercita o intelecto e a escolha humana em cooperação com a mente e a vontade divina” (1).
Ellen White compreendia claramente esse processo como algo real e dinâmico que continuava enquanto o profeta permanecia sob a influência do poder divino. Primeiramente, ela reivindicava completa dependência do Espírito Santo para escrever – necessidade da união com a mente e vontade divina. Em segundo lugar, ela afirmava possuir completa responsabilidade e liberdade para escolher as palavras:
“Se bem que eu dependa do Espírito do Senhor tanto para escrever minhas visões como para recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas.”(2)
“Significações diversas são expressas pela mesma palavra; não há uma palavra para cada ideia distinta.”(3)
Em suma, Ellen G. White compreendia a combinação divino-humana como um processo progressivo na experiência do profeta. A inspiração guiava o profeta como comunicador, não somente na formulação inicial para transformar pensamentos em palavras, mas também no aprimoramento subsequente de outras expressões de cunho individual ou com o auxílio de outras pessoas.
Bibliografia
1. Fortin, D. Ellen G. White como uma profetisa: Conceitos de revelação e inspiração. Apostila do Curso de Mestrado em Teologia do SALT/SUL para a disciplina de Escritos de Ellen G. White. [Org.] Renato Stencel: Engenheiro Coelho, SP, p. 28.
2. White, E.G. Mensagens Escolhidas, v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, p. 37.
3. Ibid, p. 20.
confesso que eu também usava esta expressão " a pena inspirada de Elen G. White"
até o pastor Alexandre que hoje e pastor da igreja central de imperatriz me corigir sobre o assunto e hoje compreendo melhor o tema e por isso cotribuo contigo que é um futuro pastor dedicado e que vai ajudar a Obra do Senhor e muito!
que Deus abençoe e Continue orando Por Mim, será no fim deste ano que vou para o Iaene Estudar Teologia como vc ja sabe.
contato: renatovcf@gmail.com
Parte 1
ResponderExcluirSaudações Irmão Gilberto,
Parabéns pelo artigo bem atual e importante para os membros da Igreja Adventista. Gostaria de fazer um comentário importante sobre sua reflexão, não veja como uma crítica mas como um toque de irmão para irmão e me corrija se eu estiver enganado, que Deus o Abençoe.
Você diz:
Creio que, nos últimos tempos, a pena inspirada da irmã tem vindo a perder alguma relevância entre nós, ...
Concordo plenamente que os escritos de ellen G. White não é tão apreciado como era anos atrás e devemos admoestar os nossos irmãos na fé sobre a importância de viver os conselhos dela. Mas a Pena que Ellen G. White Escrevia, não era inspirada caro Irmão Gilberto, mas os pensamentos Dela.
O Dr. Manuel Angel Rodriguez destaca três teorias de inspiração que têm sido defendidas pelos estudiosos das Escrituras Sagradas na atualidade: (a) inspiração verbal; (b) inspiração do pensamento e (c) inspiração mecânica/ditado(7):
(a) Inspiração verbal – A ênfase está nas palavras e não no autor. Compreende que o processo de comunicação do conteúdo da mensagem é de responsabilidade exclusiva de Deus, ou seja, não há participação humana. Todas as palavras e detalhes são pré-selecionados por Deus e a única função do profeta é usar a sua pena (caneta) e escrever. A partir desta ideia é que surgiu a expressão “a pena inspirada”. É notório lembrar que o profeta é o porta-voz de Deus, não a Sua forma de expressar.
(b) Inspiração do pensamento – Ao contrário da inspiração verbal, a ênfase aqui está no autor e não nas palavras. A inspiração atinge a mente do autor, e o Espírito Santo assegura que a mensagem seja corretamente comunicada. Esse modelo entende que não é a pena (caneta) do profeta que é inspirada, mas sim, seu pensamento.
(c) Inspiração mecânica/ditado – O Espírito Santo dita cada palavra para o profeta sem considerar sua formação sócio-cultural e educacional.
continua...