Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 3º Trimestre 2011 (27 de agosto a 03 de setembro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 3º Trimestre 2011 (27 de agosto a 03 de setembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 27 DE AGOSTO
Adoração: do exílio à restauração
(Ag 1:6)

            O povo de Israel havia se afastado de Deus e consequentemente trazido sobre eles mesmos a maldição da desobediência. Deus havia feito muitas promessas a seu povo escolhido, mas eles não atenderam suas reivindicações. Deus pretendia honrar e exaltar seus filhos e deixou claro este propósito através de seus profetas. No entanto, Israel passara pelo processo de secularização e seus costumes religiosos começaram a ser contaminados pela cultura da época. A nação escolhida, gradativamente virara as costas para Deus e os valores e princípios religiosos foram permeados de costumes pagãos. Os mandamentos de Deus foram esquecidos e as advertências do Senhor, através dos profetas, foram pronunciadas contra o povo.
            O exílio não foi uma maldição determinada por Deus, mas uma conseqüência por seus atos de abandono à verdadeira adoração. Em nossos dias podemos estar correndo os mesmos riscos. Por esta razão é que devemos olhar para o passado com o objetivo de projetar nosso presente isentando-o das experiências que fizeram do povo de Deus uma nação fracassada e apóstata. O secularismo sempre existiu e foi uma das marcas que fizeram do povo de Israel uma nação cada vez menos comprometida com a verdade e com Seu Deus. O que você tem a aprender com isto?

DOMINGO, 28 DE AGOSTO
“Filho do homem, você viu...?”
(Ez 8)

            Ser relevante tem sido a nota tônica das pregações contemporâneas. Muitos têm ensinado que nossa mensagem precisa ser mais relevante e com isto muitos princípios tem sido inseridos em zonas de risco. Na verdade, embora muitos não percebam, nossa mensagem é a única mensagem relevante. Ser relevante não é descer a verdade ao nível dos costumes pagãos, mas trazer os pagãos ao nível de nossas mensagens. O secularismo e o relativismo sempre existiram. Não é uma invenção de nosso século. O povo de Israel também viveu em um tempo secularizado e relativizado, e foi exatamente isto que foi capaz de arruinar o povo levando-os a justificar meios de adoração que na verdade estavam bem distantes do ideal de Deus. O relativismo e o secularismo quando absorvido pelos professos cristãos, leva-os às práticas profanas com aparência de inofensivas e mais adequadas ao tempo. Não é correto pensar que novos métodos de culto e de pregação sejam errados, mas, é necessário fazer um avanço bastante meticuloso sempre filtrando nossos métodos com a revelação. É possível e certamente muito fácil praticar um falso culto e oferecer uma música ou práticas inadequadas e ainda ter em mente a mais pura sensação de ter feito o certo.
            Mesmo os adventistas do sétimo dia não ficam de fora da possibilidade de tal gravidade de apostasia, pois se ocorreu com o povo de Israel, significa que até mesmo o Israel espiritual poderá ser seriamente comprometido pela falsa concepção de adoração. A maior evidência desta possibilidade é que a revelação alerta para uma futura sacudidura. Ellen White declara que: “permanecer em defesa da verdade e justiça, quando a maioria nos abandona; ferir as batalhas do Senhor quando são poucos os campeões; eis a nossa prova. Naquele tempo devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem de sua covardia,  e lealdade de sua traição” (Testemunhos Seletos, v.2, p. 31). Deus está santificando Sua igreja, mas, se isto não ocorrer Ele a santificará na marra através da sacudidura.
           
SEGUNDA, 29 DE AGOSTO
Adorando a imagem
 (Dn 3; Ap 14)

            Daniel 3 apresenta uma das histórias mais fascinantes de confronto entre o que é verdadeiro e falso. A adoração era o tema central em um clímax de obediência ou desobediência. Os três amigos de Daniel foram inseridos em um duelo que lhes custaria a própria vida caso, teimosamente, permanecessem fiéis ao Deus que serviam em detrimento dos deuses babilônicos e do próprio rei. Apocalipse 14 apresenta uma mensagem que ecoará até os confins da terra e despertará, em breve, a ira do dragão, de seus anjos e de seus seguidores na terra. Assim como no passado, uma imagem será levantada. Não será uma imagem física como foi no caso de Nabucodonosor, mas uma imagem do poder pagão simbolizado por esta mesma estátua. A lei dominical, o sinal da besta será levantado em breve como sinal do poder do paganismo, do baal e mitraismo moderno. Todos terão que tomar uma decisão escolhendo o lado que ficarão nesta grande controvérsia.
            Em Daniel 3, a estátua erigida possuía 60 côvados de altura e 6 de largura. O número 60 simbolizava o deus maior em Babilônia e o número 6 o deus menor. Somando a estes, havia o número 600 que era símbolo de toda a conjuntura religiosa pagã daquele reino. Isto lhe faz lembrar de algo? 600 + 60 + 6 = 666. Apocalipse 13:15-17 nos ensina que a besta teria um número e teria um sinal. O número é representação máxima do paganismo. O domingo, sinal da besta, é a representação máxima da contrafação. Adoração verdadeira x adoração falsa lutarão pela supremacia de nossas decisões em pleno tempo do fim. Para enfrentar essa adversidade, os cristãos de nosso século precisarão possuir as mesmas qualidades que tiveram os jovens hebreus de Daniel 3. A prova será muito dura e a nossa decisão precisará ser mais do que um simples ‘eu aceito’. Os jovens da narrativa, por suas fidelidades, tiveram a oportunidade de pregar para toda a nação babilônica. Interessante notar que, o poder da pregação do evangelho advém de nosso testemunho. A pregação se torna poderosa e alcança as multidões com poder, somente quando nossa vida é coerente com a mensagem que pregamos. Toda a nação foi evangelizada quando este três jovens resolveram testemunhar de sua fé mesmo em situação probante. Da mesma forma, a pregação do evangelho somente alcançará o mundo todo em nossos dias, quando o povo de Deus viver a verdade presente. O poder do evangelho ultrapassará fronteiras e todos serão alcançados por um evangelho vivido, praticado e testemunhado. A revelação nos ensina que “O mundo ficará convencido, não pelo que o púlpito ensina, mas pelo que a igreja vive [...] O ministério anuncia do púlpito a teoria do evangelho; a piedade prática da igreja demonstra seu poder” (Serviço Cristão, p.51).
É interessante notar que, os jovens hebreus saíram da fornalha sozinhos. O poderoso anjo ali permaneceu. Talvez Ele tenha permanecido na fornalha para nos ensinar que, muitos outros, inclusive em nosso século, seriam lançados nas fornalhas das aflições da vida por serem fiéis a Cristo. Deus espera que nós decidamos entrar na fornalha. Se assim acontecer, saiba que Ele, ali, estará nos esperando. Precisamos começar a orar constantemente pedindo a Deus o poder da presença do Espírito Santo em nossas vidas. Hoje precisamos cultivar fé em Deus e permitir a transformação de nosso caráter à semelhança de Jesus. Lembre-se que “O caráter é um poder. O testemunho silencioso de uma vida sincera, desinteressada e piedosa, exerce influência quase irresistível. Manifestando em nossa vida o caráter de Cristo, com Ele cooperamos na obra de salvar almas. Somente revelando em nossa vida o Seu caráter é que podemos com Ele colaborar. E quanto mais vasta a esfera de nossa influência, tanto maior bem podemos fazer. Quando os que professam servir a Deus seguirem o exemplo de Cristo, praticando na vida diária os princípios da lei, quando todos os seus atos testemunharem de que amam a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos, então a igreja terá o poder de abalar o mundo” (Parábolas de Jesus, p. 339-441).

TERÇA, 30 DE AGOSTO
“Vejam aonde os seus caminhos os levaram”
 (Jr 29:10-14)

            Deus sempre ofereceu compaixão ao seu povo. Embora tenham colhido muitas conseqüências de seus maus atos, o Senhor sempre esteve presente atuando em suas vidas para trazer-lhes de volta ao caminho que conduz a salvação. O povo havia virado as costas para Deus ignorando seus conselhos e repreensões; por conseqüência foram escravizados por 70 anos ficando sob o julgo Babilônico. Em 605, 579 e 586 a.C, foram os anos de maiores intervenções babilônicos em Judá aprisionando e levando cerca de dez mil judeus para Babilônia, entre eles Daniel e seus amigos. Depois de diversos apelos, ao fim do exílio, Deus trás o seu povo de volta para fundamentar novamente a adoração a Ele. O imperador persa Ciro, em 537 a.E.C., invadiu e dominou todo império babilônico, liberando os judeus para voltarem para sua terra natal. Isso se deveu a política de Ciro para regiões conquistadas, que permitia governos locais, mantendo suas religiões e costumes. Os judeus eram livres para voltar para a Palestina, mas mesmo assim, muitos decidiram ficar na Babilônia e aproveitar as boas condições econômicas, sociais ao invés de viajar até Jerusalém, onde não havia quase nenhuma riqueza. Muitos dentre os judeus preferiram as vantagens terrenos do que retornar a Jerusalém para adorar a Deus. Os demais, quando chegaram, decidiram construir as muralhas da cidade antes do Templo. Os inimigos do rei Zorobabel enviaram, então, uma carta ao rei da Pérsia dizendo que os judeus tramavam uma rebelião. Dário, rei da Pérsia, interviu, impedindo a construção da muralha. Sem Templo e sem cidade fortificada, Jerusalém não podia manter sua independência. Este fracasso fez com que acelerasse a construção do Templo, que a autoridade do rei fosse diminuída e que o poder recaísse sobre o sumo-sacerdote do Templo, terminado no ano de 516 a.C.
            Passou-se um tempo sem que a presença do Templo surtisse algum efeito. Veio, da Babilônia, um homem muito respeitado, sacerdote e escriba – um educador: Esdras. Ele não sabia das verdadeiras condições dos judeus na Palestina e ficou assustado ao descobrir que estes não sustentavam devidamente o Templo e se casavam com estrangeiras livremente. Reuniu-se com os dirigentes e firmou-se líder do povo. Pediu que os judeus expulsassem as esposas estrangeiras de seus lares e exortou-os a retornar ao judaísmo puro. Esdras não teve sucesso, pois pediu demais dos judeus, eles não estavam dispostos a desfazer suas famílias. Decepcionado, Esdras retirou-se da vida pública.
            Lentamente, chegaram, à Babilônia, notícias ruins sobre a situação na Judéia. Isto entristeceu Neemias, judeu que era conselheiro do rei. Pediu permissão para afastar-se do cargo e foi para a Palestina com o cargo de governador militar. Quando chegou, concluiu que os povos vizinhos estavam deliberadamente impedindo os judeus de manterem sua religião. Concluiu que precisava expulsá-los. Para isso decidiu reparar e terminar a muralha. Desconsiderou as advertências dos dirigentes sobre possíveis ataques amonitas e samaritanos. Estimulou o povo a realizar a tarefa e, para rechaçar ataques, armou os operários, de modo que os construtores trabalhavam com uma espada a seu lado.
            Neemias fechou as portas do Templo, onde ocorria o comércio, do pôr-do-sol de sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado, para impedir que mercadores não-judeus fizessem comércio nesse dia. Houve protestos, mas os comerciantes se acostumaram. Ele também institui um imposto para a manutenção do Templo e fez cumprir as leis da Torah sobre a propriedade da terra e sobre os escravos. Com a ajuda de Esdras, estabeleceu a Torah como constituição da nação judaica e povoou a cidade de Jerusalém. Esdras institui a leitura da Torah em todo Shabat. Com isso terminaram seu trabalho. O sucesso destes dois líderes parecia duvidoso. Esdras morreu e Neemias teve que voltar para seu cargo na Babilônia. A população voltou, então, a práticas pagãs e corruptas. Neemias foi, mais uma vez, para a Judéia. Sua segunda estada foi muito mais curta e, aparentemente, apenas sua aparição fez com que o povo voltasse aos ideais de Moisés, de uma vez por todas. Como o povo de Israel, nós podemos cometer os mesmos erros. A pergunta que surge seria: Onde nossos caminhos estão nos levando? Nossos estudos, trabalhos, recreações, lazeres estão nos afastando do Senhor ou nos aproximando dele?

QUARTA, 31 DE AGOSTO
Onde estão agora os seus antepassados?
(Zacarias 1:1-6)

            Melhor do que aprendermos com os nossos próprios erros seria aprender comos erros dos outros. A história do passado é uma enciclopédia de provérbios para a vida. Através dos inúmeros erros de pessoas, povos e nações do passado, podemos absorver suas experiências e aplicar em nossas vidas no presente. A história de Israel nos é de grande auxílio hoje e por esta razão não há motivos para justificarmos nossos erros do presente. A falta de experiência e a imaturidade podem ser grandes impecílios para muitas pessoas de hoje, especialmente quando não dão atenção aos ensinamentos e experiências dos mais velhos.
            Deus nos deu liberdade incondicional. Portanto, somos livres para escolher o que desejamos e o que achamos ser o melhor. No entanto, é sempre essencial lembrar que, a liberdade que o todo poderoso nos concede é permeada de critérios de responsabilidade. As decisões que tomamos, inevitavelmente, nos conduzirão a conseqüências boas ou más. Basta escolhermos e fatalmente seremos visitados pelas conseqüências. Isto significa que temos liberdade incondicional, porém, liberdade com responsabilidades que nos sobrevirão mais cedo ou mais tarde. O povo de Judá pagaram caro por suas decisões inconseqüentes e colheram muito sofrimento por suas escolhas erradas. Nós, de igual forma, corremos os mesmos riscos. Não estamos livres nem das escolhas que precisamos fazer diariamente e muito menos de suas conseqüências.

QUINTA E SEXTA, 1  DE SETEMBRO
A oração de Neemias
(Dn 9:5-6; Êx 32:31-34; Tg 5:16; Gn 12:1-3; Êx 6:4,5)

Neemias se entristeceu pela condição de seu povo e de imediato pranteou por eles. O lamento de Neemias, promulgado através da oração, deve ser nossa oração em pleno século XXI. Este homem amava a Deus, a verdade e a missão de seu povo. Este era um grandioso motivo para se entristecer e jejuar com oração e súplica diante de Deus. Da mesma forma, todos nós hoje, devemos ter o mesmo sentimento que houve em Neemias. Devemos prantear e clamar ao Senhor com oração e jejum pedindo-lhe sua graça, bondade e poder Sua igreja e Seu povo. Se amamos a Deus, a igreja, o povo e a missão desta igreja, naturalmente teremos o mesmo sentimento de Neemias. Nosso clamor precisa se mais forte diante de Deus e nossa intercessão por Sua igreja mais calorosa. O grande problema é que, temos facilidade para ficar questionando, reclamando e criticando. No entanto, se despendêssemos da mesma energia para clamar e interceder ao Senhor por Sua igreja como fazemos para criticar e reclamar, quantas situações poderiam ser melhores? Quantas orações poderiam ter sido respondidas e consequentemente quantos problemas poderiam ter sido resolvidos? Creio que seríamos mais bem sucedidos em nossos questionamentos se o fizéssemos exclusivamente a Deus. Ele é o maior interessado em ver a igreja e a obra em condições favoráveis.
           

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br